22.5.12

We want it all. And we want it now.

imagem: google


A graciosa calma, paciência e respeito que dantes marcavam as interacções sociais foram todas para o caralho. Literalmente.
Como caralho direito não tem respeito, estamos todos fodidos. Bem ou mal, mas fodidos.
E isto é tudo muito bem para quem gosta do lado “fast food” da vida, mas, para quem não gosta, os coices que se vão dando vão custando cada vez mais, a falta de surpresa vai-se tornando cada vez mais deprimente e a falta de chá para certas coisas, cada vez mais acentuada.
No meio disto tudo, e ao que parece, as minhas razões de queixa, por assim dizer, estão, aos poucos, a deixar de ter fundamento… É que enquanto possa haver quem tenha razões de queixa após a consumação de certas refeições rápidas por as mesmas, no minuto seguinte, revelarem exactamente qual a fome que podem saciar, eu, pobre de mim, nem isso!
Foi este o aviso que recebi, ainda que de forma mais meiga, por parte de quem comigo se preocupa e me vê com tanta falta de esperança no futuro (geral) que me aguarda. Talvez eu seja demasiado exigente, acrescentaram.
E eu agradeço… muito. Estou a ficar para trás nesta grande guerra pelas pilas do mundo. Há quem ande alegremente de barriga cheia e pareça viver bem com tais ementas. Eu, esquelética e franzina (mas com belas e esbeltas pernas devido aos coices), fujo como o diabo da cruz a qualquer tentativa que me possa levar a quebrar a dieta. Não porque não goste, não. Apenas porque a dick is not a dick is not a dick
Já o disse muitas e variadas vezes, mas acho que nunca me consegui explicar como deve ser: recuso-me a faltar ao respeito a um homem, a uma pessoa (sim, os homens também são pessoas...), reconhecendo-lhe apenas a função de cobridor ou exercício anti-stress. Não os consigo ver apenas como donos de pilas prontas a entrar em acção. Mesmo quando é apenas isso que mostram ser, não é isso que vejo. O que vejo, por vezes, é alguém tão mal orientado e perdido no meio das coisas que quer e não pode ter ou não quer e pode ter que a saída mais fácil é essa e apenas essa. Não obriga a pensar. É a opção segura e preguiçosa. É o que se faz quando mais não se sabe (ou quer) fazer. Basicamente, vejo-os como vejo as mulheres que tentam, com circenses aberturas de pernas, aniquilar a solidão ou sentimento de inferioridade (por exemplo) que as assola. Pila não resolve tudo – seja para quem for. E muito menos sacia corações.
Tenho pena que o respeito seja algo cada vez mais em desuso. Especialmente para com nós próprios. E se não gosto que me façam a mim, caralhos me fodam se faço isso a mais alguém. 
Estamos todos fodidos.

10 comentários:

Piston disse...

Uau!
Isto foi um aparte ou tem sido assim?
Não sei porque não tenho passado por cá.

Me disse...

Piston,
Ahhh... tem sido um à parte que tem sido assim! ;)
Welcome back!

Piston disse...

E os textos gigantes também assustam.
Vou tentar segurar-me.

A. disse...

Portanto, és então mais apreciadora de refeições que não tenham hora, nem dia marcados para o seu fim. Assim como uma espécie de banquete, em que os pratos vão sendo servidos durante horas e horas a fio, apenas intervalados com uma pausa para cigarro, ou para um passeio de forma a que se possa fazer melhor a digestão. Para depois voltarem à mesma mesa e continuarem a desfrutar do belo repasto por durante quiçá, umas horas, dias, meses, anos...é então uma refeição que não deixa uma pessoa cheia a abarrotar em que mal consegue respirar, mas algo que é ingerido lentamente e sem pressas, em que cada garfada é dada como se fosse a primeira...

Sim, entre isso e a fast food, é melhor o banquete sem dúvida.

Me disse...

Piston,
Divides em parágrafos e lês um por dia! :P

Me disse...

A.,
Do melhor que já te vi escrever. Muito bom(a parte do cigarro, então!).
Em resposta: Sim, porra. :)

Piston disse...

Escreves de ano a ano?

Me disse...

Não... mas também não é com grande frequência...
Mau feitio d'um corno.

Piston disse...

Não tentes seduzir-me.

Me disse...

Damn it!!!