31.10.06

Inté e Até Já

Hoje é o meu último dia de trabalho na empresa onde estou. É verdade. Vou-me embora para procurar sol mais amarelo e céu mais azul (que poético).
Não posso dizer que estou triste por me ir embora daqui. Pelo trabalho em si, estou feliz por ir. Pelas pessoas (a minha gente, os meus meninos e meninas), aí é diferente. Aí vou ter mais pena que as galinhas assassinas (passe a piada). Até me dói pensar que não vou mais estar com estas pessoas numa base diária. Que não as vou ver e ouvir. Que não vou mais aturar o nosso Pequeno Mau Génio. Que não vou mais ouvir as queixas da menina do mkt porque o pc não funciona. Que não vou stressar mais com a minha colega de departamento por causa deste e daquele cabrão que falhou no último minuto. Não vou mais ouvir as piadas (péssimas) sobre o SLB do nosso chefinho. Que não vou mais ter a companhia diária da minha amigalhaça preferida para ir beber café, fumar uns cigarros e falar mal do chefão (tenho a sorte de trabalhar com a minha amigalhaça preferida, a minha mona borrega linda). Vou ter saudades disto tudo. Menos do trabalho. Vou ter saudades de almoçar todos os dias com a minha mãe. De poder ir a casa num instante por uma coisa qualquer. Saudades de ir ao café onde conheço toda a gente. Sair do trabalho e encontrar alguém conhecido e ficar na palheta até à hora de jantar. Do trabalho… dispenso. Já deu para perceber, não é? Ninguém é insubstituível. Já acreditei mais nisto. Todos temos algo que não pode ser substituído por mais ninguém – seja a nível pessoal, seja a nível profissional. Acabamos sempre por deixar a nossa marca por onde passamos. Seja por partirmos a louça toda, seja por nunca termos riscado sequer um copo, fica sempre um cadito de nós por onde passamos e esses sítios acabam também sempre por deixar uma marca em nós (amolgadelas às vezes!). Ainda bem. Já conheci tanta gente boa. Seria uma pena não terem tido efeito nenhum sobre mim. Já conheci tanta gente má. Também seria uma pena não terem tido efeito nenhum sobre mim. Vou aguardar que tudo o que eu seja se encontre preparado para partir mais uns copos e pratos (eu sou mais do género de partir a louça…) e que quem esteja a ver até nem se importe ou goste. Mundo, I’m coming. Mas não precisas esperar por mim. Eu encontro-te. Até já.

30.10.06

Aceitam-se Sugestões

Hoje, devido a uma bem afinada constipação, não estou com pachorra para pensar em algo giro/bonito/engraçado/inteligente para deixar aqui. Por isso, e porque não tenho raça de desistir à primeira, estou, a partir de agora, a aceitar sugestões de temas. Preciso desse empurrão. E os blogs são participativos, porra. Também têm de fazer a vossa parte. Até lá, vou ficar aqui, sossiquieta (aprendi esta palavra ontem. É ou não simplesmente linda?) Venham elas!

27.10.06

Trauma

Ontem à noite disseram-me uma coisa que ainda me anda aqui às voltas na cabeça… vão já compreender, meus leitores incontáveis e assíduos, que tão bem me conhecem… (ou não…) Disseram assim: tu és menina. Mesmo menina. Tens essa cena de não queres parecer que és, mas tu és menina. É claro que não é uma citação directa, mas 96.74% está certo. Desvio padrão de 0,0098% É mais do que óbvio que quem disse deve saber alguma coisa que eu não sei. E, se sabe, como sabe? Mas, eu, afinal, não mando nada aqui? É que nem sequer disse gaja! Eu, que ando há tanto tempo a tentar ser promovida de miúda para rapariga para gaja para mulher (e nunca esposa! como diz um professor meu – ex, na realidade, mas… é daqueles que sempre o será – obrigada, professor. Acho eu…) e agora aparece-me aqui a cena da menina. Suponho que seja justo. Eu também andei para aqui a falar dos meninos… dos homens que são meninos. Dos meninos que são homens. E em como ambos podem existir ao mesmo tempo. Têm de existir ao mesmo tempo. Ok. Mas o problema não está aí. O que me apanhou desprevenida (a mim e à minha meninice)… mas completamente virada de costas a olhar para o ar, distraída e sem estar à espera, é o significado por detrás desta afirmação. Pressinto um momento tipo “confessionário”… agarrem-se. É como se me tivessem descoberto a careca. Foi a sensação que tive. Seguida de indignação, negação e depois, preocupação (necessária ou não). Como se tivessem visto algo em mim que estivesse guardado e sossegado. Quase que me senti espionada. Hmmm… Talvez eu, na minha avançada idade (!), esteja a perder qualidades. Talvez a manta esteja a encolher demasiado depressa. Ou talvez tenha sido eu que lhe cortei uns centímetros… porque me convinha, claro… Sabem uma coisa? Acho que gosto de saber que, quando estiver outra vez com aquela pessoa, ela vai ver coisas que eu não sabia poderem ser vistas. Estranha, perturbadora e nova sensação. No entanto, agradável. Muito agradável. Têm de experimentar. Depois digam qualquer coisa. Só para eu ter a certeza que a minha manta é boa.

O Galo e a sua Perna (perna do Galo, e não do caro leitor/a)

O galo referido em post anterior já se encontra bem e em casa, com perna à pirata e aspirador industrial para as penas das galinhas que entretanto foram processadas por assassínio qualificado (as galinhas, não as penas). Sei que estavam preocupados.

26.10.06

Só por causa das merdas.

Só por causa das merdas… mais uma entrada! Mais de mim! HA! Agora têm de levar comigo, quer queiram, quer não! Disse que hoje não era dia para falar de santinhos, não foi? Pois, mas isso já foi há bocado e como eu não prometi que não ia falar sobre os santinhos hoje… Atão, vamos lá a isto. Não sou crente. Lamento informar (alguém surpreendido com esta notícia? Sim? Então é porque não me ando a esforçar o suficiente…). Não acredito, nem consigo acreditar em deus, em santos, no além, no up there, no down below… nada. E não pensem que não tentei, porque eu tentei. Teimei. Quase que apostei. Mas esta seria em vão. Uma luta perdida à partida (e nessas eu não me meto… fraquinha eu sei. Mas viva.) Já me pus a pensar no porquê disto tudo, claro. Não consigo arranjar uma única boa resposta. Não acredito e pronto. É como as pessoas que acreditam. Acreditam e pronto. É assim, ou não? Sei (por experiência) que seria muito mais fácil acreditar. Que a vida me seria mais fácil, que tudo me pareceria mais calmo, mais controlado, mais belo até. Quem sabe? Já pensaram na quantidade de coisas que eu podia entregar nas mãos de deus? Bolas! Que alívio! Mas não. Nem mesmo naqueles momentos em que parece que não existe mais nada no mundo a não ser aquela filha da puta daquela dor que não passa nem morre, nem vai nem vem, que apenas existe em nós, feliz e contente por ter hospedeiro que a acolha. Nem mesmo nesses consegui dizer, “eu acredito. Agora, salva-me”. Não consegui. Não consigo. Não vou conseguir. Mas tenho pena, de certa forma. Inveja também, às vezes. Será que esta minha falta de religiosidade (reparem que não disse fé… fé tenho muita… e em muitas coisas) é uma crença, só por si? Será este o meu culto ao divino? Não reconhecê-lo? É esta a minha ligação com a divindade? Se houvesse alguma coisa out there, os descrentes como eu não seriam os primeiros a ser alvo da sua fúria/amor/compaixão/compreensão/aceitação, etc? Não nos cairia um raio na tola só para não sermos parvos? Não sei. Talvez não haja interesse nisso. Talvez isto seja mais interessante com gente como eu. Pelo menos há mais discussão. E entradas no blog… O meu divino é outro. Os meus santos são outros. As minhas santas? Lindas! Todas elas. Mas outras, novamente. As minhas preces? São para serem feitas a quem mas pode conceder. Às vezes sou eu. Outras, nem por isso. Mas não há problema. É justo. Não posso acudir a tudo e todos, nem estar em todo o lado ao mesmo tempo, sempre, pois não? Porra. Esta é que foi uma bela duma promessa que fizeram. Quem pode, pode. Quem não pode, bate palmas. É assim ou não? Bom fim-de-semana.

Promessas, promessas

Eu logo vi! Eu logo que vi que prometer algo no ciberespaço seria demasiado perigoso! Já levei na cabeça! Só se deve prometer o que se conseguir cumprir e tal… não faças promessas que não possas cumprir … Oh, pá! Mas que raio?! E quem disse que fazer uma promessa que não se tem 100% certeza de poder cumprir não nos ajuda a cumprir ainda mais? Não nos faz trabalhar mais para a cumprirmos? É como se fosse um objectivo… uma meta… Tudo para não decepcionarmos a outra pessoa porque gostamos dela (ninguém está a falar de promessas feitas a pessoas de quem não gostamos, pois não?) e sabemos que ela precisa de nós (isto sem contar com as promessas aos santinhos… mas isso é outra entrada neste blog. E ainda não chegou esse dia…). Prometer apenas o que se sabe poder cumprir. Isso não é batota? Promessas, promessas, mas não tanto, né? FRACOS! Eu já prometi (e cumpri) coisas que me fizeram trabalhar mesmo a sério. Eu já prometi (e não cumpri) outras coisas que me fizeram trabalhar ainda mais a sério. Agora, quando sei que consigo, prometo? Não. Garanto (eh carago! É muito à frente!) Vejo isto como um sinal de respeito. Se há alguém que precise ou queira algo de mim, mas queira tanto, tanto, tanto, que eu me sinta na obrigação de prometer que não vou esquecer, que vou fazer, que vou estar, que não vou fazer, que vou levar, seja o que for, como raio é que vou conseguir não cumprir? Como raio vou conseguir não trabalhar para conseguir o que é preciso? Prometer apenas “formaliza” a coisa. Dá-lhe um carácter final, sério, sinistro quase. Quem não ouviu já “Olha que prometeste! Agora esquece-te!” Valha-me qualquer coisa (mais uma vez, seria precisa outra entrada no blog só para explicar porque disse isto assim… hoje não). São essas as promessas que mais gosto de cumprir. As promessas surpresa… ahhh pois é! Para além de não falhar, ainda se manda uma chapadinha de luva branca à outra pessoa… como quem não quer a coisa… e por muito que se goste dela, temos de gostar mais de nós, né? Não costumo prometer muitas coisas a muita gente, nem poucas coisas a pouca gente. É coisa que prefiro não fazer (veja-se só o que aconteceu aqui!). É como apostar. Não aposto, teimo. É mais giro. Ou eu levo esta coisa das promessas muito a sério, ou então as promessas já não são como antigamente. Quem quer teimar comigo que não vou fazer mais promessas até o final do blog?? Alguém? Aceitam-se teimas.

25.10.06

Só uma

Já alguma vez pensaram na problemática dos galos de capoeira que têm de conviver com as galinhas suas súbditas, galinhas essas que possuem a irritante mania de ir largando as penas, causando horríveis inflamações e unhacas encravadas aos nobres galos, coitados, infecções essas que obrigam a uma intervenção cirúrgica altamente delicada para a remoção da perna pestilenta e debilitada? Não? É que o real problema não está aí. Está, isso sim, em saber como raio é que o galo se aguenta numa só perna?! Pode parecer que não, mas esta tirada é real (sim, real e, ainda por cima, parece-me que quem a disse não precisa de acompanhamento psicológico… Medo! Muito medo!) e fez-me rir até me doerem muitas coisas ao mesmo tempo. Gostei. Ok. Talvez fosse preciso estar lá mesmo… em pessoa, a ouvir, a ver... ehh! Tudo isto para quê, meus caros e caras? Para dizer aos meus queridos e incontáveis (!) leitores que está tudo bem. Eu não vos esqueci! Eu não caguei no meu blog! (relembro que o blog é meu e eu digo o que quiser!). Prometo ir arranjando mais tiradas giras (ok, talvez mais giras do que esta…) para vos ir enchendo a vista e enchendo a cabeça com perguntas do tipo: mas quem é esta gaja, pá? que fixação é esta pelo Super Homem? será que deixei o fogão ligado? o que aconteceu à porra do galo? onde está a minha carteira/caneta/cadeira/camisa? ;) Até breve. Prometo (ai!)

20.10.06

Nova Imagem

A pedido de várias famílias (e em particular de uma amiga pitosga), aqui temos o novo outramerdaqualquer. Espero que gostem e que vos facilite a leitura. A mim deu-me uma trabalheira do caraças alterar tudo. Oh, pá. Valeu a pena. Espero :)

Há dias

Há dias em que mais valia uma pessoa não sair da cama, deixar-se ficar no quentinho das mantas, na escuridão do quarto, no sossego dos sonhos. Agarrar a almofada, sorrir à manhã e dizer algo como “ Bom dia. Obrigada, mas não obrigada”, virarmo-nos para o lado, aconchegar-nos ainda mais no meio dos lençóis quentinhos, suspirar ao de leve pela sensação de conforto e paz e mandar-mos tudo o resto à merda. À merda. Mesmo. Há dias em que parece que, qual Calimeros da existência humana, tudo conspira para nos deixar naquele ponto de rebuçado (ou ebolição) em que a mínima coisa nos faz implodir ou explodir (depende do à vontade que se tiver com as pessoas à nossa volta). Há dias que parecem encomendados, concebidos, criados de propósito, inventados, magicados. Só assim se explica dias assim. Há dias li que o destino é apenas o acaso com a mania da grandeza. Eh, pá. Oh, acaso, e se tu te fosses cagar? (o blog é meu, escrevo o que quiser!) Preferia acreditar que fosse o destino a fazer das suas. Assim, pelo menos, podia ter a esperança de haver algum sentido naquilo. Do género: sim, vai-te correr mal o dia; vais ter gente a chatear; vais ter coisas a correr mal; vais andar chateada, fula e rabugenta. Mas depois vai-te acontecer algo de fantástico! Vais ficar rica (ai o euromilhões hoje outra vez!), vais arranjar aquele emprego com que sempre sonhaste, vais ficar sem celulite, com a regueifa mais pequena e as mamas maiores (transferência directa). Coisas úteis e válidas assim. (e nem pensem em pensar coisas como Mamas maiores? Atão mas ela não andou a dizer mal dessas cenas e sei lá o quê? Atão mas ela não andou para aqui a mandar vir com estas coisas? Nem pensem que vou responder a esse tipo de provocação. Sou gaja, pá. É genético: querer ter o rabo mais pequeno e as mamas maiores. É obrigatório. As nossas mães até nos ensinam isso desde pequenas: quando fores grande, vais arranjar um marido médico, rico e lindo e vais querer o rabo mais pequeno e as mamas maiores. Não temos culpa). Mas voltando ao assunto, por que raio é que eu tenho de aturar pessoas a chatearem-me os cornos (sou ribatejana, posso dizer estas coisas) sem pelo menos ter alguma compensação em troca? Há dias assim. Todos temos dias assim. Há dias que apenas se pode esperar que acabem para, no dia seguinte, começarmos de novo e esperarmos que as pessoas e as coisas ruins do dia anterior não se lembrem mais de nós. Com a minha sorte, hão-de ter memória de elefante. Se o destino é o acaso com a mania da grandeza, o azar é o quê? A sorte mal disposta? É o acaso armado em parvo? Só porque pode? Ehh. Também deve ter dias.

18.10.06

Coisas de gajo...

Joana teve a sua primeira menstruação quando estava sozinha em sua casa e não sabia o que fazer. Foi então que se lembrou de ir até à casa do seu melhor amigo, Joãozinho. Quando chega a sua casa diz: - Olá Joãozinho, a tua mamã está? - Não Joana, mas em que posso eu ajudar? - Não Joãozinho, não podes ajudar, são coisas de mulheres que nem te posso contar. - Mas, diz-me Joana, claro que posso ajudar, eu sei tudo sobre mulheres. - Não, Joãozinho, e a tua irmã está? - Não Joana, mas conta-me, já te disse que sei tudo sobre mulheres. - Não João, deixa-me! Não percebes? E a tua empregada está? - Não, Joana, mas conta-me, quantas vezes preciso de dizer que sei tudo sobre mulheres. - Bom... Joãozinho, vou-te contar... Joana levanta a saia e Joãozinho vê que ela estava toda cheia de sangue. Joãozinho, horrorizado, diz-lhe: - Mas Joana, que fizeste, ARRANCASTE OS TOMATES!!!!!!???????
Comentários para quê?

Coisas de gaja...

Bem. Não quero, de forma alguma, transformar este blog numa espécie de queixume em relação a homens e mulheres, mas aconteceu um acontecimento que tenho de partilhar convosco. Não o fiz mais cedo porque não tenho estado sequer aqui, ao meu pc, o tempo suficiente para poder colocar aqui alguma coisa. Meu querido blog! Desculpa-me! Bem, então o que se passou foi o seguinte: perdi o carro. Sim, perdi o carro. Completa e totalmente. Pela primeira vez na minha existência, perdi o carro. Fui a um centro comercial aqui perto, estacionei, fui à minha vida e quando foi preciso ir ao carro deixar umas coisas, não sabia dele. 8 minutos depois ainda não sabia dele. E agora estão vocês a pensar “So what?”… pois… É que eu não estava sozinha. Estava com um amigo meu (o que, sendo amigo, lhe confere logo o direito de gozar com a situação até se engasgar, proferindo o mais rude dos golpes sem pena alguma para com o meu pobre ego). Muito mau. Mas o pior ainda não foi isso. O pior era que aqui a Je tinha vestida a infame t-shirt do Super Homem. Pior. Muito pior. Já antes tinha estado a lançar olhares tipo 605 Forte a um empregado de balcão que, assim que entrei na loja, decidiu começar a cantarolar a canção do filme… Ta-na-na-naaa… Ta-na-na! Oh que merda. Será que não há gente crescida o suficiente para encaixar algo tão simples como uma t-shirt? Eu bem disse que era uma questão de sentido de humor… mas bolas. (Ok. Isto vindo de alguém que adquiriu a dita t-shirt… também não podia esperar muito mais, não é?) E então, lá andava eu, perdida no estacionamento… vantagens competitivas cobertas pelo símbolo do Super Homem himself, à procura do meu singelo bólide, acompanhada por um lindo e fantástico (tem dias…) espécimen do género masculino que, em abono da verdade, se esforçou ao máximo por não deixar ficar mal os homens que acham que as mulheres o mais perto que deviam chegar de conduzir é dizer ‘não pares!’ (ai, que mau gosto ordinário… desculpem-me). Lá acabei por encontrar o dito cujo. Lá deixei as coisas. Lá me fui embora novamente. Moral da história: se perderem o carro, meninas, não o façam na companhia de um homem (seja ele quem for) e muito menos envergando t-shirts de super heróis. O vosso ego agradece.

13.10.06

Os Sonhos e o Euromilhões...

Não sei se é pelo facto de cada pessoa que jogou no euromilhões (80 milhões de euros!!!) estar agora numa espécie de fase de sonho, divagação… mas todo este clima (sol em dias fresquinhos… tão bom! Mas, sem o frio, não tinha metade da piada…) deixou-me um cadito “sonhadora” também. Isso e ontem ter ido a uma das minhas lojas preferidas e ter visto que já tinham tudo montado para o Natal. Sim, o natal. Com enfeites e bonecos e velas e tudo, e tudo e tudo. Esquisito à brava… Estamos em Outubro! Bolas!! De qualquer forma, eu joguei. Claro. É o primeiro passo para se ganhar alguma coisita… Pergunta da praxe: o que é que se fazia com esse dinheiro todo? No meu caso, a primeira coisa que fazia era voltar ao passado. Voltava aos sítios a que já não vou há anos porque há sempre o binómio tempo-dinheiro a considerar (ou usar como desculpa…). Tempo=Dinheiro? Não. Sim. Nim? Ter dinheiro ajuda a libertar o tempo… ou não… Mas ai! Corria o mundo. Todo. Várias e consecutivas vezes. Levava gente comigo. Levava-os aos sítios onde passei a infância, onde cresci, para me compreenderem melhor. Levava-os aos sítios que visitava, fazia com eles as coisas que fazia em pequena. Para verem de onde eu venho. Para verem o que me fez. Partilhar isso. Partilhar-me a mim. Levar umas poucas de pessoas ao meu mundo. Àquele que só existe quando estamos a sonhar, a lembrar, que só existe dentro de nós. Se ainda não leram o comentário do p ao post de ontem, não podem deixar de o fazer. Não podem. E correndo o risco de parecer pateta… dêem um abraço em alguém hoje. Um granda beijo. Um granda apertão. Um granda sorriso. O que for. Mostrem-se. Partilhem-se. Há-de chegar o dia em que o nosso passado é maior do que o nosso futuro… e depois não há euromilhões que nos valha… Bom fim de semana.

12.10.06

Aos Meninos e ao Ping Pong

Ontem à noite aconteceu uma coisa gira. Estive com um grupo de amigos (só rapazes) meus. É um daqueles grupos de rapazes (homens, bolas. Já estamos a chegar àquela idade em que dizer “rapaz” nos faz torcer um cadito o nariz pela quase injustiça do termo) que já se conhecem há bastante tempo (não é preciso dizer mais nada, pois não?). Mas, ainda lá há aquela coisinha de menino, de rapazinho. Os risos, as piadas, os comportamentos, as ofensas que só os homens/rapazes sabem criar, dizer, ouvir e não ficar ofendidos. Acho sempre piada quando vivo situações destas (aliás, é para mim um privilégio). É que, sendo gaja (rapariga, mulher, menina – whatever!), há todo um mundo de coisas que simplesmente não posso (nem quero?) dizer/fazer/ser com outras gajas. Por exemplo: os meninos (ai!) estavam a jogar ping pong. Contentes e felizes. Riam-se. Suavam. Cansavam-se. Puros (quase…) Um deles disse qualquer coisa do género “isto só faz é bem. Chego a casa e digo logo à Maria, chega-te para lá que ‘tou cansado!”. Outro respondeu qualquer coisa como “Olha que chegares a casa cansado muitas vezes é logo desculpa para ela descobrir o perfume de outra mulher”. Todos se riram com aquele ar de compreensão, de entendimento, de experiência já vivida, como se as suas memórias os tivessem, naquele preciso momento, levado a outro tempo em que chegar a casa cansados por terem estado a “brincar com os amigos” tenha sido visto como desculpa para a existência de outra fulana (sim, as outras são sempre fulanas ou fulaninhas – nunca mulheres). Somos assim? Somos mesmo assim? Tão inseguras que não conseguimos lidar com o facto de os homens precisarem destes momentos para poderem viver todos os outros em pleno? Será que nós não precisamos destes momentos também? Digam lá se conhecem um único grupo de mulheres que se junte e que 2 minutos mais tarde não esteja a falar (fazer queixas) dos seus respectivos namorados/maridos (raramente homem, rapaz ou menino)? Desculpem-me lá o tom disto, mas as mulheres são más. Esquecemo-nos que o homem com quem estamos continua a ser um menino por dentro. Passamos tanto tempo a negar que somos meninas, a negar que temos prazeres simples (como jogar ping pong às 11 da noite ou equivalente). Para quê? Tanta pressa, pá! Tanto desespero! Para quê? Garanto que assim que tentamos moldar os nossos meninos (por quem nos apaixonamos, por quem cometemos loucuras, que amamos com cada bocadinho do nosso corpo até doer) em homens à nossa imagem - claro - segundo as nossas necessidades de quase ou falsa Mulher, é nesse momento que os perdemos para sempre. A eles e a nós. Depois, ainda temos o desplante de um dia olhar para o nosso renovado espécimen masculino e dizer “já não o conheço. Mudou tanto!”. Apesar dos apesares, independentemente de tudo quanto as Mulheres tenham, não tenham, queiram, não queiram, façam, não façam, andamos tão preocupadas em ser Mulheres, em provar aos homens que temos orgulho em ser Mulheres, em ter a porra de um par de mamas (nem vou falar no “penis envy” se não ainda alguma feminista me deita isto abaixo!), em provar que cada vez menos precisamos deles, que qualquer dia os gajos ainda se revoltam e ainda nos encostam à parede. E aí, sim, voltamos a ser as meninas de outros tempos, cheias de medo de ficarmos sozinhas, sem ninguém que nos compreenda e aceite por aquilo que somos. Gosto dos homens, dos amigos que tenho, dos amigos que vou tendo, porque sei que preciso deles para me ajudarem a ser menina, a ser gaja, a ser Mulher. Aos meninos de ontem: continuem com o ping pong, a chegar a casa cansados, suados e a más horas. E se alguém disser alguma coisa, digam que estiveram na rua a brincar com os outros meninos e que estão cansados. Mais nada.

11.10.06

Quarta de volta a Quarta

Sosseguem. Já recuperei a bela e bonita sensação de quarta-feira. Aquela sensação de já terem passado dois dias desde o fim-de-semana, faltando, no entanto, mais dois para o próximo fim-de-semana. Uma espécie de limbo. Penso que amanhã vou estar com a nítida sensação de ser quinta-feira. Ou seja, vou estar a sair do limbo e a entrar naquela fase de stress até chegarem as 18 hrs de sexta… E por falar em stress, já agora, ontem à noite convidaram-me para tomar um café, sob o pretexto de o mesmo poder “destressar”. Das duas, uma: ou eu ando mesmo stressada ao ponto de pensarem que um café me iria acalmar, ou então já não há café como antigamente. Fiquei em casa.

Quartas com Segundas

Haverá tortura pior do que acordar a uma quarta-feira e ter a sensação que é segunda? Mas que raio?! E pode já alguém dizer… ahh e tal… mas depois lembramo-nos que é quarta e ficamos logo melhor. Eh pá, não é verdade! Mas que optimismo tótó! Ter o cérebro a pensar que é segunda-feira altera-nos tudo. Tudo! Por exemplo, ontem estava um daqueles dias que adoro. Prefiro o frio ao calor, o fresco ao quente, nuvens a queimaduras do sol. É que o frio combate-se… o calor nem se suporta por vezes! De qualquer das formas, ontem foi um dia bom. Estava, ao contrário do resto do pessoal, bem disposta e feliz por estar contente. Hoje, vem a vingança. Toma! Agora vais pensar que é segunda-feira para não andares para aí a dizer que a chuva sabe bem e tal. Oh, caredo. Aposto que amanhã hei-de estar com a sensação que é sexta. Pior.

9.10.06

Segundas com o Super Homem

Hoje não é um bom dia. É segunda-feira, sim. Mas não é por isso. Quer dizer, ajuda… sim. Finalmente consegui arranjar uma t-shirt do Super Homem. Há quem não compreenda a piada, mas, como eu digo, o meu sentido de humor também não é para ser percebido por todos… Então não é que a coisa nem por isso me deu poderes super especiais? A única coisa que consegui foi comentários do género: Super Mulher. Ai que até Super Mulher (comentários esses seguidos de prolongados olhares para o meu peito com a desculpa de ser lá que estava presente o “S”). Oh que merda. Lá se foram as minhas boas intenções de mostrar algum refinamento de humor e até, quem sabe, fashion. Ter mamas dá-nos logo uma desvantagem competitiva. Seja qual for a forma como olhemos para a questão, ter mamas é mau. Se as mostramos, é porque andamos à procura de alguma coisa. Se não as mostramos, é porque temos a mania que somos boas e inteligentes e não precisamos disso para nada (e, neste aspecto, transformamo-nos logo numa ameaça para homens e mulheres. Não há nada como uma mulher que “negue” o seu aspecto físico para deixar os outros a tremer.). Talvez eu quisesse mesmo que as pessoas me olhassem para as mamas… Talvez, lá no fundo, seja isso que realmente queria. Mas, para isso, também o Super Homem passa a ter um problema, em nada ajudado pelo facto de andar de collants e cuecas à mostra. Ser Super Homem e ser Mulher não é fácil. Ser mulher com t-shirt de Super Homem é ainda pior. Há mentes que não estão preparadas. A próxima vai ser uma t-shirt do Batman ou do Homem Aranha. Quando apenas me restarem Pokemons (etc), desisto. Não há sentido de humor que aguente.

6.10.06

Oh que merda!

Antes de mais, uma breve explicação em relação à escolha do nome deste blog. Não se pretende, de forma alguma, dizer que este é apenas mais um blog de merda entre os muitos outros que existem na net … não. Isso seria também ofender quem criou este… O nome vem de uma sugestão bastante bem pensada de um amigo meu em relação à possibilidade de eu vir a escrever um livro (há aí gente que acha que eu escrevo bem… e que não tenho nada para fazer…). Solicitado o tema, respondeu “uma merda qualquer”. Dado “uma merda qualquer” já ter sido registado por uma outra mente iluminada, tive que escolher the next best thing (tanto em relação ao livro, optando pelo blog, como em relação ao nome) e pronto. Ficou Outra Merda Qualquer. Podem-se rir à vontade pela ironia desta situação, mas a mim até me parece bem. É que com um nome destes, posso dizer literalmente o que me apetecer que fico sempre em conformidade com a temática geral. Já chega de conversas de merda. Que bela forma de inaugurar o blog. Olha, meu querido e recém-nascido blog, merda para ti!