Ontem, em viagem de táxi por Lisboa, no meio de um cruzamento atolado de carros que não respeitaram sinal vermelho…
Taxista (enquanto buzinava): Tira isso daí, pá!
Eu (em pensamento): Olha, olha… o monstrinho levanta a cabeça…
Taxista: TIRA ESSA MERDA DAÍ!!! ANDA COM ESSA MERDA, PÁ!
Eu: Hehaheha!! Não se preocupe. Eu sou muito pior.
Taxista: É muito pior?
Eu: Sim. Quando é assim, já nem os mando à merda. Aproveito e mando-os logo directamente para outros sítios mais interessantes.
Taxista: Hehaheha!! Pois. Estes gajos, pá! Há gente que não respeita nada. Há gente que…
No meio disto, toca o meu telemóvel… acabou a “conversa”.
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Não tenho muita admiração pelos taxistas. Aliás, há alturas e já houve momentos em que pura e simplesmente os abomino (estou a lembrar-me de uma passagem aqui no blog em que me referi a eles como “seres mascadores de cigarros e coçadores de virilhas apertadas”). Isso continua verdade.
No entanto, ganhei um certo e ligeiro respeitinho por este Sr. Taxista em particular quando, após dissertação sobre o respeito dos condutores e o raio que o parta, parou o seu Bólide em segunda fila, em frente a dois agentes da PSP para me deixar sair. E como brinde ao meu “Obrigada e boa viagem” ainda recebi um “Vá, boa tarde…”.
Há taxistas, e depois há Taxistas. E quem pode parar em segunda fila em frente a dois agentes da PSP depois de ter vomitado discurso sobre a moral dos condutores é Taxista. E nem foi preciso vê-lo a coçar as virilhas nem nada!
29.2.08
28.2.08
Ainda aqui estou... mas vou-me já embora...
São 3:15 da manhã. Madrugada de 28 de Fevereiro. Estou no trabalho mais duas colegas. Mas vou-me já embora... Não queria ir sem antes partilhar convosco o que se passou às 1:13 da manhã aqui com a minha Fã Nº 1 (e não sou eu que digo... tenho declaração escrita que a obriguei a redigir para ter comprovativo de tal situação).
E atão foi assim:
Fã Nº 1 - Estou cheia de frio... Vou chamuscar a patareca.
Eu - Vais o quê ao quê?!
Fã Nº 1 - Não és tu tu que usas muito essa expressão? Patareca?
Eu - Sou... Mas vais chamuscá-la? Por que carga de água...?!
Fã Nº 1 - Estou com frio... binómio Patareca-Radiador... Vou chamuscar a Patareca!
Eu - Ai, caredo (e encostei a cabeça à mesa e deixei-me estar)
E pronto. A partir daí, entrou-se num patamar totalmente diferente de produtividade e pensamento criativo.
Valha-me caredo.
Aviso: Por favor não façam isto em casa. A experiência foi conduzida por profissional da Chamuscagem de Patarecas.
Actualização. São 3:22 da manhã.
Tenho uma colega a dançar sentada à musiquinha da rádio... enquanto a minha Fã Nº 1 vai dizendo coisas do tipo "Puta que pariu este ficheiro! Puta que pariu!"
(eu vou escrevendo aqui)... Agora estão a sugerir nomes de possíveis eventos para a empresa... sexo... agora falam de sexo... ooops... nopes... voltam a falar de eventos... silêncio a não ser pelo bater de teclas e uns suspiros... falamos de gajas... mais suspiros... pitos... falam de pitos... (deve ser o equivalente lisboeta a Patareca)... agora olham para mim dizendo que estou a escrever muito... (hihihihihihi!!!) ... silêncio... A minha produtividade deve de as ter assustado (resistente a gaja, huh? devem estar a pensar...)
Quando se ultrapassa um certo limite do cansaço, há todo um mundo de coisas novas a descobrir. Há todo um mundo de coisas maravilhosas que por norma não se ouvem ou dizem. Eu estou nesse mundo. Mas não estou sozinha... Já estou a delirar.... Só pode. Lembrei do cabrão do meu pisca... Mais uma realidade alternativa na qual vou ter que entrar.
São 3:29 da manhã.
Ninguem diz nada... Hmmm... Boring. Vou-me embora não tarda...
3:33... tudo na mesma. E com esta me despeço.
Até amanha (que é hoje para mim)... Até amanhã/hoje/whatever. Vocês perceberam.
26.2.08
O que me ouvem dizer no trânsito…
imagem: google
Antes de começarem a ler isto, saibam que é relato puro e duro do que me aconteceu ontem de manhã aqui no cruzamento em Santos enquanto andava na minha busca infrutífera por lugar de estacionamento. Ou seja, tem asneiras.
Vinha eu descansadinha a passar o cruzamento quando, à minha frente, do lado esquerdo, um Sr. Mr. Super Besta decide avançar com o seu Ford Focus Max ou o raio que o parta para a faixa de circulação. Sem antes olhar para ver se vinha alguém na estrada. Sem fazer uso daqueles (pelos vistos) opcionais acessórios que são os espelhos retrovisores e piscas. Perante a visão de um focinho de carro à minha frente, aconteceu o seguinte:
- Eu (travando a fundo a meio do cruzamento) – Fod-cara-mer-dasse-cabrão!!!!
Parei o carro a aí uns 50 cms da porta do passageiro, ficando o mesmo a olhar para mim. Antes de ter parado, buzinei. Claro.
- Passageiro (de vidro fechado e a sorrir): (não sei o que disse, mas que disse, disse. Eu é que não percebi)
- Eu (também de vidro fechado): Vai à merda oh cabrão de merda!!! Anda mas é para a frente, estúpido de merda!
Passageiro (abrindo o vidro e sorrindo ainda mais): blah-blah-blah-vai-merda-merda-blah-blah….
- Eu (ainda de vidro fechado mas confiante que seriam capazes de ler nos meus lábios o que estaria a dizer): Pó caralho pá!!! Anda para a frente!!! Anda para a frente!!!!!!
- Condutor (olhando pelo espelho e abanando a cabeça): Hehahehaheha!!!!
- Passageiro (já de vidro aberto e fazendo aquele sinal de “substituição” com a mão, tal como se vê no futebol): Blah-blah-blah-hehahehaheha!!!
- Eu: Ai agora olhas pelo espelho (apontei para o meu). Agora olhas, meu cabrão?! Anda prá frente! ANDA PRÁ FRENTE!!!
Lá acabou de tirar o carro e andou para a frente.
- Eu: Filho da puta. F-i-l-h-o d-a p-u-t-a.
Eles viraram numa rua e eu fui atrás. Chegamos a um cruzamento, eles continuaram em frente, eu virei. Só parei de tremer aí uns 15 minutos depois. Apanhei um verdadeiro susto. Se não tivesse conseguido parar a tempo, enfiava o meu carro pelo porta do passageiro a dentro. Eu, assim sendo, não teria culpa no acidente, mas ficaria sem carro e o passageiro ficava um cadito amassado. E os gajos ainda se riram por ter uma gaja a refilar com eles. Ainda se riram! Acharam divertido, porra! Não há abs que aguente. Não há paciência que aguente. Não há nada que aguente gente estúpida que se acha impune e que mete as outras pessoas em situações complicadas e que ainda por cima se riem. Não há.
20.2.08
O regresso do Sr. Mr. Besta
imagem: google
Cenário: fila de trânsito que ia desde o Lux até à Praça do Comércio. Tudo a passo de caracol.
Acontecimento: Mais ou menos em frente à estação de Sta. Apolónia, antes dos semáforos e estando tudo paradinho, ouço buzinar. Olho para trás. Buzinam novamente. Descubro que é o carro que está ao meu lado (ao lado mas um cadito mais atrás). Então, lá estava o Sr. Mr. Besta-engravatado-50-e-qualquer-coisa-anos-BMW-série-5 a dobrar uma folha de papel em cima do volante e a buzinar. Dobrava, buzinava. Dobrava, buzinava. De vez em quando lá olhava para a frente… Buzinava de novo. Olhei em frente e vi que o semáforo estava vermelho. Baixei o vidro, fiz-lhe sinal e disse exactamente isso. Ele lá baixou o vidro, esticou-se um cadito, franziu o nariz, semi-cerrou os olhos e …
Eu: O semáforo está vermelho!
Sr. Mr. Besta: Está? Então está avariado. (WHAT?!?!?!?!)
Eu: Acho que não. Está apenas vermelho. Por isso é que ninguém anda. Olhe, agora está verde!
Sr. Mr. Besta: Verde? Ahh, está bem. Obrigado.
Calou-se. Fechei o vidro, chamei-lhe meia dúzia de nomes feios e lá fomos à nossa vidinha no meio do trânsito.
Digam-me lá, se faz favor, se isto não é de gente tonta? Mais ninguém estava a buzinar. Era o único. Nem achou estranho ninguém ter aproveitado o “mote”… Idiota. Qualquer dia estou aqui como a querida estagiária… essa é que não gosta mesmo de esse tipo de “poluição sonora”…
No meio disto tudo, eu tinha tarefa maior na qual me concentrar. O meu pequeno maravilhoso bólide deu em ligar o pisca esquerdo conforme lhe apetece. Um mau contacto qualquer do manípulo. O que isto quer dizer na prática é que vou eu muito bem na minha faixa de auto-estrada, por exemplo, quando de repente desato a fazer pisca para a esquerda. Sem mais nem menos. Não sei se já provoquei algum acidente, mas agora tenho de andar sempre com o dedo no manípulo para evitar que ele ligue sozinho. Quando ele se liga, vou e tento passá-lo para a posição de “off”, mas às vezes uso um cadito de força a mais e lá se liga o pisca direito. Fantástica visão. Uma gaja tresloucada dentro de um carro a suplicar por misericórdia com o volante enquanto o bólide em si vai fazendo pisca-pisca para a esquerda, depois direita… esquerda, esquerda, esquerda… nada… esquerda, direita, esquerda… direita, direita… nada. E então lá vou eu pedindo desculpa às pessoas que não têm medo de me ultrapassar (eu teria, porra). Em andamento é uma coisa. Agora, em fila? Tem outro impacto. Aí dá mesmo para ver as caras das pessoas. Olham, ar de confusão, depois sorriem… e por aí fora.
Eu não mereço.
16.2.08
O que eu me ouço dizer no trânsito
imagem: google
Ia eu em viagem para casa quando perante a asneira de uma condutora, larguei um belo e sentido insulto à pobre senhora que, verdade seja dita, entende tanto a razão de ser de piscas, volante e travão como eu entendo de mandarim. Isso fez-me rever mentalmente as frases que mais me ouço dizer/gritar/sussurrar/etc quando estou a conduzir. Digo “ouço-me” dizer porque, às vezes, ainda estou a tentar pensar no que fazer a seguir e já disse o que tinha a dizer/gritar/sussurrar/etc. Partilho-as convosco porque até pode ser que vos venham a ser úteis…
- Ai, valha-me caredo. (aplicável a um sem número de situações)
- Sai da frente! (fácil)
- Chega-te para lá, pá (fácil)
-SAI DA FRENTE!!!(facílimo)
- Oh, oh, oh! (de incredulidade)
- Pisca, migo? Não? (fácil)
- Parar no sinal, não? (fácil)
- Ai, ai, ai, ai, ai…. (aplicável a um sem numero de situações)
- Tenho de ir meter gasolina (constante)
- Foda-se!!! (aplicável a um sem numero de situações)
- De onde veio este carro? (aplicável a um sem numero de situações)
- Aquilo é um buraco ou um estacionamento subterrâneo? (sem comentários)
- Polícia! Foda-se! (sem comentários)
- Radar, radar… não te esqueças do radar… (enfim)
- WANKER!!! (vejam no dicionário…)
- Gasolina… gasolina… gasolina… (constante)
- Porque está este carro aqui? (aplicável a um sem numero de situações)
- Revisão do carro… tenho de ir meter o carro na revisão… (constante)
- O quê!? Mas que raio?! (aplicável a um sem numero de situações)
- Mas o que é que foi?!?! (apenas quando olham para mim de maneira pouco digna de quem não se conhece)
- Cala-te, pá! (fácil)
- Merda! (aplicável a um sem numero de situações)
- Ena! Quem diria que aquele carro anda tanto? (surpresa e espanto)
- Vai bater… vai bater… não bateu. (expectativa enquanto vejo certas manobras)
- Cabrão!!! (fácil)
- Para onde vai aquele carro? (mistério)
- Deves ter alugado esta estrada só para ti, oh paspalho! (quando a linha de separação de faixas é simplesmente ignorada)
- Não! Não é preciso passar na via verde a 50 à hora! (constante)
- IDIOT!!! (constante)
- Eh, pá, desculpe lá (também sei reconhecer as minhas asneiras)
- Anda prá frente!!! (vários sítios)
- O meu carro não cabe aqui. Merda. (estacionamento)
- Vá, vem lá oh Emel! Multa-me!!!! (constante provocação aos deuses que por vezes é respondida)
- O teu carro não cabe aí (à espera que estacionem)
- Aquele cabrão vai travar… ele vai travar… (aplicável a um sem numero de situações)
- Miga, o baton não pode ficar para mais tarde? (demasiadas vezes para ser verdade)
- Deve ser uma gaja… só pode. Olha não, é um velho. Mesmo coisa. (desculpem lá, mas às vezes tem de ser)
- Olha pronto, picou-se (quando ultrapasso um gajo que se acha inultrapassável e ele vem atrás)
- Migo, não vás por aí. Não me apetece (em resposta à anterior).
- CABRÕES!!! (fácil)
- ‘Tás a olhar para onde? Huh???? (facílimo)
- Oh, miga... não te metas nisso... (normalmente para gajas em hondas jazz (etc) que se acham maravilhas ao volante)
- Vai-te cagar, pá! (aplicável a um sem numero de situações)
- Tu vais parar, não vais? Vais parar? (olhando pelo espelho retrovisor enquanto parada num semáforo ou num final de uma fila)
- Acidente?!!! Foda-se! Já não chego a horas. (fácil)
E pronto. É uma vergonha, eu sei.
Bom fim-de-semana, minha gente. Bom fim-de-semana.
12.2.08
Tive um caso.
Imagem: google
Sou uma traidora. Tive um caso. Ligeiro, é certo, mas um caso. Ontem. Durou o dia inteiro e foi maravilhoso. Foi muito mais do que alguma vez poderia ter imaginado. E, como tudo nestas coisas, aconteceu completamente por acaso. Sem esperar. Sem contar. Não tive possibilidade de resistir. De dizer que não. Foi mais forte que eu. Traí o meu mais que tudo e gostei, adorei, amei e quando puder, volto a fazê-lo mas sem o sentimento de culpa. Sem aquela sensação de estar onde não devia estar… De fazer o que não devia fazer. Vou desfrutar a 300% da próxima vez. Vou gozar e gostar ainda mais! E aconselho-vos a todos a fazerem o mesmo. Assim que tiverem oportunidade, façam exactamente o mesmo! Vale a pena, acreditem.
Quando puderem, esqueçam o vosso Sr. Bólide Querido Mais que Tudo, aluguem um Mitsubishi Colt 1.1 de 75 cavalos e entreguem-se ao prazer de ter uma pequena caixa de fósforos com rodas para se entreterem! Foi fantástico! (pensavam que estava a falar do quê, huh???? Tarados.)
Foi isso mesmo que aconteceu. Por motivos de trabalho, tive que alugar um bólide. Ontem tive que ir a Monção. 1000 kms de viagem alucinante pela A1 e A3 dentro de uma casquinha de ovo linda e maravilhosa.
De manhã, quando fui buscar o bólide, olhei-o assim de lado mas estava esperançosa de que a coisa iria correr bem. Deixei o meu bólide estacionado, despedi-me, atirei-lhe um beijo e lá me fui embora. Eh pá. Puxei um cadito por aquilo e pensei “Ena! Isto deve ser um 1.3 ou qualquer coisa assim! Aí uns 70 cavalinhos… Interior todo fashion (as maravilhas que fazem com plástico e luz verde), faz um cadito de barulho (era a gasolina mas roncava que nem um diesel) mas de resto, porreiro, pá!”.
E lá fui. Auto-estrada. Puxei. Quando olhei, ia a 160 e o cabrãozinho ainda tinha espaço para mais. 170… Menos mau. Comei a pensar no meu 1.4 75 cavalinhos abandonado num estacionamento e senti-me mal. Abrandei. É que o meu não chega assim àquela velocidade sem mais nem menos…
Digo-vos uma coisa, diverti-me à brava com o carro. Direcção assistida progressiva que se sente mesmo a funcionar. Ar condicionado. Espaçoso como um raio. Suspensão meio rijinha. Se não se importarem com o barulho a mais e a incapacidade de realizar subidas sem perder aí uns 50 kms de velocidade, é o carro ideal. 1000 kms e pouco custaram 110 euros de gasolina (dois depósitos). Ok. É um cadito, mas tendo em conta que foi sempre em auto-estrada e a acelerar como deve ser… é muito bom! É o carro ideal para a cidade. Pequeno, ágil e giro. Carro de gaja!
Mas o melhor veio depois. Como só tinha de o entregar hoje de manhã, ainda fui dar uma voltinha com ele à noite. Aquilo é que foi. Puxámos o banco para a frente (até ficar com os cotovelos em cima do volante… mesmo à velha…) e andamos a passear com aquele tipo de condução que faz aflição. Mesmo à velha! Daquelas que acabaram de tirar a carta, estão a ver? Acelerar muito o carro e depois largar a embraiagem de uma só vez, fazendo com que o bólidezinho andasse aos solavancos… levar a primeira aos 50 kms hora e depois travar a fundo (bons travões) nos cruzamentos, nos quais entrávamos a ângulos de 90 graus… com muito movimento de braços… pequenos gritos de "cuidado!!" para os outros carros... toques sem querer na buzina (que ocupa todo o volante)… ligar sem querer os limpa pára-brisas e continuar viagem. Foi lindo. Parecíamos uns putos. Riamos que nem uns perdidos. Passamos por mais dois exemplares da pequena maravilha e batemos palmas! Passávamos por grandes máquinas e gritávamos “Comprem um Colt, pá!!”. Só nesta altura é que fui à procura das especificações do carro para ver que motorização era. Quando descobri que era um 1100 (1124 cc para ser exacta) ia-me dando um schlick. Ganhei todo um novo respeito pela pequena maravilha da tecnologia Japonesa.
Ai. Portamo-nos tão mal… Não fizemos mal nenhum a nada nem ninguém, mas pronto. Não se faz, né? Fizemos um test-drive ao carro como nunca antes visto e foi um espectáculo! Adorei.
Depois, fui deixar o carro no sítio dele e peguei novamente no meu. Ahhh… que diferença. O primeiro amor é sempre outra coisa. Aliás, neste caso, segundo amor… o primeiro foi um Ibiza 1.3 de 45 cavalos que me ensinou a conduzir. E quando puder, quero outro Seat. Primeiros amores… são uma chatice.
Mas agora a sério. Não percebo assim muito, muito de carros, mas sei algumas coisitas. Aquele, se eu vivesse em Lisboa, seria uma bela opção. Tinha era de ser o 1.5 DiD ou qualquer coisa assim… Mas pronto.
Vejam-no aqui e não tenham medo de dar uma facadinha de vez em quando! Para a próxima, quero experimentar um C3 ou C1… qualquer coisa assim igualmente divertida. Enquanto não vier o Leon FR… claro…
Boa viagem!
10.2.08
e ELES voltam a atacar outra vez!!!
imagem: www.emel.pt
Deve ser castigo. Como há já tanto tempo não falava dos meus queridos amigos da Emel, eles lá decidiram que o melhor seria infiltrarem-se na minha pacata vida para que eu me lembrasse do quanto, afinal, eles me fazem falta.
Bloquearam-me o carro. Sexta-feira à noite. Oito da noite. Vou eu na direcção do meu bólide. Vejo uma fita amarela ao longe. Foquei os olhos melhor. Pensei “nahhh… nunca vi um carro bloqueado naquele sítio… já lá o deixei tantas vezes… nahhhh… devo estar a ver mal, só pode”. Podia, podia. Bloqueadinho. Não mexe. Tirei a fita do carro e pendurei-a numa vedação lá perto. Telefonei para o número de “Desbloqueamento de Viaturas” que, sensatamente, é constituído por gravação de voz… nada de gente viva a atender as chamadas… claro. Lá confirmei os dados da viatura e certifiquei-me de que teria a quantia em dívida comigo (a gravação pergunta isso… aliás, diz que é uma das condições para confirmarmos o desbloqueamento….). Esperei. Esperei, esperei. 25 minutos depois, telefonei outra vez. A gravação informa-me que o meu pedido já tinha sido efectuado e para eu aguardar chegada da equipa de desbloqueamento. Espantada com a sofisticação do sistema, esperei. E esperei. Esperei mais um cadito e depois esperei ainda mais um pouco. Às nove da noite (uma hora depois), lá apareceu a carrinha com os indivíduos técnicos especializados em desbloqueamentos (isto é: em passarem recibos de pagamento e em passarem o cartão Multibanco pela ranhura da máquina…). Estacionaram mal a viatura. Informei-os de tal facto. Respondeu-me o senhor que para me despachar, tinha de deixar ali a carrinha… que não havia mais lugar nenhum. O que eu pensei em responder é demasiado explícito para deixar aqui. Perguntou-me se tinha os meus documentos comigo. Pediu-me BI e carta de condução. Pensei “Só isso, ‘migo? Assim é que se prova que sou proprietária da viatura??? Bolas! Para quem tem sistema de atendimento tão sofisticado, podiam pelo menos gastar mais um pouco na formação dos seus funcionários e informá-los que o título de registo de propriedade comprova exactamente o que o nome diz: propriedade. Enfim. Para eles é-lhes indiferente quem paga. Desde que paguem… Atirei com um “Vocês são de uma incoerência. Vocês não, a empresa. Deixo aqui o carro tantas vezes e outras pessoas também o fazem. Nunca vi aqui ninguém bloqueado”. Respondeu-me “Pois… Nós não fazemos parte da equipa que efectua os bloqueios. Nós somos da equipa de desbloqueamento”. Calei-me. Que mais ia eu dizer àquele senhor que pelos vistos nada tinha a ver com a equipa que tinha decidido colocar a maquineta, que ele mais tarde teria de retirar, no meu carro? Afastou-se de mim e dirigiu-se à carrinha com os meus documentos de identificação.
Lá esperei um cadito mais (não fosse ter sido por esquecimento que não me pediu o registo de propriedade do Sr. Meu Bólide). Nada. Dirigi-me à carrinha. Não precisa disto? Perguntei. Ahh… sim, respondeu ele. Enquanto isto o colega lá ia escrevendo. Escreveu, escreveu, escreveu. Poderiam eventualmente pensar em comprar uns pcs portáteis aos senhores, com impressora, de forma a que as pessoas multadas pudessem efectivamente entender o que está escrito nos papelinhos que são entregues como prova de que se deixa o carro onde não se devia. Mas não.
Paguei (€30 por multibanco e €30 cheque) o que devia à Emel (por aluguer do bloqueador) e à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária ou o raio que o parta (antiga DGV). Entretanto, já a maquineta amarela tinha sido retirada da minha viatura. “Pode ir”, ouvi. “Desculpe?” respondi. “Já está tudo. Pode ir”. “Ahhh... Boa noite”. “Boa noite e boa viagem” respondeu o senhor. Fui.
E agora peço-vos um momento para reflectirmos em conjunto.
Prelúdio: Há uns meses, recebi aí umas 3 multas por causa de pagamento de parquímetro (eu paguei… não paguei foi o tempo todo). Paguei as multas (incluindo uma que tinha sido mal passada – a hora a que terminava o pagamento era superior à hora a que o Sr. Funcionário da Emel me passou a multa). Paguei aquela merda toda e enviei multas e comprovativos multibanco e carta para os senhores da Emel. Dois ou três meses mais tarde, recebo outra multa pelo mesmo motivo. No acumulado de valor em dívida (mais uma coisa sofisticadíssima da Emel), vejo que não foram descontados os euros que já tinha pago anteriormente. Escrevo carta a explicar que se são tão bem capazes de ver valores em dívida, também deviam ser capaz de ver valores pagos. Pedi referência de data e local das multas todas e informei que aquela última não iria ser paga (como sempre fiz) até ter essa informação. Umas semanas mais tarde lá recebo carta da Emel, de um senhor qualquer a dizer que em resposta ao meu pedido, junto enviava listagem de infracções ligadas à matrícula do meu bólide. Em anexo, no entanto, não vinha nada. Nickles. Rien de rien. Feita parva ainda fui ver dentro do envelope mais uma vez… Nada. Tinha uma bela folha de rosto assinada e toda lindona, cheia de boas intenções e nada de informações. Enviei nova carta (com cópia por fax para as duas “sedes” da Emel”). Apresentei reclamação, chamei-os de incompetentes, de negligentes, de terem má fé, etc, etc, etc. Até hoje, nada de resposta. Por mim, tudo bem. ‘Tou-me a cagar.
E agora para a reflexão:
Porque é que o filho da puta que inventou a Emel não levou com um relâmpago nos cornos assim que acabou de a ter? Porque é que o filho da puta que pensou nesta coisa da Emel não sofreu nenhum acidente bizarro de envenenamento através de pasta de dentes que o fizesse querer emigrar para o Brasil? Porque é que mais filhos da puta houve que deram ouvidos ao primeiro idiota filho da puta e lá decidiram gastar o dinheiros dos contribuintes em criar uma empresa que saca ainda mais dinheiro aos contribuintes?
Eu pago as multas que recebo porque admito que infringi a lei existente. Seja por estacionamento, seja por velocidade, eu pago-as. Assumo a minha responsabilidade e pago. É esse o meu castigo por ser uma não cumpridora das leis que regem a nossa sociedade. Agora não gozem é com esta merda! Não andem por aí a multar as pessoas de forma tão incoerente, inconsistente e aleatória!
Da próxima vez que deixar o carro naquele sítio e ver um funcionário da Emel lá perto, eu própria o levo até lá e o obrigo a exercer as suas funções. Se eu sou obrigada a pagar, eles são obrigados a multar. Sempre. Com o mesmo peso e com a mesma medida. E se não multar, apresento queixa. Contra ele e contra o filho da puta que teve a ideia da Emel e contra todos os outros filhos da puta que aceitaram a ideia do primeiro e contra todos os outros filhos da puta ainda que não deram cabo daquela merda. E depois vou lá no dia seguinte e faço a mesma coisa até ter a certeza que naquele sítio não se pode estacionar nunca e não apenas às vezes. Haja coerência e rigor! Imaginem se isto fosse assim nos homicídios, por exemplo. Ahhh e tal… hoje é homicídio mas amanhã pode ser só agressão. Não sabemos. Espere para ver.
Se inventam merdas para nos controlar enquanto cidadãos, que as implementem como deve ser, porra! Assim não vale! Se quem supostamente controla não faz a mais pálida, que raio de moral têm depois para falar contra (ou a favor sequer) dos cidadãos desgovernados e fartos de não saberem a quantas andam? Quem os pode culpar? Porra pá bolas caredo d’um corno!!! HUMPF!!!
(Desculpem lá o tamanho disto… mas teve que ser. Para a próxima é melhor (ou pior… depende… sei lá… vamos ver… depois vê-se… etc…).
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