31.3.09

Oh eu a ser desafiada…

Recebi este mesmo desafio por parte de duas lindas meninas… a uma respondo atrozmente atrasada; a outra, em menos de 24 horas. A uma peço desculpas (Me SORRY!!) a outra digo “Aí ‘tá!”. A todos digo que, eh, pá… esta coisa dos desafios… prontes, é giro e tal… mas… prontes… ehhh… por mim tudo bem. E então, no que consistia o desafio? Pegar no livro que se anda a ler, abrir na página 161 e transcrever a 5ª frase da página. Antes de mais, devo deixar aqui o meu protesto contra esta coisa. Devíamos poder escolher a frase à vontade!!! Mas pronto, regras são regras e vocês sabem como eu gosto de cumprir com regras… ou não, ou não. Gata 2000 (e com direito de prioridade…) Para ti, não escolho o livro que ando a ler… Não. Escolhi um dos livros de um dos meus autores preferidos: Bill Bryson. Nem todos o conhecem, mas vale bem a pena. O Sr. é um jornalista Americano que foi para Inglaterra durante uma data de anos e depois decidiu voltar para a América com esposa e filhotes devidamente inglesados. Tem um sentido de humor arrasador e uma forma de contar as suas histórias que é encantadora, brilhante mesmo. Escreve maioritariamente sobre as viagens que faz pelos continentes deste mundo (ainda que tenha muitas mais obras) e é tão incrivelmente deliciosa acompanhá-lo que tenho quase todos os livros dele. Bill Bryson – Notas Sobre um País Grande - Edições Quetzal
Livro sobre a viagem que fez pelos EUA aquando do seu regresso à terra Natal e ao choque que foi voltar ao país depois de anos e anos em Inglaterra. É preciso contextualizar… Página 161: “Comer uma costeleta de porco por semana é estatisticamente mais provável de causar cancro do que ficar sentado sistematicamente numa sala cheia de fumadores”. E a continuação (não resisto…): “Tal como consumir uma cenoura cada semana, um copo de sumo de laranja cada duas ou uma alface cada dois anos. Temos cinco vezes mais possibilidade de contrair cancro do pulmão através do periquito de estimação do que por sermos fumadores passivos. Reparem que eu sou totalmente a favor da proibição do tabaco. É algo sujo e repulsivo, pouco saudável para o fumador e deixa queimaduras feias na alcatifa. O que quero dizer é que parece um pouco estranho interditá-lo com base na saúde pública quando não parece haver problemas em deixar um louco qualquer ter a sua arma ou conduzir sem o cinto de segurança.”
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S (resposta atempada) Para ti, o que efectivamente ando a ler, ainda que a muito custo dado o meu tempo não permitir tais devaneios de alma. É um livro do autor Will Ferguson, aquele que escreveu “Felicidade” e que também tenho. Tem uma escrita muito fluida, muito rica, um sentido de humor tão subtilmente perspicaz que me dá comichões. Escreve em inglês como nós escrevemos em Português: frases longas, interligadas… cheias, a arrebentar. Muito bom. Foi deste livro que retirei a frase uma vez aqui colocada no estamine: “Para um homem com um martelo, tudo parece um prego” – ditado finlandês. Will Ferguson – A Educação de um Vigarista – Edições Asa
Página 161: “- Não posso.” O livro fala da vida de um rapazito de um santa terrinha triste no início do século XX, nos EUA, e a forma como ele trava conhecimento com um casal de vigaristas profissionais. Conta a história da vida que levam, do que fazem, dos sítios que visitam e das pessoas que burlam. Ainda que seja este o mote da coisa, com a devida dose de humor refinado pelo meio, o livro é sobre o processo de crescimento, sobre o certo e o errado, sobre o que é correcto, sobre o que é aceitável, inaceitável, moralmente questionável, sobre, como diz o autor “As pessoas gostam e querem ser enganadas. Nós estamos cá para lhes fazer esse favor. E ainda nos agradecem!”. Recomendo. É um livro sério, cheio de significados nas entrelinhas. E pronto! Às duas moçoilas, tankiu!! por se terem lembrado aqui da Je e por me terem feito regressar a estes dois mundos lindos durante um cadito. Já ‘tá.
(e não, não vou escolher mais cinco pessoas... sorry... sou do contra o que é que querem?!?!)

30.3.09

Pode não ser um bom dia, mas tem os seus momentos…

imagem: google O que eu tenho de ouvir quando me tentam fazer ficar mais bem disposta… História verídica segundo consta… Casal em casa, na cama e a equacionar a hipótese de subir ao andar de cima para pedir encarecidamente que vizinhos parassem com o cagaçal e chinfraria dado o avançar da hora. Decidem antes aproveitar o barulho para praticar actividades sexuais de forma mais libertina. Dedicam-se afincadamente à temática. No momento tão objectivado do culminar de tanta actividade friccional, vizinhos de cima aumentam o cagaçal e escolhem também esse mesmo momento para cantar os parabéns ao aniversariante. Reacção do Sr. Gajo Participante na Coisa: Foda-se, nunca me tinham cantado os parabéns por me ter vindo!! Pronto. Admito ligeiro esgar, sorriso, vá… com relato de tal acontecimento. Prontes. :)
(lá se foi o semi-erudito... desculpem)

Hoje não é um bom dia...

imagem do google, foda-se!
Quem me mandou falar em merdas que fodem a tola??? Mas quem vosso deus!?!?!?! Quem!?!?!?!?! Hoje não é um bom dia... poderia passá-lo a referir coisas que me deixam as pontas dos cabelos em ebulição mas vocês não merecem nem lista tão extensa nem demonstração do conhecimento profundo que tenho da língua portuguesa no que diz respeito a asneiras e afins. Volto quando houver menos vermelho à minha volta, quando os batimentos cardíacos voltarem ao normal ou quando receber a notícia de que por milagre, visto não ter jogado (foda-se!), ganhei o euromilhões. Até lá, barda merda shit para tudo.

27.3.09

Espaço - Coisas que me Fodem a Tola até à Ponta dos Cabelos!!!

imagem: google
Dentro do âmbito da recentíssima criação da política de “Serviço Social e Orientação de Gente Tonta” do “Departamento de Gente que Não Trabalha mas Disfarça Bem”, a Administração do Outra Merda Qualquer tem o prazer de vos apresentar um novo espaço no singelo estamine intitulado:
Coisas que me Fodem a Tola
até à Ponta dos Cabelos!!!
Venham daí as vossas quecas mal dadas da vida! Venham daí os casos que ainda hoje vos estão atravessados na garganta!! Gritem as injustiças de que são alvo! Enviem para a blogoesfera aquele desejo arrepiantemente macabro que têm para o vosso chefe!! Reclamem das pernas peludas das vossas namoradas! Queixem-se do excesso de flatulência dos vossos namorados! Falem mal da vossa Mulher! Do vosso Marido! Do emprego! Do trânsito! Do Vizinho! Da Vizinha! Do Tempo! Do Sol! Do “Sistema”!!! Do Mantorras não jogar!! Do que for!!! Reclamem!!! Exteriorizem! Desabafem! Pode não valer de nada mas pelo menos podemo-nos ir rindo!!! Nós estamos cá para vos ouvir (após pequena pausa para almoço e descanso do pessoal)!!!!! Gritem a vossa revolta!!! Let the Revolution Begin!!!! (mas devagarinho que o pessoal não ‘tá habituado, vá…) VENHA!!!!!

24.3.09

I want.

imagens: google
Because this shouldn't be so true... You can...

Otherwise...

Hmmmmmm......

23.3.09

À solta - II

imagem: google
Como é bom viver no “campo”. O ar puro… a natureza… o espaço… o sol… a terra… Como é bom! Tem as suas vantagens! Dou-vos uma. Minha querida Mummy faz criação de galinhas e outros bichos com penas numa terrinha perto de Samora. Tem lá um condomínio do caraças para as bichas. Em breve terá piscina pronta para receber casal de patos. Tudo muito bem. Os bicharocos têm de comer. Gostam de milho. Também eu, mas não da mesma forma que eles. Houve quem se oferecesse para providenciar umas sacas de maçarocas para alimentar o condomínio privado (e alvo de inveja afincada por parte dos vizinhos que acham que as galinhas da vizinha são sempre mais bem tratadas que as deles). Eu aceitei em nome de minha querida Mummy e ofereci-me para ir fazer recolha das tais sacas. Tudo muito bem. Sexta-feira passada, lá vou eu cheia de vontade de fazer recolha das sacas para entrega a quem de direito. Fui ao local, e toca de as carregar para dentro do porta-bagagens do Brutus. Eram quatro. A primeira correu bem, pesadita e tal, mas na boa. A segunda largou umas maçarocas para o chão, mas pronto, como estava meio rota… no problem. A terceira também correu bem, tendo ficado arrumadinha junto das restantes. A quarta largou um rato para dentro do porta-bagagens apinhado de sacas, e largou-me a mim num grito e num “foda-se” no meio da rua (rua essa onde vizinha incauta calmamente lavava quintal e me observava enquanto dava saltinhos e me ria e dizia asneiras e dava voltas ao carro tentando ver se o estúpido do rato saltava para fora da mesma forma que tinha saltado para dentro). Nada feito. Com boa dose de cagufa, abri as portas do carro (não queria que o bichinho se sentisse preso dentro do bólide… dei-lhe todas as oportunidades possíveis para se salvar… o parvo não quis), tirei a mala e procedi com acender de cigarro e chamada de telemóvel para Sr. Mr. Gajo/Fornecedor de Milho/Traficante de Animais. - Olá! ‘Tás bom? - Alô! Atão, conta coisas… - Olha, vais demorar muito a chegar a casa? - Não… porquê? - Oh… nada. Vim aqui buscar as sacas… - São pesadas, né? Hehahehaheha!! - E TRAZEM RATOS!! FODA-SE! NÃO SAIO DAQUI ATÉ CHEGARES! TENHO UM RATO DENTRO DO CARRO! AS PORTAS TODAS ABERTAS! JÁ ANDEI PARA AQUI AOS GRITOS! O QUE VALE É QUE EU NÃO GUINCHO! FODA-SE! AHHH E TAL TOMA LÁ SACAS COM MILHO!! FODA-SE! NÃO PEDI RATOS! - Ai trazem? Hehahehahehaheha!! Hahahahahahahahah!!! Hehahehaheha!!!! - Não saio daqui até chegares!!! - E um ratinho lá faz mal a alguém?? Hahahahahahehahehaheha!!! - Quero lá saber dessa merda! Não quero um rato no carro! Ouve lá… vais demorar??? - Não, mais dez minutos e ‘tou ai. - Até já atão. Fodaaaaaaaa-se. Oh, pá!!!! - Hehahehahehahehahehahehahehahehahehaheha!!!! Fiquei a olhar para o carro… para as sacas… de vez em quando lá me aproximava um pouco mais para ver se o bicharoco se decidia por fugir… A este ponto, devo ressalvar que eu não tenho medo de ratos. É mais uma espécie de nojo. São nojentos. São sujos. São yuk. Arrepiam-me, mas consigo tocar neles. Tem é de ser nos meus termos, não nos deles. Tem de ser por decisão minha, não por imposição deles. Cabrões. Bem, cerca de 3 minutos depois, chega Sr. Pai de Sr. Mr. Gajo. Ao ver-me plantada no passeio com o carro todo aberto e a abarrotar de sacas, perguntou-me o que estava ali a fazer. Respondi-lhe que tinha um rato dentro do carro e que estava à espera do filho dele para o tirar. Começou-se a rir (deve ser de família… fala-se em ratos e riem-se). Perguntou-me como é que eu queria tirar de lá o rato. Respondi-lhe que eu não queria tirar de lá rato nenhum, daí estar à espera do filho dele… Disse-me que não havia nada a fazer, que o bichano já se devia ter escondido algures dentro do carro e que só desmanchando o mesmo se poderia caçá-lo. Respondi-lhe que o bicho de certeza que estava ainda no porta-bagagens e que bastava tirar as sacas todas para descobrir o cabrãozinho. Riu-se novamente. Voltou a frisar a dificuldade da tarefa mas começou a mexer nas sacas. Eu afastei-me. Disse-me que os ratos são sempre os primeiros a abandonar o barco e que às vezes só são os últimos porque não têm asas… Fiquei a olhar para ele e a pensar na hipótese de os ratos teres asas… Perguntou-me se o carro tinha luz. Respondi que sim e acendi as luzes internas do bólide (a muito custo porque tive de entrar para o banco de trás para o fazer…). Dois segundos depois, lá se viu o bicho a saltar por cima das sacas, todo contente. Eu - Eu não disse que ele estava aí!! Eu disse!! Eu disse!!!! Ele - Ai o cabrão… Eu - Tenha cuidado! (não faço a mais pálida ideia porque disse isto… mas pareceu-me bem na altura…) Ele - Hahehahehah!!! Ai o cabrão… Oh-Oh! Querem lá ver… hahahehahehaheha!!! Eu – Ooooooooooohhhhhhhh paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! !!!!!! (mais saltinhos) Chega Mãe de Sr. Mr. Gajo. Ela - Atão? ‘Tás aí a fazer? Eu - Tenho um rato dentro do carro. Ela - Hahahahehahehaheha!!!! (vêem?) Eu - Oh, pá! Pai de Sr. Mr. Gajo – ‘Tá aqui… vês? É tão pequeno! Isto lá faz mal a alguém!! Eu – Pois, ‘tá bem… mas eu prefiro não andar com nenhum no carro! Mãe de Sr. Mr. Gajo – Ahhh! Veio com o milho? Hahahehahehah!!! Atão, as galinhas até agradeciam! É chicha! É a proteína!! Hahehahehaheha!!!! Eu – Ouça lá… Chega Sr. Mr. Gajo. Olhou para mim, viu o carro todo aberto… iluminado que nem uma árvore de natal. Ele - Hahehahehahehahehah!!!! Eu - Oh, pá! Ele - Hahehahehah!!! Atão, tinha ratinho??? Eu - O teu Pai já o apanhou…… Ele – E tens os faróis ligados porquê? Para veres para onde ele foge??? Hehahehahehah!!! Eu – Não, pá! Oh, pá!!! O teu Pai queria luz!!! Ligaram-se todas!!! Ele - Hahehahehaheha!!!! Hehahehahehah!!!! Enquanto isto, rato é cuidadosamente (!!!!!!) atirado para dentro de contentor do lixo… Eu passo a respirar melhor. Mãe de Sr. Mr. Gajo – Atão e já viste se há mais algum dentro das outras sacas?? Eu – O quê?!?!?! Oh, pá!!!! Oh, pá!!!! (começo com espécie de dança de saltinhos e riso nervoso enquanto olho com ar suplicante para Sr. Mr. Gajo…) Pai de Sr. Mr. Gajo – Agora só tirando as sacas todas! Eu – Oh, pá!!! Oh, pá!! Oh, pá!!! Sr. Mr. Gajo – Vá… vamos lá ver. Hehehahehahehah!!!! Afasto-me mas não sem antes ter visto mais um rato aos saltos por cima das sacas… Eu – Aaargrhgaraghagrga!!! Há mais um!!! Há mais um!!! Merda para isto!!! Foda-se! Ai desculpe… Oh, pá!!!!! Mãe, Pai e Sr. Mr. Gajo – Hahehahehahehaheha!!! Hahehahahahehahehaheha!!! Eu – Eu vou mas é ligar à minha Mãe! Ela que venha buscar as sacas e o milho e o rato e tudo! Porra! Ela que fique com o rato no carro dela!! Mas porra! Granda Brutus! É mesmo estanque! Nada sai desse porta-bagagens! Pai e Sr. Mr. Gajo (enquanto tentavam apanhar o fugidio do segundo rato) – Hehahehehahehahehahehaha!! Cabrão!!! Levanta aí!! Hahehahehaheha!!! Olha aí! Ai! Cabrão! Hahehahehaheha!!! Pego no telemóvel. Eu – Mãe! Vim buscar as sacas. O milho trás ratos. Anda cá tu buscar isto tudo que eu não quero ratos no meu carro! Ela – Hahehahehahehahehahehahehahehaheha!!! Eu – Ai a porra! Ela – Hehahehaheha!!! Mas como é que sabes que tem ratos? Eu – Porque vi o primeiro a saltar para dentro do porta-bagagens mas esse já ‘tá no lixo mas agora apareceu outro e EU NÃO O QUERO DENTRO DO MEU CARRO!!! Ela – Hahahahahahahahahah! Eu – Mãe?! Ela – Hahehahehaehaheha!!! Hihihihihihihihihih!!!! Eu – MÃE!!! Oh, pá!!! Sr. Mr. Gajo – Não é preciso ela vir. Tenho ali sacas. Mudamos tudo… Depois levam isto. Informei querida Mummy (!!!!) de tal facto. Pai de Sr. Mr. Gajo – Olha! ‘Tá aqui… pronto! Eu – Esborrachou-o! Oh, pá! Pai de Sr. Mr. Gajo – Hahehahehaheha!! Atão querias que fizesse o quê??? Estava escondido no guarda-chuva! Pronto. Já ‘tá. Mãe de Sr. Mr. Gajo – Pronto. Já podes dar o milho às galinhas sem ratos! Hehehahehaheha!!! Procedeu-se com verificação de porta-bagagens para ver se havia mais algum escondido… Não havia. Chegou-se à conclusão que seria difícil saírem do porta-bagagens. Sr. Mr. Gajo – Tens de meter aí uma ratoeira. Eu – Porquê!? Sr. Mr. Gajo – Se houver aí mais algum… Eu – Oh, pá!!! Não pode!!! Porra! E se houver e se decidir aparecer enquanto estou a conduzir!?!?! Oh, pá!! (mais saltinhos) Sr. Mr. Gajo – Mete uma ratoeira. Eu – Mas isto tem alarme!!!! Se houver, dispara o alarme!! Sr. Mr. Gajo – E quando tens uma mosca dentro do carro… também dispara? Eu – Não… mas as moscas são pequenas… o rato é maior!!! Sr. Mr. Gajo – Hahehahehahehahehahehhehaheha!!!! Eu – Ehhhh. Oh, pá!!!! (mais saltinhos que provocaram mais risos) E pronto. Mais tarde nessa noite, já com bólide de querida (!!!!) Mummy, lá se transferiram as sacas para dentro de outras sacas, atando-se as mesmas para que nada escapasse. Escusado será dizer que carro é agora alvo de auditoria minuciosa sempre que entro nele… Cada barulho fora do sítio é comentado com um “Não quero saber!!!! Não quero saber!!” É tão bom viver no campo. Entre vacas à solta e ratos voadores… é tão bom viver no campo! Fodaaaaaa-se.

20.3.09

À solta

imagem: google
Esta semana, andou uma vaca brava à solta pelas ruas de Samora. Após ver as vistas, decidiu colher duas idosas e continuar viagem. A notícia espalhou-se e pouco tempo depois, lá se formou um grupo de forcados de emergência que, com arte a aprumo, fez uma pega à bicha, levando-a de volta à herdade de onde pertencia. Só quem não é da zona é que não se ri com esta notícia. Eu ia-me desmanchando. É de lamentar que alguém se tenha aleijado no meio da coisa, mas aquelas duas idosas acabaram de ganhar todo um novo respeitinho por parte do resto do pessoal. Há algo de místico em se ter entrado em contacto com aquele tipo de bicho (mesmo que a coisa não tenha piada nenhuma). Ninguém goza, ninguém faz pouco. É assunto sério e respeitado. Segundo se sabe, as senhoras foram levadas para o hospital e encontram-se bem de saúde, sem mazelas de maior (ou que não sejam recuperáveis). Tirando a parte em que as idosas ficaram meio mal tratadas, a ideia de haver uma vaca taurina à solta nas ruas daquela vila é motivo de alegria, risota e contentamento geral. Dêem bichos bravos às gentes de Samora e tudo ganha uma aura diferente. E tudo serve de desculpa para se largar um touro… tudo (até o carnaval há uns anos…) Em primeiro lugar, as vacas bravas não são levadas muito a sério. Assistam a uma largada de vacas (vacada) em Samora e vejam porquê. Há cerca de dois anos, durante a semana Taurina, decidiram largar uma data de vacas já a altas horas para terminar uma sessão com Touros a sério. Quando as vacas entraram no Calvário (o melhor sítio do Ribatejo para se realizarem largadas), desatou-se tudo a rir. É a reacção normal. As pessoas riem-se. Eram duas, pequenas, ariscas e saltitonas. É claro que não tardou em haver quem as decidisse pegar. O senhor que faz o relato das largadas (ahhh pois é… temos relato da coisa em directo, com piadas foleiras – “E lá vem o Zequinha a fazer os 100 metros barreiras à frente do touro! Corre rapaz! Ahhh grande atleta!! Uma salva de palmas para o Zéquinha!” ou então "Oh Tó Manel, tu sais daí?! Vou dizer à tua mãe que andas aí feito parvo! Sai daí, rapaz! Ai!" - e avisos úteis ao pessoal – “Olhem aí! O Touro está na rua 1º de Janeiro… não… não Rua Estreita… não… esperem… vem aí! Olhem aí!!” - as colunas espalhadas pela vila permitem ouvir tudo quanto se passa…) lá se chateou com todos e só dizia “Larguem a vaca! Larguem as vacas, pá! Vocês, pá! Não sabem brincar! Larguem as vacas!!”. Quanto mais ele ralhava, mais nos riamos. Quanto mais irritado ficava, mais eram as pessoas (gajos) que se reuniam para, à vez, fazerem pegas às bichanas. A vacada durou 10 minutos. Decidiram recolher as canitas como castigo à população. Foi muito giro ver centenas de pessoas numa sessão de riso colectivo, batendo palmas e gritando Olés! sempre que alguém fazia uma faena às bichas… De qualquer das formas, para além das vacas não serem levadas muito a sério (a não ser que sejam grandes… aí só largam uma e a coisa muda de figura…) é mais “fácil” brincar com elas do que com o equivalente masculino. Aquela coisa de se entrar em contacto com um bicho desta estirpe é mais fácil com uma vaca…
Até já eu, há uma data de anos, numa brincadeira numa herdade lá em Samora, me atirei para cima de uma vaca depois de ter sido pegada e estar bem imóvel por baixo de sei lá quantas pessoas. Lá fui eu a correr, e pimba! Eu já peguei uma vaca! (não interessa em que condições foi executada a proeza…). Cheiram mal e têm o pelo muito áspero… Mas de resto, simpáticas. Estava eu a dizer que esta coisa de se ter uma vaca à solta é motivo de alegria e folia (se fosse um touro… não. Aí não havia grupo de forcados de emergência…) e rio-me do caso porque é coisa meio insólita que deixa o pessoal bem-disposto. Só em Samora se cria um grupo de forcados de emergência para resolverem um caso destes. Ahhh gente brava! Entre os fins-de-semana do 25 de Abril e o 1º de Maio vai haver mais uma edição da Semana Taurina de Samora (também conhecida pela Feira de Samora). Cá prá mim, a vaca à solta foi uma acção de marketing dos organizadores… Olés para vocês. Bom fim-de-semana, minha gente. Bom fim-de-semana.

16.3.09

Sumário: Revisão da Matéria

imagem: google
Este ano faço 30 anos. Não sou a primeira nem a última a fazê-los, mas isso de pouco ou nada me interessa. São os meus 30 anos, logo, os mais importantes de todos. Nunca tive trauma com a minha idade. Quando era mais nova, davam-me mais; depois passaram a dar-me menos. Qualquer dia dão-me a idade certa… Não vai ter piada ter a minha idade escarrapachada na cara, mas enfim… coisas da vida. Quando me olho e me quero ver, e dependendo dos dias, penso: Foda-se, quem diria? E sorrio. Outras vezes digo exactamente o mesmo e só me apetece chorar. O que vale é que esses momentos são cada vez mais raros. Há algo de muito bom em estarmos num sítio da nossa vida e percebermos que se não fosse pelo que passámos, não estaríamos exactamente neste, mas noutro qualquer. Se gostarmos da vista, é possível dirigir uma espécie de “obrigada” ao universo por tudo de bom e de mau que se passou para se chegar onde se está. Há caminhos que têm de ser feitos… Tenho quase 30 anos. Olho para trás e vejo a rapariga que fui, a menina que era e que ainda consigo ser, vejo a mulher em que me tornei. Vejo quem entrou e saiu da minha vida, vejo quem nunca arredou pé. Vejo as vidas pelas quais passei, sem deixar marca. Vejo outras onde sei que tenho um cantinho só para mim. Vejo sítios e locais e alturas e fases… vejo momentos e memórias tão vívidas que quase que lhes sinto o cheiro. Vejo vitórias e sucessos; vejo fracassos e falhas. Vejo mágoas e arrependimentos; vejo contentamentos e alegrias. Vejo tudo como se fosse uma espécie de puzzle onde as peças se encaixam, onde as arrestas se tocam e se unem. Vejo sítios onde ainda faltam peças. Mas agora que vão sendo cada vez menos as por encaixar, sei onde as ir buscar. Este ano, faço 30 anos. Não será, de certeza, o maior marco da minha vida, mas, por enquanto, é. Vivi a última década da minha vida com demasiada pressa. Com demasiada vontade de ter e fazer aquilo que era suposto ter e fazer. Tudo culminou num ano para esquecer em que as consequências e as repercussões dessa pressa se fizeram sentir na pele da pior forma possível (para mim). Foi um ano em que coloquei em causa decisões pensadas e actos ponderados ao ponto de quase ter entrado numa espécie de não-acção, não-decisão… Se o que tinha feito no passado estava a dar tão mau resultado, então mais valia ficar quietinha e não fazer mais nada. Era uma boa lógica na altura. Estava cansada de me olharem e não entenderem como era possível ter-me perdido tanto. Cansada de ver desilusão e desapontamento nas caras de quem eu mais amo. Cansada de me olhar e de me perguntar “Mas que raio andas tu a fazer?”. Não andava a fazer nada, e o problema era precisamente esse. Decidi fazer. Fiz. E ainda bem. Mais ninguém podia ter feito por mim… Cansei-me de entregar essa “responsabilidade” aos outros, de confiar no bom senso, na racionalidade e na sensatez dos outros. Peguei em mim, literalmente pelo colarinho e com meia dúzia de pontapés pelo meio, atirei-me aos lobos e aos tubarões, fechei os olhos antes do impacto e quando os reabri e percebi que ainda estava de pé, dei um passo em frente e nunca mais parei. Não me arrependo nada do que na altura senti ter que fazer para me meter a andar. Foi a primeira vez na minha vida que fui verdadeiramente egoísta comigo. Não me arrependo. Lamento. O ano foi mau. Péssimo. Pesadamente mau e péssimo. Mas como o universo tem as suas formas de compensar quem faz sofrer mas que se aguenta estoicamente sem perder por completo a sanidade mental, esse mesmo ano terminou de uma forma tão bela que na altura nem sabia, não percebia, o que se estava a passar. Presentearam-me com uma daquelas oportunidades que é preciso estar de olhos bem abertos para reconhecer. Eu estava. E reconheci. O dia 30 de Dezembro desembocou no dia 31, de resto como faz todos os anos. Foi durante essa passagem do penúltimo dia para o último dia do ano que tive perante mim um dos momentos mais deliciosamente bonitos de que me lembro. Agarrei-o, tomei-o para mim, fi-lo meu. O ano de 2009 teve um início auspicioso, com garantias de que nunca mais nada seria como dantes. Voltei a conquistar o respeito de quem deixara de o ter por mim. Voltei a respeitar-me. Levantei a cabeça, fiz peito ao mundo, gritei um “vai ser preciso mais do que isso para me deitar abaixo” e cá estou.
Com o dinheiro da venda do apartamento (lembram-se?) dei entrada para outro e fiz a escritura no passado dia 2 de Março.
Com o que sobrou, enchi o meu cantinho com tudo o que preciso para lá viver. Tudo a estrear. Tudo. Sem excepção. Um verdadeiro início. Fiquei lisa, lisa, lisa, mas vale a pena. Vale sempre a pena. Não me falta (quase) nada, ou pelo menos nada que não possa esperar… Com as dores e sofrimentos do passado fiz um embrulho que enterrei algures onde sei que nem eu nem ninguém alguma vez vai passar novamente. Com as coisas boas e felizes, fiz bandeirinhas e sempre que há brisa, deixo-as voar. “Eu até te dava um beijo daqueles filha da puta de bons, mas…”, disse-lhe eu na madrugada de 31 de Dezembro. Ignorou-me e beijou-me com a convicção de quem tinha a certeza absoluta do que estava a fazer e queria. “Vai para o caralho”, respondi-lhe. Riu-se tanto que o tive de beijar novamente. E nunca mais parámos. Tudo a estrear. Tudo.
Este ano faço 30 anos. E vou celebrá-los como se fosse a primeira e última pessoa a fazê-los. “Apenas desejo a tranquilidade e o descanso, que são os bens que os mais poderosos reis da terra não podem conceder a quem os não pode tomar pelas suas próprias mãos” - Descartes

12.3.09

MISSÃO: GAJOS REAIS – A RESPOSTA ESPERADA

E temos resposta por parte de Gajo Real, mas mesmo real, verdadeirinho!!!!!!!! (tirando a bigodaça, claro…)
Senhoras e Senhores, apresento-vos o Tó Dalí que decidiu abençoar este humilde tasco com a sua presença!
Um granda “Obrigada, pá!” ao Tó Dalí!!! PALMAS!!!!!!!!!!! PALMAS!!!!!!!!!!!!!!!!!

Como é, meus senhores? Mais alguém quer contribuir para esta causa??? Ou o Tó Dalí vai ficar o “Especial One”?

VENHAM!!!

11.3.09

MISSÃO: GAJOS REAIS

imagem: google
Pronto. Acho que me deu qualquer coisa de muito ruim na cabeça.
Vejam secção de comentários do post "Às Segundas, leva-se com eles" e descubram porquê.
Tenho mesmo de ir ver o que se passa aqui com a caixa dos pirolitos... ai tenho, tenho. Foda-se (isto vai em quanto? 53?? praí...).
Mas... shhhhhh... esta Missão é ultra secreta... shhhhhhhh..... shhhhhhh.....

10.3.09

Às segundas, leva-se com eles...

(mesmo que hoje seja terça…)
Pronto. Passei eu dois anos e tal a tentar dar a este blog algum tipo de carácter decente e agora vou e sucumbo a um pedido destas meninas… Por causa da Gata 2000 o fazer, a Cem teve uma ideia e agora, prontes. Estamos lixadas…
As segundas-feiras passam a ser dia de post com fotos de gajos bons… Sim, minha gente. Eu fui concordar com a coisa… Eu sucumbi. Eu não resisti. Peço-vos mil desculpas meus caros e ilustres leitores… Juro que foi sem querer. Coloquei as minhas condições, claro… mas cá estamos nós hoje a compensar a falta de ontem (imperdoável, imperdoável). Admito que ter passado uma boa meia hora à procura de fotos me alegrou… me fez sentir de bem com o mundo. De bem com tudo! No entanto, como sou gaja de ideias fixas e tenho para mim que há um e só um homem absolutamente perfeito nesta terra que o Big Bang fez, deixo-vos com alguns dos resultados de tão interessante busca… Reynaldo Gianecchini.
Sem comentários.
(É capaz de ser o único homem que me deixa verdadeiramente sem nada a comentar… Tenho um absoluto respeito pelos paizinhos desta criatura. Abençoada Queca. Foda-se. Abençoada).
Foda-se.
Sem comentários. Queria meter legendas nas fotos, mas apenas me saem foda-ses e afins… Desculpem lá este devaneio, mas foda-se, não consigo. Vou tentar, pronto. (Gata, não sei se era bem isto o que se pretendia com a iniciativa… alegrar as meninas e tal, mas digo-te uma coisa… se há coisa que me alegra a mim… oh valha-me santo foda-se, é esta.) Nota da Administração: Ainda que possa não parecer, a palavra “foda-se” só foi utilizada 5 vezes neste post. 6 se contarmos esta. 7 se acrescentarmos esta: foda-se. A Administração aprova e autoriza a inclusão do presente blog neste movimento. Foda-se se aprova (8, pronto). Siga!
...

Vá, imaginem lá sairem do duche de manhã e terem isto assim a olhar para vocês... Foda-se!
Oh, pá. Sei lá o que dizer... Olhem, Foda-se!

Nopes. Ainda não encontrei palavras. Outro homem qualquer com aquela coisa na cabeça ficava ridículo... Este? Foda-se...

Ri-te, ri-te, meu exemplo acabado de que a perfeição existe. Ri-te, ri-te que a gente gosta.

WWHHHAHHHHH!!! Também quero, foda-se. Também quero! (mesmo que não soubesse por onde começar e que me esquecesse do pouco que sei e não fizesse a mais pálida intenção de fazer outra coisa que não ficar a olhar e a agradecer a Santa Queca dada pelos Paizinhos do menino. Eu queria lágrimas, não queria? Oh se chorava. Foda-se. Sniff, sniff. Se chorava). ....

Nota da Administração: Após recontagem, temos a informar que de 8 passamos para 13 utilizações da tal palavra. 13 não pode ser. Dá azar. Foda-se. 14, pronto. Ahhh... e as fotos são do google... a Me deve-se ter esquecido... Foda-se. 15. E chega.

9.3.09

Concorrente nº 4 – Inconformado – 1º Grande Concurso da Choradeira do Outra Merda Qualquer

O Inconformado concorre com o seguinte texto… Não é preciso dizer mais nada. Agradeço-te. Reza assim… ------- imagem: google
O dia em que deixamos de chorar
Já chorei por mil e uma coisas. Uma vez entalei o dedo e chorei. Outra quando os meus pais regressaram à Alemanha para trabalhar no final das suas férias de verão e me deixaram em Portugal, entregue ao cuidado dos meus avós. Estudar na escola portuguesa era uma daquelas prioridades que os meus pais tinham planeado para mim desde que nasci. Mas se existe um momento de choro sentido que consigo recordar vivamente ainda hoje é um que se passou num determinado dia da minha infância. Não deveria ter mais de oito ou nove anos e a minha avó costumava ir à feira de Alhandra, aquela que se realizava debaixo da ponte da A1. Eu, pequeno, ficava maravilhado com todas as cores, formas e texturas das bancas de venda e entretinha-me a observar tudo em detalhe enquanto a minha avó fazia as compras necessárias. Foi num desses momentos de observação que vi algo que me comoveu e encheu os olhos de lágrimas. Tinha avistado um velho pedinte, barba grisalha e mal tratada, roupagem suja e envelhecida como se esta tivesse nascido com ele e o acompanhasse desde sempre. O mendigo já tinha percorrido várias bancas de venda de verduras a pedir, e eu observava o seu percurso sem compreender na totalidade o que significava a real miséria deste homem. A dada altura uma das muitas vendedoras de produtos hortícolas, com um coração um pouco maior que o dos restantes companheiros de feira, abriu um saco de papel e colocou lá dentro alguns tomates e mais umas quantas verduras. A minha avó continuava distraída com as suas compras e eu, quase encostado a ela, continuava a observar o mendigo. Este gesticulou e balbuciou algo para a senhora que entretanto lhe tinha passado o saco de papel para as mãos. Não ouvi o que disse mas talvez tenha sido um tão conhecido “Muito obrigado e Deus lhe pague!”. Segui-o com o olhar enquanto este se afastava com alguma dificuldade de locomoção. A dada altura desequilibrou-se, talvez devido à idade avançada e alguma maleita que lhe afectava as articulações, deixando cair no chão o saco de papel que momentos antes lhe tinha sido depositado nas mãos. Este tinha-se rompido com o impacto, espalhando os vegetais pelo chão de terra batida meio enlameada. Vi-o a dobrar-se com dificuldade para tentar apanhar os vegetais sujos e amachucados do chão. Aquela imagem atingiu-me como um raio. Um nó formou-se na minha garganta e eu comecei a soluçar. As lágrimas começaram a correr-me rosto abaixo. A minha avó, interrompendo o que estava a fazer, olhou para mim e sem compreender disse-me algo ao qual não tomei atenção. Simplesmente chorava. A angústia de sentir a solidão e a miséria daquele mendigo tinha-se apoderado de mim. Como era possível alguém ter tão pouca sorte na vida? Quando dei por mim estava a ser arrastado para a paragem do autocarro, pois a sessão de compras tinha terminado, e o resto do dia foi passado a pensar no que teria sucedido ao mendigo e aos seus parcos alimentos. Confesso que depois deste dia já voltei a chorar pelos mais diversos motivos, como qualquer pessoa que vive uma vida cheia de encontros e desencontros. Mas à medida que vou avançando na idade, começo a acreditar cada vez mais que todos nós temos um dia em que deixamos de chorar de forma não egoísta, em que nos entregamos ao sentimento de forma altruísta e sincera sem ser por mera pena de nós próprios. Talvez aquele dia tenha sido o dia em que realmente deixei de chorar. PS: a história, apesar da adaptação literária, é real e recordo-a sempre que preciso de me reencontrar comigo próprio.
Nota da Administração: ............................

6.3.09

Contributo nº 3 – CT - 1º Grande Concurso da Choradeira do Outra Merda Qualquer

Também não está a concurso… mas, merece estar aqui na mesma… refinadíssima esta obra. Obrigada, CT. Tankiu!! Custou mas foi! ------- imagem: google
Um homem, casado com uma mulher boa comó milho, andava em polvorosa, porque a mulher tinha um rico cu e ele queria comê-la aí mesmo, na verdade, o que ele queria era enrabá-la, usemos as palavras que alguém inventou para nós.
Aquilo estava a ser uma obsessão, o homem casado com a mulher do cu bom não pensava noutra coisa, no trabalho, fora ele, acordado, a dormir... Enfim, andasse por onde andasse, a cabeça dele não pensava noutra coisa. E é evidente que o homem não estava à vontade para "levar" a mulher ao castigo, digamos assim, tinha vergonha, coisas que nos ensinam na escola, na catequese e por aí fora...
Um dia, passeando pela baixa lisboeta e sempre com esse tema no pensamento, viu na montra de uma loja de mariquices, um Busto de Napoleão!
Fez-se luz!
Entrou na loja e comprou o busto, de repente as horas nunca mais passavam, que raio, ainda falta tanto para a noite. Mas a noite chegou, como é bom de ver e ele, quando a boazona da mulher foi para a casa de banho tratar dos seus preparos de "antes de ir dormir", pôs o busto debaixo da almofada dela.
Ela veio, perfumada, mais apetitosa que nunca, e deitou-se.
"Ai, que é isto?!", diz ela assarapantada.
"Isso, o quê, amor?", pergunta ele a fazer de conta.
"Ah! Mas isto é um busto de Napoleão...", espanta-se ela, naturalmente...
"Qual busto de Napoleão, qual caralho! O que tu queres é que eu te vá ao cu!", diz ele eufórico e se melhor o disse, melhor o fez!
Nota da Administração: Loooooolol!!!

Contributo nº 2 – Gata 2000 - 1º Grande Concurso da Choradeira do Outra Merda Qualquer

Ok, não está a concurso, mas faz rir. E a Gata 2000 deu-se ao trabalho de enviar, por isso!! Aqui está! Obrigada, Gata!!! TANKIU! -------
Nota da Administração: A Administração não se vai prenunciar.

Concorrente nº 3 – Finúrias - 1º Grande Concurso da Choradeira do Outra Merda Qualquer

Mais uma fantástica entrada para o dito cujo do Concurso! Isto hoje é tudo a eito! Finúrias, Tankiu carago! Rezou o rapazola assim… -------
imagem: google
Bologueiro Vasco entrevista Valentim Loureiro Nota do Editor: Pedimos desde já desculpa a SPA por algum direito que violemos, mas como diria o Baptista Bastos esses fulanos são uns fascisóides e provavelmente no 25 de Abril estariam na rádio a ver se os tipos tinham pago os direitos de autor da Grândola Vila Morena! Directamente dos calabouços da PJ, Bologueiro Vasco entrevista Valentim Loureiro BV: Estava eu um dia no Clube da Liga e então o saudoso Gabriel Alves, que foi quanto a mim, e há que dizer isto com frontalidade, o maior lenhador da língua portuguesa em termos futebolísticos; lá vinha ele, com o seu caderninho pautado debaixo do braço, o Gabriel naquela sua maneira de ser, gingão a fazer lembrar... o Eusébio, mais velho mas meu amigo, bom e quanto a isso, há que dizer com frontalidade, um dos símbolos emblemáticos do Futebol Português, e retorquiu assim: "O retarquismo sublima o Homem e fá-lo atingir o auge na sua proporção". Bem… claro que não acreditei naquilo que estava a ouvir , para mais á primeira vez e sem se enganar, e retorqui: “Ó Eusébio já te voltaram a meter merdas na cabeça”. Serve isto, para apresentar o meu convidado de hoje, que fez tudo na vida e ao mesmo tempo, não fez nada. Já perceberam que vou conversar com o Valentim Loureiro, esse grande empresário de electrodomésticos, e que mais tarde se ligou ao mundo do Futebol, depois de perder o título de Major. Ó Valentim, tu foste um grande combatente anti-fascista, e isso é ponto assente, mas foste também um bocado fascista, ou näo?
VL: Bem eu de facto... o que se passou é que...
BV: Espera aí, eras Major de quê ?
VL: Major de quê !!! então, eu…
BV: Pois…não sabes, olha lá, perdeste o título de Major porque andavas metido com a filha e a mãe, do General, ou não ?
VL: Ó Bologueiro Vasco…tu vê lá o que …
BV: Desculpa lá, antes de me responderes, eu gostava de te contar aqui uma história curiosa que se passou em Angola no clube “Amigos da Terra” de onde saíram grandes futebolistas como o Eusébio, grande amigo meu, o Romão, mais velho, bom e o genial Coluna, era genial, há que dizer isto com frontalidade. Certo dia, entrou o Coluna com o Eusébio debaixo do braço e dá de caras com um estagiário que lhe diz: "Estão boas?". Eu achei que era importante contar isto. Mas, Valentim, estamos aqui para falar de ti, olha diz-me uma coisa, onde é que estavas no 25 de Abril?
VL: Por acaso é curioso referires isso...
BV: Não estavas é o que é…e no 11 de Março?
VL: Bom, no 11 de Março, tem graça, eu...
BV: Nessa altura já eras bissexual?
VL: Perdão ó Bologueiro Vasco...
BV: Digo bissexual na medida em que estavas envolvido com o Pinto da Costa e com a mãe dele, e ao mesmo tempo a fazer olhinhos ao Sousa Cintra. Eras o que a gente chama uma prostituta futebolística. Eras, de resto, conhecido como a maior puta do mundo do Futebol, há que dizer isto com frontalidade, não é?
VL: Desculpa lá ó BV, mas eu näo estou a gostar, enfim...
BV: Olha lá, ó minha porca trenga... onde é que estavas no dia 36 de Setembro, da parte da manhã?
VL: Bom, no dia 36 de Setembro, da parte da manhä...ó minha porca trenga?!
BV: Porca no sentido de porca futebolística, da ausência de valores, da corrupção. Tu sempre te apresentaste nesse sentido, aliás tu como homem da bola assumes essa tua faceta de molúsculo paneleiróide, pestilento, que ao fim ao cabo eu acho que és uma besta, não é? Há que dizer isto com frontalidade, és uma besta e digo-te isto com o respeito que me mereces.
VL: Desculpa lá ó Bologueiro Vasco, mas eu näo posso permitir que tu continues a aviltar a minha pessoa dessa maneira, olha que caralho! Mas enfim... eu vou-me mas é embora, porque isto é sempre a mesma coisa contigo, chiça!... foda-se!... caralho!... Para que é que me convidaste para aqui?!
BV: Ó Valentim, vai-te foder, pá!... vai levar dentro da peida!... vai fazer broches a cavalos, cabräo!...que sejas enrabado nessa tua nova casa , já agora cumprimentos ao Vale e Azevedo e ao BiBi esse outro grande paneleiróide da nossa praça, que em breve será nosso entrevistado. Bom, estavamos aqui a noite toda na conversa, há que dizer isto com frontalidade, mas temos que terminar. P'rá semana, aqui estarei para mais um Bológolos Secretos. Bom, mas antes, queria contar-vos uma história que se passou comigo em Paris, em 71, estava eu com o PAPA, outro grande suspeito anti-fascista, chefe do Vaticano, às tantas, entra o Cristo com uma ovelha debaixo do braço...hum?!... ah! já não tenho tempo para contar... bem mas esta história de não ter tempo faz-me lembrar outra história que é a história... hä?!... olha, isto de vocês me estarem a levar faz-me lembrar ainda outra história, que era que eu estava justamente em…
By: Bologueiro (Finurias) Vasco

Nota da Administração: Oh valha-me santíssimo caredo!

Concorrente nº 2 – Lizard King - 1º Grande Concurso da Choradeira do Outra Merda Qualquer

E eis que temos a Concorrente Nº 2!!!
À Lizard King, o meu enorme TANKIU pelo esforço e envio da coisa (sim, porque podia ter escrito e não enviado… mas não, escreveu E enviou!!!! Vêem como não é difícil???). Rezou esta moçoila assim… --------

imagem: google

Testemunho da Ana O meu nome é Ana e tenho hoje 43 anos de idade. Tenho um marido que amo e duas filhas lindas que justificam a minha existência. Trabalho muito para que não falte nada em casa e talvez por isso tenha abdicado um pouco da minha vida pessoal. Mas hoje, hoje lamentei o facto de me ter afastado dos amigos da minha adolescência, daqueles que fizeram de mim a pessoa que sou hoje, daqueles que partilharam comigo as aventuras e as angústias da idade em que nos formamos enquanto pessoas. Estava a arrumar o meu porta-moedas, sempre cheio de papéis e papelinhos, recados, recibos, documentos, cartões, vales de desconto, calendários e mais uma papelada inútil que vamos armazenando todos os dias. No meio de tudo aquilo, encontro uma folha A5 bem dobradinha em 4 que guardo desde os meus tempos de Liceu. Foi na aula de português que a professora nos pediu um dia que colocássemos umas folhas em branco nas costas e que escrevêssemos nas folhas dos nossos colegas as coisas bonitas que pensávamos acerca deles mas que nunca lhe tínhamos dito. No fim, lemos em voz alta aquilo que estava registado na nossa folha pessoal e lembro-me de como todos nos sentimos tão bem ao percebermos que éramos de facto pessoas muito queridas pelos nossos colegas. A professora convidou-nos a guardar aquela folha e a trazê-la sempre connosco e foi o que fiz. Toda a vida nunca deixei que este papel deixasse de me acompanhar, mas raramente, muito raramente, volto a pegar nele e a lê-lo. Sempre que arrumo a carteira volto a reparar que ele está lá. Basta-me abri-lo a meio para saber o que é e volto a dobrá-lo e a deixá-lo no mesmo lugar. Mas hoje resolvi abri-lo por completo e ler o que dizia e tive tantas saudades… saudades daquele tempo em que tudo era vivido a sério, em que estávamos sempre ou muito tristes ou muito felizes, em que não havia cinzentos, daquele tempo em que tudo se partilhava com os amigos: o meu primeiro beijo, uma discussão lá em casa, as saídas à noite, sonhos, projectos, desejos… Que saudades! E que bom é voltar a ler as coisas maravilhosas que aquela gente tinha para me dizer, os Obrigados por todos os dias mudarmos a vida uns dos outros para melhor, os elogios, as declarações de amizade, todos aqueles “Gosto muito de ti!” de que hoje sinto tanta falta. No meio de todos aqueles pequenos recados, houve um que me emocionou particularmente. Chamava-se Pedro e éramos realmente amigos. Tive tantas saudades que ganhei coragem, telefonei à minha mãe e perguntei-lhe se ela sabia alguma coisa do filho da Graça que morava lá na rua e que tinha sido meu colega de escola… e foi quando soube que já não ia a tempo de lhe dizer Obrigada pelo amigo excepcional que tinha sido, a tempo de lhe retribuir aquele “Gosto muito de ti!”.

Nota da Administração: Excelente aprendizagem para todos...

5.3.09

Concorrente nº 1 - Cem - 1º Grande Concurso da Choradeira do Outra Merda Qualquer

imagem: google
A querida, linda, fantástica e completamente tonta da Cem enviou-me uma coisa boa.
Está a concurso (vá lá atão… há que reconhecer o esforço de quem acabou por enviar alguma coisa para o 1º Grande Concurso da Choradeira). Mais textos serão publicados oportunamente (Lizard King… you’re next…). Votos de acordo com as regras no espaço dos comentários… Tankiu!!!! E então rezou a moçoila assim… .......... Pois então aqui vai o meu momento da desgraça pois é a altura em que assumo que sou uma gaja para o, digamos que esquisita, ou isso ou mesmo mázinha. Estávamos na década final dos 80’s, naquela época em que a malta estudante se reunia encostada a uma qualquer parede de um pavilhão da escola de cor desbotada ao invés de ir até à sala de convívio, ou atrás dos pavilhões trocar uns fluidos que na altura eram apenas salivares. Devo avisar que já entráramos naquela faixa etária em que os gajos se tinham cansado de levar anos a correr atrás da bola e tinham trocado tal companhia pela feminina (naquela altura ainda havia a área A e havíamos escolhido saúde ao invés de desporto, sim porque o pessoal naquela altura estudava por desporto só que ainda não sabia) Ah, também era aquela época em que os gajos bons eram chamados de “pão” e as gajas boas dizia-se que eram “galadas” pelos olhares e eu até tinha uns quantos na turma (para além de olhares a galar). Um deles era (e é) meu amigo (com A) e longas horas passamos juntos nos intervalos ou quando um ou outro stôr resolvia baldar-se às aulas (já não se fazem professores como antigamente). Esse menino era bom como o milho, com um sentido de humor viciante, algo tímido. Ciente do que queria e sabia o que não queria e um dos comportamentos que ele abominava era que as pitas (ainda que da mesma idade física que nós mas de mentalidade bem infantil) andassem atrás dele a tentar sacar-lhe uns beijos ou algo que envolvesse trocas de intimidade forçada. E a esta altura já vocês se perguntam; Foda-se onde é que isto vai fazer o pessoal rir? Nessa altura eu e o M. (o tal pão) tínhamos uma cumplicidade tal que comunicávamos pelos olhares. Um deles aconteceu quando uma das tais pitinhas ranhosas (engraçada mas muito verdinha e da qual ele já se havia queixado da melguice) resolveu juntar-se a nós (eu no meio dos gajos a resolver duvidas de fecundação, ciclos de fertilidade e outras coisas mais de todo o interesse para aquela fase da vida) quando e ao ver aqueles olhos do gajedo pedintes “quando é que esta pitinha se pisga?” lá resolvi eu, e o meu feitiozinho, livrarmo-nos daquele incómodo “penetrante”. Para me livrar da melga resolvi contar uma anedota. E lá vai bomba: “Alguém conhece a anedota das duas rolhas?” – perguntei eu (lembrando-me perfeitamente que o pessoal da turma já a sabia) De repente aqueles olhos todos abriram-se, esbugalharam-se quando a pita resolveu responder “Eu não. Conta!” Eram olhares em género de “Não faças isso Cem!” e o do M. mais esbugalhado do que atingido por um raio ofuscante parecia dizer “Não! Tu és mesmo passada! Vais mesmo fazer isso Cem?” Olhares incrédulos, denunciantes de que iriam começar a registar aquilo em versão VHS para a posteridade (naquela altura só havia vídeo) “Ah não, a pergunta é para eles” – Tentei eu fazê-la ver que se estava a meter na boca do lobo “Conta!” – Pedia-me ela “Vocês ouviram o pedido, eu bem tentei…” – dizia eu sempre com os olhares esbugalhados na minha direcção. – “Não conheces?” – Perguntei (nessa altura já a respiração do pessoal estava suspensa) – “Bem se não conheces então põe uma no cu!” – agora de olhares esbugalhados passei a ver e a ouvir, um frenético riso disfarçado num qualquer catarro (de pessoal não fumador) preso na garganta – “Eh pá mas não ficaste chateada pois não?” – Perguntei tentando um pouco de clemência - “Não”- Disse ela engolindo a vontade de me mandar foder já em jeito de meia volta, e numa troca de olhar com o M. (já com o pessoal todo em explosão de risos), dei a estocada final - “Então, se não ficaste chateada, mete a outra!” Nota da Administração: Oh valha-me santo caredo :)

3.3.09

Olhos Abertos

imagem: google
Quando é que se deixa de amar alguém? Quando é que se começa a amar alguém? Quando é que nasce aquele sentimento que cada um, à sua maneira, saberá chamar de “amor”? Quando é que morre? Quando é que deixa de ser verdade usarmos essa palavra para descrever o que se sente? O que é que faz amar? O que é que faz deixar de amar? Porque é que se ama, ou não se ama? Não há o amo-te um bocadinho, mas há o amo-te muito. Sentir que se é o mundo de alguém e ter a sorte de esse alguém ser o nosso é algo que o universo não guarda para todos. Parece ter que haver uma conjugação de planetas e estrelas para que ambos, ao mesmo tempo, olhem, percebam, entendam e vivam o que é suposto viver… em conjunto. Quase que parece que o Amor é algo que existe por si, quase como se fosse uma entidade independente que anda por aí a colar-se às pessoas, a turvar-lhes a vista, a tocar-lhes os corações, a orientar-lhes os passos, indicando-lhes caminhos. O Amor, vejo-o como uma bolha que passeia no espaço que nos rodeia e que também pode, por distracção, por má vontade, por mau feitio, limpar o seu próprio efeito, deixando os olhos limpos e os corações parados. Retira-se mais ou menos eloquentemente das vidas dos seres anteriormente escolhidos e parte para outra. Adeus, até à próxima, até ao meu regresso que agora não me apetece. Fica a marca. Fica o espaço onde dantes estavam os bibelôs tão carinhosamente alinhados e coordenados para mostrar ao mundo que o Amor mora ali. Quase que parece que a sombra que dantes deixavam na parede ainda existe. Manchas que enganam os olhos. Manchas difíceis de limpar, de lavar, de apagar. Outras vezes, a bolha é enxotada tipo mosquito que zumbe nos ouvidos quando se está a tentar adormecer. Acendem-se as luzes, assume-se posição de atenção redobrada e persegue-se o bicho até se conseguir esborrachá-lo com a maior força possível contra a parede, deixando uma mancha que testemunha a vitória contra o intruso. Mais uma mancha difícil de limpar, de lavar. Quem dormia descansadamente que limpe. Quem não ouviu o mosquito que lave. Que faça desaparecer a evidência da luta, a prova do crime. O Amor, quase que parece ser uma entidade independente. Às vezes, reparte-se e vai-se atirando contra os incautos aos poucos, tipo jogo de paintball que no fim deixa os alvos completamente cobertos de tinta colorida. Impossível negar os ataques. As manchas, as marcas, estão lá. Mas essas não se lavam. Guardam-se. Olham-se e sorri-se. Recorda-se como de início tudo começou por uma pequena manchinha que depois foi ganhando tamanho até deixar de o ser, transformando-se em pintura. Ao longo do Tempo, pode precisar de retoques, mas o que está pintado, pintado está. O Tempo pode envelhecer, mas a vontade pode fazer renascer, fortalecer, amparar, cuidar. Tempo, o bem mais precioso que temos e o que pior tratamos. É limitado, tem fim. Não se produz. Não se cria. Amar é querer dar o nosso Tempo, de livre vontade, a alguém. É dizer que de entre todo o Tempo que é preciso reservar para se sobreviver neste mundo, tudo quanto sobrar vai ser dedicado única e exclusivamente à causa que é amar e ser amado por alguém. É saber que só nos restam quarenta anos de vida e querer vivê-los junto daquela pessoa. Mais nenhuma. É dizer que se estará presente, que se estará lá para ver e testemunhar a vida dessa pessoa, que nada do que acontecerá ficará por registar. Que haverá quem veja, quem partilhe, quem sinta, quem se lembre, quem se preocupe. Amar é querermos que aquela pessoa seja a nossa testemunha de vida. Que seja aquela pessoa, e mais nenhuma, a saber das histórias, a vivê-las, a recordar, vinte anos depois, aquela vez em que… Que seja aquela a primeira pessoa a saber das alegrias, das tristezas. Que seja aquela pessoa a quem se confidenciam os medos, os pecados, os segredos de alma. Amar é saber que por muito mau que se possa ter sido, aquela pessoa apenas nos vai fazer querer e ser o melhor que podemos e conseguimos ser. Amar é ver o melhor e o pior de alguém e mesmo assim querer continuar a olhar, a ver, a testemunhar. Mas o Amor, num qualquer dia, sem aviso, pode decidir que não haverá mais testemunhos entre essas duas pessoas. Que esse Tempo acabou. Que restarão apenas as memórias ou por apagar, ou para agarrar para se poder continuar a respirar minimamente bem. Decide o Amor que daí em diante terá de haver um Tempo não testemunhado em que a dor de se ter ficado apagado dos registos da vida é tão grande que viver em si torna-se um acto de soberba coragem, de luta, de batalha, de guerra interior contra tudo aquilo que diz que o Tempo tudo cura. Tempo. Arranca-nos os momentos partilhados e vividos para se sorrir e fazer sorrir para os substituir por longas agonias em que se tentam esquecer sorrisos, risos, lágrimas, tudo. O Tempo cura, mas tem de doer primeiro. A bolha que é o Amor que passeia no espaço que nos rodeia sabe disto. Afasta-se. Dá tempo ao Tempo. Resguarda-se e espera que chegue o momento certo para voltar a dar testemunho a uma vida. O Amor quase que parece um ser independente. Com vontade própria. Com quereres. Com poderes mágicos para encher as almas de uma beleza tão incalculável que faz perder a respiração, que faz suar as mãos, que faz fechar os olhos perante a noção de não se ser digno de tamanha dádiva. Com poderes mágicos para os reabrir e mostrar que aquilo que se via não era mais nada se não uma parede imaculadamente branca onde apenas dançavam as cores e formas que queríamos ver. Que precisávamos de ver. O Amor é o copo meio cheio e simultaneamente meio vazio que tanto pode matar a sede como agravá-la. O Amor é aquele espaço de cinco minutos entre o chegar a horas e o chegar atrasado. O Amor é aquela batalha lutada por princípio, é aquela luta travada por convicção. É aquela guerra para a qual se pode ser arrastado sem armas, sem poder de retaliação. O Amor funciona como uma bolha que nos abalroa ou que nos vai atingindo aos poucos, que pode aparecer tão rapidamente quanto desaparece, que vai deixando manchas teimosas onde dantes estavam pinturas lindas ou que cobre as sombras de luz, apagando-as de vez das paredes entre as quais decide morar. Quase que parece que o Amor é um ser independente que passeia entre nós, tocando-nos ou não de acordo com a sua disposição. Uma bolha que se molda e nos engole ou que nos empurra e afasta. O Amor, esse ser mal amado e só, passeia por entre nós deixando as suas marcas, esticando os braços e angariando testemunhas para a sua vida, reunindo provas em como de facto existe, em como sobrevive ao Tempo. Ele vive e morre, morre e vive. Nós estamos cá para ver. Olhos abertos, minha gente. Ninguém sabe quando se começa a amar, nem quando se pára. Olhos abertos.

2.3.09

CANCELLED

imagem: google
Venho por este meio anunciar o Cancelamento, encerramento, apagamento, whatevermento do 1º Grande Concurso da Choradeira do Outra Merda Qualquer visto apenas terem havido lágrimas aqui da Je, graciosamente provocadas pelo vosso desplante em nem sequer me terem ligado alguma (salvo duas excepções – PKB e CybeRider – sendo que apenas uma foi publicada e essa nem está a concurso e a outra foi “recusada” com base em achar que a PKB consegue muito melhor…). Por isso, e para que se sintam ainda pior, fiquem-se com o post que eu tinha criado para dar o pontapé de saída à coisa (ver posts mais abaixo…) mas que retirei após convocatória para rambóia. Repito afincada e veemente: NÃO PRESTAM PARA NADA. Tenho dito. A programação voltará ao “normal” quando me apetecer e me tiver passado a birra.
Fiquem-se com a história então. Não merecem!!!
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História verídica… Juro.
Há cerca de 15 anos atrás, tive o prazer de passar umas semanas de férias com a minha Querida Madrinha e respectiva família (muitas mais passei e passo desde então, mas aquelas foram especiais). Ela, sentindo o peso da responsabilidade de cuidar de mim e da minha irmã (da mesma idade que a filhota dela e ambas mais novas que eu), atribuía um rigor e “sargentismo” a tudo quanto era feito naquela casa. Nós, jovens e pouco afoitas a essas coisas, levávamos sempre a melhor e ainda nos divertíamos mais com a coisa. Um belo dia, estando a trupe a arrumar as coisas para ir para casa após dia na praia, vejo-a a correr tresloucada pela praia fora, aos gritos, em direcção ao mar. Pensamento imediato: onde é que ela vai? Não sabe nadar!!
Percebi que corria atrás de cão vadio que teria roubado o saco de praia da querida Madrinha e que agora procedia com valente mijadela contra o mesmo com ar assustado e encolhido a olhar para aquela mulher a esbracejar e a gritar pela praia fora. Duvido que tivesse terminado tarefa. Madrinha aproximou-se e arrancou wc portátil ao mijador em saco alheio, tentou pontapé na traseira no pequeno, falhou e ainda teve que se atirar ao mar, com ar enojado, para limpar produto da bexiga do canito. Enquanto isso, estava a trupe, alinhada ao topo da praia, a rir a bom rir e a pensar que se há coisas destas que acontecem, é sempre com a querida Madrinha.
Fomos para casa.
Metade de trupe foi às compras; restantes elementos (eu e Pai da Madrinha) fomos para casa. Chegamos e reparamos que não tínhamos chave. Aborrecidos até à ponta dos cabelos, lá pensamos em formas de entrar sem a dita cuja… É claro que tentamos as mais variadas coisas… Desde atar chaveiro a atacador de ténis para tentar abrir o trinco da porta pela caixa do correio (a física dizia-me que tal era possível… mas não foi), a tentar levantar o estore, valeu tudo.
Resignados e com estore bem encravado em posição que deixava antever serão de reparações, sentamo-nos à porta de casa mesmo a tempo de testemunhar vizinha que passeava um pit-bull terrier pela rua.
Perante o nosso espanto, essa mesma vizinha (a vaca) permitiu que besta de cão esvaziasse conteúdo de sistema digestivo memo à porta de nossa habitação, sendo que este espécimen (cão) em nada se assustou com berros de “não! não! aí não!”.
Vazio de intestino, lá prosseguiu viagem com a vaca da dona, deixando-nos com monte de presentinho quente mesmo à porta de casa.
Madrinha chega com restante trupe, reparar na merda que o cão fez e, em alto e bom som, declama: Tenham cuidado quando trouxerem os sacos das compras se não enchem-me a casa de merda!”. Ora pois claro. Escusado será dizer que todos nos portamos muito bem até ter chegado a altura de reparar a merda que aqui a Je tinha feito com o estore.
Querido Marido e Pai da Madrinha apoderaram-se das ferramentas possíveis e, com bastante afinco e delicadeza, lá tentaram reparar o coiso enquanto, festiva e graciosamente, iam carregando com vários centímetros cúbicos da já referida merda do cão da vizinha vaca para dentro de casa durante as viagens que iam fazendo para ir buscar mais ferramentas.
Nós as três, pequenas e renegadas ao sofá até à hora de jantar e perante fedor que nos enchia as narinas, nada dissemos. Nem nos rimos. Sabíamos que a Sargenta iria descobrir por ela.
Aguardamos.
Descobriu.
“Mas-vocês-não-ouviram-o-que-eu-disse?!?!-como-é-possível-terem-trazido-tanta-merda-para-dentro-de-casa-vocês-não-têm-cuidado-nenhum-olhem-me-para-esta-merda-era-só-o-que-me-faltava-porra-merda!!!”, gritou ela.
De balde e esfregona em riste, procedeu com limpeza geral à habitação enquanto, finalmente libertas, nos íamos rindo da trapalhada.
Para aliviar dia, à noite fomos sair para a praça central da cidade. Como era tradição, pedimos gelados, tendo-nos sido entregue nota para compra dos mesmos. Após aquisição e primeira prova, vejo Madrinha aproximar-se de mim com ar assustado, gelado a derreter pela mão abaixo.
“Ouve lá… vê lá o que é que eu tenho aqui na cabeça…”, pediu ela enquanto separava o cabelo e tentava ver o que era.
“Merda. Tens merda. De pássaro, mas merda na mesma”, respondi eu.
Perante olhos esbugalhados dela, larguei-me numa gargalhada tão grande que mal tive tempo para balbuciar “Um pássaro cagou na cabeça da Madrinha!”.
Restante trupe, atenta ao desenvolvimento nocturno, iniciou sessão de galhofa que obrigou restantes turistas a olhares de curiosidade. Rimo-nos até cansar. Já sem conseguir respirar muito bem e com gelado a tremer perigosamente devido a tanto riso, lá consegui dizer à minha Madrinha preferida (e única) que se alguma vez houve um dia de merda, este levava prémio.
Ainda hoje recordamos esta história e para sempre terei na memória a imagem da minha Madrinha a correr atrás de cão mijador à tarde, a limpar merda de cão cagante à tardinha e a levar com merda de pássaro com pontaria à noite.
Dia de merda de facto.
:)

1º e Único Grande Concurso da Choradeira do Outra Merda Qualquer

Recebi este presente do CybeRider. Fez-me sorrir… penso ter sentido lacrimejar de ternura algures por aqui… Mas, como ele diz não estar a prémios, partilho convosco o mimo que é esta coisa bonita. Dizia ele que queria prioridade de publicação no blog dele… como já passou uma semana e o rapazola não me liga nenhuma… ultrapassei-o pela direita e pimba, aqui estamos. Autor – CybeRider Blog: Outra na Ferradura Tankiu, CybeRider. Tankiu.
Samba Brasil
Há djias tivi um sonho
Qui tu não mi quiria
E todo o meu mundo
djisaparecia
.
Hoji já acórdado
Olho meu pássado
E tenho espérança
No novo djia
.
Você é a fontchi da minha paixão
Qui faz palpitá meu córação
E olhando sua foto
Eu pego em minha moto
E vou pela estrada da ilusão
.
(Refrão:)
.
Abre as porta dos fundo
Aquece a frieza do meu Mundo
Deixa eu entrá e amá você
Tu qui é minha musa
Qui faz minha cábeça
ficá tão confusa qui adoeça
.
E se você deixá eu te vê
Eu sei qui vou abraçá você
Beijá sua boca e vou tchi deixá louca
Dji desejo dji tu mi querê.
.
E eu não vou nunca tchi deixá
E tu também sei qui vai mi amá
Vou enchê sua cama
Como gentchi qui se ama
E tu vai mesmo mi agradecê
.
E olhando seu náriz
Recebendo os beijos teus
Vou acordá féliz
E agrádecê à Deus. . Mas si eu morrê dji disilusão Tu vai se arrependê E pedji perdão Pois num vai mais mi vê Nem meu córação .

Digam lá se não está um miminho?? Pois está.

PS: Sim, acabaram-se as férias… estou de volta… e vocês continuam a não prestar para nada. HUMPF!