6.3.07

Cenas da Vida (ir)Real II

- Está cá hoje? Então? Não me diga que não gostou do telemóvel? (ele) - Quero falar com a Gerente. (eu) - Com a Gerente? Ela não está. - Quero falar com a Gerente. - Mas hoje vai ser impossível. Ela não está. - Telefone-lhe. - Só se for amanhã. - Hoje. - Ela não está! - Mas, talvez eu possa ajudar? O que se passa? (diz outra) - Pois, talvez possa. O telemóvel que comprei cá ontem está cheio de contactos e tem fotos tiradas. Não o quero. Quero o meu dinheiro de volta. - Tem o quê? (ele) - Contactos. De uma Soraia. Um Ivan. Tenho aqui os números todos. - Ahhh! Mas isso somos nós! É do pessoal da loja.(a outra) - Não me interessa. Quero o meu dinheiro de volta. - Mas nós não podemos fazer isso. (a outra) - Tente. (eu) - Mas o telemóvel era da montra. Quem mexeu no telemóvel da montra?! (ele) - Mas isso é normal! Quando o cliente quer ver o equipamento, temos de mostrar que funciona. (outra ainda, mais nova… menos tacto). - Que apagassem o que fizeram. Eu, assim, posso não acreditar em nada disso e pensar que alguém andou com o telemóvel durante uma semana. Ou não? Deram-me razões para isso. Quero o meu dinheiro de volta. (eu, claro) - Deixem estar! Eu trato disto. A Sra. comprou o telemóvel comigo. Eu trato disto (ele, começando a tirar notas da caixa e a contá-las) - Não podes! Pelo menos fala com a XYZ. Não podemos! Sabes disso! (a outra) (muito mexer em teclado… rato… papéis… enquanto fui atender uma chamada) - O que podemos fazer é dar-lhe um Voucher ou então a Sra. ir buscar um modelo igual a outra loja nossa. (ele) - Não. Quero o meu dinheiro de volta. - Mas nós não podemos. (ele) - Só se for na loja do Montijo. - Ahh… temos nas Amoreiras, no Rossio, Odivelas, Loures… - Não, não. Quero o meu dinheiro de volta e depois vou comprar outro onde eu quiser. - Mas não pode mesmo ir a nenhum deste sítios? (ele) - Não. Não me dá jeito. Porque não manda vir de uma dessas lojas para aqui? Amanhã estaria cá. - Pois. Não é bem assim, mas posso tentar ligar para saber. (ele) - Não é bem assim? As mesmas lojas. Tudo igual. Não consegue ter aqui o telemóvel de um dia para o outro? (eu) - Há burocracias. (a outra… mas nova… menos tacto) - Pronto. Daqui a dois dias, então. - Dois dias? (a novinha) - Sim. Dou-vos um dia para burocracias e outro para transporte. - Como é que sabe?! Como é que sabe?! A Sra. não sabe. (a novinha) - Pois não. Quero o meu dinheiro de volta. - Mas nós não podemos… (ele) - Então, quando é que o telemóvel aqui poderia estar? - Sábado. Sábado ou terça. (ele) - Desculpe? - Estas coisas demoram. (ele) - Estou a ver que sim. Então, eu voltaria cá mais uma vez no Sábado ou na Terça para o vir buscar, correcto? - Sim. Se puder. Tem aqui o seu voucher para depois levantar o equipamento. É um crédito que tem aqui na loja. (silêncio) - Então, não me vai pedir o meu número de telemóvel para me avisar do dia em que chega o telemóvel? Não está à espera que eu venha cá sem saber, pois não? (silêncio) - Ahh… pois... (ele) - Não há post-its (a novinha) (ia-me engasgando) - Pensei que já o tivesse pedido (ele) - Não. (eu) - Então diga… (disse) - Fico à espera que me telefonem para vir cá levantar o telemóvel. - Esteja descansada. - Obrigada (simpática, eu) - Uma boa noite. Obrigada nós. (ele, enquanto a novinha me dava o olhar dela nº 43218) A TMN e a Deco gostaram de saber da notícia. Já fiz cartinha toda XPTO a reclamar. Aguardam-se desenvolvimentos. Cabrões.

1 comentário:

Me disse...

Bem, entreguei reclamação escrita na TMN e na Phone House. Vamos ver o que acontece. Ai vamos, vamos!