29.4.08

SOLD! SOLD! SOLD!

Acabaram de me ligar da Imobiliária a pedir dados para irem à conservatória.
Ou seja, se ainda tinha dúvidas, agora é que não as há mesmo. Isto é assim! Até estar mesmo tudo encaminhado a nível "oficial", há sempre espaço para algo correr mal.
E, por mais, gato escaldado...
Mas foda-se. O Gajo ainda me disse:
- Não lhe estou a pedir estas coisas a fazer pressão... Sabe, é que às vezes as coisas para serem bem feitas demoram tempo...
Respondi-lhe um simples "Ai Sim? Não me diga..."
Foda-se. Se eu não tivesse mesmo tanta necessidade de vender aquela porra e não me sentisse quase em dívida para com o Sr. Moldavo, mandava-o esperar mais uma semanita... Só para ter a certeza que ficava tudo bem feito mesmo. Mesmo bem feitínho!
Oh, pá! Quero é que ele vá ter meninos! Dos grandes, gordos e chatos!
:)

28.4.08

Faça-se Luz!

imagem: google
Tenho o hábito de andar sempre de luzes ligadas quando conduzo. De noite pronto, normal. Mas de dia também as ligo. É-me automático e constitui uma medida de segurança que aprendi ser muito boa quando se anda em carros pequenos mais aptos a não serem vistos… De qualquer das formas, é comum receber avisos por parte de outros condutores em como tenho as luzes acesas.
Será que pensam que o acto de ligar as luzes é inconsciente? Que foi sem querer? Que foi um deslize? Será que pensam que estou a prejudicar alguém? A gastar luz desnecessariamente? Será que incomodo? Será que faróis ligados durante o dia cegam os condutores que vêm de frente? Será que incomodo os que vão à minha frente? Existem países em que circular com os médios acesos é obrigatório, a qualquer hora do dia ou noite. É uma medida de segurança. Por isso, gentinha que pouco pensa, não. Não foi descuido ter ligado as luzes. Não foi sem querer. Foi de propósito. E, bem vistas as coisas, assim que alguém me avisa, surte efeito. Vêem-me. Bolas. Tanta coisa a dar atenção na estrada e há pessoas que se dedicam à arte de criticar e corrigir os outros em relação a coisas menores que não incomodam ninguém (pensava eu!). Ahhh barda shit.

24.4.08

No Entiendo – Parte IV

imagem: minha (pormenor da fachada de um edifício na Plaza Mayor... imagem mais que adequada...)
Saímos para jantar e… Primeiro, contextualização. Imaginem 5 gajas todas giras a andarem pela rua em busca de comida e abrigo (chuviscava). Imaginem a cara de uma delas (eu) quando, olhando em frente, vê um personagem masculino vestido com um fato de super herói. Um Capitão qualquer coisa. Imaginem ainda a minha cara quando um dos rapazes da comitiva do super herói se aproxima e num terrível espanhol pergunta se conhecemos algum sítio onde o amigo (em despedida de solteiro) podia entrar assim vestido. Eu, simpática, respondi-lhe em inglês pois deu logo para perceber de onde vinha aquela trupe. Perguntou de onde eu era. Respondi: Portugal. Confuso, mas aliviado, o rapaz lá expôs o seu problema. Eu, ainda simpática, desejei-lhe sorte e referi que a Joy Eslava seria boa opção… Mas que em princípio o amiguinho teria de mudar de indumentária. Pelo menos tirar a capa, não é?
As restantes meninas, divertidas com esta abordagem tão sui generis, lá se foram rindo com aquele grupinho de Ingleses. O Noivo, coitado, tinha um ar tão infeliz que tive pena dele. Despedimo-nos e fomos embora. Andamos 2 metros. Vem outro elemento da comitiva ter connosco. Este, mais criativo, pergunta em Espanhuelês se por acaso não seriamos de Portugal. É que eles precisavam de uma fotografia do Noivo com alguém de Portugal! Ri-me e dei-lhe os parabéns pela originalidade. Afastei-me. Quem ficou para trás, as duas Guias Turísticas, foi alvo de súplica elaborada, de joelhos, mãozinhas juntas ao peito. Não há gaja que resista a um rapazito bem parecido de joelhos numa rua molhada a suplicar por 2 minutos para tirar uma fotografia. A Guia Turística-Mor lá cedeu e foi fazer pose junto do Super-Herói-Capitão-Quasi-Casado. Eu, câmara em punho, também aproveitei para ir tirar uma foto. Estava eu a colocar-me em posição quando vejo um outro elemento da comitiva (eram aí uns 10 oh caraças) com a mão dentro das calças. Depois vi esse mesmo elemento a rir-se e sacar a razão que o faz Homem (e não Mulher) da braguilha. Virou-se para a nossa Guia Turística e Capitão-Qualquer-Coisa e presenteou-os com uma bela visão do que se pensaria poder ser motivo para sorrir. Os outros, vendo a cara da Guia Turística Mor petrificada, mandaram-no arrumar as coisas no devido sítio enquanto, mais uma vez, suplicavam que a menina não se fosse embora. Eu, da minha parte, atirei-lhe com o meu olhar 539 e afastei-me. Lá nos fomos embora.
Entre risos e expressões de incredulidade, eu lá disse que apenas tinha visto a parte “introdutória” do instrumento enquanto que a Guia-Mor exclamava “Eu vi todo! Foda-se! Era só o que me faltava!!”. Rimo-nos e lá nos fomos.
Foi depois disto que encontramos o tal sítio para comer. Entrámos, cerca da 1:10, como já disse, e sentamo-nos junto à janela. Pedimos. Fumamos (tão bom!!!). Aí uns 10 minutos depois, aparece um rapazito bêbado que nem um cacho no passeio. Dá umas voltas, abana-se, grita, aponta… O normal para quem tem mais álcool no sangue do que sangue no álcool. Entretanto, chega amiguinho deste Sr. Mr. Bêbado e, olhando para nós tão lindinhas à janela, começa a tirar as calças. Primeiro, de rabo virado para nós, puxa-as para baixo e depois, e com certo ar de desconforto (fazia frio) lá puxou os boxers para baixo também. Eu consegui desviar o olhar quando me apercebi que ia virar-se para nós. Raios me partissem se eu ia ver uma segunda picha nessa noite sem o ter pedido! O resto do pessoal, no entanto, viu bem a coisa. Riam-se, riam-se, riam-se. O rapazito lá se foi embora, a apertar as calças enquanto andava… Eu – Porra! ‘Tás em Grande! 2-0! Guia-Mor – “#&%”/&”$#?!!!!!!!!!!!!! Eu – Atão? Vens a Madrid e és recebida desta forma tão simpática! Olha que em Portugal ver duas pilas à borla e sem pedir numa só noite não é fácil! Guia-Mor - #”&”$#!)!!!! Ficamos sem perceber se aquilo era coisa que dava aos rapazes por estarem em Madrid ou se era mesmo só fixação de gente Inglesa. Já fui a Inglaterra duas vezes e juro que nunca vi numa pila ao ar livre (nem por baixo de telha, quanto mais!). There was something in the air that night… Só pode. Lá nos fomos embora. Joy Eslava. Fila enorme. Fomos tomar um café. Quando chegamos à porta da disconaite, reviravolta nos acontecimentos. Um dos porteiros ordena que o pessoal sem convite teria de entrar pela porta ao lado. Encaminhamo-nos para lá e, espantem-se, de últimas na fila, ficamos nos primeiros lugares. Nunca subestimem o poder de gajas com frio e de saltos. Andamos rápido como caraças. Entramos. 18 euros, direito a uma bebida. Menos mau, pensamos. Há-de valer a pena. Fantástico cenário. Lindo, lindo, lindo. O espaço, uma antiga ópera, tem filas de balcões dourados e um palco. Cheio de gente. Musiquinha salsa. Estávamos bem. Até que… A coisa virou. A música, por alguma obra cruel do destino, mudou e, de repente, voltamos a ter 15 anos. Parecia que estávamos nas matines de domingo de há 15 anos atrás. Espanto. Incredulidade. Desilusão. Lá encontramos um sítio mesmo em frente a um segurança e fizemos o melhor que podíamos com o pouco que tínhamos. A música não era das melhores, o pessoal não se mexia. Tudo muito parado. Mesmo. Ninguém dançava… mexiam-se. Pasmaceira. Nova reviravolta. Decidimos que o melhor que tínhamos a fazer era aproveitar. Dançamos, pulámos, cantámos, um fartote de rir e de figurinhas de totó (aula de aeróbica pelo meio e tudo). O segurança ria-se à socapa. Tínhamos um pequeno séquito de fãs por perto. Iam-se rindo, mas nunca se meteram connosco. Houve uma altura que eu, de mãozinhas no ar e fazer a dança da batedeira (não perguntem...) recebi um “dá-me 5” de um rapazito. Respondi logo “Não toca!!! Não toca!!!!” e apontei para o segurança. O rapaz pediu imediatamente desculpa. Cinco minutos mais tarde, decidiu passar por nós… Disse-lhe logo novamente “Não toca!!! Ai!!! Não TOCA!”… Coitado. Até levantou as mãos… olhou para o segurança e pirou-se. Houve um outro rapaz que ao ver as nossas figuras se estava a rir tanto que se aproximou de mim e perguntou no seu melhor inglês “Wéraryufróm?”. Respondi: Far away! Ficamos por aí. A Joy Eslava é uma disconaite lindíssima. Nós apanhamos, muito definitivamente, uma péssima noite. Mas digo-vos uma coisa, não havia mais ninguém naquele sítio que se tenha divertido tanto quanto nós. E tudo, sem álcool. Bebemos apenas a bebida a que tivemos direito com o preço da entrada. Eu, querendo mais um Martinizito, fui perguntar o preço. 11€. Sorri o mais simpaticamente quanto podia e pensei coisas que não vou agora escrever aqui. Por isso, sóbrias até aos ossos e ainda bem. É a melhor forma de nos conseguirmos lembrar das coisas no dia seguinte… E pronto. No dia seguinte viemos embora. E aí têm o resumo alargado das nossas 48 horas em Madrid, com direito a 2 pichotas, aí uns 20 kms andados, dores nos pés e muito sono de sobra para um belo domingo à tarde passado a dormir a sesta. Foi fantástico. E pronto! The End.

No Entiendo – Parte III

imagem: Minha (o delicioso arroz de lavagante)
Sábado. Cedíssimo. 10:30 da manhã. Caredo. Banhos. Pequenos-almoços. Preguiça. Chuva (esteve quase sempre ou a chover ou a ameaçar que chovia). Vontade de ir à rua? Nopes. Quando demos pela coisa, hora de ir almoçar. Chatice. E fomos. O sítio, fantástico (não me lembro do nome mas sei que ficava um cadito para além do centro da cidade… ou seja, longe…). Rústico. Decorada com tijoleira. Cozinha à mostra. Grandes fogueiras para fazer a comida (em cima de bancadas). Fumo. Cheiro a comida. Cheio de gente. Mesmo à maneira. A ementa era fixa. Ou seja, significa que o pessoal senta-se e espera. Nem é preciso escolher, é só esperar que tragam coisas, levem outras e tragam mais ainda. As entradas chegavam bem para ficarmos almoçados. Mas não. Trouxerem um espectacular arroz de lavagante e outro de marisco. Muito, muito, muito bom. Depois do almoço e cheias que nem umas cocóchas, lá decidimos nas voltinhas que íamos dar até ao jantar. Umas foram para a zona dos museus (do Prada, Rainha Dna Sofia… Passeo del Prado), outra foi dormir a sesta (a guia turística Generala… mais conhecedora da cidade, logo mais à vontade para DORMIR A SESTA EM MADRID… é muito estatuto…) e outras ainda foram para as lojas, zona dos museus e zona dos restaurantes (esta última pelo simples facto de nos termos quase como que perdido… mas pronto. Que melhor forma há de ver uma cidade?). Este último grupo (de duas), constituído pela Je e pela Guia Turística Mor, meteu o nariz nas lojas, as mãos nas coisas, os pés em poças de água, os dedos em mapas e os olhos em tudo. Bem “Guiada” (private joke…), lá fui respirando aquela cidade, absorvendo aquilo tudo, incluindo aí uns 2 litros de água em cada pé e perna. Encharcadinha até aos joelhos, chegamos a casa. Ia haver noitada. A expectativa era elevadíssima. Eu, farta de ouvir gente a falar da Joy Eslava, declarei, assim que soube que íamos a Madrid, que queria lá ir. A discoteca tinha-me sido descrita tão apaixonadamente que estava a morrer de curiosidade e vontade de abanar o capacete em pistas de dança alheias. Reunido todo o pessoal, lá nos fomos arranjar (produzir) para irmos “prá naite”. Cerca da meia-noite, saímos em busca de, primeiro, lugar para jantar e, segundo, lá discotieca. Agora, meus senhores. Aquela coisa de a cena nocturna de Madrid estar eternamente aberta é mentira. Conseguimos encontrar um único sítio que servisse comida como deve ser àquela hora. E só o encontramos porque encalhamos com empregado de mesa português que nos fez o favor de explicar onde seria o sítio. Bolas. Fechava às 2 da manhã… Nós entramos eram mais ou menos 1:10… Vá lá, vá lá. Comemos, fomos empurradas para a rua pelos empregados (literalmente… cadeiras em cima de mesas à nossa volta… avisos constantes das horas... faltam 20 para as 2… faltam 10 para as 2… Uma merda mesmo). Agora. Chegamos aqui a um ponto deveras importante nesta história. É preciso voltar atrás… Aliás, é tão importante que merece post inteiramente independente. Saímos para jantar e…

22.4.08

No Entiendo – Parte II

imagem: mesmíssima
Adenda ao post anterior por pedido explícito aqui das Gajas e passo a citar: “Madrid limpa? Foda-se! Montes de pevides e merda de cão! Pelo menos na zona onde andámos!” Nota da Autora: Eh, pá. Ok. Aceito. Eles têm aquela mania de comer as sementes de girassol e de atirarem as cascas para o chão. Meninas, é cultural… Faz parte do charme da cidade… das pessoas… Merda de cão? Não vi. Vi foi um senhor a passear três lindos golden retrievers e a apanhar a merda de um, mesmo o cachorrito tendo feito o serviço em cima de um pouco de terra num jardim… Isso vi… Mas pronto. Em nome da justiça: Madrid é limpa tirando as cascas e merda de cão. Pode ser? Adiante.
Chegadas a Madrid, como já disse, fomos direitinhas à casa. Já agora, para quem quiser, vejam o seguinte site: Chic Rentals. É de uma empresa em Madrid que tem montes de apartamentos que aluga a preços razoáveis com a vantagem de se poder ficar numa casa, com, por exemplo, 8 pessoas, incluindo cozinha e todo o conforto que não ficar num hotel permite. As casas são todas bonitinhas e fashion. Uma boa opção.
Largamos as malas, e fomos para a Praça Colón. A voltinha que demos por aquela parte da cidade aguçou-me o apetite. Fiquei imediatamente com uma sensação de frustração (para além de ter pensado a coisa do foda-se-gosto-mais-disto-do-que-de-Liboa). Seria impossível, no tempo que tínhamos, ver a cidade. Impossível. Demasiado grande. Fiquei quase como que esmagada com o tamanho daquilo tudo. Adorei!
Lanchamos. E espanto. Fuma-se! Aquela cena da Proibição de Fumar é de livre vontade. Só aplica a lei quem quiser. Quem não quiser, não aplica. Há escolha e as pessoas compreendem e aceitam isso. Foi muito esquisito estar à mesa de um café e fumar. Muito mesmo. Depois desta pequena voltinha, voltamos para casa. Havia jantar marcado. Os Asturianos. Algures em Madrid (não me perguntem…). Fantástico. Zona de entrada cheia de gente a comer e beber e a falar (falam muito alto os Espanhóis…). Ambiente do caraças. Os Espanhóis (homens) são muito mais ariscos do que os Portugueses… Passamos por um grupo deles no restaurante e fomos saudadas por um grande Holá seguido de um Adiós, Adiós… quando não respondemos. Simpáticos.
Pronto. Era só gente, barulho, fumo. Fantástico. Entradinhas. Comidinha boa. A companhia foi ainda melhor. Estava lá o Sr. C (artista musical… cantor), o Sr. P (jornalista e perito em vinhos), o Sr. J (tem um programa de rádio sobre a Boa Vida…) e a Sra C (também ela jornalista e perita em vinhos). Já agora, quando digo peritos em vinhos… é tipo peritos-melhores-do-mundo-e-arredores. Gente que sabe qual o tamanho da uva quando prova um vinho qualquer quanto mais a casta e a cor das cuecas do gajo que as andou a apanhar. Tudo isto seria fantástico se… eu bebesse vinho. Não bebo. Por norma, não bebo álcool sequer. Vinhos vou provando… O mais longe que vou assim numa noite de jantarada e festa é uma cerveja ou uma Clara (panaché na língua do Dom Quixote…) e um martini rosso com montes de gelo. O que é que se vai fazer? Sou assim!
Bem, o jantar foi um espectáculo. Entre piadas e anedotas e histórias e curiosidades e mal entendidos e coisas engraçadas, tudo correu excelentemente bem. Até houve tempo para eu referir (coff-coff) que também era uma espécie de jornalista… Risota geral. O Sr. P, sentado ao meu lado, ficou logo de orelhas no ar. Eu, muito séria, afirmei que sim. Que, enquanto bloguista era minha obrigação semi-profissional relatar eventos e coisas e então que era uma espécie de jornalista. Perguntou-me que blog tinha. Quando disse o nome, iam-se partindo todos a rir. Não acreditaram. Só depois de escrever o nome do blog num papel é que acreditou. Despercebidos, despercebidos, mas Outra Merda Qualquer perceberam…! Foi lindo.
Passando rapidamente à frente… os vinhos lá fizeram efeito… a mais até em alguns casos que não vou comentar porque o decoro sempre fez parte da minha postura… Depois do jantar, bar. Um bar qualquer manhoso como o caraças (desculpem) com música dos anos oitenta e um cão a fugir por entre as pernas do pessoal. Houve uma espécie de luta com a máquina do tabaco, outra espécie de luta com um espanhol qualquer meio demente e completamente bêbado, desdentado e alucinado que nos quis contar a vida, por entre cuspidelas e risos estridentes. Freak.
Next. Siroco. Uma espécie de discoteca demasiado má para qualificar. Entramos. Quisemos sair, mas como não estávamos sozinhas, ficamos por lá um pouco, encostadas a um canto e a tentar não olhar muito à volta. O mundo da música electrónica com gente tatuada e cheia de piercings tipo motards não caiu lá muito bem. Interessante mistura, mas… Houve quem, no meio da disco, bem sentadinha, encostadinha e refastelada nos efeitos secundários de tanta prova de vinhos, tivesse adormecido. Mas, meus senhores e senhoras, também aqui o decoro me impede de comentar. Tirei fotos… Muito melhor. Uma imagem vale sempre mais do que palavras, não é?
Bem. Acaba aqui a noite. No geral, foi muito bom. Apesar dos ambientes meio esquisitos, divertimo-nos bastante.
Lá fomos para casa, cansadas e cheias de sono (houve quem dissesse coisas do tipo “É impressionante a vontade que tenho de beber água neste momento”… Não sei bem porquê…) e certas que íamos dormir muito pouco. Sábado seria o primeiro e último dia inteiro em Madrid e havia tanto para fazer.
Dormimos.

21.4.08

“No entiendo!” – Parte I

imagem: google
Aqui a empresa onde trabalho tem a seguinte filosofia: Work Hard, Play Hard. Uma equipa relativamente pequena, só mulheres. Caredo! Pensarão alguns… Mas estão enganados. Apesar dos apesares, é assim que funciona bem. E há-de continuar a funcionar! De qualquer das formas, como reconhecimento de semanas e meses de trabalho árduo, fomos “enviadas” para Madrid. Saímos na sexta passada; voltámos ontem. 48 horas em Madrid. Play Hard à lá Espanhuela. E então lá fomos. Atrasadas para o avião… claro. Não podia deixar de ser. O avião atrasou, claro. Também não podia deixar de ser. Chegamos, a meio da tarde de sexta, deixamos as malas na casa que alugamos para ficarmos todas e lá fomos nós à descoberta… da zona comercial. Tendo por guias turísticas dois elementos da equipa já bastante experientes na temática Madrid (daí a escolha do sítio…), lá fomos todas, felizes e contentes por estar lá. A zona onde ficamos, na Calle Mayor, pertíssimo da Puerta del Sol, foi ideal. O centro histórico da cidade, agora com ruas sem trânsito (muitas obras…) ficava a uma excelente distância para se ir a pé (e os kms que fizemos! Tenho um pé negro de tanto andar!). Bem, chegamos e fomos direitinhas para a Plaza Colón, bem perto da zona comercial. Primeiro pensamento quando saímos da Calle Mayor e entramos na Calle Gran Via: Foda-se. Gosto mais disto do que de Lisboa.
Adorei o aspecto da cidade. O ambiente. Adorei. A ideia que tinha de Madrid estava errada. Nunca pensei que fosse tão majestosa, por assim dizer. Grande. Espaçosa. Organizada. Bonita. Mantida. Limpa. Tudo no devido sítio. Nem me vou meter para aqui com comparações em relação a Lisboa e outras cidades Europeias que conheço. Não vale a pena. Há escalas para tudo e Lisboa e Madrid não estão na mesma escala. Simples. O fim-de-semana correu muitíssimo bem. Pormenores virão em breve. Queria apenas deixar aqui um enorme Holá! às pessoas com quem estivemos em Madrid. Son de Puta Madre! ;)

18.4.08

Mamar...

imagem: google
Ontem. 19:20 da noite. Eu a caminho de casa.
Eu – Estou? Ele (não o mesmo de sempre… outro) – Boa tarde, Dna XPTOA. Eu – Olá… ‘Tá tudo bem? Diga… Ele – Olhe… Parece que funcionou… Eu – Desculpe? Ele – Funcionou… Fui falar com o BPI com aquelas condições que lhe expliquei … Eles aprovaram o crédito ao Sr. Moldavo… Eu – Desculpe?! Ele – Temos a aprovação. Para a semana já lá vai o avaliador… Eu – Ahhh… Erm…. BPI? Ahhh… Está a falar a sério? Ele – Dna XPTOA, claro que sim. Nem imagina como me andava a sentir. Nem dormi de ontem para hoje com aquela situação toda do Montepio… Eu – Não foi o único. Passei metade do dia quase a chorar… Mas muitos parabéns pelo excelente trabalho! Isso é que foi negociar! Ele – Não queria que ficasse a pensar que sou incompetente! Eu – Oh Sr. XPTO, nunca o achei incompetente… talvez um cadito arisco… tempestivo… incompetente não. Ele – Hahehaheha!! Nada disso… Então depois de termos os papéis, pode ir ao seu banco pedir o extracto. Já sabe quanto tempo eles demoram? Penso que sejam duas semanas… Eu – Uma ova! Nem que tenha de me atirar para o chão… chorar… gritar… Duas semanas não é hipótese! Ele – Então… hehahehah!! Depois falamos. Se amanhã não me disserem em que dia vai lá o avaliador, eu peço que venha um de urgência. Pode ser? Eu – Oh, Sr. XPTO…! Por quem sóis! Muito obrigada pelo seu esforço extra. Muito obrigada mesmo. Ele – Acredite que estou tão aliviado e contente como você! Eu – Hehahehaheha!! Um excelente fim-de-semana para si! E obrigada mais uma vez! Ele – Igualmente! Até para a semana.
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Quem não chora, não mama. Oh eu a ficar de barriga cheia!!! Cabrões dos astros. Faltava-lhes motivação, um empurrão. Preguiçosos d’um corno! :)

17.4.08

Espera... espera... espera... shhh... espera....

imagem: google
Pois, tudo muito bem. Mas, para mim, por enquanto, é a única coisa que ajuda a minimizar a coisa. Reservo-me esse direito. Queixar-me ate delirar. Delirar até apagar. Queixar-me de tudo e de todos. Do mundo, que é um filho da puta injusto. Não só para mim, mas todos quanto cá andem e não tenham o que merecem (seja bom ou mau). Há coisas piores? Há certamente. Biliões de pessoas em situações piores e incomparavelmente mais sofridas e lixadas pela vida. Isso, lamento, não ajuda. Nada que eu possa fazer. Tal como quem está melhor do que eu também não pode fazer nada em relação a mim. A vida é uma pirâmide, e nunca ninguém olha para baixo, para o sítio de onde veio… Sempre para cima… sempre. Quem espera, sempre alcança? Quem espera, desespera. Utilize-se a versão que mais convier. A espera mata-me. A impossibilidade de poder encostar alguém à parede e resolver a questão logo ali mata-me. Por isso, sim. Whining is the only exit strategy, for the time being.
E se eu não me queixasse? Não iriam os astros (ou coisa parecida) pensar que estava satisfeita? Quem não chora, não mama.
Ahhh e tal, um dia olhas para trás e ris-te. Uma merda. Não sou assim tão masoquista. E de qualquer das formas, esse tal "um dia", envolve mais espera.
A espera mata-me.

16.4.08

Tudo

imagem: google
A imagem diz tudo.
E pronto.

Não entendo.

imagem: google
O leasing para compra da minha casa não foi aprovado a nível central pelos serviços do Montepio. O avaliador avaliou e aprovou. O balcão local aprovou. O leasing aprovou. O Montepio, com os seus senhores de Análise de Risco, dizem que um Homem, Moldavo, que está nacionalizado, tem contrato de trabalho efectivo e ganha cerca de 3000 euros/mês enquanto motorista não pode ser aprovado porque tem uma “profissão de risco”. Eu, que tenho dupla nacionalidade e faço 700 kms por semana para poder ir e vir trabalhar, pelos vistos, também me enquadraria nesta classe de gente que não faz parte dos planos dos Bancos. Também eu tenho uma profissão de risco porque tenho de correr o risco “de andar na estrada” todos os santos dias. Isso, ou então, existem critérios e falta de organização ao nível de empréstimos a estrangeiros. Têm medo que eles fujam. Também eu posso fugir. Ou pegar fogo àquela merda toda e cagar-me no banco. Eles, de qualquer das formas, ficam com a casa se eu não pagar. Assim sendo, qual a diferença aplicável a profissões ou origens? O banco não fica com a casa de qualquer das formas? Sinceramente, não entendo. É a tal coisa. Há liberdades e depois há liberdades. Em Portugal, pelos vistos, a liberdade é condicionada à origem E profissão da pessoa. Que bom. Estando nós tão perto do 25 de Abril, é muito bom ter exemplos destes. Exemplos de um país que pura e simplesmente se está a cagar para quem não preencher as medidas certas. Um país senil e de memória curta. Leis senis e sem memória sequer. Origem e Profissão. O Sr. Moldavo é um risco perante o banco. É motorista. Efectivo. 3000 euros/mês. Pelos vistos, não há motorista neste país que consiga empréstimo para comprar casa. Devem pegar neles e nas famílias e viverem nos camiões. Só pode. Não entendo.

Liberdades

imagem: google
Isto de ter (e manter) um blog não é tarefa fácil. Para além de se ter que ter alguma criatividade, imaginação e vontade em continuar com a coisa, fica-se sujeito a, entre outras coisas, comentários menos ou mais positivos em relação ao que é escrito ou em relação a quem escreve. Faz parte e quem se chatear muito com isto está a gastar o seu tempo.
No entanto, penso que deve haver o mínimo decoro na forma como as coisas são feitas por parte de quem, de livre vontade, deseja comentar posts ou enviar e-mails aos autores e autoras dos blogs.
“Mandar” bocas sob um véu de “anónimo” facilita em muito o “soltar de língua” (dedos, neste caso). Eu compreendo. É tal como os putos que se escondem atrás de muros e janelas para atirarem pedrinhas a quem passa. A pessoa leva com a pedra na cabeça, mas fica sem saber de onde veio. É como se fosse o “crime” perfeito.
Como sabem, eu gosto muito que visitem o meu blog e que o comentem. Gosto que se crie interacção. Gosto de comunicar. Gosto de comuniquem comigo. Gosto de saber que estas minhas divagações são lidas e apreciadas (positiva ou negativamente, tanto faz). Não sou (como ninguém é) obrigada a ter um blog e, dado ser um acto de escolha própria e liberdade de expressão, também admito que as outras pessoas possam (e devam!) usufruir dos mesmos direitos e liberdades.
Pensei em proibir comentários anónimos aqui no blog. Pensei e pensei. Decidi que não o ia fazer. Decidi que o melhor que tinha a fazer seria ficar sossiquieta no meu cantinho e “esperar” que nunca haja necessidade de apagar um comentário por o conteúdo do mesmo não se adequar ao contexto ou propósito da coisa.
Acima de tudo, não me sinto no direito de retirar a alguém a liberdade de expressão, mesmo que não “assumida”, que tem para opinar, comentar… falar. Apesar de ter aqui a minha vida (quase) toda bem chapada, também eu (ainda) não me identifiquei. Reservo-me esse direito. E como gosto de fazer aos outros o que gostaria que me fizessem a mim, vou continuar com esta postura pois penso que (por enquanto) seja a mais correcta.
Agora, apesar dos apesares, há uma coisa que peço: se têm algo para dizer, digam-no com o mínimo de coerência e respeito por quem cria espaços destes e por quem os visita. Não atirem a pedrinha sem antes estarem preparados para que a mesma seja devolvida com o dobro da força. Se assim for, e em nome de uma boa quantidade de igualdade de direitos e tratamento, não se queixem. Por isso, são todos bem-vindos. Mais que bem-vindos. Venham. Mas venham sabendo que são visitas em “casa” alheia. Isto da liberdade, também apesar dos apesares, é, por vezes, sobrestimada. Que saibamos bem utilizá-la e usufruir de tudo quanto nos possa trazer. Obrigada.

14.4.08

Vrrrrrruuuuuuuuuuuum!!!!!!!!!

imagem: google
Fui ao Moto GP no Estoril pela segunda vez. Da última vez, apanhei sol, um escaldão e enormes quantidades de pó. Desta vez, apanhei chuva, lama e um escaldão na cara. Da última vez foi braços, cara, pescoço… Menos mau.
Acho que o mundo “motard” é um que a não ser que se vá e que se veja, não se consegue muito bem compreender. É, verdadeiramente, um estilo de vida. Vê-se todo o tipo de gente, de todas as classes, de todos os estilos, de todas as preferências, tudo. Todos diferentes, mas todos iguais.
Bem, de qualquer das formas, Moto GP no Estoril. Vamos aos “factos”: - Todos detestam o Dani Pedrosa (até mesmo os Espanhóis… Preferem claramente o Lorenzo) - Todos adoram o som emitido por aquelas máquinas (não tem nada, mas nadinha mesmo, a ver com o que se vê e ouve na televisão) e vibram com aquilo de uma forma impressionante. - Todos gostam de ver as corridas das 250 cc e das 125 cc. São mais “emocionantes”. Os gajos correm riscos que os outros não correm. São muito mais competitivos. Muito mais. - Todos veneram o Rossi. O Valentino é Deus sobre duas rodas. Esta figura meio escanzelada faz bater corações, alterar pressões sanguíneas e é responsável por desejos de avarias e quedas a todos os outros que se atrevem a entrar em pista ao mesmo tempo que ele.
Devo confessar um enorme respeitinho por aquilo que este rapaz faz em cima da mota. Do meu lugar de simples pendura, percebo a forma como aquilo funciona e, digo-vos uma coisa, se há máquina que mete respeito, é uma mota.
(A respeito de ser pendura, tive um episódio meio engraçado com um senhor de uma loja de artigos para motas. Estava eu a experimentar um casaco e a colocar-me mais ou menos na posição em que fico quando estou na mota – meio encolhida e toda dobrada – quando o tal senhor vem ter comigo e me pergunta o que estou a fazer. Expliquei que estava a ver como me ficava o casaco na posição em que o iria ter que usar. Perguntou que mota era. Respondi. “Ahhh! Tu és pendura de uma mota R. És pendura de uma R! Bem! Tenho uma admiração por vocês. Vocês não são simples penduras! Eu nunca o faria. Nunca!” Fiquei a olhar para ele. Mas é verdade. Quando se anda numa mota de “pista” enquanto pendura, para além da posição não ser minimamente confortável, temos de ter um comportamento em cima da mota que faça parecer que não estamos lá sequer. O mínimo movimento fora do tempo pode quebrar o equilíbrio todo. Não deitar o corpo com o condutor numa curva? Cai-se. Não nos encolhermos um pouco mais quando se anda a maior velocidade? Podemos ser cuspidos. Agarrarmo-nos ao corpo do condutor não vale. É uma verdadeira lição de física. Mas pronto… Não era disto que vos queria falar).
Devo também confessar uma enorme admiração por este ser, tão simples e “puro”, conseguir reunir sobre ele a paixão de milhões. E não estamos a falar de paixões tipo “Amo-te Rossi! Quero ser a Mãe dos teus filhos!!” Não. Estou a falar de paixão por aquilo que ele é capaz de fazer. Paixão ao ponto de se lhe perdoar tudo. Ficou em terceiro? Não faz mal. Não há melhor que ele. Não ganhou? Não faz mal. Ele é o melhor. Caiu? Levanta-se! Porra. O gajo até corre com o pulso e tornozelo fracturados! É impressionante o apoio que ele tem por parte dos amantes deste desporto. Sente-se. Ele entra em pista para a volta de aquecimento e as bancadas ganham vida. Ele diz adeus às bancadas? Felicidade suprema.
Este ano, cedo se viu que não ia passar do terceiro lugar. O desânimo foi incrível. As bancadas silenciaram-se. Houve quem saísse logo. Mas ninguém falou mal. Ninguém lhe chamou nomes. Ninguém disse nada. Permanece o facto de ele fazer coisas que mais ninguém faz em cima daquele amontoado de peças de alta engenharia. O Valentino é o melhor dos melhores, e isso ninguém lhe tira. É dos poucos desportos em que fã é fã. Ponto final parágrafo.

11.4.08

Borrifadores e Golos

imagem: google
Não sei bem porquê (deve ser desta coisa toda dos professores e agressões e alunos e sei lá o quê), mas tenho andado a pensar nos meus dias de escola… Escola mas escola a sério. Ou seja, até mais ou menos o 6º ano. Onde estudei, a escola primária é considerada até ao 6º ano. Em cada ano, tinha-se uma sala, uma turma, um professor/a. Só a partir do 7º ano (quando se mudava de escola para a escola secundária) é que se passava a ter aulas em regime de períodos… uma aula aqui, outra ali… professores diferentes para todas as disciplinas. Era um stress. As turmas mudavam de ano para ano. Ou seja, de entre todas as turmas de um determinado ano, eram feitas novas turmas para que os alunos não estivessem sempre dentro do mesmo ambiente. Mudava-se de colegas, amigos, tudo. Mas era normal e aceite. O maior stress mesmo era saber com que professor ou professora se tinha ficado. Lembro-me particularmente da minha professora da 3ª classe e do meu professor do 5º ano. A da 3ª classe tinha reputação de ser má. De ser muito exigente. Era de origem Italiana. Eu adorei-a. Lembro-me dos vestidos que ela usava e dos saltos altos. Andava sempre toda arranjada, tinha um ar quase magistral. Não era bonita, aliás, pelo contrário. Tinha uma bocarra que metia medo! Mas eu adorava-a. Quando era preciso ir à secretaria da escola fazer alguma coisa, era sempre a mim que mandava. A partir de certa altura, já as senhoras da secretaria sabiam a que turma eu pertencia… Já nem perguntavam. Uma vez disseram-me isso. Que sabiam a que turma pertencia por isso não precisava identificar-me ou dizer o assunto. Já sabiam o meu nome e tudo. Aquela responsabilidade extrapolou para a turma. Como era um dos alunos que ia tratar de coisas (papeladas, pedidos disto e daquilo, recados, etc… coisas simples), sentíamos que tínhamos um papel a desempenhar no meio daquilo tudo. Era um espectáculo.
O professor do 5º ano. Ahhh…. Esse era pura e simplesmente temido. Ouviam-se histórias inacreditáveis. Tínhamos medo dele. Era grande. Muito alto. Era feio. Tinha cabelo esquisito, sempre espetado. Nariz enorme. Falava alto. Espumava da boca. Era magro. Vestia-se de forma desportiva, como quem ia mesmo trabalhar para um daqueles trabalhos que sujam. Foi o melhor professor que alguma vez tive na vida. Era rigoroso. Justo. Honesto. Compreensivo. Exigente. Ríspido. Coerente. Simpático. Divertido. Antes do início de cada período de aulas (depois dos intervalos), tínhamos de fazer duas filas à porta da sala para podermos entrar. Filas direitinhas. Sem barulho. Nada. As salas eram tipo pavilhões com coberturas entre elas mas onde podia chover ou bater o sol. E não, qualquer semelhança com os pré-fabricados Portugueses é pura fantasia. Qualquer imagem que possam ter construído está errada. Acreditem. E então, antes de entrarmos, o professor fazia-nos perguntas. Quem acertava podia entrar, quem errava passava para o final da fila. Quando estava muito frio ou muito calor, éramos todos muito mais espertos e inteligentes. Mas mesmo em dias bons, queríamos sempre entrar sem ter que ir para o final da fila. Eram perguntas de matemática… contas… ou simplesmente sobre matéria que estivéssemos a dar. Lembro-me que em dias muito quentes ele tinha sempre um daqueles borrifadores com água que usava para nos refrescar a cara quando acertávamos nas respostas. Era fantástico. Normalmente depois de almoço, tínhamos meia hora para lermos o nosso livro (todos tínhamos livros para ler, escolhidos por nós, fornecidos pela escola através da biblioteca). O silêncio era absoluto. Novamente, nos dias quentes, ele ia passando pela turma e aos alunos que via estarem a ler mesmo, borrifava-nos a parte de trás do pescoço. Era, simultaneamente, um prémio por estarmos a fazer o que devíamos e uma acção de simpatia pelo calor que sabia sentirmos. Era bom. Era fantástico. Quando era “mau” connosco, explicava porquê. Era justo. Não tínhamos o pior aluno da turma. Ninguém era o pior. Havia os melhores em termos de notas, mas em termos de comportamento, até os mais ariscos se portavam bem e tinham bons resultados. Lembro-me nitidamente dele, sentado à mesa, pés esticados em cima da mesma, a ler para nós (isso também havia… um livro escolhido por ele e lido em voz alta para todos). Era muito bom.
Lembro-me de uma vez termos sido premiados com um jogo de bola durante o período de aulas. Todos nas salas e nós no campo de futebol a jogar à bola com o professor. Lembro-me que nesse dia tinha ficado eu como guarda-redes. Depois de ter apanhado a bola, peguei nela e dei uns quantos passos atrás para ganhar balanço para a atirar de novo para o campo. De repente, ouço-o a apitar e a gritar “Goooolo!” Ficámos todos a olhar. Ninguém tinha marcado golo. Voltei a fazer o mesmo e novamente apito e grito de golo. “2-Zero!” Lá percebi que era eu que, ao andar para trás, ia entrando na minha própria baliza, logo, marcando supostos golos. Ri-me. Ele sorriu-me e continuamos com o jogo. A pontuação não foi alterada e ninguém se chateou. Foi o melhor professor que alguma vez tive na vida.

10.4.08

Estou parva.

Imagem: Cluster Maps
Desculpem lá estar a insistir tanto nisto, mas estou verdadeiramente parva com a quantidade de visitas estrangeiras aqui ao blog. Esta coisa é fantástica! Brasil em força! Caras, mandem um Oi! França! Mandem um Alô Alô! Portugas… vocês, pá. Lindos como sempre. Estejam onde estiverem.
Estou mesmo parva. Mas um parva bom… não do tipo parva como a senhora de ontem que ao falar ao telemóvel com AURICULAR se distraiu e quase que ia capando o “meu” Saxo. Não é esse tipo de parva. Ahhh… e não tipo parva como os Srs. Bestas da Imobiliária Filha Bastarda do Demo que, pelos vistos, andam a fazer tudo para fecharem a chafarica. Também hei-de dar uma mãozinha… mas por enquanto, vou-me refastelando ao vê-los a enterrarem-se cada vez mais na própria bosta. Um parva bom. Mesmo bom. :)

8.4.08

I spy with my little eye...

imagem: google
Ena, ena, ena! Coloquei aqui esta coisa que mostra de onde são as pessoas (ou onde estão os computadores...) que visitam este meu singelo, humilde e mal criado blog e os resultados são incríveis. Não tinha noção assim tão exacta dos sítios onde tudo isto é lido!
Realmente, o mundo está cada vez mais pequeno.
A todos, sem excepção, muito obrigada pela visitas... sejam elas feitas de onde forem!

7.4.08

Pagar

imagem: google
E da mesma autora da célebre frase “Vou chamuscar a patareca”, temos o seguinte: Ela – Tenho de ir tratar das minhas responsabilidades domésticas… Eu – Tadinha… O que tens tu para fazer? Ela – Nada. Vou pagar à minha empregada. Eu – Ahhhh! Que continues a ser a bela fonte de inspiração que és, minha Linda. Que continues!

3.4.08

Aprovado, Foda-se!

imagem: google
1. O Avaliador do banco avaliou a minha casa em mais 10 mil euros do que o pedido de empréstimo. O que significa que o crédito está mais do que aprovado e que eu me livro daquele apartamento! 2. Até final do mês, tenho escritura feita. O que significa que posso finalmente mandar vir o meu carrinho!
3. E apesar destas boas notícias todas, o que mais me alegra é pensar que vou finalmente ter oportunidade de mandar a Imobiliária Filha Bastarda do Demo à MERDA, incluindo caminho detalhado para como bem lá chegar em segurança.
Sou uma gaja feliz. Não completamente, completamente, mas feliz mesmo assim. :)

2.4.08

'Tou!!!

imagem: google
Acabamos de receber uma bela notícia tão aguardada... uma das lindas meninas aqui da empresa acaba de saber que está grávida. Aliás, soubemos todas exactamente ao mesmo tempo que ela: um telefonema para saber afinal que raio queriam dizer uns resultados de um exame... a pergunta "Mas estou ou não?" e a resposta "'Tou!!" deram-nos toda a informação necessária.
A ti, recém empossada Mamã, muitos Parabéns. Ao Pai, bom trabalho, pá!
:)
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Caiu!

imagem: google
Aqui mesmo em frente ao prédio onde trabalho, estão a proceder com uma bela, fantástica e gloriosa demolição de um antigo prédio. Fantástico. Estamos todas num estado da mais perfeita admiração por estarmos a ver, aos poucos, a destruição deste edifício.
Quando se vê um prédio com aí uns 100 anos a ser destruído, vê-se também do que o mesmo é feito... Neste caso, os materiais de construção parecem ser areia, cuspo e ripas de madeira estaladiças. Bela receita.
Out with the old and in with the new.
Estava eu a fazer uma analogia com alguns pormenores da vidinha aqui da Je quando me apercebi que o que preciso realmente não é nem de carro nem casa novos. Não. Preciso é do contacto do gajo que está a manusear aquela máquina espectacular, com uma espécie de mandíbula na ponta, que come e destroi tudo que não presta. Disso é que eu preciso. Dava-me um poder negocial do caraças.
Agora, com licença que acho que o gajo já terminou o intervalo para cigarrinho. Vou só ver se está ou não a fazer um bom trabalho... Por falar nisso, deve ser das profissões em que a avaliação de desempenho está sempre a 100%. Hmmmm......