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Vamos ao que interessa.
Tenho para mim que isto do mimo, e da respectiva possível falta do mesmo, em nada se compara às quecas e possível falta das mesmas (viram esta cuidada manobra de passagem ao assunto pretendido? Elegantíssima, foda-se!!!).
Todos sabemos que a falta de mimo não é coisa que dê cabo do mundo a alguém, até porque há sempre mecanismos de compensação que auxiliam na devida … ahhh… compensação. Agora, falta de queca ou falta de qualidade da mesma, isso sim é problema nefasto que arruína a vida a todos quanto entrem em contacto com ser não ou mal fodido (sim, a minha falta de compaixão por gente que não anda a ter nenhum é nula… especialmente quando deixam que isso influa nas vidinhas dos restantes seres quecados ou não do planeta…).
Essa gente, a que não tem ou tem mal e porcamente (ainda que haja quem goste assim…), parece conseguir arranjar sempre mecanismos de introduzir o assunto no seu dia-a-dia, espalhando momentos sexuais por tudo quanto é canto e recanto da sua vidinha e da dos que têm o azar de co-habitar a terra na mesma década/ano/mês/whatever. Arranjam sempre forma de dar fodas nos outros, mesmo que para esses a coisa mais pareça momento de puro enrabanço sem lubrificante do que prazeiroso momento de partilha de ooohhhs e ahhhhs.
Gente mal fodida topa-se à distância. São os que nos dão olhares doces e melosos enquanto o lábio de cima se arremelga só o suficiente para mostrar dentinho afiado. São os que nos passam a mão pelo ombro enquanto nos olham de alto a abaixo, estudando a melhor forma de nos chegar ao cu. São os que passam a língua pelos lábios de forma sensual, iniciando desde logo a sessão de sexo oral com as falinhas mansas e cuidadas que sabem meter-nos a prestar atenção.
Já vêm com a queca estudada. Trazem todos os sex-toys no bolso. Já vêm com strap-on posto. Já se vieram só de pensar na foda que vão dar, qual teenager a preparar-se para o primeiro encontro com a boazuda lá da escola através de sessão de dar ao punho, não vá a moçoila apetecer-lhe um cadito de rambóia e ele estar demasiado cheio para se aguentar à bomboca durante mais do que 30 segundos.
Nunca descuram os preliminares. Nunca. Querem-nos sempre bem preparados para o que aí vem. E nós ficamos. Sentimos a tensão sexual no ar mal pomos a vista em cima do ser sexual. Ficamos com pele de galinha. Os sentidos apurados. Apertamos o ânus involuntariamente como se o dito cujo adivinhasse o tamanho do strap-on por de trás daquelas roupas inocentes. Passamos a ouvir melhor. A ver melhor. A cheirar melhor. Ficamos focados, focadíssimos, antecipando o que aí vem. Rebolamo-nos naquela sensação de perigo, naquela sensação de não sabermos bem por onde vai ser, mas seguros na certeza de que o momento chegará em todo o seu esplendor. Olhamos a língua a passar pelos lábios já humedecidos, vimos as mãos a ajeitar as cuecas através da roupa, ouvimos a voz meio assoprada e doce, melódica, que nos vai chegando aos ouvidos em doces ondas que convidam ao mergulho. Involuntariamente, metemos as mãos no cinto das calças, cruzamos as pernas, tentando lutar contra o inevitável. Fazemo-nos difíceis, qual boazuda lá da escola que sabe que vai mandar uma com o borbulhento do bonzão mas que também sabe que o segredo é a alma do negócio. Fechamos os olhos, esperamos pelo impacto. Sabemos que aí vem. Deixamos cair as mãos para o colo, anuindo à pura força do momento. Lutamos contra a vontade de nos pormos de pé e de nos dobrarmos sobre a mesa, de regueifa bem arregalada e exposta a tudo quanto lhe estiver destinado. Mordemos a língua, evitando assim gritar as palavras “Ai, fode-me, fode-me!! Fode-me!! Isso!! Aí!! Fode-me com força!! Mais!! Mais!! Mais!!! MAAAAAAIIIIIS!!!!!!!!! FOOOODEEEEE-MEEEEEE!!!!”. Ficamos ali naquele torpor, naquela espera tortuosa, envoltos em cheiros, imagens e palavras de foda. Arrepiamo-nos só de pensar se será tão bom como da última vez. Ficamos com a pele a arder… todo o nosso ser suplica pela estucada final que dará azo à tão aguardada explosão de prazer… Agarramo-nos à mesa, trancamos os pés nas pernas da cadeira, damos uma última olhadela ao relógio para podermos situar tão delicioso momento no tempo…
E depois… PUUUMMM! PUUM-PUUUUM-PUUUUUUUUUUM!!!
Ahhhh doce libertação! Ahhhh delicioso abandonar de corpo!!! Ooohhh tão aguardada foda que nos mete a voar por entre as nuvens, escaldando os pelos do cu devido à proximidade do sol! Ohhhhh finalmente receber o prometido!! Parece que cada terminação nervosa da nossa pele ganha vida, explodindo uma por uma numa espécie de jogo do dominó que começa entre as nalgas, espalhando-se com a força de um vulcão até todas as extremidades do nosso ser. Ardemos! Abandonamo-nos por completo àquela sensação de estarmos a ser fodidos com toda a força por ser superior e forte e conhecedor das melhores técnicas para, do modo mais eficiente e eficaz possível, mandar foda com o mínimo de estragos, deixando-nos sempre em condições para as que vierem! Oh admiração! Oh veneração! Oh entrega! Oh caralhos que vos fodam, porra.
Bem sabemos que é isso que querem – que caralhos vos fodam, mas o resto do pessoal lá tem alguma culpa de não os haver ou de não os haver em qualidade suficiente?
Uma coisa é um linguadozito… um apalpão… um belisco aqui e ali... um espreitar pela camisa abaixo uma vez por outra. Outra completamente diferente é um momento sexual puro e duro, digno de bolinha vermelha ao canto do ecrã que nos deixa com andar novo durante dez dias seguidos.
Caralhos vos fodam e rápido que isto não há cu que aguente!
Mas sim, mimo é bom e eu gosto. Muito.