Bem, tendo em conta a receptividade ao texto abaixo, acho que vou desistir da minha carreira de escritora porno/erótica. Um início de carreira curto é certo, e pouco proveitoso, mas sempre deu para ver até onde podia ir. Pelos vistos, não muito longe.
A censura dos meus leitores, manifesta pela manifesta falta de comentários (eu sei porquê… eu sei…), leva-me a crer que, de facto, e apesar de tudo, o meu futuro não está, como cheguei a pensar, em escrever cenas eróticas com mulheres de 50 e qualquer coisa anos com maridos mecânicos. Ehhh… Não percebo porquê. Todos vão acabar por comer (desculpem lá o termo… mas é o que se pode arranjar) uma mulher de 50 e qualquer coisa anos. Andam todos em negação. Habituem-se à ideia. É o melhor que fazem. EU posso garantir que nunca hei-de comer nenhuma mulher de 50 e qualquer coisa anos… ahhh pois é…
Bolas. O público é exigente mas vago nas exigências. O público quer, mas não diz o quê. O público espera, a autora desespera.
Vou por outra via.
Deixo-vos um lindo poema pela autora Leila Míccolis. Muito sábia esta senhora.
Te olho.
Me molho.
E prontes.
30.3.07
23.3.07
Há gajas... e depois há Gajas
imagem: www.google.com
Pronto. Despertaram o meu alter-ego feminista anti-feminista-radical.
Na minha hora de almoço, costumo aproveitar para desanuviar o cérebro e “surfar” um cadito no ciber espaço. Blogs, principalmente. Alguns bons, outros maus, outros que não percebo e depois há os que me levam a deixar aqui este post…
Blogs de gajas aparentemente normais mas com incríveis capacidades. Sim, incríveis.
Eu posso ser um cadito ingénua e tal, mas por que raio é que os blogs de gajas que escrevem (só) sobre sexo são os que são mais visitados e os que se transformam em livros?? Bolas. E quando digo sexo… não estou a falar em conselhos e dicas sobre posições… não. Estou a falar de “apanhou-me por trás no balcão da cozinha e provou do meu mel”…
Pronto. A cena do “mel” ainda percebo… estavam na cozinha…
E depois, como se não bastassem as descrições mais do que explícitas (mesmo, mesmo, mesmo), estas ainda são gajas que têm orgasmos múltiplos, que estão sempre com a depilação feita, que têm sempre vontade de tudo, que têm uma média semanal de 17.9 actos, que têm homens sempre dispostos e prontos e viris e lindos de morrer e habilidosos e sei lá o quê que as amam muito. E são sempre profissionais de sucesso (as gajas), mães ou afins. E a linguagem! Linda! Já tive que recorrer ao dicionário para ver o significado de certas coisas… não sou médica, mas bolas… ainda pensava que sabia alguma coisa sobre o corpo humano (enganei-me).
Por favor.
É o que eu digo… também tenho de começar a inventar para aqui umas cenas à Jackie Collins para ver se isto arrebita (desculpem lá a piada de mau gosto).
Vou tentar.
Ela:
A tarde estava solarenga, despertando em mim os mais femininos dos instintos. Enquanto passava a ferro, decidi que esta sensação que agora desabrochava em mim merecia o devido tratamento. Mudei de avental para um mais limpo e arrumei os brinquedos todos do chão da sala. Estava criado o ambiente certo para quando o maridão chegasse a casa entrasse logo em erupção. O sol continuava a bater nas janelas do 19º andar do nosso prédio de 46 anos… Já estava a ficar cheia de calores na passarinha quando, de repente, chega o maridão, todo lindo e cheiroso depois de um dia de trabalho na oficina do Chico Zé.
Nem tive tempo de lhe dar a cerveja que tanto gosta de beber quando chega a casa… assim que viu como eu estava, agarrou-me por trás, atirou-me para cima da tábua de passar a ferro, deu-me duas belas palmadas bem assentes na nádega esquerda e possuiu-me logo ali. Nem tive tempo para tirar a cinta! Rasgou-a com o canivete que costuma usar para limpar os dentes depois das refeições e atirou-a pela janela para que todos os vizinhos vissem como é a verdadeira paixão, como é o sexo selvagem e sem tabus, como é ser possuída por um homem com uma ferramenta quase a explodir de tanto prazer. Sedenta de mais, virei-me para ele e ajoelhei-me. Ele tinha deixado cair a dentadura enquanto ofegava de tanto prazer e já tinha a parte de trás da cabeça húmida de tanto cuspo. Levantei-me e pu-la na boca, se forma sensual e insinuante… agarrei-lhe no mastro e conduzi-o até ao quarto, até ao nosso ninho de amor.
- Amor, antes de continuarmos, não te esqueças que tens de arranjar ali o estuque que está a cair da parede… está bem meu machão?
- Nheiu… uga… huyiou… uiova… aagrrg…
- Ai meu amor, possui-me já!!
- Hurrrmp!!!
E fizemos amor como ainda não tínhamos feito este ano. Abriu-me as pernas e com um joelho delicadamente colocado em cima da esquerda (como sou roliça, tenho dificuldade em manter as pernas abertas mas ele é tão compreensivo e carinhoso!), empurrou-me para trás, atirando com o avental por cima da minha cabeça… Ai o calor! Ai a paixão! Ai a tesão! Ai! Ai! Ai! Ele arfava tanto que achei que ia deixar cair o cigarro do canto da boca… mas não. Conteve-se e ainda conseguiu tirar-me o avental da cara para me dizer para me virar de costas.
Agora com os dois pés no chão e comigo de quatro em cima da cama, possuiu-me por trás da forma mais deliciosa. Até nem me importei que se tivesse enganado no meu buraquinho… coitado, com tanta paixão e sem os óculos…
O prazer dava cabo de mim! Já quase não sentia os joelhos!
Quando o senti cair para cima das minhas costas, soube que tinha explodido para dentro de mim, enchendo-me com a sua seiva de amor.
Virei-me para olhar para o homem que me faz tão feliz, ali a dormir, com um sorriso nos lábios. Tirei-lhe o cigarro da boca, fechei o fecho das suas calças e ajeitei-lhe os poucos cabelos que ainda restam. Levantei-me silenciosamente e fui acabar de fazer o jantar. O seu preferido: bifes com batatas fritas.
Como pode ser bom o amor e a paixão quando duas pessoas se comunicam e amam tanto quanto nós. Depois de 30 anos de um casamento feliz, é bom saber que ainda lhe faço levantar o mastro. É o que desejo para todas as mulheres.
Ele:
Foda-se que a gaja que cá veio hoje com o pneu furado era boa comó milho. Foda-se. Ai, Maria, é hoje que levas com ele… é hoje! Ver se me aguento. Mesmo boa a gaja. Mesmo boa. Mamas boas. Cu todo jeitoso. Foda-se. Dava-lhe uma trancada naquele cu!! Até ficava com andar novo! Heheheheh!!! Ai, Maria! Até te salta o avental hoje! É hoje!!!!
Pronto. Já dei o meu contributo para a manutenção do sexo na blogolândia.
Ninguém me pode acusar de não tentar.
Talvez agora me publiquem o blog e eu ganhe uns trocos…
22.3.07
"Aquele Abraço"
O que eu não faço para agradar aos meus leitores! Bolas.
Atão, por sugestão sugerida pelo Puku, vou dissertar sobre o célebre “aquele abraço”. Pois. Digamos que a criatividade e imaginação dos meus leitores também não anda lá muito aguçada… enfim.
Então, aqui vai.
Também não percebo exactamente qual é “aquele abraço”, mas prontes.
Tenho um antigo colega da faculdade que assina sempre tudo com “beijinhos e abraços em self service”. Acho muito mais piada a isto. Ela manda os beijos e abraços, mas cada um fica com os que quer. Tipo buffet.
“Aquele abraço”. Hmmm… Quer dizer… eu sei quem eu gostava de abraçar “daquela” forma… também sei quem eu gostava que me abraçasse “daquela” forma…
Eu sei que gosto “deste” abraço e que não gosto “do outro” abraço… ou que prefiro “o tal” abraço a “outros” abraços. Mas bolas… “aquele abraço”? Qual será?
Vamos lá tipificar os abraços (ou tentar). Nota: Rigor científico=Zero.
Abraço 1: Tronco afastado, braços esticados, palmadinhas “soft”, cabeça inclinada, gargalhada alta, afastamento rápido. É o que os homens dão uns aos outros quando um aperto de mão não chega e um beijo na boca é demais.
Abraço 2: Tronco encostado, braços encaixados firmemente no mesmo, orelha com orelha, aperto forte, seguido de braço esticado e atirar de cabeça para trás. É o que os homens dão uns aos outros quando o Benfica ganha. Se o atirar de cabeça para trás for seguido de choro compulsivo, é para usar quando o Benfica perde.
Abraço 3: Troncos lado a lado, um braço por cima dos ombros/à volta da cintura, mão a dar leves palmadinhas na cara/barriga do outro, sorriso grande. É o que os homens dão uns aos outros quando já não se vêem há muito tempo ou o que as mulheres dão aos homens para lhes dizer que estão a ficar gordos/rechonchudos/texugos.
Abraço 4: Tronco encostado, o resto encostado, braços à volta do pescoço/cintura/ombros, orelha com orelha, fechar de olhos, tropeçar de pés. É o que os homens dão uns aos outros quando querem impedir que o outro vá dar na tromba a alguém ou então o que é dado entre casais (de diferentes/iguais sexos) e é basicamente uma espécie de demonstração de posse (anda cá que és meu/minha). No primeiro caso, é basicamente uma demonstração de força (anda cá que não vais tu ser o primeiro a arrebentar a tromba aquele asno. Vou ser eu!)
Abraço 5: Troncos encostados, ligeiramente inclinados para lados opostos, o resto encostado, um braço no pescoço, outro por baixo do braço, orelha com orelha, fechar de olhos, pés firmes. É o que é dado entre homens quando um está prestes a cair de bêbado e precisa ser bem agarrado ou então o que é dado entre casais por ser aquele que consegue maior superfície de contacto (anda cá que és todo meu/toda minha).
Existem muitos mais. Mas já me doem os braços… fica para uma próxima.
Agora, “aquele” abraço? Bolas… não sei mesmo.
Ps. Façam uma pesquisa de imagens de “hugs” no google. Pelos vistos os abraços também nos fazem sorrir…
21.3.07
Bom Português
Vejam lá esta cena.
Precisava de uns orçamentos para uma acção de comunicação (um mailing com pesquisa de contactos, envio de cartas, follow-up, etc) – Portugal, Espanha e França (cada um no seu país.
Toca de arranjar contactos e pedir orçamentos a agências de comunicação e/ou marketing (tudo por e-mail).
Resultados:
Portugal – 0 (fora as respostas não obtidas sequer – 2 em 4)
Espanha – 1 (e outra resposta a pedir desculpa com a justificação de que não possuem conhecimento suficiente da área para a qual pedi a acção e que, por isso, não podiam garantir a qualidade do serviço, logo, não faziam.)
França – 1 (e outra com um pedido de desculpas pelo atraso e perguntando se ainda iam a tempo de enviar orçamento).
A empresa Espanhola telefonou-me a pedir mais informações e arranjaram alguém que falava português! Entregaram proposta.
A Francesa enviou um mail (antes de enviar o orçamento) a pedir mais informações e com uma espécie de termo de responsabilidade com as responsabilidades da empresa e direitos dos clientes!
Outra Espanhola, para onde enviei, tem escritórios em Lisboa. Telefonou-me a Portuguesa a querer marcar uma reunião presencial para ver em que outros aspectos eles nos podiam ajudar, para eu ir lá conhecer a equipa, ver o espaço. Fiquei parva. Disse que tinha enviado para Espanha por alguma razão e que se tivesse querido falar com Lisboa, tinha-lo feito de início. Telefonaram-me (de Lisboa) outra vez a informar que era algo demasiado “pequeno” para eles fazerem.
As Portuguesas ainda tiveram a vantagem de eu ter telefonado a pedir o contacto da pessoa mais indicada para resolver o assunto. Houve uma que, depois de ter explicado o que queria por telefone, disse que só devolvia resposta via e-mail. Uma hora depois tinha um mail da Senhora a dizer que o trabalho era demasiado “pequeno” e que, como tal, não faziam.
Conclusão:
Emigremos.
Já.
Isto já deu o que tinha a dar.
20.3.07
Coincidências … que as há, há…
Tenho uma amigalhaça minha que, de repente, devido a uma coincidência, passou a acreditar em coincidências. Mesmo.
Eu, epá… eu… pois… não sei… talvez… se calhar… tenho dias… não sei mesmo…
A verdade, a horrível verdade (brrrrr!) é que tenho medo de acreditar nessas coisas das coincidências assim num nível “superior”, “transcendental”. Bolas. Seria também admitir a existência de uma espécie de destino. E isso também me deixa cheia de medo. Só de pensar que tudo quanto faço não é por acaso… está já decidido, orientado, encaminhado, destinado. Que tudo o que me fazem é também assim?! BBBRRRRRRRR!!!!
Mas há coincidências e depois há coincidências. Lá isso é verdade e reconheço.
E há as coincidências verdadeiras e depois há as encontradas, procuradas, forçadas. Se formos a ver, tudo está ligado a tudo e tudo encontra explicação em tudo. E se formos por aí, damos em doidos. Em doidos e em adivinhas. Começamos logo a projectar o futuro com base no passado. Ui. WRONG! Pode ajudar, claro, mas WRONG! na mesma.
‘Miga. Eu acredito em ti e nas tuas coincidências. Até porque, se formos a ver, se não fosse por uma conjunção cósmica qualquer, talvez nunca nos tenhamos encontrado. E isso seria, de facto, uma infeliz coincidência – estarmos as duas vivas, a andar por esta terra, sem nos conhecermos.
Gosto de ti, Mona. E tu gostas de mim que eu sei! Coincidência, huh?
:)
19.3.07
???????
Ora, bolas.
Já me fartei de pensar em cenas para deixar aqui.
A coisa da tmn deu cabo de mim. Isso e estar com a garganta feita em nhanha… amígdalas do caraças.
Falar da guerra dos sexos também não pode ser. Consegui assustar o tal comentador com uma pinta! Coitado. Deve ter ficado a pensar mesmo mal aqui da Je. Enfim.
Não tenho filhos, logo não posso contar histórias engraçadas sobre os mesmos.
O trabalho corre bem. Não fossem as viagens de e para Lisboa, o estacionamento e a gasolina… e os cabrões da emel. Desculpem. Mas, sinceramente, acho que a invenção de uma empresa que apenas serve para chupar quem vem trabalhar (sim, trabalhar, contribuir para a economia, para o PIB, para a SS, para o Estado) é, de facto, uma anedota e uma palhaceira.
Gostava de ver as pessoas das cidades que têm parquímetros a fazer greve aos mesmos. Ninguém pagava, durante uma semana, parquímetro nenhum. Isso ou deixar de vir trabalhar. Isso é que era. Presidentes de Câmara em pânico por a economia local, de repente, entrar em recessão. Só me vem uma palavra à cabeça: chupistas. Mas não me apetece falar disso. Ehh.
Continuando. Os meus pais estão bons. O resto da família também. Tudo ok.
Ainda não consegui vender a minha casa… já agora… um T3 lindo… pintadinho de novo… 4 anos mas com mais ou menos metade de uso… sítio sossegado e sem prédio em frente ou atrás (ou seja, não se vê a vizinha a fazer o jantar ou o que o vizinho está a ver na televisão) e mesmo ao pé de um infantário (100 metros)… mais informações em outramerdaqualquer@yahoo.com... :)
Precisava mesmo vender a casa. É o que mais me tem “preocupado” ultimamente. Mas prontes. Nada a fazer a não ser esperar. Esperar por isso e por alguma inspiração para deixar aqui posts mais interessantes… Aceitam-se sugestões, claro. Os blogs querem-se participados, porra!
Agora, com licença. Vou almoçar que a minha vida não é esta.
12.3.07
Cenas da Vida (ir)Real III
E então, telefonaram-me do serviço a clientes da Phone House na passada sexta-feira ao final da tarde.
- Boa tarde. Queremos pedir desculpa e lamentar a situação ocorrida com a compra do telemóvel. Estamos a telefonar para saber o que deseja fazer de seguida.
- Desculpe? Fazer de seguida?
- Sim. Se deseja que mandemos vir novo equipamento para levantar…
- Mas, desculpe, recebeu a minha carta de reclamação? Tem aí a carta?
- Sim, temos. Está aqui.
- Então, acho que explicitei muito bem o que desejava na carta. Quero todo o meu dinheiro de volta.
- Pois, mas como nos parecia que tinha alguma urgência no equipamento…
- O equipamento eu compro em qualquer lado, em qualquer altura. Quero o meu dinheiro de volta.
- Mas nós podemos enviar novo equipamento para a loja em que efectuou a compra.
- Eu não quero ter nada a ver nem com aquela loja, nem com as pessoas daquela loja. Posso até ir a outra loja vossa. Ou então a uma loja da TMN.
- A uma loja oficial da TMN?
- Sim.
- Mas o equipamento lá é mais caro!
- Mas isso é problema meu, não acha?
- Pois. De facto lamentamos o sucedido. Sabe qual o valor que teria a receber?
- Claro! Eu tenho o tal voucher que me deram!
- Então, só mais uma coisa… não se esqueça de levar o cartão com que efectuou o pagamento para podermos creditar o dinheiro.
- Muito bem.
- Lamentamos mais uma vez a situação. Em meu nome e em nome da Phone House. Muito obrigada pelo seu tempo.
- Pois, também eu. Boa tarde.
------
Dia seguinte, Phone House (loja TMN porra. Aquilo não diz Phone House em lado nenhum a não ser nas facturas)
- Informaram-me que podia vir cá para me devolverem o dinheiro. (eles já me conhecem… não foi preciso dizer mais nada).
- Ahhh… pois. É só um momento.
…..
- Olhe, eu penso que o sistema não vai permitir fazer a devolução por Multibanco e nós não temos aqui dinheiro. Vai ter que voltar mais tarde.
- (levantar de sobrancelhas, leve sorriso, silêncio)
- Ahh … então deixe-me só ver.
- Claro.
…….
15 minutos, um telefonema e muito contar de notas depois…
- Aqui tem. Verifique só o valor…
- Falta dinheiro.
- Ahh… pois… (mais contar de notas e esvaziar de gavetas)
- Aqui tem.
- Está-me a dever 42 cêntimos.
- Ahh… desculpe lá… aqui tem.
- Obrigada.
- Obrigada nós. Volte sempre
(já eu estava fora da loja).
Ontem. Loja da TMN. Loja oficial.
- Boa tarde. Quero o tlm assim e assado.
- Quer o quê?
- Quero o telemóvel assim e assado, por favor.
- Ahh… deixe-me só ver… penso que só temos o da montra…
- Vai ter que me garantir que nunca foi manuseado, aberto, ligado…
- Minha Senhora! Esta caixa está selada!
- Ok.
(10 minutos depois, enquanto 3 funcionários tentavam tirar o tlm da montra por a mesma ter um sistema mais do que sofisticado de acrílico, aço e chaves)
- Pedimos imensa desculpa pela demora.
- ….. (silêncio)
- Então, quais os dados para a factura?
- Coiso e tal, morada tal… contribuinte tal…
- Ahhh… não consigo aceder ao sistema. Isto não está a registar.
- Ahhh…
(15 minutos depois)
- Vou ter que lhe fazer uma venda manual.
- Faça lá então.
- Quais os dados para a factura?
- Coiso e tal, morada tal… contribuinte tal…
- Diga-me só a morada outra vez…
- Coiso e tal…
- Ahhh… vou só ver o preço. Alguém tirou dali o papel com o preço!
- São xpto euros. Eu sei.
- Pois…
- Olhe… deixe estar… eu vou a …
- Minha senhora! Isto é uma venda perfeitamente válida! Leva carimbo e tudo!
- Pronto!
- Aqui tem. Lamentamos a espera.
- Pois. Quanto tempo tenho para devolver caso haja alguma coisa?
- 30 dias e SÓ efectuamos troca de equipamento.
- Não. Se eu quiser, devolvem-me o dinheiro.
- Não, não fazemos isso.
- Minha Senhora. Vou lhe contar a história deste telemóvel… (contei, por alto)
- Ahhh pois. Então só se for um superior meu a fazer isso.
- Seja quem for.
- É como lhe digo… não temos autorização.
- Pois. Mas arranjam-na.
- Vou só buscar o seu troco.
- Ok.
- Não tem uma moeda de 20 para eu lhe fazer o troco? Não temos moedas…
- Tome lá…
(estava um casal ao lado… a olharem para mim, com ar incrédulo, visto terem assistido a tudo desde o início, quase 40 minutos antes…)
- Não sabia que era tão difícil comprar um telemóvel. (eu)
- Pois é! Impressionante.
- (pendurei a cabeça no balcão, inspirei, várias vezes, ri-me baixinho)
- Aqui tem. Lamentamos a demora.
- Ahhh… obrigada.
E não quero falar mais do assunto.
8.3.07
Visto hoje ser o dia da mulher...
Não que eu me preocupe muito com isso, mas, hoje é, de facto, o Dia (oficial, pelos vistos) da Mulher. Aliás, não só não me preocupo como acho que tal coisa não deveria existir, mas prontes. Isso sou só eu (feminista anti-feminista radical, lembram-se?)
A imagem de cima tem por nome “Trazendo a mulher de volta” (www.google.com).
É isso mesmo. TRAGAM AS MULHERES DE VOLTA!
Já ninguém nos deixa de ser mulheres como deve ser. Muito menos as mulheres. De vez em quando, tenho sincera e sentida pena dos homens por nós nos termos tornado nas mulheres que somos. E não os estou a defender de nada, nem a acusar as mulheres de nada. Apenas acho que isto está cada vez mais complicado para os sexos. É também devido a isto que acho que este dia não devia existir conforme existe. Ahhh e tal, vamos celebrar as mulheres e o que fazem. Diz logo um gajo qualquer: Ahhh! Mas eu também lavo a louça e arrumo a roupa!
É a isto que estamos reduzidas, pelos vistos. Quando se celebra uma mulher, vem logo um homem contrapor com um argumento referente a algo que ele pensa ser assunto de mulher mas que, devido a ser moderno e simpático, ainda vai dando uma mãozinha. Mas a culpa não é dele. É da mãezinha que não o educou e da mulher/namorada que não acabou a tarefa. Porque, sim, my ladies, para nos podermos queixar, temos de ter a certeza de que em nada contribuímos para o problema… não é?
Por isso, na minha tentativa de trazer a gaja que há em mim de volta, e de não acusar ninguém de nada, vou eu deixar aqui uma espécie de homenagem (base da palavra: homem… ahhh pois é!) a quem mais me ajuda a ser mulher e a sentir-me bem nessa pele: os homens. Sim, porque quer queiramos, quer não, são os homens que nos fazem mulheres e não as outras mulheres.
A um homem em particular, ao meu menino, gosto de ti. Porque viste a menina que há em mim e porque queres que seja a mulher que sou.
Feliz Dia das Mulheres, Senhores. Feliz dia.
6.3.07
Cenas da Vida (ir)Real II
- Está cá hoje? Então? Não me diga que não gostou do telemóvel? (ele)
- Quero falar com a Gerente. (eu)
- Com a Gerente? Ela não está.
- Quero falar com a Gerente.
- Mas hoje vai ser impossível. Ela não está.
- Telefone-lhe.
- Só se for amanhã.
- Hoje.
- Ela não está!
- Mas, talvez eu possa ajudar? O que se passa? (diz outra)
- Pois, talvez possa. O telemóvel que comprei cá ontem está cheio de contactos e tem fotos tiradas. Não o quero. Quero o meu dinheiro de volta.
- Tem o quê? (ele)
- Contactos. De uma Soraia. Um Ivan. Tenho aqui os números todos.
- Ahhh! Mas isso somos nós! É do pessoal da loja.(a outra)
- Não me interessa. Quero o meu dinheiro de volta.
- Mas nós não podemos fazer isso. (a outra)
- Tente. (eu)
- Mas o telemóvel era da montra. Quem mexeu no telemóvel da montra?! (ele)
- Mas isso é normal! Quando o cliente quer ver o equipamento, temos de mostrar que funciona. (outra ainda, mais nova… menos tacto).
- Que apagassem o que fizeram. Eu, assim, posso não acreditar em nada disso e pensar que alguém andou com o telemóvel durante uma semana. Ou não? Deram-me razões para isso. Quero o meu dinheiro de volta. (eu, claro)
- Deixem estar! Eu trato disto. A Sra. comprou o telemóvel comigo. Eu trato disto (ele, começando a tirar notas da caixa e a contá-las)
- Não podes! Pelo menos fala com a XYZ. Não podemos! Sabes disso! (a outra)
(muito mexer em teclado… rato… papéis… enquanto fui atender uma chamada)
- O que podemos fazer é dar-lhe um Voucher ou então a Sra. ir buscar um modelo igual a outra loja nossa. (ele)
- Não. Quero o meu dinheiro de volta.
- Mas nós não podemos. (ele)
- Só se for na loja do Montijo.
- Ahh… temos nas Amoreiras, no Rossio, Odivelas, Loures…
- Não, não. Quero o meu dinheiro de volta e depois vou comprar outro onde eu quiser.
- Mas não pode mesmo ir a nenhum deste sítios? (ele)
- Não. Não me dá jeito. Porque não manda vir de uma dessas lojas para aqui? Amanhã estaria cá.
- Pois. Não é bem assim, mas posso tentar ligar para saber. (ele)
- Não é bem assim? As mesmas lojas. Tudo igual. Não consegue ter aqui o telemóvel de um dia para o outro? (eu)
- Há burocracias. (a outra… mas nova… menos tacto)
- Pronto. Daqui a dois dias, então.
- Dois dias? (a novinha)
- Sim. Dou-vos um dia para burocracias e outro para transporte.
- Como é que sabe?! Como é que sabe?! A Sra. não sabe. (a novinha)
- Pois não. Quero o meu dinheiro de volta.
- Mas nós não podemos… (ele)
- Então, quando é que o telemóvel aqui poderia estar?
- Sábado. Sábado ou terça. (ele)
- Desculpe?
- Estas coisas demoram. (ele)
- Estou a ver que sim. Então, eu voltaria cá mais uma vez no Sábado ou na Terça para o vir buscar, correcto?
- Sim. Se puder. Tem aqui o seu voucher para depois levantar o equipamento. É um crédito que tem aqui na loja.
(silêncio)
- Então, não me vai pedir o meu número de telemóvel para me avisar do dia em que chega o telemóvel? Não está à espera que eu venha cá sem saber, pois não?
(silêncio)
- Ahh… pois... (ele)
- Não há post-its (a novinha)
(ia-me engasgando)
- Pensei que já o tivesse pedido (ele)
- Não. (eu)
- Então diga…
(disse)
- Fico à espera que me telefonem para vir cá levantar o telemóvel.
- Esteja descansada.
- Obrigada (simpática, eu)
- Uma boa noite. Obrigada nós. (ele, enquanto a novinha me dava o olhar dela nº 43218)
A TMN e a Deco gostaram de saber da notícia.
Já fiz cartinha toda XPTO a reclamar.
Aguardam-se desenvolvimentos.
Cabrões.
5.3.07
Cenas da Vida (ir)Real
imagem: www.google.com
- Não tenha problemas em levar este telemóvel! Quer outro por este ter estado na montra, é? As pessoas pensam sempre isso! He! Hé! Mas não! Os que estão na montra são os menos tocados! Como temos sempre as caixas cá atrás, só tocamos nos da montra quando é o último e o cliente o quer ver. Não se preocupe!
- Está bem. Não tem mesmo mais nenhum, não é?
- Pois, não. Não temos.
(tá bem, oh palerma, pensei eu.)
Mais tarde:
- Ivan? Soraia? Quem são estes contactos aqui no tlm? Uma foto da loja? O quê? O gajo nem ligou o tlm à minha frente porque eu não quis tirar o cartão! Como é que ele tirou uma... Ai… querem ver.
Mais tarde ainda:
- Boa noite. Fala da Phone House do Centro Comercial Vasco da Gama? É possível falar com o Sr. X?
- Não, ele não está. Posso ajudar?
- Pode, sim. Eu comprei aí hoje um tlm marca x, modelo xpto. Era o último e estava na montra. O tlm tem cá uns contactos gravados, contactos de outra pessoa qualquer, e eu vou aí amanhã para mo trocarem.
- …. (silêncio)
- Estou?
- Sim, estou. Passa cá amanhã? Pode ser que entretanto venha outro igual...
- Ahhh… seria bom se fizesse um grande esforço para que aí esteja um tlm novo e igual a este para eu trocar amanhã. Pode ser?
- Pois… vamos ver.
- Amanhã vou aí trocar o tlm, está bem? Por outro igual. Está bem?
- Claro, minha senhora.
- Obrigada e boa noite.
- Boa noite.
Já viram esta merda?
Agora, só para chatear, não vou trocar o tlm. Vou pedir todo o meu dinheiro de volta. Todinho. Se não, vai haver chatices. Ai, vai. Vai, vai. Se tiverem a péssima má ideia de me dizerem que “não faz parte da política da casa” restituir dinheiro, vou dizer que faz parte da política da minha casa fazer queixa na PSP.
Mas, pensei noutra. Quando entrar na loja (The Phone House, Centro Comercial Vasco da Gama, relembro), vou perguntar se alguém conhece um Ivan e uma Soraia.
Cabrões.
PS: Eu não sou má, bolas. Não gosto é que me tomem por parva. Na minha terra, há uma expressão que reza assim: Deixa o cavalo cagar que já comes.
Pois, então. O cavalo está a preparar-se para evacuar.
Cabrões.
The Phone House, Centro Comercial Vasco da Gama. Só no caso de se terem esquecido.
Cabrões.
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