13.10.08

Saudades

imagem: google (strangers)
Eu sei que vocês, meus caros leitores, vêm aqui para se distraírem um cadito com as tonteiras que para aqui digo. Entreterem-se um pouco com as imaginações e invenções de alguém que até gosta de escrever umas cenas engraçadas. Por isso, aviso desde já que este post nada tem a ver. Este post é diferente. Este post vem de mim mesma. Chamem-lhe um interregno até me voltar a sentir Me. Preciso deixar aqui esta perspectiva de mim. Não é para vos lembrar que existe alguém por detrás destas palavras e imagens, não. Não vos tenho assim em tão pouca conta. Apenas preciso libertar algumas coisas. Quem melhor para as apanhar do que vocês? Quem não quiser “ouvir”… feche a janela agora. Ahhh… e não quero comentários do tipo “palmadinha nas costas”, “festa na cabeça”… nada disso. Às vezes, falamos ou dizemos coisas não para obter resposta, mas sim para sermos ouvidos. Nada mais. Eu não sou uma gaja fácil. Sou demasiado sensível. Sou demasiado brusca. Sou uma contradição em pessoa. Sou bruta nas palavras. Meiga nos actos. Atenta nos pormenores. Despreocupada com meios. Dou valor ao quase imperceptível. Ignoro o óbvio. Sou apressada e reactiva. Mas já começo a pensar mais antes de falar. Sou intempestiva. Sou compreensiva. Perdoo o quase imperdoável. Mas não esqueço nada. Sou doce. Sou sarcástica. Penso demasiado. Fico triste demasiado facilmente. Alegro-me com coisas tão pequenas que mal se vêem. Sou refilona. Sou calada. Sou abrupta. Sou tímida. Eu sou mais ou menos tudo isto. Eu sou a gaja que quando tem uma amiga mal, prefere dar espaço e tempo do que andar sempre em cima a “massacrar”. Eu sou a gaja que olha mais pelos outros do que por mim. E depois levo na cabeça. Mas mesmo assim não aprendo. Eu sou a gaja que dizem ser “demasiado simpática”. Que ladro muito, que dou ar de ser toda bruta e forte, mas que depois, no fundo, sou uma “bebe”. Eu sou a gaja que se larga a chorar quando uma amiga conta as suas mágoas. Sou a gaja que entra em acção quando uma amiga está prestes a cometer um erro. Que lhe dou força imensurável. Que apoio até mais não. Que estou sempre, sempre presente para o que for preciso, quando for preciso. Sou a gaja que depois volta para casa e sofre com tudo isso. Sou a gaja que chora sozinha para não atrapalhar mais ninguém. Sou a gaja que manda sempre uma piada para aliviar o clima. Sou a gaja que não consegue olhar os outros nos olhos quando não acredita neles. Sou a gaja que baixa a cabeça perante alguém que me tenha magoado. Que simplesmente não consegue encarar essa pessoa. Não reclamo os meus direitos; imponho as minhas obrigações. Sou a gaja que tem de desligar o rádio quando aparecem certas canções. Sou a gaja que desculpa os outros mesmo antes de eles saberem que terão de pedir desculpas. Quando estou triste, mostro-o. Quando estou feliz, mostro apenas um cadito. Sou demasiado cautelosa. Sou medricas. Confio demasiado facilmente. Demoro a recompor-me. Dou muita importância a fazer as coisas como deve ser. Destroi-me não ter a devida compensa. Não a espero... mas destroi-me a falta de justiça das coisas. Sou demasiado racional. Vejo lógica e razão onde não há nada para ver. Vejo responsabilidades e culpas exactamente onde elas moram. Não faço ou admito desculpas para mim própria mas deixo espaço para as explicações dos outros. Vejo sentimentos e emoções, vejo actos e atitudes. Não dou valor a palavras ocas, mas não me esqueço do que me dizem. Se o disseram… Os últimos meses da minha vida têm sido uma merda. Várias coisas correram mal. Outras correram bem. Algumas não podiam correr pior. Outras não podiam correr melhor. Houve momentos tão dilacerantemente penosos e dolorosos que duvidei que algum dia conseguisse encaixar tudo e aceitar as coisas pelo que eram e não pelo que podiam ser (ou podiam ter sido). Houve momentos em que fui obrigada a crescer tanto que ainda tenho as marcas, as estrias, comigo. Houve outros em que me vi obrigada a encolher-me tanto que ainda me doem os músculos do esforço. Agora sinto que me estou a levantar. A erguer a cabeça e a olhar em volta. Ver o que sobrou de mim. Ver o que ficou perdido. Ver se consigo viver com esta nova imagem de mim. Se me consigo olhar ao espelho e aceitar tudo o que me fez chegar aqui; se consigo olhar-me e ver o caminho que quero para mim. Se consigo, finalmente, começar a ser tão egoísta comigo como os outros foram com eles próprios. Se consigo olhar à minha volta e ver quem está lá. Ver quem falta. Ver quem me faz falta. Isto poderá não fazer muito sentido para vocês. Devem estar a chegar às vossas próprias conclusões sobre as coisas que me possam ter acontecido. Foram demasiadas. Demasiadas. Tenho saudades de mim. Tenho saudades do meu sorriso. Tenho saudades das minhas certezas. Tenho saudades do meu riso. Das minhas gargalhadas. Tenho saudades de não doer. Tenho saudades de ser capaz de ser eu própria. Tenho saudades da confiança que tinham em mim por saberem que eu faria sempre as opções certas. Tenho saudades de confiarem que me saberia defender. Tenho saudades de não ver pena nos olhos de quem me vê. Nos meus. Tenho saudades da minha capacidade de retaliação. Da minha capacidade de me superar. Da minha capacidade de confiar em mim mesma. De não ter vergonha de mim. Tenho saudades de mim. E quero-me de volta. Eu quero-me devolvida a mim mesma. Tenho mesmo muitas saudades minhas. E estas saudades são as mais difíceis de combater. Não se matam com um telefonema. Não se erradicam com uma visita. Não desaparecem com um abraço. Com um beijo. Estas saudades não são como as outras. Estas têm de ser afogadas. Temos de lhes cortar o ar. Não lhes dar espaço para respirar. Não sei, por enquanto como o fazer. Mas hei-de saber. Um dia. E pronto. Era mais ou menos isso que queria dizer.

27 comentários:

VF disse...

Minha cara!
Bem vinda a esta aventura estranha chamada "viver"!

Me disse...

Não foi para esta viagem em particular que tirei bilhete... aliás, eu pedi especificamente que não fosse para este tipo de viagem. queria uma mais soft... mais calminha. mais bonita.
Não era esta que queria ou quero.
Não era.

Anónimo disse...

pois mas esse é um bilhete que não somos nós que tiramos...

Adorei a beleza e simplicidade da história da lingerie azul... :-)

Zeus

Anónimo disse...

Sabes... tu és tudo isso, e tudo isso és tu! A vida é como um puzzle. Vamos dia a dia amealhando pedras, umas maiores, outras mais pequenas. Umas, aparentemente grandes, sofrem metamorfoses e diminuem de tamanho, ficam tão pequenas que, por vezes, as esquecemos e deixam de integrar o Puzzle. Outras deterioram-se e são, pura e simplesmente, atiradas para o lixo e substituídas.
O segredo não é ter o puzzle sempre construído e bonito para mostrar a quem passa. Existe uma RAZÃO simples para isso não acontecer, a EMOÇÃO em saber e encontrar quais são as pedras que vão hoje permanecer, ou deteriorar-se, ou atiradas para o lixo; e as novas que vão passar a integrar o Puzzle...

Parabèns por seres tudo isso e, tudo isso seres TU!

Zé Ramalho

Me disse...

Zeus,
Não somos nós que tiramos? Sabes uma coisa? Começo a pensar que sim, somos. Nunca acreditei naquela coisa do destino (desculpa lá estar a por em causa o teu "poder divino", Zeus...). E, cada vez mais, vejo que de facto fazemos o nossos próprio caminho. Fazemos as nossas escolhas, tomamos as nossas decisões. Depois temos de nos aguentar à bronca e arcar com as consequências. Isto não tem nada de destino: causa-efeito. Eu, pelo vistos, tirei um bilhete para uma viagem que depois não soube fazer. O que me deixa mais triste, mesmo assim, sou Eu. As minhas opções, as minhas decisões. Por muito bem intencionadas... não me levaram a lado nenhum. No final de contas, o espelho é meu, a cara e a consciência são minhas. É disso que tenho saudades... de estar bem comigo mesma.
Mas pronto. Chega de divagações.
Obrigada pela visita. E sim, lingerie azul também pode ser linda!!! Quem diria?!
:)

Me disse...

Zé Ramalho,
Eu adoro puzzles. Sempre gostei. Já passei horas a fazê-los (estou a falar a sério... puzzles mesmo...). Até já ofereci como presente (depois de montados e emoldurados...).
Adoro.
Zé Ramalho, eu sou a alma sensível que faz o IC2 a 200 à hora no picanço com um gajo num ibiza todo "tuning" (no fim, o tótó bateu-me palmas... caredo). Eu sou a alma sensível que não admite que chamem "cota" à minha mãe ou pai por ser uma falta de respeito. Eu sou a alma sensível que é perfeitamente capaz, após o devido desgaste, de olhar alguem nos olhos e dizer "Não" e não pensar duas vezes no assunto.
Eu entendo o que dizes. E até que concordo contigo.
Esse processo que descreves é que é uma merda. Especialmente quando a pedra somos nós... Ehhh.
Às vezes, temos de admitir que o nossos lugar não é naquele puzzle em particular. Temos de arrumar a trouxa e ir procurar o nosso espacinho noutro puzzle qualquer. Estes processos, os "intés" da vida, são uma merda. Os "olás" são bons... Mas esses... Ai, esses. São tão poucos por comparação. Tão poucos.
Obrigada, como sempre, pelo teu comentário. Admito que estava à espera de uma qualquer citação engraçada... :)
Obrigada.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Bill Conti - Gonna Fly Now do filme Rocky.

Ouve.

Kiss na bochecha

(flower)

Anónimo disse...

Li-te com muita atenção e revi-me em muito do que disseste. Na maior parte das coisas, aliás. Eu ainda não tenho saudades de mim, porque estou sempre à espera do melhor de mim que ainda estará para vir. Há quem diga que já fui mais alegre, mais aberta, mais sociável... mas sinceramente, não sinto saudades dessa pessoa, porque na verdade estava apenas a defender-me da solidão que chega quando vamos estudar para outra cidade e temos de conviver com as outras pessoas para não darmos em doidos.
Há 10 anos fiz imensos planos, tinha muito bem delineado o que queria fazer, em que situação estaria com a idade que tenho agora, enfim... tinha tudo muito bem pensadinho. As coisas não correram como eu queria. Correram de forma bem diferente, por sinal. E então deixei-me de planos, de visualizações e pré-visualizações, de previsões. Sobretudo, deixei-me de idealismos e sonhos impossíveis. Assentei os pés na terra e passei a viver o dia a dia. E sabes que mais? As coisas passaram a fazer muito mais sentido. Precisamente porque nunca espero nada...
E outra coisa... nós somos mesmo esse poço de contradições. Dizemos "sim" hoje, amanhã dizemos "não". A mesma situação que hoje nos fez rir, amanhã pode fazer-nos chorar. Agora podemos estar a sonhar com bebés e amanhã a pensar em laquear as trompas. A vida, feliz ou infelizmente, é uma montanha russa. Eu também não comprei bilhete para este carrocel. Eu queria um com cavalinhos de papel, como aquela canção infantil... Beijinhos!

Me disse...

Flower,
Ouvi :)
Tankiu
ps... tb gosto de verde... tinha era de ser verde escuro... tipo verde garrafa... ;)

Ana,
"Eu ainda não tenho saudades de mim, porque estou sempre à espera do melhor de mim que ainda estará para vir."
E se aquilo que perdemos nos impedir de sermos o melhor que podemos ser? Somos outro "melhor" qualquer? é como as jarras partidas... mesmo depois de coladas... notam-se sempre os sítios onde partiu.
acho que é mais ou menos isso...
Broken.
obrigada por te partilhares assim um cadito
:)

Anjo disse...

Olá
Ao beber as tuas palavras li-me em cada letra...
Também a mim aconteceram coisas que me deixaram com saudades de mim...
Também a mim me arrancaram parte de mim sem pedir licença...
Também eu tenho saudades de mim...
Como compreendo o que aí vai dentro...

Anjo

Anónimo disse...

=) É bom vir aqui.
Beijinho!

Ostra Yan-San disse...

Me, é um facto que já me ri muito com os teus disparates, do lado de cá. Hoje sorrio-te de frente: saudades de ti? Mata-as, mas não como tu dizes. Com os olhos do teu eu olha para o teu EU. Não o encontras? Esmifra-te e descobre-o. Uma dica: experimenta ouvir uma daquelas músicas de amor bem repenicadas e canta-ta a ti própria. Depois logo vês no que resulta.

Boa sorte...

Me disse...

Anjo,
Sabes o que é o pior? É que não foi ninguém que me arrancou nada… Fui eu que deitei fora. Não culpo nada nem ninguém a não ser eu. Acredito piamente que, independentemente da situação, temos sempre opção. Sempre. Temos escolha. Se somos ou não influenciados… manipulados… problema nosso. Eu tomei uma data de decisões e opções e escolhas que não eram (foram… são) o melhor para mim. E agora estou naquela posição estúpida de ou dar o dito por não dito e meter tudo a zeros ou então continuar, numa de ser uma gaja íntegra, persistir e teimar (quase) em viver as minhas escolhas e opções, qual defensora de mim própria e das minhas decisões. De qualquer das formas, quem perde? Quem falha? Eu. Eu.
Obrigada pela visita Anjo… Espero que deixes de te rever nas minhas palavras rapidamente
:)

Ana,
É bom que venhas aqui! Já me fizeste rir e sorrir muito com as tuas “coisas”. Passaroca é palavra gravada a ferros na minha memória.
:)

Ostra Yan-San,
Eu sei perfeitamente onde estou. Eu vejo-me mais do que bem. Oh se vejo! Eu olho a Eu e vejo. Não gosto é do que vejo. Não gosto de onde estou. Só isso.
Músicas de amor bem repenicadas (ou não) enjoam-me. Sempre enjoaram. Yuk. Nunca me “identifiquei” com nenhuma… não há nenhuma que me tenha marcado… nopes. Sou uma descrente nas canções de amor… Oh, pá.
Mas entendo o que dizes… escolhe tu uma que aches aceitável… prometo que dou ouvidos…
Obrigada pela visita.
Um beijo para ti
:)

Anónimo disse...

Uma canção de amor repenicada?.... hum.... Uma baladita do Lionel Richie ou então o Mamma mia dos Abba! =)

Beijinhos!

Me disse...

NAHHH!
LIVE.

Já levei os cds todos para o bólide. LIVE é muito melhor que qualquer canção de amor repenicada.

As deles... que também as têm, são tão violentamente belas que arrepiam.
:)

Se alguem, algum dia, me quisesse oferecer o presente da minha vida, era ver estes gajos ao vivo.
Talvez me ofereça a mim própria um dia.
:)

Anónimo disse...

Ah... os Live... o que eu vou dizer é pecado, mas só conheço uma canção deles.... Lightning Crashes... muito velhinha já.
=) Mas traz-me muito boas memórias!

Anónimo disse...

(hum... lembrei-me que conheço outra... qualquer coisa "water"... eu sou mesmo desnaturada!)

Me disse...

Ana,
Já te dei uma ajudinha...
beijos e obrigada pelos comentários
:)

Nuno T disse...

Consigo de facto identificar-me com algumas das coisas que escreveste.
Menos uma. Nunca deixei de ser "eu". Mesmo doendo, fui sempre "eu", pelo menos junto de outras pessoas. Sozinho, a história pode mudar um pouco.

Mas confesso que compreendo o teu ponto, que depois de um acontecimento marcante (ou uma série deles) é complicado voltar a "normalidade emocional", que acaba por se transformar no reflexo do "eu".

Não te vou dar uma palmadinha nas costas. Mas não posso deixar de te dar um beijinho e a certeza de que a "me" irá voltar. Irás saber o que fazer. Um dia.

Me disse...

Olá Nuno T,
O problema é esse. Às tantas, e no meio dde tanto "caos", esquecemos quem somos. Esquecemos que não somos a luta ou a batalha que estamos nesse momento a empreender. Esquecemos que não somos a dor ou sofrimento que provocam ou provocamos em nós. Esquecemo-nos de nós. Deixamos de ser quem éramos. Passamos a ser quem nunca seriamos.
Se me perdi? Muito. Trocaram-me as voltas. Mudaram a porra das estradas. Não actualizaram o gps. É isso que estou a tentar fazer agora: actualizar o gps para poder continuar no meu caminho.

Obrigada pelo teu comentário e pela não-palmadinha nas costas.
Obrigada.

K disse...

Porra, fora uma coisa ou outra jurava que me estava a ler! Sério! Então aquela parte das contradições...(consigo ser muito brutinha e agressiva a falar, embora seja um doce que se derrete com pouco....enfim...)

Agora minha cara, quem decide viver, viver realmente, como parece que decidiste, não apanha uma viagem softzinha...é mesmo mais à laia de montanha russa sem sabermos muito bem o que nos espera a seguir. Mas não deixa de ser bonita por causa disso. E muito mais gratificante na minha opinião. ;] Também eu já tive saudades de mim própria. Imensas. Descobri entretanto que isto, a vida, é mesmo feita de fases, e que há alturas que estamos melhor e outras piores, mais focados ou menos focados em nós.

Poderia dizer-te igualmente para não seres tão dura e exigente contigo mesmo porém não sou a melhor pessoa para te dar esse tipo de conselhos...;p

Me disse...

Olá K,
Pois. O problema é que eu não sou assim muito exigente comigo... com os outros é que são. E quando me falham... ai jesus. É uma merda.
Talvez, se fosse menos exigente, não fariam merda?
Hmmm...

Obrigada pela tua visita e pelas tuas palavras. É sempre bom esta perspectiva da coisa
:)
Obrigada.

K disse...

Não carece agradecimento. ;]

Quanto à tua questão...é óbvio que a nossa maneira de estar influencia os outros, mas nem me parece que aqui seja essa a questão. Aliás, acho que nem colocaste a questão da melhor maneira: tu não podes de modo algum controlar a merda que os outros fazem (e que todos nós fazemos porque ninguém é perfeito e o que não chateia a uns chateia a outros), mas talvez se fores menos exigente com os outros (ou não esperares tanto ou confiares logo) te desiludas menos...

Me disse...

Olá K,
Sim, é por aí.
O que eu detesto mesmo é, por causa dos erros dos outros, sermos confrontados com o efeito que isso tem em nós e dps sermos obrigados a tomar uma decisão ou a tomar uma atitude que de outra forma não o teriamos de fazer. Meio confuso, sei...
Parece que o erro passa a segundo plano e o que realmente passa a ser mais importante é a forma como lidamos com a nossa tal "desilusão"... É injusto.
:(

Mas sim, como colocaste a questão faz muito mais sentido...

:)

Obrigada novamente ;)

K disse...

Não é nada confuso...estamos de tal maneira habituados ao politica e socialmente correcto que muitas vezes nos sentimos contrangidos em sermos frontais e francos mesmo quando temos razão. Porque a franqueza e a frontalidade custam a aceitar e usualmente as pessoas quando deparadas com isso ainda se fazem de vítimas e ofendidas...é um virar o jogo contra o outro, é um vício social que não torna mais fácil a sua aplicação...(agora acho que fui eu que fui confusa...;p)

É preciso ter um carácter forte para ser franco com os outros e aceitar a franqueza dos outros...mas eu acho que vale a pena, que nos ajuda a crescer e que nos enriquece (mas não é nada fácil!).

Me disse...

K,
Pois é.
Quando nos zangamos com alguem por alguma coisa, a primeira coisa que essa pessoa faz é tentar justificar o que fez para que não tenha de sentir o peso da nossa zanga... Do tipo: errei, ok, não me lembres que o fiz, cala-te. É uma bosta.

"É preciso ter um carácter forte para ser franco com os outros e aceitar a franqueza dos outros" - é verdade.
É realmente uma questão de força, de conseguirmos aguentar a coisa ou não... Mas sabes o que é realmente "chato"? Quando alguem não é franco em sede própria... fazendo com que a franqueza dos outros se torne brutal... tipo 2 em 1. Quem está em negação... recebe sempre duas notícias...
Agora consegui não só ser confusa mas tb complicar... :)

Parece que andamos sempre com veus... dos que tapam e não deixam ver para fora. Andamos sempre na sombra a ver se não nos descobrem. Honestidade? privilégio de poucos. Franqueza? Ui. Transparência?

Oh well... estas nossas divagações davam um blog
:)

Espero que estejas bem. Gosto de te "ler" por aqui
:)