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Doem.
Os se’s fundados em laivos de verdade tão ténues que,
logo de seguida, dão origem a meia-dúzia de mas histéricos inventados para
minimizar o peso desses mesmos se’s quase tão verdadeiros como a própria
verdade.
Criamos se’s para esconder a verdade de nós próprios ou
para intensificar a mentira que lhes deu vida? Um se mente ou diz a verdade? Ou
apenas divaga e questiona, simulando cenários, activando a imaginação, soprando
vida para dentro de desejos reprimidos e inadmissíveis, cobrando decisões
apressadas ou impensadas, colocando em causa razões de ser e motivações? Os
se’s fazem sentido do que foi feito ou do que não foi feito?
Um se tenta sempre alterar uma realidade, seja ela
verdade ou não. É o “suponhamos que” mais forte que existe, que mais faz
sofrer, pensar, sonhar, fantasiar e, também, que mais ensina.
Os se’s são terreno seguro, especialmente quando têm por
base o já acontecido, o verificável, o que sucedeu. Os se’s sossegam porque há
sempre uma saída para as torrentes invasoras dos mesmos – a realidade. Essa é
que é o que é. Sem se’s. Talvez e apenas mas atrás de mas atrás de mas que tão
desesperadamente tentam explicar e justificar os seus recantos mais escuros ou
facetas mais brilhantes, mas nada de se’s.
A realidade não é amiga da verdade. Há a amiga mentira
que dá sempre uma mãozinha na sua construção. Daí os se’s lhes caírem em cima
em catadupa. A verdade, ou verdades, vêm com os se’s, com os arrependimentos ou
rasgos de lucidez (mesma coisa, no fundo) que os obrigam a ser moídos e
remoídos até à exaustão.
Os se’s fodem tudo. Especialmente se não forem pensados,
moídos e remoídos antes de se verificar uma qualquer realidade sem verdade.
Fodem tudo.
2 comentários:
True Story.
Não se mente neste Tasco... Pelo menos da minha parte, não!
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