29.4.12

Querida? Querida, os cornos!!

imagem: google


Não gosto dos seguintes termos, venham de quem vierem: querida, fofa, fofinha, docinho, princesa, linda, boneca e mais alguns que já me lembro (muito menos quando vêm de elementos do sexo oposto simplesmente porque não se lembram do nosso nome ou porque acham que é assim que nos derretem qualquer coisa mais que a paciência).
São nomes parvos e totós que correspondem a clichés antiquados que alguns homens ainda hoje insistem em proclamar porque acham que as gajas são uma manada de gado que responde tudo ao mesmo toque e porque são preguiçosos.
Amor ou ‘morzinho. Estes também não gosto.
Desde quando é que uma mulher nasce condicionada a sorrir ou derreter-se toda só porque sei lá quem se lembrou de a chamar de querida-fofa-lindinha porque se queria fazer sobressair no meio de meia-dúzia mentecaptos idiotas que até se riem deste tipo de idiotice pseudo-macho-man uns dos outros?
Lindinha… outro… lindas são as vacas, tal como bonitos são os touros, foda-se.
E desde quando é que os homens pensam que é este tipo de palavreado que lhes vai permitir ganhar pontos (ou seja lá o que for que pensam que vão ganhar) junto de alguma gaja mais incauta (ou surda e despercebida)? Desde quando é que gaja alvo de termo tão carinhosamente idiota como Boneca Princesa Fofinha se vai deixar ir no resto da cantiga de quem nem sequer se dá ao trabalho de inventar letra como deve ser?
Pelo amor de alguma santa já meio deslavada e cansada de tanta parvoíce, parem com essa merda, porra. Parem. Se acham necessário chamar alguma coisa a uma mulher, para além do nome com que a baptizaram à nascença (que ideia inovadora!!!), podem sempre tentar arranjar alguma coisita mais pessoal, mais intransmissível, mais revelador do que conhecem dela, mais revelador do vosso sentido de humor, do vosso próprio índice de querido-lindo-fofinho-‘morzinho. Pensem lá… quantas vezes já foram chamados de “Príncipe” por uma gaja? E se o foram, peço desde já desculpa pela ave rara que vos calhou em sorte. Se não o foram, como se sentiriam se o fossem? Ir-se-iam sentir especiais? Ou será que talvez se sentissem tipo naco de carne a quem estão a afiar o dente, sem o mais pequeno pingo de respeito pela pessoa que são, tratando-vos como se fossem iguais a qualquer um, como se estivessem ali para servir as vontades mais abéculas de gaja transtornada do cérebro?
Pronto. Esqueçam. Vocês homens talvez até gostavam que as mulheres vos tratassem mais assim. Talvez seja por isso que nos tratam assim a nós. Tudo explicado. Vocês querem que alguém vos salive para cima enquanto balbucia um “Ai fofinho-principe-quiducho, és um ‘morzinho lindo!” e vos olha com olhos de carneiro mal morto.
Já percebi.
Esqueçam este post. Esqueçam. Já cá não está quem falou. 

23.4.12

Rir-me?

imagem: google (actualizada que esta fica aqui muito melhor!)

“Um dia, olhas para trás e ris-te disto tudo!”, dizem-me (e ouço dizer a outras pessoas).
E eu lá sorrio e baixo o olhar, digo que sim com a cabeça – faço o que for necessário para permitir que aquela frase feita e dita por não se saber que mais dizer não perca o seu encanto ou o conforto que dá a quem a diz (e não a quem a ouve). Não gosto de ofender o optimismo cínico alheio.
O caralho é que me vou rir. O caralho. Desculpem se ofendo. Perdão.
Rir do quê? De andar a trabalhar à hora e pela porta do cavalo sem descontos de qualquer espécie para poder continuar a tomar banho de água quente? De andar constantemente a ser alvo de olhares preocupados por parte de quem me é próximo por saberem que as horas que são feitas simplesmente não chegam para pagar a vida que tanto tento construir? De enviar currículo atrás de currículo e ter sempre a mesma resposta: qualificações a mais? Rir de ver amigos e amigas minhas a serem despejados para o desemprego e a fazerem contas à vida deles e dos filhos? De saber que houve mais um suicídio de sei lá quem cá da terra mas que ao menos assim o seguro paga a casa à mulher e aos filhos? Rir-me do quê?
De haver um clima tenso e semi-deprimido em todos os sítios que se visitam? Em todas as pessoas que se conhecem? Rir-me de saber de mais uma pessoa que se foi embora do país, sozinha, para poder pagar a vida que deixou cá? De ver os mais novos a estudar e cheios de ideias e de ideais em relação a um país, um mundo, que já os deixou em terra e sem mapa, sem eles o perceberem? Rir-me?
Rir-me de saber que cresci numa época em que mais era melhor e que agora, os mais, são menos… são nada? Rir-me de ver casais amigos a sofrerem em conjunto as dores de cada um e a não saberem lidar com esse peso adicional, preferindo a separação de modo a potenciar a sobrevivência individual de cada um? De ver filhos a sustentar pais? De ver crianças a fazerem contas nos supermercados enquanto agarram uma lata de qualquer coisa pré-feita e não outra porque a primeira é dois cêntimos mais barata que a segunda?
Rir-me do quê, caralho?! Do quê?!
Faço parte da geração a quem cortaram as asas sem mais nem menos precisamente quando estávamos prestes a levantar voo. Quero acreditar que a minha geração, a Desasada (baptismo feito) vai chegar ao “poleiro” do poder (seja isso onde ou o que for…) e fazer história.
Vamos olhar para trás, mas não nos vamos rir de nada. Seremos a primeira geração que chega ao poder e não festeja. Em vez disso, choraremos. Por quem não sobreviveu. Por quem não conseguiu manter o que tinha e fazia. Por quem não criou os filhos como sabia que devia, fazendo-o apenas como podia. Por quem se foi embora em busca de algo melhor e nunca mais voltou. Por quem se sujeitava a condições de trabalho humilhantes, abandonando o direito à reforma e à saúde para poder ter comida na mesa durante mais uma semana.
Por quem passou a existir, deixando de ser.
Por quem se perdeu no meio deste caos e nunca se conseguiu encontrar de novo.
Estamos, a minha geração, na idade em que a nossa principal preocupação devia ser o raio do puto que bate nos outros lá na pré-escola e não quantas máquinas de roupa podemos lavar por mês para não gastar mais que vinte euros em luz. Estamos na idade em que nos sentimos defraudados com tudo o que nos foi incutido enquanto crescíamos. Estamos na idade de ver os frutos dos anos de trabalho que tivemos até agora e de ganhar forças para trabalhar ainda mais e mais e mais.
Estamos na idade em que ainda nos lembramos dos ensinamentos que crescemos a ouvir. Estudem, filhas e filhos. Estudem, alunas e alunos! Estudem, trabalhadoras e trabalhadores! Trabalhem, filhas e filhos. Trabalhem, alunas e alunos! Trabalhem, trabalhadoras e trabalhadores!! O mundo será vosso se fizerem como vos dizemos! Sigam-nos que sabemos o caminho e nunca nos perdemos! Venham! É por aqui!
Vão-se foder, Srs. Drs. Vão-se foder.
Quando vocês estiverem reformados (ou lá perto), será a minha geração a que estará no poder. Enquanto vocês sofrem dos vossos lapsos selectivos de memória e nos atiram sorrisinhos amarelos por “as coisas poderem ser piores”, estaremos nós a vasculhar os escombros que nos deixaram de herança e a tentar salvar o que há muito pouco ou nenhuma salvação tem. E choraremos. Por todos. Incluindo vocês.
Não vai haver sorrisos para ninguém. Muito menos ao olhar para o passado que fizeram nosso quando tudo o que queríamos era Futuro.
Vão-se foder.

14.4.12

Já que estamos numa de segredos…

imagem: google 


Vou-vos confessar uma coisa. Shhhhh…
Eu tenho um mau feitio do caraças e há uma coisa que ainda não me consigo impedir de fazer a tempo de não a fazer... Ora, aqui vai.
Às vezes, quando vejo gente assim muito mal engendrada e mal-amanhada do cérebro e, no essencial, totó (nos dias bons), fico sempre admiradíssima com o facto de conseguirem arranjar alguém com quem casar e ter filhos, de terem emprego bom e uma data de outras coisas que não vale a pena mencionar. Olho estas pessoas, homens ou mulheres, e, de boca aberta e de olhos arregalados de genuíno espanto, só consigo pensar na espécie de injustiça que a vida pode ser e em como a ignorância, por vezes, é mesmo o melhor remédio.
Admiro as pessoas que, porque sim, fazem exactamente o que se espera que façam na vida, cumprindo à risca com todas as actividades e tarefas que lhes cabem em sorte, e que, ainda por cima, são felizes! Nunca tiveram de perguntar nada a ninguém, apenas cumprir com o que lhes era dado para cumprir e, talvez por isso, andam por aí todas felizes por estarem contentes!
Tenho uma espécie de inveja semi-macabra em relação a pessoas assim. Fazem tudo o que é suposto fazerem, sem questionarem, acreditando piamente que a coisa é por ali, e vivem felizes e contentes como se tudo aquilo tivesse sido inventado e criado por eles.
Por norma, é deste tipo de pessoa que ouço pérolas do tipo “Pois, com esse cabelo curtinho, um carro à gajo e essa mania de seres bruta, é claro que não tens marido, nem filhos, nem trabalho! Deixa crescer o cabelo ao menos! Tu até és gira!”.
E eu, que devia ser que nem eles e acarretar com este conselho de vida e torna-lo missão de vida, vejo-me, de novo, de boca aberta e olhos arregalados, sem saber o que dizer mas na mesma cheia de inveja daquele processo mental que levou àquela lógica tão simples mas tão simples, tão simples, que, seguindo-a, todos os meus problemas seriam resolvidos.
Respondo com um “Oh, foda-se”, passo os dedos pela nuca quase rapada (pente um ou dois, depende…), pego nas chaves do meu Brutus e vou-me embora para casa remoer a minha inveja e falta de capacidade para integrar certos conceitos (de birra, pronto).
E aí têm um segredo. Fico abismadamente parva (e invejosa) com gente totó de sucesso. É mais forte que eu.
Shhhh…… 
E os vossos? Contem. Vá lá... Eu não digo a ninguém...

E se? Mas…

imagem: google 

Doem.
Os se’s fundados em laivos de verdade tão ténues que, logo de seguida, dão origem a meia-dúzia de mas histéricos inventados para minimizar o peso desses mesmos se’s quase tão verdadeiros como a própria verdade.
Criamos se’s para esconder a verdade de nós próprios ou para intensificar a mentira que lhes deu vida? Um se mente ou diz a verdade? Ou apenas divaga e questiona, simulando cenários, activando a imaginação, soprando vida para dentro de desejos reprimidos e inadmissíveis, cobrando decisões apressadas ou impensadas, colocando em causa razões de ser e motivações? Os se’s fazem sentido do que foi feito ou do que não foi feito?
Um se tenta sempre alterar uma realidade, seja ela verdade ou não. É o “suponhamos que” mais forte que existe, que mais faz sofrer, pensar, sonhar, fantasiar e, também, que mais ensina.
Os se’s são terreno seguro, especialmente quando têm por base o já acontecido, o verificável, o que sucedeu. Os se’s sossegam porque há sempre uma saída para as torrentes invasoras dos mesmos – a realidade. Essa é que é o que é. Sem se’s. Talvez e apenas mas atrás de mas atrás de mas que tão desesperadamente tentam explicar e justificar os seus recantos mais escuros ou facetas mais brilhantes, mas nada de se’s.
A realidade não é amiga da verdade. Há a amiga mentira que dá sempre uma mãozinha na sua construção. Daí os se’s lhes caírem em cima em catadupa. A verdade, ou verdades, vêm com os se’s, com os arrependimentos ou rasgos de lucidez (mesma coisa, no fundo) que os obrigam a ser moídos e remoídos até à exaustão.
Os se’s fodem tudo. Especialmente se não forem pensados, moídos e remoídos antes de se verificar uma qualquer realidade sem verdade. Fodem tudo. 

11.4.12

Secrets.

Segredos. Dos mais engraçados, aos mais bonitos. Para sorrir e ficar de lágrima ao canto do olho logo de seguida. Muito bonito. 


AQUI

10.4.12

Viagem pela minha terra.


imagem: google

Recentemente tive que fazer uma viagem de comboio ate ao “longínquo” destino de Aveiro. A primeira hora da viagem foi passada a dormir com a cabeça encostada à janela; a segunda, com a cabeça enfiada nas memórias que os sítios que ia passando me iam despertando. A partir de certa altura, à medida que as placas das localidades iam aparecendo e desaparecendo, as memórias tornaram-se tão densas que quase se atropelavam umas às outras para serem sentidas e sorridas como deve ser. As más, as que invertiam os sorrisos, acabaram por ganhar força suficiente e lá me tive de render ao seu poder, aceitante do castigo que me aplicavam, submissa e de nó na garganta por serem ainda tão fortes. Fiz a única coisa que podia fazer. Peguei no telemóvel e marquei um número que há algum tempo não marcava. Atenderam-me rindo, com boa disposição. Há mais ou menos um ano que não falávamos. Em seis anos, e ainda que tenha havido sempre contacto por este motivo ou aquele, nunca houve aproximação. Não se aproxima o que tanto se fez por afastar.
A conversa decorreu dentro das normais formalidades estabelecidas para tais coisas, com certos assuntos a serem graciosamente evitados e outros a gritarem para ser abordados. A confiança e à vontade estavam lá mas, por baixo delas, uma mágoa pronta a vir à superfície e mostrada através do uso de certas palavras, de certas observações, de certos tons. Vesti cada uma das carapuças atiradas na perfeição.
Despedimo-nos. Respirei fundo. Senti-me mal. Mal e confusa. Meio injustiçada, talvez.
Por mensagem, disse o que não consegui dizer com a própria voz. Pedi desculpa. Valia o que valia, disse eu, mas pedia desculpa. A eu de hoje pedia desculpa pela eu de há uns seis anos atras, assumindo a culpa e as consequências de tudo o que acontecera em pleno. Que me sentia em dívida, que valia o que valia. A resposta, também ela valendo o que valia, não tardou. Que havia menos frustração quando hoje se olhava para trás. Que a havia em menos quantidade tanto pelo que se perdeu como pelo que se poderia ter conseguido.
E, lendo aquilo, senti o coração partir. Ainda havia frustração e magoa. Seis anos depois. Ainda havia todo aquele sentimento para com a pessoa que era e fui e que, na altura, não tinha presença de espirito para prever que tal pudesse acontecer. Sempre assumi que no presente apenas poderia haver total esquecimento, indiferença. Mágoa e frustração, não. Tantos anos depois, não. Tive que viajar para longe para descobrir que, afinal, ainda estava muito perto do sítio que com tanto esforço tentei escapar e distanciar-me. Fugi porque me andava a perder num mundo que me tinha sido imposto e lá estava eu, mais uma vez, a ser responsabilizada por tal acto de desobediência civil por ter arruinado planos alheios.
Em nova mensagem, referi que dava muito bem para sentir que ainda não se tinha chegado a um sítio de paz em relação à situação mas que esperava que tal pudesse acontecer no futuro. Que entendia perfeitamente.
Pertence ao passado, disseram-me. Sem castigos para ninguém.
E eu, sentindo-me castigada, devolvi que assim, ao menos, esse tal passado ficava um pouco mais limpo. Pedi desculpa pelo desabafo. Despedi-me.
Aquelas palavras queimaram a frágil ponte que ainda nos unia, deixando-me sozinha numa carruagem a viajar de volta para onde tinha vindo, quase como se me expulsassem dali, daquele território onde deixara de ser bem-vinda e onde dantes era tão acarinhada. E talvez seja melhor assim com a tal ponte queimada em definitivo, sem espaço para mais visitas de cortesia de quando em vez. Vidas refeitas não devem receber visitas do passado que as obrigou a refazerem-se.
Sou, agora, um capítulo encerrado em mim própria. Naquele momento, tive que me perdoar pelo que, demasiado jovem, fiz quando não sabia que mais fazer.
Talvez o meu telefonema tenha servido para permitir que se desse a última estocada em algo há muito moribundo, para se afirmar uma espécie de “estás perdoada, pertences ao passado, não apareças por cá novamente que prefiro não pensar mais nisso sequer”.
Precisei limpar o meu nome junto dele, junto de mim. Pensei que estava a fazer o certo, o correcto, pensei que estava a ser adulta e crescida, assumindo a minha culpa, pedindo desculpa, mesmo valendo apenas o que valesse. Mas parti o coração a mim própria por ter percebido, de forma tão crua, ate que ponto parti aquele outro coração. Eu sabia que o tinha feito, apenas nunca me tinha apercebido que os efeitos pudessem durar até hoje.
Há que saber viajar. Ter cuidado com os sítios que se visitam. Cuidado com as pontes que se queimam. Cuidado com os companheiros de viagem que vamos deixando pelo caminho para se desemerdarem sozinhos em território desconhecido. Cuidado com as memórias que implantamos nos outros. Muito cuidado.
Há viagens que só se fazem uma vez. Há sítios que nunca mais se podem visitar.
Há que saber viajar. 

9.4.12

Novo visual, nova vida.


Este Tasco nunca se quis confessionário das dores e alegrias de quem o escreve. Nunca foi intencionado ser uma espécie de diário onde se anotam todas as miudezas que vão acontecendo e não acontecendo pela vida fora. Penso que quem cá vem saberá disso.
Sempre evitei, por questões cada vez mais redundantes, expor-me em demasia por aqui. Mas foi exactamente isso que fiz e tenho feito ao longo do tempo. Quem andar atento e tiver paciência para ler o blog todo fica a conhecer-Me melhor do que quem convive comigo todos os dias. Os textos do blog são um mapa bastante detalhado dos últimos cinco anos e meio da minha vida. Foram 552 posts (553 com este) e 9206 comentários de mapa. Não é nenhum campeão de audiências e duvido que algum dia seja transformado em livro (o mundo não aguentaria), mas é um testemunho de tudo quanto aconteceu na minha vida e na vida de quem por cá passou e passa. Fizeram-se amizades, contaram-se segredos, brigaram-se brigas, chorou-se e riu-se, tudo até às lágrimas. Há, por aqui, espaço para (quase) tudo. Há e vai continuar a haver. Mas, desta feita, sem se evitar o que ao longo dos anos se tornou inevitável.
Season 2.5 do Outra Merda Qualquer encontra-se oficialmente aberto. Tanto aqui, como ali.
Valha-me caredo. 

2.4.12

Sleeves.

imagem: google

I wear my heart on my sleeve.
It just sits there looking pretty, waiting for that exact, perfect and wrong moment in which to panic and leave me gagging for air.
It sits there on my sleeve, watching. Listening. Feeling. The bastard never lets up. And he speaks. He babbles. He screams at the top of his lungs, warning off dangers and welcoming smiles. He skittles and runs, jumps and hops, sings and dances, cries and yells, stops and restarts. He sits there, on my sleeve, as if he owned me and not the other way around.
He falls for lies and betrayals as easily as I fall on the couch after a long day of having to deal with him and his stupid antics. He believes what he shouldn’t and then gets all sulky and bad-tempered when my brain takes over. His incompetence is astounding. His resilience though, is admirable. He answers back to whom he shouldn’t and keeps his gob shut when he should speak. He says yes instead of no and no instead of yes. He looks at what he shouldn’t and never ignores what he should. My brain has long but given up on trying to make him see some sense, on trying to make him a little bit more down to earth but it’s of no use. He just doesn’t care.
He smiles one day and cries the next. He’s bipolar to the minute.
But he’s always there. Always waiting. Always alert. Always ready to learn from some mistake and to make due on a good deed. He loves and hates, he kicks and screams, he bites and scratches, he smiles and frowns.
He’s all beat up and bruised, full of scars that give him endless stories to tell. But he still lights up when reminiscing about the future and remembers all the good he’s done and had in the past.
He’s no quitter. He never lets up. And even though my sleeve sometimes seems just too small to carry him around, I know that it’s been him carrying me through all the good and bad of life’s adventures.
I wear my heart on my sleeve for the world to see and for him to be seen.
I keep an eye out of course, but how do you reckon with that one little thing that concentrates so much of your will power inside it?
It’s like being an addict, waiting for the next high after the lowest of lows. It’s what keeps you going. That faith and trust that you feel in your bones that one day, maybe one day, after he’s chosen right, you’ll be able to pack him up to a safer place, where he can finally rest and just live free.
Hope never fades. And neither does a heart that just won’t give up on others or on himself.
On my sleeve. That’s where he is. For now.