2.11.06

Safa!

Eu, nos últimos meses, tenho passado por umas situações assim daqueles que, das duas uma, ou nos fazem crescer ou nos arrasam. Eu decidi pela primeira. Acho que tenho pelo menos mais uns 7 cms… Mas, mesmo assim, há sempre momentos em que duvidamos, em que questionamos, em que sentimos aquele formigueiro, aquele medo miudinho a entrar pelo estômago e a sair por tudo quanto é poro no nosso corpo. Mas é nesses momentos em que quase vacilamos que temos de confiar em nós, naquilo que somos, naquilo que fizeram de nós, continuar em frente, ignorar o que não interessa e não olhar para o lado até o momento passar. Grin and bear it, como dizem os outros. Gosto da educação que recebi e o que tenho feito com ela (também me sinto responsável, claro). O que aprendi, o que não aprendi (que às vezes vale mais do que se aprende efectivamente). Sinto-me confortável na minha pele. Ainda que às vezes possa não me sentir à altura de determinados acontecimentos, de determinadas pessoas, não penso que isso seja grave. Desde que aprendamos com essas situações… nada é grave. Há quem se aproveite da minha boa vontade, por exemplo? Também há quem se aproveite da má vontade dos outros. Há quem se aproveite da minha natural ingenuidade para se fazer valer de alguma coisa? Coitados. Só assim é que conseguem? Talvez haja quem se aproveite do facto de eu ser um pouco “desbocada”, um pouco falar primeiro e pensar depois (mas isso está a acabar, estou a tratar disso), um cadito tempestiva, um bocado transparente a mais, demasiado “simpática”, um cadito demasiado predisposta a responder na mesma moeda (para o bem e para o mal). De certeza que há quem se aproveita disso. Incluindo eu. Ou vocês pensam que as moedas não têm dois lados? Mesmo assim, mantenho a minha. Tenho pena de gente assim. Frustrada e incapaz de se meter de pé sozinha. O desespero dessa gente deve ser tão grande! Estarem constantemente à coca de algo que as permita chegar mais longe, subir mais alto. Que canseira. Talvez o mundo seja mesmo só dos espertos. Dos espertinhos. Dos espertalhões. O pior é quando o espertinho se encontra sozinho. Sem ninguém por perto para se empoleirar. Eu, de vez em quando, lá vou fazendo de escadote a este e aquele espertinho. Mesmo que não me aperceba disso. Às vezes apercebo-me e até dou uma ajudinha. Sou simpática e tal. Eu sei que sozinha safo-me. Melhor ou pior. Mas safo-me. E essas pessoas? Conseguem dizer isso? Sem antes terem de olhar à sua volta para ver às custas de quem se vão safar?

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