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E
dos recantos mais profundos da memória, encontrei pérola há muito publicada em
blog alheio mas nunca aqui no OMQ. Enorme falha.
Já
não faço posts como antigamente…
Senti.
Pediu-me
para não me mexer. Para mal respirar se conseguisse.
Pediu-me para não fazer nada. E eu não fiz.
Encostou-me à parede. Virou-me de costas. Levantou-me os braços. Afastou-me as pernas. Fechei os olhos. Baixei a cabeça.
Senti a respiração dele na nuca. Abri os olhos e vi o tecto das escadas do prédio. Estava escuro. Assustei-me com um barulho no rés-do-chão. Mexi-me. Agarrou-me a cintura e encostou-me de novo à parede. Disse-me que ali ninguém passava. Era o último andar. Ninguém ia passar ali. Encostei a cara à parede. Estava fria.
Senti-lhe a língua na parte de trás do pescoço. Leve e molhada. Forte. Senti-lhe as mãos nas pernas. Senti a parede por baixo das minhas.
Senti-o encostar-se a mim. Senti o meu peito contra a parede. Senti as mãos passarem para o interior das pernas. Passarem pelas virilhas e pararem no meu ventre. Abri os olhos.
Senti-o abrir o fecho das calças. Senti a minhas unhas cravarem-se na parede. Tinta a saltar.
Senti um beijo no pescoço. Senti uma mão a subir pelo corpo acima. Senti a outra a afastar-me a roupa interior dentro das calças. Levantei a cabeça e encostei o queixo à parede. Fechei os olhos. Disse-me para não falar. Como é que ele sabia? Deixei cair os braços. Disse-me para não me mexer. Voltou a colocá-los por cima da minha cabeça. Senti-o morder-me o pescoço. Senti uma mão a rasgar-me a roupa interior dentro das calças. Outra a fazer subir a roupa interior dentro da camisola. Senti-o a morder-me com mais força. Não fales, disse-me novamente. Mas como é que ele sabia?
Senti-o puxar-me a roupa do corpo para cima até ao pescoço. Senti parede fria contra mim. Senti uma mão a procurar-me. Senti dedos. Senti os mamilos a serem apertados. Senti dedos. Dentro de mim. Senti uma onda de prazer tão dolorosamente forte. Disse-me para não gemer. Disse-me para não me mexer. Disse-me para mal respirar se conseguisse. Dedos. Sentia dedos. Senti o peito apertado contra a parede. Senti o corpo quente contra a parede fria. Dedos hábeis. Conhecedores. Pescoço mordido. Beijado. Respiração quente. Parede fria. Senti as calças a caírem. Não gemas, repetiu. Senti as mãos dele nas costas. No peito. Senti os dedos de volta dos mamilos. Mãos a descer. Devagarinho. Senti a boca dele nas costas. Senti-a novamente ao fundo das costas. Mãos nas pernas. Afastou-mas mais. Puxou-me para ele. Senti-lhe a língua. Procurava-me. Encontrou-me. Senti o quente da língua dele dentro de mim. Senti mãos a afastarem-me as nádegas. Senti-lhe a língua a perder-se mais dentro de mim. Parede fria. Peito esmagado. Língua quente. Dedos. Os dedos de volta. Dedos. Língua. Não gemas, não gemas, ordenou. Fechei os olhos com força. Não te mexas, pediu. Parede fria. Dedos. Língua. Abri a boca. Abri os olhos. Olhei o tecto. Escuro. Dedos. Língua. Fechei os olhos. Parede fria. Dedos. Língua. Tudo escuro. Língua. Dedos. Dedos. Língua.
Abri a boca. Não fales, ouvi-o dizer. Gemi. Gemi. Gemi.
Senti tudo parar. Senti-o meter-me a roupa no sítio. Não me mexi.
Senti-o beijar-me o pescoço. Passar os dedos pela minha boca. Senti o meu sabor. Não me mexi. Não me mexi. Senti-o afastar-se. Senti-me de novo.
Vamos embora, ouvi-o sussurrar.
Não falei.
Virou-me para ele. Senti-lhe os dedos na boca novamente. Dedos. Língua. O meu sabor nele. Em mim.
Senti-o pegar-me na mão. Senti-o puxar-me.
Fomos.
Estava escuro.
Ninguém passou ali.
Encostou-me à parede. Virou-me de costas. Levantou-me os braços. Afastou-me as pernas. Fechei os olhos. Baixei a cabeça.
Senti a respiração dele na nuca. Abri os olhos e vi o tecto das escadas do prédio. Estava escuro. Assustei-me com um barulho no rés-do-chão. Mexi-me. Agarrou-me a cintura e encostou-me de novo à parede. Disse-me que ali ninguém passava. Era o último andar. Ninguém ia passar ali. Encostei a cara à parede. Estava fria.
Senti-lhe a língua na parte de trás do pescoço. Leve e molhada. Forte. Senti-lhe as mãos nas pernas. Senti a parede por baixo das minhas.
Senti-o encostar-se a mim. Senti o meu peito contra a parede. Senti as mãos passarem para o interior das pernas. Passarem pelas virilhas e pararem no meu ventre. Abri os olhos.
Senti-o abrir o fecho das calças. Senti a minhas unhas cravarem-se na parede. Tinta a saltar.
Senti um beijo no pescoço. Senti uma mão a subir pelo corpo acima. Senti a outra a afastar-me a roupa interior dentro das calças. Levantei a cabeça e encostei o queixo à parede. Fechei os olhos. Disse-me para não falar. Como é que ele sabia? Deixei cair os braços. Disse-me para não me mexer. Voltou a colocá-los por cima da minha cabeça. Senti-o morder-me o pescoço. Senti uma mão a rasgar-me a roupa interior dentro das calças. Outra a fazer subir a roupa interior dentro da camisola. Senti-o a morder-me com mais força. Não fales, disse-me novamente. Mas como é que ele sabia?
Senti-o puxar-me a roupa do corpo para cima até ao pescoço. Senti parede fria contra mim. Senti uma mão a procurar-me. Senti dedos. Senti os mamilos a serem apertados. Senti dedos. Dentro de mim. Senti uma onda de prazer tão dolorosamente forte. Disse-me para não gemer. Disse-me para não me mexer. Disse-me para mal respirar se conseguisse. Dedos. Sentia dedos. Senti o peito apertado contra a parede. Senti o corpo quente contra a parede fria. Dedos hábeis. Conhecedores. Pescoço mordido. Beijado. Respiração quente. Parede fria. Senti as calças a caírem. Não gemas, repetiu. Senti as mãos dele nas costas. No peito. Senti os dedos de volta dos mamilos. Mãos a descer. Devagarinho. Senti a boca dele nas costas. Senti-a novamente ao fundo das costas. Mãos nas pernas. Afastou-mas mais. Puxou-me para ele. Senti-lhe a língua. Procurava-me. Encontrou-me. Senti o quente da língua dele dentro de mim. Senti mãos a afastarem-me as nádegas. Senti-lhe a língua a perder-se mais dentro de mim. Parede fria. Peito esmagado. Língua quente. Dedos. Os dedos de volta. Dedos. Língua. Não gemas, não gemas, ordenou. Fechei os olhos com força. Não te mexas, pediu. Parede fria. Dedos. Língua. Abri a boca. Abri os olhos. Olhei o tecto. Escuro. Dedos. Língua. Fechei os olhos. Parede fria. Dedos. Língua. Tudo escuro. Língua. Dedos. Dedos. Língua.
Abri a boca. Não fales, ouvi-o dizer. Gemi. Gemi. Gemi.
Senti tudo parar. Senti-o meter-me a roupa no sítio. Não me mexi.
Senti-o beijar-me o pescoço. Passar os dedos pela minha boca. Senti o meu sabor. Não me mexi. Não me mexi. Senti-o afastar-se. Senti-me de novo.
Vamos embora, ouvi-o sussurrar.
Não falei.
Virou-me para ele. Senti-lhe os dedos na boca novamente. Dedos. Língua. O meu sabor nele. Em mim.
Senti-o pegar-me na mão. Senti-o puxar-me.
Fomos.
Estava escuro.
Ninguém passou ali.
(30
Janeiro, 2009)