O leasing para compra da minha casa não foi aprovado a nível central pelos serviços do Montepio. O avaliador avaliou e aprovou. O balcão local aprovou. O leasing aprovou. O Montepio, com os seus senhores de Análise de Risco, dizem que um Homem, Moldavo, que está nacionalizado, tem contrato de trabalho efectivo e ganha cerca de 3000 euros/mês enquanto motorista não pode ser aprovado porque tem uma “profissão de risco”.
Eu, que tenho dupla nacionalidade e faço 700 kms por semana para poder ir e vir trabalhar, pelos vistos, também me enquadraria nesta classe de gente que não faz parte dos planos dos Bancos. Também eu tenho uma profissão de risco porque tenho de correr o risco “de andar na estrada” todos os santos dias.
Isso, ou então, existem critérios e falta de organização ao nível de empréstimos a estrangeiros. Têm medo que eles fujam. Também eu posso fugir. Ou pegar fogo àquela merda toda e cagar-me no banco. Eles, de qualquer das formas, ficam com a casa se eu não pagar. Assim sendo, qual a diferença aplicável a profissões ou origens? O banco não fica com a casa de qualquer das formas?
Sinceramente, não entendo.
É a tal coisa. Há liberdades e depois há liberdades. Em Portugal, pelos vistos, a liberdade é condicionada à origem E profissão da pessoa. Que bom. Estando nós tão perto do 25 de Abril, é muito bom ter exemplos destes. Exemplos de um país que pura e simplesmente se está a cagar para quem não preencher as medidas certas. Um país senil e de memória curta. Leis senis e sem memória sequer.
Origem e Profissão. O Sr. Moldavo é um risco perante o banco. É motorista. Efectivo. 3000 euros/mês. Pelos vistos, não há motorista neste país que consiga empréstimo para comprar casa. Devem pegar neles e nas famílias e viverem nos camiões. Só pode.
Não entendo.
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