imagem: mesmíssima
Adenda ao post anterior por pedido explícito aqui das Gajas e passo a citar: “Madrid limpa? Foda-se! Montes de pevides e merda de cão! Pelo menos na zona onde andámos!”
Nota da Autora: Eh, pá. Ok. Aceito. Eles têm aquela mania de comer as sementes de girassol e de atirarem as cascas para o chão. Meninas, é cultural… Faz parte do charme da cidade… das pessoas… Merda de cão? Não vi. Vi foi um senhor a passear três lindos golden retrievers e a apanhar a merda de um, mesmo o cachorrito tendo feito o serviço em cima de um pouco de terra num jardim… Isso vi… Mas pronto. Em nome da justiça: Madrid é limpa tirando as cascas e merda de cão. Pode ser?
Adiante.
Chegadas a Madrid, como já disse, fomos direitinhas à casa. Já agora, para quem quiser, vejam o seguinte site: Chic Rentals. É de uma empresa em Madrid que tem montes de apartamentos que aluga a preços razoáveis com a vantagem de se poder ficar numa casa, com, por exemplo, 8 pessoas, incluindo cozinha e todo o conforto que não ficar num hotel permite. As casas são todas bonitinhas e fashion. Uma boa opção.
Largamos as malas, e fomos para a Praça Colón. A voltinha que demos por aquela parte da cidade aguçou-me o apetite. Fiquei imediatamente com uma sensação de frustração (para além de ter pensado a coisa do foda-se-gosto-mais-disto-do-que-de-Liboa). Seria impossível, no tempo que tínhamos, ver a cidade. Impossível. Demasiado grande. Fiquei quase como que esmagada com o tamanho daquilo tudo. Adorei!
Lanchamos. E espanto. Fuma-se! Aquela cena da Proibição de Fumar é de livre vontade. Só aplica a lei quem quiser. Quem não quiser, não aplica. Há escolha e as pessoas compreendem e aceitam isso. Foi muito esquisito estar à mesa de um café e fumar. Muito mesmo.
Depois desta pequena voltinha, voltamos para casa. Havia jantar marcado. Os Asturianos. Algures em Madrid (não me perguntem…). Fantástico. Zona de entrada cheia de gente a comer e beber e a falar (falam muito alto os Espanhóis…). Ambiente do caraças. Os Espanhóis (homens) são muito mais ariscos do que os Portugueses… Passamos por um grupo deles no restaurante e fomos saudadas por um grande Holá seguido de um Adiós, Adiós… quando não respondemos. Simpáticos.
Pronto. Era só gente, barulho, fumo. Fantástico. Entradinhas. Comidinha boa. A companhia foi ainda melhor. Estava lá o Sr. C (artista musical… cantor), o Sr. P (jornalista e perito em vinhos), o Sr. J (tem um programa de rádio sobre a Boa Vida…) e a Sra C (também ela jornalista e perita em vinhos). Já agora, quando digo peritos em vinhos… é tipo peritos-melhores-do-mundo-e-arredores. Gente que sabe qual o tamanho da uva quando prova um vinho qualquer quanto mais a casta e a cor das cuecas do gajo que as andou a apanhar. Tudo isto seria fantástico se… eu bebesse vinho. Não bebo. Por norma, não bebo álcool sequer. Vinhos vou provando… O mais longe que vou assim numa noite de jantarada e festa é uma cerveja ou uma Clara (panaché na língua do Dom Quixote…) e um martini rosso com montes de gelo. O que é que se vai fazer? Sou assim!
Bem, o jantar foi um espectáculo. Entre piadas e anedotas e histórias e curiosidades e mal entendidos e coisas engraçadas, tudo correu excelentemente bem. Até houve tempo para eu referir (coff-coff) que também era uma espécie de jornalista… Risota geral. O Sr. P, sentado ao meu lado, ficou logo de orelhas no ar. Eu, muito séria, afirmei que sim. Que, enquanto bloguista era minha obrigação semi-profissional relatar eventos e coisas e então que era uma espécie de jornalista. Perguntou-me que blog tinha. Quando disse o nome, iam-se partindo todos a rir. Não acreditaram. Só depois de escrever o nome do blog num papel é que acreditou. Despercebidos, despercebidos, mas Outra Merda Qualquer perceberam…! Foi lindo.
Passando rapidamente à frente… os vinhos lá fizeram efeito… a mais até em alguns casos que não vou comentar porque o decoro sempre fez parte da minha postura…
Depois do jantar, bar. Um bar qualquer manhoso como o caraças (desculpem) com música dos anos oitenta e um cão a fugir por entre as pernas do pessoal. Houve uma espécie de luta com a máquina do tabaco, outra espécie de luta com um espanhol qualquer meio demente e completamente bêbado, desdentado e alucinado que nos quis contar a vida, por entre cuspidelas e risos estridentes. Freak.
Next. Siroco. Uma espécie de discoteca demasiado má para qualificar. Entramos. Quisemos sair, mas como não estávamos sozinhas, ficamos por lá um pouco, encostadas a um canto e a tentar não olhar muito à volta. O mundo da música electrónica com gente tatuada e cheia de piercings tipo motards não caiu lá muito bem. Interessante mistura, mas… Houve quem, no meio da disco, bem sentadinha, encostadinha e refastelada nos efeitos secundários de tanta prova de vinhos, tivesse adormecido. Mas, meus senhores e senhoras, também aqui o decoro me impede de comentar. Tirei fotos… Muito melhor. Uma imagem vale sempre mais do que palavras, não é?
Bem. Acaba aqui a noite. No geral, foi muito bom. Apesar dos ambientes meio esquisitos, divertimo-nos bastante.
Lá fomos para casa, cansadas e cheias de sono (houve quem dissesse coisas do tipo “É impressionante a vontade que tenho de beber água neste momento”… Não sei bem porquê…) e certas que íamos dormir muito pouco. Sábado seria o primeiro e último dia inteiro em Madrid e havia tanto para fazer.
Dormimos.