Cenário: fila de trânsito que ia desde o Lux até à Praça do Comércio. Tudo a passo de caracol.
Acontecimento: Mais ou menos em frente à estação de Sta. Apolónia, antes dos semáforos e estando tudo paradinho, ouço buzinar. Olho para trás. Buzinam novamente. Descubro que é o carro que está ao meu lado (ao lado mas um cadito mais atrás). Então, lá estava o Sr. Mr. Besta-engravatado-50-e-qualquer-coisa-anos-BMW-série-5 a dobrar uma folha de papel em cima do volante e a buzinar. Dobrava, buzinava. Dobrava, buzinava. De vez em quando lá olhava para a frente… Buzinava de novo. Olhei em frente e vi que o semáforo estava vermelho. Baixei o vidro, fiz-lhe sinal e disse exactamente isso. Ele lá baixou o vidro, esticou-se um cadito, franziu o nariz, semi-cerrou os olhos e …
Eu: O semáforo está vermelho!
Sr. Mr. Besta: Está? Então está avariado. (WHAT?!?!?!?!)
Eu: Acho que não. Está apenas vermelho. Por isso é que ninguém anda. Olhe, agora está verde!
Sr. Mr. Besta: Verde? Ahh, está bem. Obrigado.
Calou-se. Fechei o vidro, chamei-lhe meia dúzia de nomes feios e lá fomos à nossa vidinha no meio do trânsito.
Digam-me lá, se faz favor, se isto não é de gente tonta? Mais ninguém estava a buzinar. Era o único. Nem achou estranho ninguém ter aproveitado o “mote”… Idiota. Qualquer dia estou aqui como a querida estagiária… essa é que não gosta mesmo de esse tipo de “poluição sonora”…
No meio disto tudo, eu tinha tarefa maior na qual me concentrar. O meu pequeno maravilhoso bólide deu em ligar o pisca esquerdo conforme lhe apetece. Um mau contacto qualquer do manípulo. O que isto quer dizer na prática é que vou eu muito bem na minha faixa de auto-estrada, por exemplo, quando de repente desato a fazer pisca para a esquerda. Sem mais nem menos. Não sei se já provoquei algum acidente, mas agora tenho de andar sempre com o dedo no manípulo para evitar que ele ligue sozinho. Quando ele se liga, vou e tento passá-lo para a posição de “off”, mas às vezes uso um cadito de força a mais e lá se liga o pisca direito. Fantástica visão. Uma gaja tresloucada dentro de um carro a suplicar por misericórdia com o volante enquanto o bólide em si vai fazendo pisca-pisca para a esquerda, depois direita… esquerda, esquerda, esquerda… nada… esquerda, direita, esquerda… direita, direita… nada. E então lá vou eu pedindo desculpa às pessoas que não têm medo de me ultrapassar (eu teria, porra). Em andamento é uma coisa. Agora, em fila? Tem outro impacto. Aí dá mesmo para ver as caras das pessoas. Olham, ar de confusão, depois sorriem… e por aí fora.
Eu não mereço.
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