5.11.08

Mãozinhas?

imagem: google Sou, por motivos profissionais, visita assídua à Cidade de Braga. Na cidade de Braga, há um parque de estacionamento muito, digamos, sui generis. Um barracão enorme convertido em estacionamento para carros. Até aqui, tudo normal. Tem uma entrada própria, bem junto a uma zona comercial pedonal onde passam as pessoas. Até aqui tudo bem também. Pormenor de relevância: quem quer lá deixar o carro, pura e simplesmente deixa o carro. Pára o bólide na fila, se a houver, sai e vai embora. Simples. Chaves na ignição e tudo para que os Técnicos de Arrumação possam pegar na viatura e arrumá-la no sítio. Muito bom. Muito bom para quem é de lá… A primeira vez que eu e a Chefe-Mor fomos fazer uso destas instalações, ficamos dentro do carro, a aguardar pacientemente que a fila andasse para podermos entregar as chaves ao Técnico de Arrumação. Reparamos que as pessoas dos outros carros não estavam a fazer o mesmo. Em plena rua, com montes de gente a passar, o pessoal saía dos carros e pirava-se. Estranhamos. Pouco depois veio o tal Técnico de Arrumação ter connosco para literalmente nos mandar embora. “Podem ir, podem ir! Deixe estar tudo. Podem ir!” É claro que não fomos. Ficamos especadas a olhar até ele explicar como a coisa se processava. De todas as vezes que lá fomos, repetimos o processo (até já nos conhecem e tudo… as meninas de Lisboa onde o estacionamento é muito mais caro…). Da última vez que fomos, na passada segunda-feira, tive oportunidade de levar o Leon. Sendo da empresa (com pequena quota minha…) lá fomos de viagem até Braga. Chegadas ao estacionamento, o carrito teria de ficar a aí uns 3 carros da entrada do estacionamento… ou seja, na rua. Fiquei reticente em o abandonar. A Chefe-Mor, rindo-se, disse-me “Pois… quando é com o nosso custa sempre, né?”… Eu ri-me, nervosa… Lá saí do carro… a medo. Fomos embora. 10 metros à frente, lembrei-me que o carro tranca automaticamente… voltei para trás, tirei as chaves do compartimento onde as tinha deixado (fora da ignição, portanto), tranquei-o (alívio) e fui entregá-las ao Técnico de Arrumação, referindo que as chaves eram DAQUELE LEON PRATA ALI FORA… AQUELE ALI… ‘TÁ A VER??? (acho que ele percebeu que eu não estaria muito à vontade… mas pronto… tinha vindo de Lisboa… desculpam-nos tudo…) Fui novamente. Os mesmos 10 metros à frente, Chefe-Mor recorda-me que eles deixam as chaves dentro dos carros depois de os arrumar… Voltei para trás. Fui informar Técnico de Arrumação de tal pormenor. “’Tá bem, menina… pode ir, pode ir” e lá me despachou ele. Depois de fazermos o que tínhamos a fazer, voltámos. Fomos ter com o senhor e eu disse que queria o carro que correspondesse àquele porta-chaves ali pendurado (apontei para as chaves). O Técnico de Arrumação olhou para nós, fez uma cara e foi buscar o bólide. É claro que quando pegou no carro deu uma pequena puxadela pelo motor… lá parou o carro e quando saiu, virou-se para mim e no mais belo e puro sotaque Bracarense, disse: “Oh, menina, você tem mãozinhas para isto?” Eu, não estando à espera de tal iniciativa, olhei-o e não consegui emitir som. Ele perguntou uma segunda vez, mas desta vez já ia a caminho da caixa onde a Chefe-Mor estaria a efectuar pagamento. Fez-lhe a pergunta a ela. Responde ela “Mãozinhas? Claro. E não só um par, mas dois. O dela e o meu. Sabe, é que sendo carro da empresa, temos todas de ter mãozinhas para ele…”. Bem. Digamos apenas que o senhor ficou com um melão… Olhou-nos, deixou de sorrir e lá foi tratar da arrumação de outro carro qualquer. Um Leon FR carro de empresa? Bolas!!
Mãozinhas para o meu Brutus??? Dasse!!! Of course!!! E pés?? Ui. :)

6 comentários:

v. disse...

A questão não está em saber se tens mãos (ou pés) para o carro. Seria isso sim importante pedir a opinião do carro!

Me disse...

O Brutus adora-me!!!!
É vê-lo cheio de luzinhas e a piscar por todos os lados quando me aproximo... e quando arranco, tranca logo as portas para me proteger. Liga as luzes automaticamente quando se apercebe que preciso delas... Se chover, limpa logo o pára-brisas para eu ver melhor. Se estiver com frio, liga logo o ar condicionado para poder ficar confortável e quentinha... Aumenta o som do rádio automáticamente quando se aumenta a velocidade para eu não perder pitada da música que estiver a tocar... É um gentleman. Um autêntico amor. E adora-me. E quem diz sou eu porque estas coisas notam-se.
Toma.

v. disse...

Ou seja o teu Brutus (carro) é gay!?

Me disse...

Ora pois claro.
Se ele me entalasse na porta de cada vez que fosse para entrar… se me trancasse o volante sempre que quisesse fazer uma curva… se metesse os mija-mijas a mijar água para dentro do carro sempre que acendesse um cigarro… se desatasse num chinfrim maluco sempre que me aproximasse dele… se andasse sempre de máximos ligados para incomodar os outros… Aí sim o meu Brutus seria um machão d’um carro!
E agora, podia ser excepcionalmente má e referir que esse tipo de comentário equivale a uma projecção… Mas não o vou fazer. Sei que não és dado a essas coisas…

Não deves ter lido o último post, de certeza… :/

:)

v. disse...

Falas em projecção cinematograficamente falando, ou andaste no judo!

Nem todos os homens são casca grossa, alguns conseguem disfarçar muito bem!

Me disse...

Lá 'tás tu a projectar outra vez....