A graciosa calma, paciência e respeito que
dantes marcavam as interacções sociais foram todas para o caralho.
Literalmente.
Como caralho direito não tem respeito, estamos todos
fodidos. Bem ou mal, mas fodidos.
E isto é tudo muito bem para quem gosta do lado “fast
food” da vida, mas, para quem não gosta, os coices que se vão dando vão
custando cada vez mais, a falta de surpresa vai-se tornando cada vez mais
deprimente e a falta de chá para certas coisas, cada vez mais acentuada.
No meio disto tudo, e ao que parece, as minhas
razões de queixa, por assim dizer, estão, aos poucos, a deixar de ter
fundamento… É que enquanto possa haver quem tenha razões de queixa após a consumação
de certas refeições rápidas por as mesmas, no minuto seguinte, revelarem
exactamente qual a fome que podem saciar, eu, pobre de mim, nem isso!
Foi este o aviso que recebi, ainda que de forma mais
meiga, por parte de quem comigo se preocupa e me vê com tanta falta de
esperança no futuro (geral) que me aguarda. Talvez eu seja demasiado exigente, acrescentaram.
E eu agradeço… muito. Estou a ficar para trás nesta grande guerra pelas pilas do mundo. Há quem ande alegremente de barriga cheia e
pareça viver bem com tais ementas. Eu, esquelética e franzina (mas com belas e
esbeltas pernas devido aos coices), fujo como o diabo da cruz a qualquer
tentativa que me possa levar a quebrar a dieta. Não porque não goste, não.
Apenas porque a dick is not a dick is not a dick.
Já o disse muitas e variadas vezes, mas acho que nunca
me consegui explicar como deve ser: recuso-me a faltar ao respeito a um homem,
a uma pessoa (sim, os homens também são pessoas...), reconhecendo-lhe apenas a
função de cobridor ou exercício anti-stress. Não os consigo ver apenas como
donos de pilas prontas a entrar em acção. Mesmo quando é apenas isso que
mostram ser, não é isso que vejo. O que vejo, por vezes, é alguém tão mal
orientado e perdido no meio das coisas que quer e não pode ter ou não quer e
pode ter que a saída mais fácil é essa e apenas essa. Não obriga a pensar. É a
opção segura e preguiçosa. É o que se faz quando mais não se sabe (ou quer)
fazer. Basicamente, vejo-os como vejo as mulheres que tentam, com circenses
aberturas de pernas, aniquilar a solidão ou sentimento de inferioridade (por
exemplo) que as assola. Pila não resolve tudo – seja para quem for. E muito
menos sacia corações.
Tenho pena que o respeito seja algo cada vez mais em
desuso. Especialmente para com nós próprios. E se não gosto que me façam a mim,
caralhos me fodam se faço isso a mais alguém.
Estamos todos fodidos.
10 comentários:
Uau!
Isto foi um aparte ou tem sido assim?
Não sei porque não tenho passado por cá.
Piston,
Ahhh... tem sido um à parte que tem sido assim! ;)
Welcome back!
E os textos gigantes também assustam.
Vou tentar segurar-me.
Portanto, és então mais apreciadora de refeições que não tenham hora, nem dia marcados para o seu fim. Assim como uma espécie de banquete, em que os pratos vão sendo servidos durante horas e horas a fio, apenas intervalados com uma pausa para cigarro, ou para um passeio de forma a que se possa fazer melhor a digestão. Para depois voltarem à mesma mesa e continuarem a desfrutar do belo repasto por durante quiçá, umas horas, dias, meses, anos...é então uma refeição que não deixa uma pessoa cheia a abarrotar em que mal consegue respirar, mas algo que é ingerido lentamente e sem pressas, em que cada garfada é dada como se fosse a primeira...
Sim, entre isso e a fast food, é melhor o banquete sem dúvida.
Piston,
Divides em parágrafos e lês um por dia! :P
A.,
Do melhor que já te vi escrever. Muito bom(a parte do cigarro, então!).
Em resposta: Sim, porra. :)
Escreves de ano a ano?
Não... mas também não é com grande frequência...
Mau feitio d'um corno.
Não tentes seduzir-me.
Damn it!!!
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