4.1.12

Desafio 1. Recebido.

Lá me inscrevi aqui e lá recebi o primeiro desafio. Dissertar sobre O Natal Perfeito. 
Ora, pois. 
À procura de inspiração, revisitei o OMQ - Épocas Natalícias. 
Encontrei o texto abaixo. 
Pouco ou nada mudou na minha vida desde que o escrevi. Mas hoje consigo ver que tinha muito mais razão do que pensava quando o escrevi. 
Ai, se pudesse... Se pudesse!

"Os meus natais sempre foram um pouco diferentes do comum (vejam os posts…). Houve uma altura em que eram passados na companhia de amigos porque ninguém tinha família por perto. Lembro-me de árvores de natal tão atoladas de presentes que mal dava para ver a árvore em si. Gente por todo o lado. Camas feitas no chão… Lembro-me que cada ano se rumava para uma casa diferente onde todos se reuniam. Lembro-me que apesar de poderem estar aí uma 5 ou 6 famílias diferentes, havia sempre algo que as unia e que fazia com que o natal tomasse proporções inimagináveis. 
As refeições eram feitas a preceito. Nada era descurado. Nada. Era uma verdadeira festa em que o que realmente interessava era gente que se gostava estar junta e mais nada. Lembro-me de a minha Avó, uns anos mais tarde quando se juntou a nós, fazer tudo por tudo para que o nosso natal fosse o melhor possível em todos os aspectos. Ela conseguia transformar tudo num enorme festival de alegria. Lembro-me de ela fazer uma coisa em particular e que ainda hoje me dá uma saudade enorme. Nos presentes que oferecia incluía um pequeno embrulho onde colocava uma notinha… tínhamos de estar atentos para ver onde estava esta segunda surpresa. Uma espécie de caça ao tesouro que tornava tudo muito mais divertido. No final da noite, eu e a minha irmã tínhamos os nossos presentes e um pequeno monte de notas que prometia mais presentes… normalmente guloseimas ou berlindes ou gelados ou coisas importantes assim. 
A minha Avó dizia que aquilo nos ajudava a dar valor às coisas porque mesmo que houvesse algo de que não gostássemos muito, podia ser que lá pelo meio houvesse algo que, em jeito de surpresa, nos fizesse mudar de ideias. Uma lógica simples e directa que nos ajudou a perceber que, procurando, consegue-se sempre encontrar algo de bom no meio de algo menos bom, por assim dizer. Passei a dar valor a todos os presentes, nem que fosse por associar uma pequena nota àquele pijama que era feio que nem uma bota da tropa. Batota da minha Avó? Sim. Mas eficaz. 
Outra coisa que aprendi naquelas alturas foi agradecer antes de abrir os presentes. Recebíamos o dito, dávamos dois beijos e um abraço a quem o tinha oferecido e depois de aberto, repetíamos o processo. Dois agradecimentos por coisas diferentes: primeiro por se terem lembrado de nós, segundo por se terem dado ao trabalho de oferecer algo a pensar em nós. 
Ainda hoje é assim em minha casa. 
Se pudesse, oferecia pequenos embrulhos dentro de outros embrulhos a todos quanto quero bem e que fazem parte da minha vida. Oferecia presentes dentro de presentes. Oferecia surpresas dentro de surpresas. Oferecia viagens a boas recordações, idas directas a boas memórias, a bons momentos. Oferecia coisas que fizessem sorrir e rir, que fizessem brotar lágrimas de felicidade. Oferecia pequenos momentos de esquecimento de tudo quanto é mau. Oferecia pequenos abraços que assegurassem que tudo haverá de ser melhor. E para mim bastavam-me aqueles dois beijos antes e mais nada. Mais nada."

Mais nada mesmo. Bom resto de festas para todos.

5 comentários:

Anónimo disse...

:)

Muito bom.

Força nisso!... BeijOoOoOO

Me disse...

Tankiú, Pérola. Tankiú!

Anónimo disse...

Aqui vão dois beijos. Mais nada.

AR disse...

Esqueci-me de assinar o post anterior. Não sou anónimo, porra nenhuma...!

Me disse...

Pois que não és! :)
(desaparecido, sim... anónimo, nunca!)