O Ministério da Soltura é um blog giro… Como bons Ministros que são, conseguiram criar um blog em que reúnem a participação de, bem, quem quiser!
Quem quiser, manda um mail ao Sr. Finúrias a dizer que quer ser desafiado e este prontamente envia foto ou fotos para serem “escritas” pelos desafiados. Eu enviei, fui e o resultado fica aqui para todos (hão-de vir mais a caminho… sim, porque aqui a Je recebeu três fotos, não conseguiu escolher e pimba… foi só libertar os dedos… Adorei!).
Façam uma visita ao Ministério… vão adorar a quantidade de belos mundos que por lá existem.
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“Duo”
- Onde vais?
- Onde queres ir?
- Não sei… escolhe tu.
- Está bem. Mas se escolher eu, não podes ver. Fecha os olhos.
- O quê?
- Não podes ver. Fecha os olhos.
- Mas…
- Fecha.
Fechou. Por força do cetim, fechou os olhos.
- Não confias em mim?
- Confio.
- Não confias nada.
- Confio!
- Mentes.
- Juro-te.
Ela sabia o caminho. Queria fazê-lo. Sempre quis. Conhecia-o de cor. Era dela. Não queria partilhar o caminho com ninguém. Apenas o destino. O caminho era dela.
- Já chegamos?
- Não sentes nada?
- Não. Estamos lá?
- Penso que sim. Mais um pouco e estamos.
- Então, mas não sabes se chegamos?
- Sei. Sei. Espera.
Não sabia. O caminho não era o que esperava. Demasiado acidentado. Teria chegado? Não sabia. Sentiu-se incomodada. Não devia saber se tinha chegado ou não? Não devia sentir-se? Sempre tinha confiado que assim que chegasse saberia. Olhou-o. Perdido. Ele estava perdido. À espera que o situassem.
- Estás perdida?
- Não… Não sei. Tu estás?
- Confio em ti.
- Não me mintas!
- Estou contigo. Tão perdido quanto tu. Deixa-me abrir os olhos. Ajudo-te.
- Não! Não quero. Eu sei o caminho. Eu sei o caminho.
- Deixa-me ir contigo. Não me leves; deixa-me ir. Eu vou.
- Não…
- Deixa.
- Não.
Agarrou-o. Prendeu-o. Sentia medo. Onde estava o destino? Onde? Ela devia saber quando chegasse! Prendeu-o. Não queria estar sozinha no caminho. Não queria. Queria que parasse. Queria parar. Mas não era capaz. Tinha de lhe provar que sabia o que estava a fazer.
- Deixa-me abrir os olhos. Posso ajudar. Ver-te.
- Não. Não quero.
- Podemos ir para onde quiseres. Mas deixa-me ver-te.
- Tu não aguentas.
- Estou aqui, não estou?
- Porque te prendi. Porque te tapei os olhos.
- Porque eu deixei.
- Porque eu quis!
- Porque eu deixei. Deixa-me ver-te. Quero ver.
- Chegamos.
Não tinham saído do lugar.
Destapou os olhos. Viu-a. Pequena e menina à frente dele. Abraçou-a.
Ela chorou. De olhos fechados. Chorou.
Não queria aquele caminho. Apenas o destino. O destino que a abraçava e a fazia sentir-se sem vontade de se mexer. Queria parar. Parou.
- Vejo-te. Não dói, pois não?
- Dói.
Pegou na fita. Enrolou-a e colocou-a no chão.
Pegou-lhe na mão.
- Sei um bom caminho para fazermos.
- Sabes?
- Vens?
- Para onde vai esse caminho?
- Onde tu quiseres. Escolhe tu.
- Escolho aqui.
- Então, chegamos.
- Sim. Chegamos. Sinto-o.
Tinham chegado. Sentiam-no.
3 comentários:
Obrigado Ministra Me pelos textos, e pela divulgação do Desafio :)))
Continuemos, que na partilha escrita é que está o ganho, já lá dizia o poeta, eheheh
cheguei ao teu blog através deste texto que deixaste no Ministério. Gostei de o ler e gostei dos teus posts... voltarei de certeza a visitar-te
Olá!
Ena pá bolas... Fui "promovida" a Ministra! Mas que tamanha honra! Como já te disse, Sr. Tozé Finúrias, o prazer foi todo meu. Mesmo. Concordo com esse poeta :) Especialmente se houver alguém a dar uma ajudinha e a desafiar o pessoal com coisas giras... Novamente os parabéns pelo blog e pela forma como o mantêm. Muitos mundos numa só janela. É fantástico! Só tenho pena de não ter descoberto há mais tempo...
Marte,
Muito obrigada! Adorei a experiência de "Ministra". Adorei. Vemo-nos por aqui então. Volta sempre e quando quiseres
:)
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