O natal de hoje não tem nada a ver. Poucas pessoas. Às vezes nem se pode dizer poucas mas boas porque o frete que alguns fazem parte-me ao meio. Dá-se demasiada importância aos presentes. Dá-se pouca importância à família. Dá-se demasiada importância a ter-se a porra duma posta de bacalhau cozido no prato. Dá-se demasiada importância ao que se vai receber. Demasiada importância ao que se vai oferecer. Quanto será que custou isto? Forretas. Dá-se demasiada importância a quem faz o quê e quem não faz o quê. E porque eu lavei pratos e ela não! E porque eu estive a cortar borrego e ele a jogar as cartas! E porque eu levei um vinho caro e os outros levaram coca-cola. Não há cu que aguente!
Quando for grande, vai haver febras e salsichas com salada e, para a sobremesa, mousse de chocolate e gelado. E vai-se comer tudo em pratos de papel com talheres de plástico. Os presentes vão ser livres, com obrigatoriedade de um sentido “obrigado” no fim de o receber. Vai-se convidar um montão de gente, família E amigos, e vai-se fazer uma festa como deve ser. Vai-se rir. Vai-se sorrir. Todos se vão divertir como deve ser. Não vai haver peru ou bacalhau ou borrego ou polvo ou couves ou o raio que o parta! Não vai haver decorações de natal. A árvore enfeita-se na noite. Todos enfeitam a porra da árvore com algo diferente. Flocos de neve uma ova! Vai-se meter musiquinha de baile foleiro e o pessoal vai dançar. E vai gostar! Só se mantém a data porque dá jeito o feriado. Se não, fazia-se em Julho porque está mais quentinho. O natal não é quando e como se quer?
E vai-se dar bagaço à porra do cão!
Feliz Natal.
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