16.4.08

Liberdades

imagem: google
Isto de ter (e manter) um blog não é tarefa fácil. Para além de se ter que ter alguma criatividade, imaginação e vontade em continuar com a coisa, fica-se sujeito a, entre outras coisas, comentários menos ou mais positivos em relação ao que é escrito ou em relação a quem escreve. Faz parte e quem se chatear muito com isto está a gastar o seu tempo.
No entanto, penso que deve haver o mínimo decoro na forma como as coisas são feitas por parte de quem, de livre vontade, deseja comentar posts ou enviar e-mails aos autores e autoras dos blogs.
“Mandar” bocas sob um véu de “anónimo” facilita em muito o “soltar de língua” (dedos, neste caso). Eu compreendo. É tal como os putos que se escondem atrás de muros e janelas para atirarem pedrinhas a quem passa. A pessoa leva com a pedra na cabeça, mas fica sem saber de onde veio. É como se fosse o “crime” perfeito.
Como sabem, eu gosto muito que visitem o meu blog e que o comentem. Gosto que se crie interacção. Gosto de comunicar. Gosto de comuniquem comigo. Gosto de saber que estas minhas divagações são lidas e apreciadas (positiva ou negativamente, tanto faz). Não sou (como ninguém é) obrigada a ter um blog e, dado ser um acto de escolha própria e liberdade de expressão, também admito que as outras pessoas possam (e devam!) usufruir dos mesmos direitos e liberdades.
Pensei em proibir comentários anónimos aqui no blog. Pensei e pensei. Decidi que não o ia fazer. Decidi que o melhor que tinha a fazer seria ficar sossiquieta no meu cantinho e “esperar” que nunca haja necessidade de apagar um comentário por o conteúdo do mesmo não se adequar ao contexto ou propósito da coisa.
Acima de tudo, não me sinto no direito de retirar a alguém a liberdade de expressão, mesmo que não “assumida”, que tem para opinar, comentar… falar. Apesar de ter aqui a minha vida (quase) toda bem chapada, também eu (ainda) não me identifiquei. Reservo-me esse direito. E como gosto de fazer aos outros o que gostaria que me fizessem a mim, vou continuar com esta postura pois penso que (por enquanto) seja a mais correcta.
Agora, apesar dos apesares, há uma coisa que peço: se têm algo para dizer, digam-no com o mínimo de coerência e respeito por quem cria espaços destes e por quem os visita. Não atirem a pedrinha sem antes estarem preparados para que a mesma seja devolvida com o dobro da força. Se assim for, e em nome de uma boa quantidade de igualdade de direitos e tratamento, não se queixem. Por isso, são todos bem-vindos. Mais que bem-vindos. Venham. Mas venham sabendo que são visitas em “casa” alheia. Isto da liberdade, também apesar dos apesares, é, por vezes, sobrestimada. Que saibamos bem utilizá-la e usufruir de tudo quanto nos possa trazer. Obrigada.

2 comentários:

Anónimo disse...

Obviamente, este é o último comentário que faço neste blog. Utilizo o anonimato como utilizam todos os escribas que aqui dão à costa.
Não compreendo, mas também não tenho que compreender, como mereço este tipo de comentário e o senhor vítor se dá ao luxo de confessar as dificuldades em escrever com "onze" dedos.
Tentei criar polémica e espicaçar a autora deste blog porque me dá gozo visitar este cantinho global e, assim, contribuir, de alguma forma, para o surgimento de novos escritos.
Concerteza não pensou que perderia tempo com algo que não me dava prazer, seja no asfalto, na biblioteca, na esquadra ou no hospital... foi um prazer!

Me disse...

Sr. Anónimo,
Não deve andar tão atento quanto pensa. Eu, desde há uns tempos para cá, faço questão de me referir à questão do anonimato quando respondo a comentários (independentemente do teor dos mesmos). Veja por si mesmo. Brinco, inclusivamente com a questão, dizendo que podem usar Open IDs que digam “Sr. Anónimo”…
Em relação à minha resposta no post anterior, não foi a mim que dirigiu a provocação, como diz, mas sim ao “coitado” que as vê passar no asfalto. Eu, talvez erradamente, e dentro do espírito da tal liberdade de expressão que tanto apregoo, comentei que cada um gosta do que gosta, cada um tem os dedos que quiser, e cada um faz do asfalto o que bem entender.
Desta forma, e pensando eu não estar a defender ninguém, pensava poder evitar uma resposta menos adequada, no meu espaço, ao comentário que você mesmo fez. Não quero, de forma alguma, que haja trocas de “galhardetes” entre as pessoas que gosto que aqui venham. Em relação ao teor mais ou menos adequado do comentário do Vítor, isso é assunto que tratarei directamente com ele. Não faz, de facto, parte do teor deste blog aquele tipo de “assunto”.
Em relação ao “espicaçar”… Aceito, obviamente, que terá mais que fazer do que passar os seus dias aqui à espera que eu me dê ao trabalho de actualizar o blog. No entanto, os seus “espicaçares” e comentários têm sido um pouco pesados, a meu ver. Se eu escrevo bem ou mal, não sei. Se sou mais ou menos interessante do que outra pessoa qualquer que tenha um blog? Também não sei. Se sou capaz de melhor? Claro que sim. Sei que sim. Mas, por enquanto, e dentro do “espírito” deste blog em particular, considero estar tudo mais ou menos “dentro do mesmo nível”.
Cada um é como cada qual. Se não quer comentar mais no blog, é prerrogativa sua. Saiba que é, como sempre foi, bem-vindo. Não vou, como já disse, impedir que hajam comentários anónimos. Agora, não pode é provocar e depois não gostar do efeito.
Caso deseje, caso tenha alguma coia que queira dizer e aí sim, sob total anonimato, escreva para outramerdaqualquer@yahoo.com Este e-mail sempre esteve e estará sempre disponível para quem queira partilhar ideias ou opiniões que depois requeiram o devido “follow-up”.
Boa leituras para si, mesmo que silenciosas.