9.1.13

De início, temos o princípio.

imagem: google


2013 já cá canta. Fantástico.
“Como está a correr o teu ano, Me?”, já me perguntaram.
“Normal… vamos no 9º dia, continua a fazer frio. Tudo dentro do expectável”, respondo para não fazer muito alarido e destruir a fé alheia.
Sendo verdade que o ano correrá com base nos indícios (ou no que acontece) dos primeiros dias do mesmo, devo admitir que o meu parece não ir correr muito mal. Porquê? Por isto.
Ao terceiro dia de Janeiro, fui ter com amiga que iria nesse mesmo dia, voltar para país onde se encontra emigrada desde meados do ano passado. Fui para me despedir dela mas, devido ao atraso em fazer as malas, acabei por ser útil de outras formas.
O país para o qual foi não é, digamos, dos mais desenvolvidos. Entre um dos factores de necessidade de desenvolvimento, encontra-se a indústria dos apetrechos e geringonças de animação sexual (isto só para vos contextualizar).
Cheguei a casa dela faltava cerca de uma hora para se meter a caminho do aeroporto. Virou-se para mim, com ar incrédulo, e exclamou: Esqueci-me daquilo! Esqueci-me! Importas-te de ir comprar num instante?!, enquanto me atirava com notas para as mãos.
Confusa, perguntei qual seria alvo de tamanho esquecimento. Creme para massagens eróticas, anéis penianos com massajador de clitóris e pensos higiénicos respondeu-me.
Só tive tempo de perguntar “Com aroma ou sabor a quê?!” enquanto voava porta fora para ir até ao supermercado mais próximo tratar de encomenda tão peculiar. Tinha 10 minutos para concretizar a tarefa.
Entrei no Continente aqui da terrinha a correr e em passo muito apressado me dirigi até à secção de tais entretenimentos. Duas senhoras, sossegadamente a escolher pacotes de lenços de papel, sorriram quando me viram a olhar para prateleiras com ansiedade, pegando nesta e naquela caixa, neste e naquele tubo de creme, escolhendo entre aparelhos a pilhas ou baterias (impressionante a escolha disponível no Continente…). Peguei no arsenal e, em passo ainda mais acelerado, fui para a caixa. Estavam todas mais que cheias e, enquanto tentava esconder o que iria comprar nos braços (eu sou de cá, porra) lá escolhi a que me parecia menos cheia.
Tinha funcionário masculino a atender. Pensei: que se lixe. Ao menos assim dou uma ajudinha ao sexo feminino quanto à aceitabilidade deste tipo de produto (e dou-lhe razões para ter mais uma história para contar).
Chegada a minha vez, coloquei os produtos (uma caixa de pensos higiénicos, dois anéis penianos e um tubo de óleo com aroma a chocolate) em cima do tapete e agarrei logo num saco para ir pondo as compras. O tempo que o representante da espécie masculina demorou a encontrar a merda dos códigos de barra pareceu-me um horror. Aquilo é que foi virar e revirar as embalagens todas. Olhei para o ecrã onde se vêem as compras descriminadas e não me contive. Comecei-me a rir. Rapazinho sorriu ligeiramente. Pensei que podia alegar que era tudo para uma amiga minha que estava emigrada e precisava disto mas não o fiz. Quem iria acreditar?
Ainda a rir-me, paguei e agradeci. Peguei no saco e corri dali para fora.
Ainda hoje consigo ouvir os pensamentos das pessoas que estavam na fila daquela caixa (para não falar dos de quem me atendeu): Vai cá com uma pressa! Assim é que é! E até leva pensos e tudo! Aquilo é que vai ser!
Conclusão: não sei bem qual será a parte desta história que melhor poderá fornecer dados quanto a como correrá 2013; se a risota incontrolável, se a correria desenfreada, se o impulsionar da vida sexual de terceiros, mas algo há-de surgir.
Vamos ver.
Bom ano para todos.