29.12.06

Ontem e Hoje

Estive agora mesmo a ver as fotos e os filmes do natal deste ano. Depois, fui dar uma espreitadela a outras fotos. As de aniversários, passagens de ano, férias. Impressionante. Quando me vejo assim em fotografias, especialmente se já foram tiradas há algum tempo, fico com uma espécie de sentimento quase “maternal” para com aquela figurinha tão sorridente. A maior parte das vezes, consigo lembrar-me do que estava a acontecer na altura em que a fotografia foi tirada. Às vezes, consigo até lembrar-me do que estava a pensar e a sentir na altura. É tão esquisito! Há aquela expressão: ai se fosse mais nova e soubesse o que sei hoje. Não concordo. Seria uma merda daquelas se eu, com menos uns aninhos, soubesse o que sei hoje. Uma grande merda, aliás. A ingenuidade, o desconhecimento do futuro, a esperança no futuro, o quase desespero pelo futuro. Como é que se pode abdicar de algo tão, mesmo assim, lindo, em prol de mais alguns conhecimentos que, de qualquer das maneiras, vamos acabar por adquirir mesmo? Estive a passar um cadito do meu passado em revista e ainda bem que não sabia então o que sei hoje. Ainda bem. Torna o hoje muito mais especial. Faz com que o hoje faça muito mais sentido. Faz com que o hoje seja hoje e não apenas o dia a seguir a ontem. Vocês percebem.

23.12.06

Ano velho a acabar, vida nova a começar.

Para os que não sabem, já comecei a trabalhar. Comecei na terça feira. Emprego novo, vida nova. Vida nova em Lisboa. Hmmm… para quem sempre viveu e/ou trabalhou em Lisboa, não sei como é que conseguem. Não sei bem se tenho estofo para aguentar as viagens para e de Lisboa, mas vou ter que arranjar alguma forma de compensar a coisa… O meu carro transformou-se, muito rapidamente, no meu melhor amigo. Está comigo quando fico feliz ao ponto de dar uma gargalhada por o acesso à CRIL estar livre; está comigo quando fico “&%#$”)”!!!! por a estrada XPTO estar cheia de carros que não fazem intenções nenhumas de andar. Ouve os meus telefonemas todos. Vê-me a comer. Eu disse melhor amigo? Retiro o que disse. O meu carro é mais do que meu namorado! Já me ouviu proferir as piores coisas!! Cantar desalmadamente (com pequenos movimentos corporais e tudo!! Não se pode chamar bem dançar… né? E calem-se mas é porque todos fazemos isso! ai!), chamar nomes muito feios a outras pessoas, colocar questões existenciais do género: por que é que será que quando temos um traço contínuo e queremos ultrapassar (muito), nunca vêm carros de frente? Terminado o traço contínuo, vem uma enxurrada de carros que nunca mais acaba. Porquê?! Por que é que os homens não gostam de ser ultrapassados por gajas?? Por que é que quando vamos para um sítio em que sabemos ser difícil estacionar, aproveitamos sempre o primeiro lugar que encontrarmos, independentemente da distância, apenas para descobrir que tínhamos lugar mesmo à porta?? Hmmm… Também já ouviu as minhas preocupações… desabafadas em voz alta para ver se se consegue retirar alguma da carga negativa às mesmas… Já ouviu as minhas alegrias, também elas desabafadas em voz alta simplesmente porque não há a mínima hipótese de as conter. Tenho trabalho novo e gosto do sítio onde fui parar por obra do destino (ou seja o que for). O pessoal é impecável. A vista é fantástica, o sossego incrível. Há estacionamento (à borla!) mesmo em frente e cafezinho tipo “bica” a qualquer hora. Se o trânsito não der cabo de mim e se o meu carro/namorado não der com a correia de transmissão nas válvulas, acho que me vou dar muito bem. Finalmente!

18.12.06

Parabéns

Aniversários. Há quem goste. Há quem não goste. Eu gosto. Dos meus e dos dos outros. Aniversários são fixe. Recebemos telefonemas. Agradecemos àqueles que se lembram de nós. Passamos o dia a mandar beijos e abraços. A ficarmos surpreendidos por aquela pessoa se ter lembrado… a ficarmos surpreendidos por aquela pessoa em particular não se ter lembrado. É, por excelência, um dia de mimo. Celebramos a data em que, totalmente por acaso, viemos ao mundo. Celebramos a data em que, devido a uma conjugação de circunstâncias irrepetíveis somos atirados para o mundo frio e cruel. Nove meses antes, num momento que todos preferem não imaginar acontecer entre os pais, deu-se a concepção de um pequeno óvulo com um pequeno espermatozóide. Aquele pequeno ser não-pensante, mas bom nadador, cheio de bons argumentos para convencer o pequeno e inofensivo óvulo a deixá-lo entrar. Engraçado. É um ciclo que se repete pela vida toda. Gajos, seres não pensantes (alguns), mas cheios de bons argumentos (alguns), que tentam convencer as gajas a deixá-los entrar… hmmm… que ironia. Enfim. De qualquer das formas, durante nove meses crescemos e fazemo-nos humanos. Depois, quando já não podemos crescer mais, somos expulsos da forma mais horrível possível para nos tornarmos gente. Somos apertados e comprimidos e empurrados e esborrachados e sugados e puxados. É claro que saímos de lá a chorar. E, como se não bastasse, ainda levamos umas palmadas só para não sermos totós. A vingança, como é óbvio, vem nos meses depois. Cagamo-nos, vomitamos (ai, desculpem, quando são bebés a fazer isso, chama-se bolçar), gritamos, choramos, choramingamos, ficamos constipados e com febre (levando ao pânico dos papás) e depois, quando já temos mais uns meses em cima, começamos a partir e estragar tudo. Lindo! De qualquer maneira, os aniversários são para celebrar estas datas. Celebrar o facto de alguém que nos é querido ter vindo ao mundo. Para celebrar o facto de o acaso ter colocado aquela pessoa na terra e, ainda por cima, perto de nós. Oh tu que fazes anos hoje, parabéns. Espero que o teu dia de celebrações por teres vindo ao mundo seja muito feliz. O de quem te conhece e te quer bem é de certeza. Parabéns.

17.12.06

Detesto Domingos

Detesto domingos. Detesto. Já gostei mais, mas agora não gosto mesmo nadinha. Detesto este sentimento de limbo, de “não tenho nada para fazer mas também não me apetece fazer nada”. Detesto percorrer os canais de televisão vezes sem conta, sem encontrar nada de jeito para ver (não que fosse ver, porque, aos domingos, a capacidade de prestar atenção fica na cama). Detesto não haver nada para comer porque não nos apetece nada. Detesto não ter sono porque, assim, nem uma sesta pode ajudar a passar o tempo. Também não se pode sair para ir ter com o pessoal porque está tudo com a mesma cara que nós. Não se pode ir a sítio nenhum porque todas as pessoas que combatem e renegam os domingos andam na rua, felizes e contentes por ser domingo. AARGHGRAGH!!!! Detesto domingos porque não me deixam fazer o que me apetece. Porque não me deixam ir e estar com quem quero. Porque matam a vontade de fazer seja o que for, a não ser chatear-nos por estarmos chateados e por ser domingo. Parece que o tempo fica parado. Detesto domingos. Talvez um dia volte a gostar, mas neste momento, hoje, neste domingo, detesto. Mesmo.

15.12.06

Natal de Hoje

O natal de hoje não tem nada a ver. Poucas pessoas. Às vezes nem se pode dizer poucas mas boas porque o frete que alguns fazem parte-me ao meio. Dá-se demasiada importância aos presentes. Dá-se pouca importância à família. Dá-se demasiada importância a ter-se a porra duma posta de bacalhau cozido no prato. Dá-se demasiada importância ao que se vai receber. Demasiada importância ao que se vai oferecer. Quanto será que custou isto? Forretas. Dá-se demasiada importância a quem faz o quê e quem não faz o quê. E porque eu lavei pratos e ela não! E porque eu estive a cortar borrego e ele a jogar as cartas! E porque eu levei um vinho caro e os outros levaram coca-cola. Não há cu que aguente! Quando for grande, vai haver febras e salsichas com salada e, para a sobremesa, mousse de chocolate e gelado. E vai-se comer tudo em pratos de papel com talheres de plástico. Os presentes vão ser livres, com obrigatoriedade de um sentido “obrigado” no fim de o receber. Vai-se convidar um montão de gente, família E amigos, e vai-se fazer uma festa como deve ser. Vai-se rir. Vai-se sorrir. Todos se vão divertir como deve ser. Não vai haver peru ou bacalhau ou borrego ou polvo ou couves ou o raio que o parta! Não vai haver decorações de natal. A árvore enfeita-se na noite. Todos enfeitam a porra da árvore com algo diferente. Flocos de neve uma ova! Vai-se meter musiquinha de baile foleiro e o pessoal vai dançar. E vai gostar! Só se mantém a data porque dá jeito o feriado. Se não, fazia-se em Julho porque está mais quentinho. O natal não é quando e como se quer? E vai-se dar bagaço à porra do cão! Feliz Natal.

Natal de Antigamente

Ai o Natal. Vou-vos, só porque sei que devem estar cheios de curiosidade, contar um pouco como eram os meus natais… Antes de mais, eu nem sempre vivi neste belo país. Nem sempre. Passei uns anitos noutro país. Longe comós cornos. Mesmo. De qualquer forma, não éramos os únicos portugueses lá. Havia-os aos montes (mais ou menos). No natal, dado o pessoal não ter lá família de sangue, juntava-se a família de amigos e todos os anos rodava-se de casa em casa. Um grupo de 20, 30, 40 pessoas que iam carregadas com presentes, comida, boa disposição e vontade de passar uma noite especial junto dos mais próximos (ok, iam para comer e beber. Mais para beber alguns, mas pronto… vá). A árvore de natal tinha de estar sempre em cima de alguma coisa mais alta devido à quantidade de presentes. A comida era tanta que no dia a seguir ainda se estavam a “estrear” pratos. Por norma, os que vinham de mais longe dormiam em casa do anfitrião. Isto quer dizer que tudo quanto fosse espaço disponível e minimamente limpo era transformado em “cama”. Havia os inevitáveis telefonemas para Portugal, com choros à mistura, com saudades, muitas saudades. Os natais eram sempre grandes festas. Eram grandiosos e divertidos. Eram gigantescos e cheios de risos, de brincadeiras, de palmadas por se tentar dar bagaço ao cão, de raspanetes por se ter trancado um bom grupo de gente mais pequena (e chata) dentro de um qualquer armário, de tentativas de roubar um cadito de cerveja ou uma outra bebida alcoólica qualquer para dar uma provadela (o bagaço sabíamos ser mau, logo, para o cão…) e milhões de outras coisas lindas e inocentes que se faziam porque os adultos andavam ocupados com outras coisas. Felizmente! Quando chegava a meia noite, bem, não estão bem a ver a cena. Primeiro, havia sempre algum desprevenido que se oferecia para fazer a distribuição dos presentes, normalmente, vestido de pai natal, com barba e barriga e tudo. Havia sempre algum presente que não tinha nome e que ia parar à pessoa errada. Havia sempre uma ânsia enorme em distribuir e receber todos os presentes o mais rapidamente possível. Entre guinchos de alegria, birras de decepção e o fantástico barulho de papel de embrulho a ser arrancado e atirado ao ar para ver o que estava por baixo, estavam os adultos, os grandes, a fazer a festa deles. Já não havia chão. Havia papel e fita cola e laços e cartões e caixas vazias e peças de bonecos e cabeças de bonecas e crianças escondidas. O Natal era a altura, por excelência, em que se dava verdadeiro sentido a amigos e família. Em que, de facto, se dava graças por tudo o que se tinha, em que se sonhava com tudo o que se queria e em que se acreditava em tudo o que se iria ter. Os presentes eram um extra. Simbólicos e cheios de sentido. Sentidos e escolhidos com o maior dos cuidados. Natal. Tenho saudades do natal assim. Tantas saudades.

13.12.06

12.12.06

Piu

Ele disse: Redbull dá-te asas… piu! piu! piu!
Ela riu-se (porque o contraste do Redbull todo pujante – cheio de taurina - com o “piu, piu, piu” foi demais).
Pensou ela: O que tu queres sei eu, oh piu, piu, piu.

9.12.06

Sorrir.

Sorrio. Muito. E com vontade. Às vezes até rio baixinho. Sorrir. Sentir aquele calorzinho no coração que se eleva directamente para os lábios, obrigando-os a formar um belo e sentido sorriso, daqueles que se vê mesmo ser de puro prazer e satisfação. Sorrir. Sorrir um daqueles sorrisos que nos enrugam os olhos, tornando-os pequenos. Muito pequenos. Sorrir porque nos lembrámos de algo que aconteceu. Porque nos lembramos de algo que ainda vai acontecer. Temos a certeza absoluta que sim. Sorrir. Ainda agora o fiz. Ai! Outra vez. Sorrir. Porque sabemos algo. Porque sentimos algo. Porque o espaço da mente e do corpo não chega para conter o sentimento. Porque torna-se preciso deixar o sentimento sair. Deixá-lo manifestar-se. Deixá-lo viver por ele próprio. Quase como se fossemos apenas os hospedeiros de algo fantástico e glorioso que nos deixa irrequietos e com vontade de fazer tudo. De rir. De rir até nos doer a boca, as bochechas, tudo. Deixar que essa coisa fantástica e gloriosa nos dê vida nova, nos dê olhos novos, nos traga novas e deliciosas golfadas de um ar até então nunca respirado. Nunca vivido. Nunca provado. Sorrir. Sorrir. Sorrir porque há coisas que nos fazem esquecer tudo. Que nos fazem sentir, mesmo, que antes delas não havia mais nada. Não pode ter havido mais nada. Como é possível que possa ter havido mais alguma coisa se o que temos agora é mais do que alguma vez sabíamos poder sonhar e imaginar sequer? Como é possível alguma vez termos conseguido sorrir se os sorrisos que agora temos são os verdadeiros? Os reais. Os autênticos. Sorrir. Sorrir. Sorrir. Porque sou demasiado pequena para conseguir guardar tudo o que tenho para ti. Tudo o que é teu. Porque não consigo parar de sentir aquele calorzinho no coração, de sentir os lábios a abrirem-se para mostrarem ao mundo que sou feliz. Sorrir.

29.11.06

Conselhos de amiga.

Ehhh pá. Mais uma vez, não sei o que escrever. Ando a ficar sem ideias. Entre super-homens, batatas e sofás, acho que já deixei aqui um cadito sobre quase tudo. Ok. Pronto. Este quase é muito grande. Muuuiiito grande mesmo… mas enfim. Queriam saber mais do que eu ou quê??? Deixo-vos, assim, uns conselhos de amiga que vos poderão ser úteis no futuro. Apetece-me.
Categoria Doméstica: 1 – Abrir frascos (para as gajas). Fácil: pega-se no frasco e dá-se uma ligeira pancadinha com o lado da tampa do mesmo num rebordo de mesa ou balcão (sempre com o frasco na posição vertical e tampa para CIMA). Funciona sempre. Nota: nunca pedir a nenhum homem para fazer isto. 2 razões: não vão perceber porquê e o mais provável é partirem o frasco contra a mesa/balcão. 2 – É mais fácil fazer uma cama se ANTES de sairmos dela esticarmos os lençóis e as mantas (por cima da cabeça… tudo esticadinho e aguentando a respiração) e depois sairmos, com cuidado, mas dobrando um dos cantos para trás com o maior dos cuidados. Depois é só fechar, dar assim umas pancadinhas como quem não quer a coisa e pronto. Cama feita. Ahhh… este é para gajas e gajos. 3 – É mais fácil limpar uma sanita sem ninguém em cima da mesma. Acreditem. 4 – Estender camisolas e t-shirts pelos sovacos (desculpem… axilas… ) das mesmas é muito mais melhor. Não deixa marca visível da mola e ficam direitinhas na mesma, sem esticar devido ao peso da água. Categoria Geral: 1 – Para as mulheres: nunca, mas nunca, tentem ir a uma bomba de gasolina meter ar nos pneus ou água nos “mija-mijas” sozinhas sem esperarem que algum macho-macho vos olhe de maneira condescendente e vos pergunte “precisa de ajuda com isso, menina? Deve estar atrapalhada…”. 2 – Os macho-macho anteriormente referidos devem ser tratados a toque de sorriso doce, seguido de um “ahhh… muito obrigada”, seguido de um violento e bem vincado virar de costas e/ou descontrolo (acidental) da mangueira de água. 3 – O ponto 3 da categoria anterior era só para ver se estavam atentos… 4 – Também para as mulheres: nunca digam a nenhum homem o quanto verdadeiramente gostam dele. Usará isso contra vocês, exagerando a coisa e fazendo parecer como se tivessem nascido para puro e bel prazer feminino (com sorte/azar, vosso). Homem que sabe que tem uma mulher apaixonadíssima por ele é um perigo. Faz com que o mesmo regrida à idade das cavernas, comece a proferir coisas como “uga-uga” e a argumentar todas as suas acções e decisões com “eu é que tenho próstata! Eu é que sou o macho dominante!”. Adoptem a estratégia “deixa-me em paz seu porco-sujo-imundo-bom-para-nada-inútil-parvalhoso-onde-estava-eu-com-a-cabeça” e continuem a aspirar como se nada fosse. Por hoje já chega. Obrigada pela atenção. Não sabia mesmo o que escrever, oh pá!

28.11.06

Não olhes para mim.

Não olhes para mim… és uma batata (e passou-me a mão pela cara… por cima dos olhos) …. Ooh-ooh-ooooh-oooooh. És um tubérculo. Ainda agora estou com uma irresistível vontade de me atirar para uma fritadeira cheia de óleo (de amendoim que faz menos mal e deixa as coisas mais estaladiças…) para depois me enrolar toda em sal (por exemplo) e deitar-me ao lado do primeiro frango assado que encontrar. Vou mas é para o sofá. Ver o que se arranja para fazer por lá.

27.11.06

Ode aos Sofás

Sofá: do Ár. suffa, banco de descanso
(dicionário Língua Portuguesa Universal: www.universal.pt)
Banco de descanso? Looooooololol!! Era só isto. Obrigada. Não, agora a sério. Tenho passado algum tempo com os ditos cujos ultimamente. Também tenho, como já se deve ter reparado, uma ligeira fixação por sofás. Não pela peça de mobiliário em si, mas sim por aquilo que aquele amontoado de madeira, metal, tecido e esponja pode proporcionar. E com esta vos deixo. As hipóteses são tantas que eu não quero, de forma alguma, limitar a vossa imaginação. Bons sofás.

25.11.06

Calmer.

I’m calmer now. I’ve finally managed to calm down and stop smiling. I’ve finally managed to stop the butterflies in my stomach. Almost. Almost. But I am calmer. It’s all starting to sink in. Almost. Things have happened to me lately that are very hard to believe. Not wanting to transform this into an in-depth insight to my personal life, pains, worries and all things bright and happy, I will try to resume, in very little words, what has happened to me over the past months. I will, of course, leave out all those things which I simply don’t want to be present here. It is my blog, after all. I put an end to two very important things in my life (note: important doesn’t mean good or bad…). Both of them very personal and both ended because I finally managed to muster up the strength, courage and plain brute force to end them. Both of them ended because I wanted more. Both of them ended because it was, I fully believe, the best thing for all involved. I took the step. The leap. The freakin’-no-parachute-jump-for-your-life-now-or-never leap. Some people got pissed off. Some people where left happier than before. I was scared shitless. Truly scared that what I was doing was going to go wrong and that I would be forced to put my tail between my legs and admit I was wrong and mean and horrible and nasty. But I just kept on going. Fighting and insisting that I would take no more and no less than I deserved. And I got it. I have a new job. A dream job that will put me to the test. That will stretch my limits beyond what I now know them to be. I got this job on my own merits. On my own. By myself. Alone. Only me. Me and myself only. ME! I have finally escaped a stigma that had followed me around for a long time, never letting me be just me. Now, I’m just me. ME! To those that never doubted I’d be able to do it, I am truly and forever grateful. To those that didn’t believe I could do it, up yours! (pardon my French..). I’m here now. And I’m here to stay. And I got here on my own. Now, let’s see who else is here… hummm...
You. Who else but you? No one else but you.
And I did that on my own as well.

16.11.06

Faster, faster, faster, faster....

We have to move faster and faster to know where we belong
We need to move faster and faster to know where we must go
We have to move faster and faster to find out who we are
We need to move faster and faster 'cause everyone has a star
Fingertips – Move Faster

15.11.06

E se...

Já algum dia se puseram a pensar em forma de “ e se?” E se eu nunca tivesse isto, ou tivesse aquilo… se não fosse pelo… se não fosse pela… É giro, não é? O ciclo é interminável. Vamos de um acontecimento para outro e não tarda nada estamos outra vez com 10 anos, a esfolar os joelhos numa queda de bicicleta e a pensar se não tivesse sido por essa queda, nunca teríamos levado aquela chapada da mãe… ou outras coisas do género. Começamos com o resultado que conhecemos e encaminhamo-nos para a sua origem, sem nunca conseguir meter o dedo em cima daquele momento em que tudo deu uma reviravolta. Mas, há coisas em relação às quais conseguimos dizer: foi naquele dia, naquele momento, foi a partir dali que tudo mudou. Foi naquele instante que se deu início a uma série de ondinhas que foram crescendo e crescendo até darem cabo, por completo e no bom sentido, do nosso pequeno mar que até então estava flat, flat, flat. Eu tenho um momento desses. E, se não fosse por esse momento, tenho a certeza que não estaria onde e como estou hoje. Estaria aqui perto, provavelmente, mas longe. Muito longe. É o tal “e se?”. Estou profundamente agradecida por esse momento ter surgido e ter eliminado tantos se’s do meu caminho. Por ter feito desaparecer tantos se’s que não me teriam levado a lado nenhum. Que não me teriam dado nada a não ser mais se’s ainda. Tantos se’s que, talvez, no extremo, me fizessem perder a capacidade de acreditar neles. Um momento. Um instante. Um segundo. É o quanto basta para sentirmos as ondinhas a invadir-nos. Venham elas. Com ou sem se’s. Venham elas.

13.11.06

Voltei... e não sei o que escrever

Não sei o que escrever. Não faço a mais pequena, pálida ideia. Podia falar-vos de como é estar à espera de arranjar emprego… mas isso seria uma seca. Espera-se e pronto. Podia falar-vos em como tenho saudades do meu antigo local e colegas de trabalho (do trabalho em si, não… já falamos sobre isso). Podia falar do tempo e em como agora é que começa a estar como eu gosto: fresquinho e cortante. Obriga-nos a estar alerta e acordados. Mas não, não me apetece falar do tempo. Também podia falar sobre o que eu quero para o Natal… ui. Ainda ontem me perguntaram. Nada do que disse me pode ser oferecido por ninguém. Não há laçarote ou papel de embrulho que aguente. Podia falar sobre o que eu gostava de oferecer pelo natal. Ai a lista! Seria tão longa! Se pudesse, dava presentes a todos! Presentes dos bons, dos mesmo bons. Por exemplo, oferecia descanso, paz de espírito, silêncio, calma, e sossego a muitas pessoas. Talvez a outras oferecesse precisamente o oposto. A outras oferecia divertimento, regabofe, noites longas e madrugadas vividas a ver o sol nascer. A outras talvez oferecesse noites calmas, cheias de preguiça, vividas a ver o sol a pôr-se. A outras pessoas oferecia coragem para fazerem o que querem; a outras oferecia temperamento para poderem continuar a fazer o que querem; a outras oferecia mais emoção; a outras mais lucidez. O Natal seria um espectáculo. Todos recebiam uma caixinha mágica com estes presentes e ficariam logo mais felizes e contentes. A uma pessoa em particular gostava de oferecer garantias de que tudo se vai resolver pelo melhor, que tudo vai acabar bem, que tudo vai correr bem, que a frustração que agora se sente vai acabar e nunca mais voltar, que as dúvidas, as questões, os problemas, as chatices – todos se hão-de ir embora e ser substituídos por outros menos dolorosos (é inevitável… infelizmente). Gostava de poder garantir que nada de menos positivo há-de surgir. Mas não posso. E tenho pena de não o poder fazer. Muita mesmo. E também tenho pena que o Pai Natal não possa fazer este tipo de gracinha. Natal a sério seria assim. Mas não me apetece falar sobre isso.

8.11.06

Já venho

Meus adorados, incontáveis e fieis leitores,
É capaz de acontecer não conseguir colocar aqui nada de novo durante uns dias... Sei que vão ter que usar de toda a vossa paciência e compreensão, que vão afogar as mágoas em algo de altamente alcoólico e que vão sofrer até mais não, mas, meus senhores e senhoras, é a vida.
Eu já venho.

Deixem-se disso.

Para quem tem medo de dar aquele último passo, de esticar o pescoço, de estender a mão e tocar, de respirar fundo e sentir, de olhar para trás, de olhar para a frente, de abrir os olhos e ver, de se atirar ao ar, de cair sem tocar no chão, de caminhar sem rede, de ouvir o que não se quer, de ouvir o que se quer, de dizer o que se quer, de sentir o que se tem para sentir, de não sentir o que não é para ser sentido, de provar e não gostar, de ir e não gostar, de voltar e não gostar, de nunca ter ido e não gostar, de gostar de gostar, de gostar de não gostar, de querer, de não querer, de detestar, de ser indiferente, de fazer mal, de fazer bem, de fazer, de ser, deixem-se disso. Espremido, não vale nada. Deixem-se disso. Sejam maiores do que isso. Vão até ao fim. Nem que seja para ver onde fica. Nunca se sabe, a vista até pode ser linda.

6.11.06

E para Começar a Semana em Beleza...

Esta semana começou logo ao início mesmo: às 00:00. Como deve ser. Já passaram uma noite ao toque da frase “atão e daquela vez que…”? Que saudades tinha de noites assim. Noites em que não se faz nada a não ser dizer parvoeiras, em que não se faz nada a não ser lembrar, recordar e rir. Rir muito. Noites que servem para fortalecer amizades. Que servem para mimar os amigos e amigas com as recordações de outras noites em que todos estiveram presentes. Que servem para descobrir carecas… para repor a verdade… para moer o juízo só mais um cadito… para espetar mais uma peta… vale tudo. Ontem à noite vai contar como um “atão e daquela vez que…”. E depois cada um conta à sua maneira, mas não faz mal. Fica a história mais rica.

3.11.06

E para acabar a semana em beleza…

Como sabem, eu ando à procura de trabalho/emprego (o que surgir primeiro…). Isso, claro está, implica enviar cvs e ir a entrevistas. Muito bem. Enviar cvs. Sou boa nisso. É fácil, barato e pode dar milhões. Entrevistas? Bem, aí é que eu sou mesmo boa (pelos vistos) nisso. Tão boa, tão boa, tão boa que parece que consigo fazer esquecer o propósito de duas pessoas estarem sentadas numa sala de reuniões, a meio do dia, sem terem nada em comum e sem se conhecerem não fosse por 3 folhas de papel com meia dúzia de informações que nunca, mas nunca, poderiam começar sequer a dar uma ideia por alto e hipotética de quem é o personagem principal das mesmas. Daí a entrevista, pois claro. Já me aconteceu ter uma pessoa querer manter contacto comigo, por e-mail, como se fosse uma espécie de tpc escrever os e-mails, depois de me deixar na dúvida se me podiam aceitar ou não na empresa. Oh eu a ver o gajo. Que merda. “É tão simpática e extrovertida! É raro encontrar alguém da sua área assim!” Ou então “Sabe, passei o resto do dia a pensar em si, a lembrar-me da sua cara e das coisas que tinha dito”. Oh por amor de algum deus (ver posts anteriores). Que bom. Talvez eu retire os meus anos de experiência profissional e sei lá quantos cursos e tempo gasto a aprender coisas novas para ser melhor no que faço e passe só a meter: 1.69/70 de altura (depende se chove ou não…), calço o 38/39 (mesma razão), cabelo nem castanho nem louro (aqui já não sei porquê), olhos castanhos (sempre), peso: 58 kg (acho eu, mas não tenho a certeza – coisa tão pouco gaja, né? Não saber o peso. Ehh!). Competências: conviver com os amigos, ver filmes e passear (é lindo quando se vê uma coisa assim num cv… lindo). Outras informações: simpática, extrovertida e muito pouco parecida com mais alguém da minha área (também por isso mesmo é que estou a tentar mudar! Esta não é a minha área! Oh ca porra). Pronto. Devia chegar. O meu cv passava a ter meio parágrafo e dizia o que realmente importa. Já me disseram o seguinte (mas não em entrevista – ao menos isso): estudaste aí? Essa escola não é muito bem vista. Tenta não falares muito nisso ou então vai estudar para outro sítio. Porra! Minto em relação ao sítio onde estudei? E digo o quê?? Ahhh e tal… eu estudei num sítio assim lá prós lados dali onde se come uma bela duma bifana. Vou estudar para outro sítio?? What?? Oh pá. Eu não sei mesmo andar nisto. Não tenho mapa. Não tenho gps e não tenho paciência. O próximo parvalhão que me disser algo sobre os meus lindos olhos e sorriso leva com a cadeira em que estiver sentado nos cornos (ver posts anteriores sobre origem Ribatejana e o direito que isso confere aos puros sangue de dizer estas coisas.). Eu sou uma lady, f*da-se! Bom fim-de-semana.

2.11.06

Safa!

Eu, nos últimos meses, tenho passado por umas situações assim daqueles que, das duas uma, ou nos fazem crescer ou nos arrasam. Eu decidi pela primeira. Acho que tenho pelo menos mais uns 7 cms… Mas, mesmo assim, há sempre momentos em que duvidamos, em que questionamos, em que sentimos aquele formigueiro, aquele medo miudinho a entrar pelo estômago e a sair por tudo quanto é poro no nosso corpo. Mas é nesses momentos em que quase vacilamos que temos de confiar em nós, naquilo que somos, naquilo que fizeram de nós, continuar em frente, ignorar o que não interessa e não olhar para o lado até o momento passar. Grin and bear it, como dizem os outros. Gosto da educação que recebi e o que tenho feito com ela (também me sinto responsável, claro). O que aprendi, o que não aprendi (que às vezes vale mais do que se aprende efectivamente). Sinto-me confortável na minha pele. Ainda que às vezes possa não me sentir à altura de determinados acontecimentos, de determinadas pessoas, não penso que isso seja grave. Desde que aprendamos com essas situações… nada é grave. Há quem se aproveite da minha boa vontade, por exemplo? Também há quem se aproveite da má vontade dos outros. Há quem se aproveite da minha natural ingenuidade para se fazer valer de alguma coisa? Coitados. Só assim é que conseguem? Talvez haja quem se aproveite do facto de eu ser um pouco “desbocada”, um pouco falar primeiro e pensar depois (mas isso está a acabar, estou a tratar disso), um cadito tempestiva, um bocado transparente a mais, demasiado “simpática”, um cadito demasiado predisposta a responder na mesma moeda (para o bem e para o mal). De certeza que há quem se aproveita disso. Incluindo eu. Ou vocês pensam que as moedas não têm dois lados? Mesmo assim, mantenho a minha. Tenho pena de gente assim. Frustrada e incapaz de se meter de pé sozinha. O desespero dessa gente deve ser tão grande! Estarem constantemente à coca de algo que as permita chegar mais longe, subir mais alto. Que canseira. Talvez o mundo seja mesmo só dos espertos. Dos espertinhos. Dos espertalhões. O pior é quando o espertinho se encontra sozinho. Sem ninguém por perto para se empoleirar. Eu, de vez em quando, lá vou fazendo de escadote a este e aquele espertinho. Mesmo que não me aperceba disso. Às vezes apercebo-me e até dou uma ajudinha. Sou simpática e tal. Eu sei que sozinha safo-me. Melhor ou pior. Mas safo-me. E essas pessoas? Conseguem dizer isso? Sem antes terem de olhar à sua volta para ver às custas de quem se vão safar?

Happiness - ORSON

Do I really need a reason? Is it really such a big deal? It just seems like the right situation To say how I really feel. I love the way that you look at me. And I can't stop looking at you. And the sweetest thing that you do for me- Is all the little things that you do. And when the world don't feel like turning, And the sun just wants to hide, All the stars come out to remind me Of the universe by my side. All that happens is Happiness. Happiness- when I'm with you. We ain't got a whole lot of money... How about a five star Happy Meal? Every day with you is just like a party, There's nothing left of me for you to steal. And when the winter wind is blowin', I feel you blowin' kisses in my ear. And when you think that you're just talkin'- You know its singin' that I hear. All that happens is Happiness. Happiness- when I'm with you. www.orsonband.com

Decisions, decisions

Bem, eu hoje tenho aqui um trilema. Tenho dois posts. Não sei qual devo deixar. Um é uma espécie de desabafo... o outro é uma espécie de recado. E claro que não dá para ver qual é qual... Talvez deixe apenas este. Deixar o pessoal naquela. Curiosos. Ok, pronto. Como até estou muito bem disposta, vou deixar os dois. O desabafo e o recado. Este blog é ou não é meu?

31.10.06

Inté e Até Já

Hoje é o meu último dia de trabalho na empresa onde estou. É verdade. Vou-me embora para procurar sol mais amarelo e céu mais azul (que poético).
Não posso dizer que estou triste por me ir embora daqui. Pelo trabalho em si, estou feliz por ir. Pelas pessoas (a minha gente, os meus meninos e meninas), aí é diferente. Aí vou ter mais pena que as galinhas assassinas (passe a piada). Até me dói pensar que não vou mais estar com estas pessoas numa base diária. Que não as vou ver e ouvir. Que não vou mais aturar o nosso Pequeno Mau Génio. Que não vou mais ouvir as queixas da menina do mkt porque o pc não funciona. Que não vou stressar mais com a minha colega de departamento por causa deste e daquele cabrão que falhou no último minuto. Não vou mais ouvir as piadas (péssimas) sobre o SLB do nosso chefinho. Que não vou mais ter a companhia diária da minha amigalhaça preferida para ir beber café, fumar uns cigarros e falar mal do chefão (tenho a sorte de trabalhar com a minha amigalhaça preferida, a minha mona borrega linda). Vou ter saudades disto tudo. Menos do trabalho. Vou ter saudades de almoçar todos os dias com a minha mãe. De poder ir a casa num instante por uma coisa qualquer. Saudades de ir ao café onde conheço toda a gente. Sair do trabalho e encontrar alguém conhecido e ficar na palheta até à hora de jantar. Do trabalho… dispenso. Já deu para perceber, não é? Ninguém é insubstituível. Já acreditei mais nisto. Todos temos algo que não pode ser substituído por mais ninguém – seja a nível pessoal, seja a nível profissional. Acabamos sempre por deixar a nossa marca por onde passamos. Seja por partirmos a louça toda, seja por nunca termos riscado sequer um copo, fica sempre um cadito de nós por onde passamos e esses sítios acabam também sempre por deixar uma marca em nós (amolgadelas às vezes!). Ainda bem. Já conheci tanta gente boa. Seria uma pena não terem tido efeito nenhum sobre mim. Já conheci tanta gente má. Também seria uma pena não terem tido efeito nenhum sobre mim. Vou aguardar que tudo o que eu seja se encontre preparado para partir mais uns copos e pratos (eu sou mais do género de partir a louça…) e que quem esteja a ver até nem se importe ou goste. Mundo, I’m coming. Mas não precisas esperar por mim. Eu encontro-te. Até já.

30.10.06

Aceitam-se Sugestões

Hoje, devido a uma bem afinada constipação, não estou com pachorra para pensar em algo giro/bonito/engraçado/inteligente para deixar aqui. Por isso, e porque não tenho raça de desistir à primeira, estou, a partir de agora, a aceitar sugestões de temas. Preciso desse empurrão. E os blogs são participativos, porra. Também têm de fazer a vossa parte. Até lá, vou ficar aqui, sossiquieta (aprendi esta palavra ontem. É ou não simplesmente linda?) Venham elas!

27.10.06

Trauma

Ontem à noite disseram-me uma coisa que ainda me anda aqui às voltas na cabeça… vão já compreender, meus leitores incontáveis e assíduos, que tão bem me conhecem… (ou não…) Disseram assim: tu és menina. Mesmo menina. Tens essa cena de não queres parecer que és, mas tu és menina. É claro que não é uma citação directa, mas 96.74% está certo. Desvio padrão de 0,0098% É mais do que óbvio que quem disse deve saber alguma coisa que eu não sei. E, se sabe, como sabe? Mas, eu, afinal, não mando nada aqui? É que nem sequer disse gaja! Eu, que ando há tanto tempo a tentar ser promovida de miúda para rapariga para gaja para mulher (e nunca esposa! como diz um professor meu – ex, na realidade, mas… é daqueles que sempre o será – obrigada, professor. Acho eu…) e agora aparece-me aqui a cena da menina. Suponho que seja justo. Eu também andei para aqui a falar dos meninos… dos homens que são meninos. Dos meninos que são homens. E em como ambos podem existir ao mesmo tempo. Têm de existir ao mesmo tempo. Ok. Mas o problema não está aí. O que me apanhou desprevenida (a mim e à minha meninice)… mas completamente virada de costas a olhar para o ar, distraída e sem estar à espera, é o significado por detrás desta afirmação. Pressinto um momento tipo “confessionário”… agarrem-se. É como se me tivessem descoberto a careca. Foi a sensação que tive. Seguida de indignação, negação e depois, preocupação (necessária ou não). Como se tivessem visto algo em mim que estivesse guardado e sossegado. Quase que me senti espionada. Hmmm… Talvez eu, na minha avançada idade (!), esteja a perder qualidades. Talvez a manta esteja a encolher demasiado depressa. Ou talvez tenha sido eu que lhe cortei uns centímetros… porque me convinha, claro… Sabem uma coisa? Acho que gosto de saber que, quando estiver outra vez com aquela pessoa, ela vai ver coisas que eu não sabia poderem ser vistas. Estranha, perturbadora e nova sensação. No entanto, agradável. Muito agradável. Têm de experimentar. Depois digam qualquer coisa. Só para eu ter a certeza que a minha manta é boa.

O Galo e a sua Perna (perna do Galo, e não do caro leitor/a)

O galo referido em post anterior já se encontra bem e em casa, com perna à pirata e aspirador industrial para as penas das galinhas que entretanto foram processadas por assassínio qualificado (as galinhas, não as penas). Sei que estavam preocupados.

26.10.06

Só por causa das merdas.

Só por causa das merdas… mais uma entrada! Mais de mim! HA! Agora têm de levar comigo, quer queiram, quer não! Disse que hoje não era dia para falar de santinhos, não foi? Pois, mas isso já foi há bocado e como eu não prometi que não ia falar sobre os santinhos hoje… Atão, vamos lá a isto. Não sou crente. Lamento informar (alguém surpreendido com esta notícia? Sim? Então é porque não me ando a esforçar o suficiente…). Não acredito, nem consigo acreditar em deus, em santos, no além, no up there, no down below… nada. E não pensem que não tentei, porque eu tentei. Teimei. Quase que apostei. Mas esta seria em vão. Uma luta perdida à partida (e nessas eu não me meto… fraquinha eu sei. Mas viva.) Já me pus a pensar no porquê disto tudo, claro. Não consigo arranjar uma única boa resposta. Não acredito e pronto. É como as pessoas que acreditam. Acreditam e pronto. É assim, ou não? Sei (por experiência) que seria muito mais fácil acreditar. Que a vida me seria mais fácil, que tudo me pareceria mais calmo, mais controlado, mais belo até. Quem sabe? Já pensaram na quantidade de coisas que eu podia entregar nas mãos de deus? Bolas! Que alívio! Mas não. Nem mesmo naqueles momentos em que parece que não existe mais nada no mundo a não ser aquela filha da puta daquela dor que não passa nem morre, nem vai nem vem, que apenas existe em nós, feliz e contente por ter hospedeiro que a acolha. Nem mesmo nesses consegui dizer, “eu acredito. Agora, salva-me”. Não consegui. Não consigo. Não vou conseguir. Mas tenho pena, de certa forma. Inveja também, às vezes. Será que esta minha falta de religiosidade (reparem que não disse fé… fé tenho muita… e em muitas coisas) é uma crença, só por si? Será este o meu culto ao divino? Não reconhecê-lo? É esta a minha ligação com a divindade? Se houvesse alguma coisa out there, os descrentes como eu não seriam os primeiros a ser alvo da sua fúria/amor/compaixão/compreensão/aceitação, etc? Não nos cairia um raio na tola só para não sermos parvos? Não sei. Talvez não haja interesse nisso. Talvez isto seja mais interessante com gente como eu. Pelo menos há mais discussão. E entradas no blog… O meu divino é outro. Os meus santos são outros. As minhas santas? Lindas! Todas elas. Mas outras, novamente. As minhas preces? São para serem feitas a quem mas pode conceder. Às vezes sou eu. Outras, nem por isso. Mas não há problema. É justo. Não posso acudir a tudo e todos, nem estar em todo o lado ao mesmo tempo, sempre, pois não? Porra. Esta é que foi uma bela duma promessa que fizeram. Quem pode, pode. Quem não pode, bate palmas. É assim ou não? Bom fim-de-semana.

Promessas, promessas

Eu logo vi! Eu logo que vi que prometer algo no ciberespaço seria demasiado perigoso! Já levei na cabeça! Só se deve prometer o que se conseguir cumprir e tal… não faças promessas que não possas cumprir … Oh, pá! Mas que raio?! E quem disse que fazer uma promessa que não se tem 100% certeza de poder cumprir não nos ajuda a cumprir ainda mais? Não nos faz trabalhar mais para a cumprirmos? É como se fosse um objectivo… uma meta… Tudo para não decepcionarmos a outra pessoa porque gostamos dela (ninguém está a falar de promessas feitas a pessoas de quem não gostamos, pois não?) e sabemos que ela precisa de nós (isto sem contar com as promessas aos santinhos… mas isso é outra entrada neste blog. E ainda não chegou esse dia…). Prometer apenas o que se sabe poder cumprir. Isso não é batota? Promessas, promessas, mas não tanto, né? FRACOS! Eu já prometi (e cumpri) coisas que me fizeram trabalhar mesmo a sério. Eu já prometi (e não cumpri) outras coisas que me fizeram trabalhar ainda mais a sério. Agora, quando sei que consigo, prometo? Não. Garanto (eh carago! É muito à frente!) Vejo isto como um sinal de respeito. Se há alguém que precise ou queira algo de mim, mas queira tanto, tanto, tanto, que eu me sinta na obrigação de prometer que não vou esquecer, que vou fazer, que vou estar, que não vou fazer, que vou levar, seja o que for, como raio é que vou conseguir não cumprir? Como raio vou conseguir não trabalhar para conseguir o que é preciso? Prometer apenas “formaliza” a coisa. Dá-lhe um carácter final, sério, sinistro quase. Quem não ouviu já “Olha que prometeste! Agora esquece-te!” Valha-me qualquer coisa (mais uma vez, seria precisa outra entrada no blog só para explicar porque disse isto assim… hoje não). São essas as promessas que mais gosto de cumprir. As promessas surpresa… ahhh pois é! Para além de não falhar, ainda se manda uma chapadinha de luva branca à outra pessoa… como quem não quer a coisa… e por muito que se goste dela, temos de gostar mais de nós, né? Não costumo prometer muitas coisas a muita gente, nem poucas coisas a pouca gente. É coisa que prefiro não fazer (veja-se só o que aconteceu aqui!). É como apostar. Não aposto, teimo. É mais giro. Ou eu levo esta coisa das promessas muito a sério, ou então as promessas já não são como antigamente. Quem quer teimar comigo que não vou fazer mais promessas até o final do blog?? Alguém? Aceitam-se teimas.

25.10.06

Só uma

Já alguma vez pensaram na problemática dos galos de capoeira que têm de conviver com as galinhas suas súbditas, galinhas essas que possuem a irritante mania de ir largando as penas, causando horríveis inflamações e unhacas encravadas aos nobres galos, coitados, infecções essas que obrigam a uma intervenção cirúrgica altamente delicada para a remoção da perna pestilenta e debilitada? Não? É que o real problema não está aí. Está, isso sim, em saber como raio é que o galo se aguenta numa só perna?! Pode parecer que não, mas esta tirada é real (sim, real e, ainda por cima, parece-me que quem a disse não precisa de acompanhamento psicológico… Medo! Muito medo!) e fez-me rir até me doerem muitas coisas ao mesmo tempo. Gostei. Ok. Talvez fosse preciso estar lá mesmo… em pessoa, a ouvir, a ver... ehh! Tudo isto para quê, meus caros e caras? Para dizer aos meus queridos e incontáveis (!) leitores que está tudo bem. Eu não vos esqueci! Eu não caguei no meu blog! (relembro que o blog é meu e eu digo o que quiser!). Prometo ir arranjando mais tiradas giras (ok, talvez mais giras do que esta…) para vos ir enchendo a vista e enchendo a cabeça com perguntas do tipo: mas quem é esta gaja, pá? que fixação é esta pelo Super Homem? será que deixei o fogão ligado? o que aconteceu à porra do galo? onde está a minha carteira/caneta/cadeira/camisa? ;) Até breve. Prometo (ai!)

20.10.06

Nova Imagem

A pedido de várias famílias (e em particular de uma amiga pitosga), aqui temos o novo outramerdaqualquer. Espero que gostem e que vos facilite a leitura. A mim deu-me uma trabalheira do caraças alterar tudo. Oh, pá. Valeu a pena. Espero :)

Há dias

Há dias em que mais valia uma pessoa não sair da cama, deixar-se ficar no quentinho das mantas, na escuridão do quarto, no sossego dos sonhos. Agarrar a almofada, sorrir à manhã e dizer algo como “ Bom dia. Obrigada, mas não obrigada”, virarmo-nos para o lado, aconchegar-nos ainda mais no meio dos lençóis quentinhos, suspirar ao de leve pela sensação de conforto e paz e mandar-mos tudo o resto à merda. À merda. Mesmo. Há dias em que parece que, qual Calimeros da existência humana, tudo conspira para nos deixar naquele ponto de rebuçado (ou ebolição) em que a mínima coisa nos faz implodir ou explodir (depende do à vontade que se tiver com as pessoas à nossa volta). Há dias que parecem encomendados, concebidos, criados de propósito, inventados, magicados. Só assim se explica dias assim. Há dias li que o destino é apenas o acaso com a mania da grandeza. Eh, pá. Oh, acaso, e se tu te fosses cagar? (o blog é meu, escrevo o que quiser!) Preferia acreditar que fosse o destino a fazer das suas. Assim, pelo menos, podia ter a esperança de haver algum sentido naquilo. Do género: sim, vai-te correr mal o dia; vais ter gente a chatear; vais ter coisas a correr mal; vais andar chateada, fula e rabugenta. Mas depois vai-te acontecer algo de fantástico! Vais ficar rica (ai o euromilhões hoje outra vez!), vais arranjar aquele emprego com que sempre sonhaste, vais ficar sem celulite, com a regueifa mais pequena e as mamas maiores (transferência directa). Coisas úteis e válidas assim. (e nem pensem em pensar coisas como Mamas maiores? Atão mas ela não andou a dizer mal dessas cenas e sei lá o quê? Atão mas ela não andou para aqui a mandar vir com estas coisas? Nem pensem que vou responder a esse tipo de provocação. Sou gaja, pá. É genético: querer ter o rabo mais pequeno e as mamas maiores. É obrigatório. As nossas mães até nos ensinam isso desde pequenas: quando fores grande, vais arranjar um marido médico, rico e lindo e vais querer o rabo mais pequeno e as mamas maiores. Não temos culpa). Mas voltando ao assunto, por que raio é que eu tenho de aturar pessoas a chatearem-me os cornos (sou ribatejana, posso dizer estas coisas) sem pelo menos ter alguma compensação em troca? Há dias assim. Todos temos dias assim. Há dias que apenas se pode esperar que acabem para, no dia seguinte, começarmos de novo e esperarmos que as pessoas e as coisas ruins do dia anterior não se lembrem mais de nós. Com a minha sorte, hão-de ter memória de elefante. Se o destino é o acaso com a mania da grandeza, o azar é o quê? A sorte mal disposta? É o acaso armado em parvo? Só porque pode? Ehh. Também deve ter dias.

18.10.06

Coisas de gajo...

Joana teve a sua primeira menstruação quando estava sozinha em sua casa e não sabia o que fazer. Foi então que se lembrou de ir até à casa do seu melhor amigo, Joãozinho. Quando chega a sua casa diz: - Olá Joãozinho, a tua mamã está? - Não Joana, mas em que posso eu ajudar? - Não Joãozinho, não podes ajudar, são coisas de mulheres que nem te posso contar. - Mas, diz-me Joana, claro que posso ajudar, eu sei tudo sobre mulheres. - Não, Joãozinho, e a tua irmã está? - Não Joana, mas conta-me, já te disse que sei tudo sobre mulheres. - Não João, deixa-me! Não percebes? E a tua empregada está? - Não, Joana, mas conta-me, quantas vezes preciso de dizer que sei tudo sobre mulheres. - Bom... Joãozinho, vou-te contar... Joana levanta a saia e Joãozinho vê que ela estava toda cheia de sangue. Joãozinho, horrorizado, diz-lhe: - Mas Joana, que fizeste, ARRANCASTE OS TOMATES!!!!!!???????
Comentários para quê?

Coisas de gaja...

Bem. Não quero, de forma alguma, transformar este blog numa espécie de queixume em relação a homens e mulheres, mas aconteceu um acontecimento que tenho de partilhar convosco. Não o fiz mais cedo porque não tenho estado sequer aqui, ao meu pc, o tempo suficiente para poder colocar aqui alguma coisa. Meu querido blog! Desculpa-me! Bem, então o que se passou foi o seguinte: perdi o carro. Sim, perdi o carro. Completa e totalmente. Pela primeira vez na minha existência, perdi o carro. Fui a um centro comercial aqui perto, estacionei, fui à minha vida e quando foi preciso ir ao carro deixar umas coisas, não sabia dele. 8 minutos depois ainda não sabia dele. E agora estão vocês a pensar “So what?”… pois… É que eu não estava sozinha. Estava com um amigo meu (o que, sendo amigo, lhe confere logo o direito de gozar com a situação até se engasgar, proferindo o mais rude dos golpes sem pena alguma para com o meu pobre ego). Muito mau. Mas o pior ainda não foi isso. O pior era que aqui a Je tinha vestida a infame t-shirt do Super Homem. Pior. Muito pior. Já antes tinha estado a lançar olhares tipo 605 Forte a um empregado de balcão que, assim que entrei na loja, decidiu começar a cantarolar a canção do filme… Ta-na-na-naaa… Ta-na-na! Oh que merda. Será que não há gente crescida o suficiente para encaixar algo tão simples como uma t-shirt? Eu bem disse que era uma questão de sentido de humor… mas bolas. (Ok. Isto vindo de alguém que adquiriu a dita t-shirt… também não podia esperar muito mais, não é?) E então, lá andava eu, perdida no estacionamento… vantagens competitivas cobertas pelo símbolo do Super Homem himself, à procura do meu singelo bólide, acompanhada por um lindo e fantástico (tem dias…) espécimen do género masculino que, em abono da verdade, se esforçou ao máximo por não deixar ficar mal os homens que acham que as mulheres o mais perto que deviam chegar de conduzir é dizer ‘não pares!’ (ai, que mau gosto ordinário… desculpem-me). Lá acabei por encontrar o dito cujo. Lá deixei as coisas. Lá me fui embora novamente. Moral da história: se perderem o carro, meninas, não o façam na companhia de um homem (seja ele quem for) e muito menos envergando t-shirts de super heróis. O vosso ego agradece.

13.10.06

Os Sonhos e o Euromilhões...

Não sei se é pelo facto de cada pessoa que jogou no euromilhões (80 milhões de euros!!!) estar agora numa espécie de fase de sonho, divagação… mas todo este clima (sol em dias fresquinhos… tão bom! Mas, sem o frio, não tinha metade da piada…) deixou-me um cadito “sonhadora” também. Isso e ontem ter ido a uma das minhas lojas preferidas e ter visto que já tinham tudo montado para o Natal. Sim, o natal. Com enfeites e bonecos e velas e tudo, e tudo e tudo. Esquisito à brava… Estamos em Outubro! Bolas!! De qualquer forma, eu joguei. Claro. É o primeiro passo para se ganhar alguma coisita… Pergunta da praxe: o que é que se fazia com esse dinheiro todo? No meu caso, a primeira coisa que fazia era voltar ao passado. Voltava aos sítios a que já não vou há anos porque há sempre o binómio tempo-dinheiro a considerar (ou usar como desculpa…). Tempo=Dinheiro? Não. Sim. Nim? Ter dinheiro ajuda a libertar o tempo… ou não… Mas ai! Corria o mundo. Todo. Várias e consecutivas vezes. Levava gente comigo. Levava-os aos sítios onde passei a infância, onde cresci, para me compreenderem melhor. Levava-os aos sítios que visitava, fazia com eles as coisas que fazia em pequena. Para verem de onde eu venho. Para verem o que me fez. Partilhar isso. Partilhar-me a mim. Levar umas poucas de pessoas ao meu mundo. Àquele que só existe quando estamos a sonhar, a lembrar, que só existe dentro de nós. Se ainda não leram o comentário do p ao post de ontem, não podem deixar de o fazer. Não podem. E correndo o risco de parecer pateta… dêem um abraço em alguém hoje. Um granda beijo. Um granda apertão. Um granda sorriso. O que for. Mostrem-se. Partilhem-se. Há-de chegar o dia em que o nosso passado é maior do que o nosso futuro… e depois não há euromilhões que nos valha… Bom fim de semana.

12.10.06

Aos Meninos e ao Ping Pong

Ontem à noite aconteceu uma coisa gira. Estive com um grupo de amigos (só rapazes) meus. É um daqueles grupos de rapazes (homens, bolas. Já estamos a chegar àquela idade em que dizer “rapaz” nos faz torcer um cadito o nariz pela quase injustiça do termo) que já se conhecem há bastante tempo (não é preciso dizer mais nada, pois não?). Mas, ainda lá há aquela coisinha de menino, de rapazinho. Os risos, as piadas, os comportamentos, as ofensas que só os homens/rapazes sabem criar, dizer, ouvir e não ficar ofendidos. Acho sempre piada quando vivo situações destas (aliás, é para mim um privilégio). É que, sendo gaja (rapariga, mulher, menina – whatever!), há todo um mundo de coisas que simplesmente não posso (nem quero?) dizer/fazer/ser com outras gajas. Por exemplo: os meninos (ai!) estavam a jogar ping pong. Contentes e felizes. Riam-se. Suavam. Cansavam-se. Puros (quase…) Um deles disse qualquer coisa do género “isto só faz é bem. Chego a casa e digo logo à Maria, chega-te para lá que ‘tou cansado!”. Outro respondeu qualquer coisa como “Olha que chegares a casa cansado muitas vezes é logo desculpa para ela descobrir o perfume de outra mulher”. Todos se riram com aquele ar de compreensão, de entendimento, de experiência já vivida, como se as suas memórias os tivessem, naquele preciso momento, levado a outro tempo em que chegar a casa cansados por terem estado a “brincar com os amigos” tenha sido visto como desculpa para a existência de outra fulana (sim, as outras são sempre fulanas ou fulaninhas – nunca mulheres). Somos assim? Somos mesmo assim? Tão inseguras que não conseguimos lidar com o facto de os homens precisarem destes momentos para poderem viver todos os outros em pleno? Será que nós não precisamos destes momentos também? Digam lá se conhecem um único grupo de mulheres que se junte e que 2 minutos mais tarde não esteja a falar (fazer queixas) dos seus respectivos namorados/maridos (raramente homem, rapaz ou menino)? Desculpem-me lá o tom disto, mas as mulheres são más. Esquecemo-nos que o homem com quem estamos continua a ser um menino por dentro. Passamos tanto tempo a negar que somos meninas, a negar que temos prazeres simples (como jogar ping pong às 11 da noite ou equivalente). Para quê? Tanta pressa, pá! Tanto desespero! Para quê? Garanto que assim que tentamos moldar os nossos meninos (por quem nos apaixonamos, por quem cometemos loucuras, que amamos com cada bocadinho do nosso corpo até doer) em homens à nossa imagem - claro - segundo as nossas necessidades de quase ou falsa Mulher, é nesse momento que os perdemos para sempre. A eles e a nós. Depois, ainda temos o desplante de um dia olhar para o nosso renovado espécimen masculino e dizer “já não o conheço. Mudou tanto!”. Apesar dos apesares, independentemente de tudo quanto as Mulheres tenham, não tenham, queiram, não queiram, façam, não façam, andamos tão preocupadas em ser Mulheres, em provar aos homens que temos orgulho em ser Mulheres, em ter a porra de um par de mamas (nem vou falar no “penis envy” se não ainda alguma feminista me deita isto abaixo!), em provar que cada vez menos precisamos deles, que qualquer dia os gajos ainda se revoltam e ainda nos encostam à parede. E aí, sim, voltamos a ser as meninas de outros tempos, cheias de medo de ficarmos sozinhas, sem ninguém que nos compreenda e aceite por aquilo que somos. Gosto dos homens, dos amigos que tenho, dos amigos que vou tendo, porque sei que preciso deles para me ajudarem a ser menina, a ser gaja, a ser Mulher. Aos meninos de ontem: continuem com o ping pong, a chegar a casa cansados, suados e a más horas. E se alguém disser alguma coisa, digam que estiveram na rua a brincar com os outros meninos e que estão cansados. Mais nada.

11.10.06

Quarta de volta a Quarta

Sosseguem. Já recuperei a bela e bonita sensação de quarta-feira. Aquela sensação de já terem passado dois dias desde o fim-de-semana, faltando, no entanto, mais dois para o próximo fim-de-semana. Uma espécie de limbo. Penso que amanhã vou estar com a nítida sensação de ser quinta-feira. Ou seja, vou estar a sair do limbo e a entrar naquela fase de stress até chegarem as 18 hrs de sexta… E por falar em stress, já agora, ontem à noite convidaram-me para tomar um café, sob o pretexto de o mesmo poder “destressar”. Das duas, uma: ou eu ando mesmo stressada ao ponto de pensarem que um café me iria acalmar, ou então já não há café como antigamente. Fiquei em casa.

Quartas com Segundas

Haverá tortura pior do que acordar a uma quarta-feira e ter a sensação que é segunda? Mas que raio?! E pode já alguém dizer… ahh e tal… mas depois lembramo-nos que é quarta e ficamos logo melhor. Eh pá, não é verdade! Mas que optimismo tótó! Ter o cérebro a pensar que é segunda-feira altera-nos tudo. Tudo! Por exemplo, ontem estava um daqueles dias que adoro. Prefiro o frio ao calor, o fresco ao quente, nuvens a queimaduras do sol. É que o frio combate-se… o calor nem se suporta por vezes! De qualquer das formas, ontem foi um dia bom. Estava, ao contrário do resto do pessoal, bem disposta e feliz por estar contente. Hoje, vem a vingança. Toma! Agora vais pensar que é segunda-feira para não andares para aí a dizer que a chuva sabe bem e tal. Oh, caredo. Aposto que amanhã hei-de estar com a sensação que é sexta. Pior.

9.10.06

Segundas com o Super Homem

Hoje não é um bom dia. É segunda-feira, sim. Mas não é por isso. Quer dizer, ajuda… sim. Finalmente consegui arranjar uma t-shirt do Super Homem. Há quem não compreenda a piada, mas, como eu digo, o meu sentido de humor também não é para ser percebido por todos… Então não é que a coisa nem por isso me deu poderes super especiais? A única coisa que consegui foi comentários do género: Super Mulher. Ai que até Super Mulher (comentários esses seguidos de prolongados olhares para o meu peito com a desculpa de ser lá que estava presente o “S”). Oh que merda. Lá se foram as minhas boas intenções de mostrar algum refinamento de humor e até, quem sabe, fashion. Ter mamas dá-nos logo uma desvantagem competitiva. Seja qual for a forma como olhemos para a questão, ter mamas é mau. Se as mostramos, é porque andamos à procura de alguma coisa. Se não as mostramos, é porque temos a mania que somos boas e inteligentes e não precisamos disso para nada (e, neste aspecto, transformamo-nos logo numa ameaça para homens e mulheres. Não há nada como uma mulher que “negue” o seu aspecto físico para deixar os outros a tremer.). Talvez eu quisesse mesmo que as pessoas me olhassem para as mamas… Talvez, lá no fundo, seja isso que realmente queria. Mas, para isso, também o Super Homem passa a ter um problema, em nada ajudado pelo facto de andar de collants e cuecas à mostra. Ser Super Homem e ser Mulher não é fácil. Ser mulher com t-shirt de Super Homem é ainda pior. Há mentes que não estão preparadas. A próxima vai ser uma t-shirt do Batman ou do Homem Aranha. Quando apenas me restarem Pokemons (etc), desisto. Não há sentido de humor que aguente.

6.10.06

Oh que merda!

Antes de mais, uma breve explicação em relação à escolha do nome deste blog. Não se pretende, de forma alguma, dizer que este é apenas mais um blog de merda entre os muitos outros que existem na net … não. Isso seria também ofender quem criou este… O nome vem de uma sugestão bastante bem pensada de um amigo meu em relação à possibilidade de eu vir a escrever um livro (há aí gente que acha que eu escrevo bem… e que não tenho nada para fazer…). Solicitado o tema, respondeu “uma merda qualquer”. Dado “uma merda qualquer” já ter sido registado por uma outra mente iluminada, tive que escolher the next best thing (tanto em relação ao livro, optando pelo blog, como em relação ao nome) e pronto. Ficou Outra Merda Qualquer. Podem-se rir à vontade pela ironia desta situação, mas a mim até me parece bem. É que com um nome destes, posso dizer literalmente o que me apetecer que fico sempre em conformidade com a temática geral. Já chega de conversas de merda. Que bela forma de inaugurar o blog. Olha, meu querido e recém-nascido blog, merda para ti!