Não sei o que escrever. Não faço a mais pequena, pálida ideia.
Podia falar-vos de como é estar à espera de arranjar emprego… mas isso seria uma seca. Espera-se e pronto.
Podia falar-vos em como tenho saudades do meu antigo local e colegas de trabalho (do trabalho em si, não… já falamos sobre isso). Podia falar do tempo e em como agora é que começa a estar como eu gosto: fresquinho e cortante. Obriga-nos a estar alerta e acordados. Mas não, não me apetece falar do tempo.
Também podia falar sobre o que eu quero para o Natal… ui. Ainda ontem me perguntaram. Nada do que disse me pode ser oferecido por ninguém. Não há laçarote ou papel de embrulho que aguente. Podia falar sobre o que eu gostava de oferecer pelo natal. Ai a lista! Seria tão longa! Se pudesse, dava presentes a todos! Presentes dos bons, dos mesmo bons. Por exemplo, oferecia descanso, paz de espírito, silêncio, calma, e sossego a muitas pessoas. Talvez a outras oferecesse precisamente o oposto. A outras oferecia divertimento, regabofe, noites longas e madrugadas vividas a ver o sol nascer. A outras talvez oferecesse noites calmas, cheias de preguiça, vividas a ver o sol a pôr-se. A outras pessoas oferecia coragem para fazerem o que querem; a outras oferecia temperamento para poderem continuar a fazer o que querem; a outras oferecia mais emoção; a outras mais lucidez.
O Natal seria um espectáculo. Todos recebiam uma caixinha mágica com estes presentes e ficariam logo mais felizes e contentes.
A uma pessoa em particular gostava de oferecer garantias de que tudo se vai resolver pelo melhor, que tudo vai acabar bem, que tudo vai correr bem, que a frustração que agora se sente vai acabar e nunca mais voltar, que as dúvidas, as questões, os problemas, as chatices – todos se hão-de ir embora e ser substituídos por outros menos dolorosos (é inevitável… infelizmente). Gostava de poder garantir que nada de menos positivo há-de surgir. Mas não posso. E tenho pena de não o poder fazer. Muita mesmo. E também tenho pena que o Pai Natal não possa fazer este tipo de gracinha.
Natal a sério seria assim.
Mas não me apetece falar sobre isso.
2 comentários:
por muito que afirmes não saber o que escrever, não podes negar que sabes o que sentes
e isso, minha amiga, é maior que todos os caracteres, todas as frases bonitas que possas/saibas/queiras escrever
parabéns porque sentes, pelo que sentes, como sentes
triste, triste mesmo, é quando perdemos a capacidade de sentir, a vontade de querer sonhar, a certeza de que vamos conseguir
triste, triste mesmo é quando achamos que não haverá pais natais que nos valham, presentes que nos encantem
eu, por mim, ofereceria a todos a capacidade de sentir...
gosto do que sentes... mesmo que digas não saber o que escrever
Bjs
o moliceiro trouxe-te de volta. gosto do moliceiro. à boa continuação. gosto que estejas de volta. se pudesse, tb oferecia moliceiros para trazer o pessoal de volta.
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