8.9.10

Tenho uma Teoria


imagem: google


Tenho uma Teoria.
Esta teoria é capaz de não ser do agrado de todos, e, de certa forma, contra mim falo, mas porra, está na altura de dizer chega!, basta!, não aguentamos mais!
Por isso, Chega! Basta! Não aguentamos mais!!! (falo no plural porque há-de haver quem concorde - estou-me a antecipar ao massivo apoio que sei que hei-de receber).

A Teoria que desenvolvi após longos anos de observação no terreno e in loco indica que tudo quanto seja Homem que lide com cavalos e gado e afins, é uma espécie de bestinha.
Não há aquela tese de um qualquer instituto inglês que diz que, no geral, os professores e professoras são adultos mais imaturos porque passam muito tempo com gente imatura, retirando-lhes a eles certos padrões de comportamento e certas atitudes? Há, pois (eu hoje quero mesmo é apanhar porrada aqui no blog…).
Bem, de qualquer das formas, eu penso que os homens que lidam, numa base diária ou quase diária, com cavalos e gado e afins retiram destes animais ruminantes certos padrões de comportamento e certas atitudes. Questões de higiene à parte, chego a esta conclusão porque, do que tenho visto, para além de existirem muitas semelhanças entre estes homens, existem também muitas semelhanças entre estes homens e os animais dos quais cuidam.
Sendo eu de terriola em que não se pode nunca dizer algo do tipo “Oh… gostava tanto que o meu Príncipe encantado aparecesse de cavalo branco/preto/whatever para me salvar deste mundo cruel” porque as hipóteses são de se ter cavalariça colorida montada à porta de casa daí a 5 minutos, digamos que lido de perto com tais espécimenes, logo, posso teorizar até mais não.
Não sei se será das hormonas dos cavalos ou das éguas, dos bois ou das vacas, se do seu pêlo, se do cheiro a merda dos estábulos, se das montadas menos confortáveis, se das selas mal feitas ou se do simples facto de apenas trabalharem com outros homens durante dias e dias a fio, mas estes homens parece que passam a ter uma parte do cérebro (a parte desenvolvida e que não se restringe apenas à amígdala) que fica algures a campo e não mais volta com as manadas de vacas e animais afins.
A presunção de alguns deles consegue ser tão devastadoramente presunçosa que tudo quanto nos resta fazer é bater palmas! Há mérito em certos estados de demência voluntária! Aquilo demora anos a sair de forma tão natural! Quais touros que pensam que vão levar a melhor sobre o toureiro, estes homens não se abandonam por um segundo que seja, mantendo peito alto e erguido, nariz devidamente virado para o céu e pernas abertas ao ângulo que permita uma boa aragem das partes fodengas. 
O ego daqueles homens, habituados a dominar animais selvagens e a acumularem tais ensinamentos para quando lidam com o gajedo, é de tal forma insuflado que por vezes temos de nos desviar uns bons dois metros de alguns deles de modo a poder continuar caminho. E não se pense que se consegue destruir um ego daqueles com chapadas na cara quando nos atiram um qualquer piropo do tipo "anda cá, magana, que hoje é o teu dia de sorte!", por exemplo. Não. Para além de verem isso como sinal de bravura, logo, bom, ainda são capazes de pedir mais!
Mas há mais! Habituados a ver os animais a praticarem as artes do amor a campo, acham que levar elementos mais colaborantes do gajedo para sítios repletos de natureza e lhes mandarem uma trancada, de pé e de costas (posição favorita destes especímenes, claro) contra um chaparro, é a coisa mais linda que o mundo tem para oferecer! Ahhhh, a natureza! Os colhões a baloiçar na suave brisa da noite! Os pés bem assentes em poias de cavalo para ajudar no equilíbrio! A oportunidade de pegar no jipe (do papá) e mostrar ao tal elemento mais colaborante do gajedo o verdadeiro sentido de tracção às 4 enquanto saltam por cima de troncos, vedações e pequenos caminhos de água… A natureza é a segunda Mãe destes homens e eles veneram-na! Mordidelas de bichos na ponta do piço e tudo!
Mas sejamos justos. São homens nobres e honrados, capazes de tudo pelos amigos (desde que não tenham namoradas engraçadas… aí é cada homem por si), e de uma força de espírito difícil de igualar (farão tudo para agradar à futura mãe dos seus filhos, escolhida por entre as demais após aplicação de rigorosos critérios de selecção que vão desde a espessura dos tornozelos, largura das ancas, tamanho do peito e capacidade de bem executar a arte do broche). Têm bons princípios (em princípio, vale tudo) e orientação moral tão rigorosa que nada os fará demover dos seus propósitos (se o propósito é apanhar uma bubadeira, então, que se apanhem três ao mesmo tempo que só assim se vê a diferença entre os meninos e os hommes!). São bons conversadores (capazes de falar das suas éguas durante horas a fio). São dedicados (a tudo quanto prove ser em seu proveito exclusivo) e, pasmemo-nos, alguns até deixam que as mulheres trabalhem (modernos!).

Em conclusão, penso que os sinais de aculturação são mais que evidentes. Anos de estudo e de convivência com tais especímenes permitem-me, com margem de dúvida bastante reduzida, na ordem dos 0%, afirmar que quem lida com bestas de quatro patas, numa besta de duas se transforma.

Que sirva de lição para todos quanto se aventurem para o Wild Wild West Português, qual Texas em pontas e emoldurada por tronqueiras.

Olé!

23 comentários:

K disse...

Qual é o mal da trancada de pé e de costas espalmada contra o chaparro?

Be disse...

Ena pá! 2000. Ainda bem que esses ditos senhores (e senhoras, sim porque também as há, que trabalham no campo e andam atrás dos touros e também são muito valentes e também têm uns colhões enormes que lhes caem um para cada lado do saco de pão que usam ao qual ainda têm a ousadia de chamar-lhes CUECAS) andando... Ainda bem que eles não andam neste mundo da blogosfera... digo eu. Não sei se já existem cavalos com wireless... ou bluetooth... Enfim, Ribatejano também eu sou, gosto muito de o ser, adoro cavalos e toiros mas concordo que o que está escrito. A coisa é mais ou menos assim: enfrento Toiros, somos os maioires, como a canção do camionista: "Sou Camionista!... SOU o MAIOR!" Tenho amigos que tratam de cavalos, têm uma paixão enorme por eles (não digo que estes senhores aqui retratados não a tenham também) mas que são pessoas formadas, em que têm plena noção de que o piço deles não tem nada a ver, com o dos animais com quem trabalham diariamente, sabem portanto ver a diferença, por muito grande que seja. Sabem conversar, de tudo, inclusivé de vez enquando dos campeonatos em que participam, em Portugal e no Estrangeiro. Onde quero eu chegar com isto? Se fossem utilizadores, destes factos, relacionados com os animais, para "montarem" as "éguas de 2 pernas" que por aí andam, se calhar poderiam ter mais hipóteses, ou não (ele há gostos para tudo) mas como eu costumo dizer, a educação e o saber estar contam muito.

É mais ou menos o que penso.

Me disse...

Karina,
Absolutamente nada... desde que não se refiram ao acto como "inseminação"...

Me disse...

Be,
É claro que há as tais ditas excepções (tanto para o lado positivo desta questão, como para o lado negativo...).
Também eu conheço homens e mulheres que fazem dos animais as suas vidas e que não fazem disso algum tipo de estandarte para avançarem mais na vida (se é que me entendes...).
Mas, há certas características comuns - umas em mais fortes, outras mais suaves.
Ou isso ou tenho tido azar nas minhas observações científicas...
:)

(PS: Como costumo dizer, antes de ser Portuguesa, sou Ribatejana! Por isso...)

NG disse...

Eu cá acho que só conheces campinos...loooooooooool!!!!
Pois há homens que lidam com cavalos e bois e que são educados e instruidos, que são bons falantes e bons ouvintes, enfim, que quando abrem a boca não são desagradáveis!Se falarmos dos veterinários...esses normalmente por uma questão de formação, são homens como deve ser...lol!
Agora falando a sério, e tamem sou Ribatejana, quer dizer mais ou menos, não nasci em Portugal, mas fui criada no Ribatejo desde um ano e meio, por isso sou ribatejana foda-se, a maioria dos hommes do Ribatejo são umas bestas, tal como os animais com quem trabalham, pensam com a cabeça da pixa e ainda acham que qualquer mulher é puta, menos as namoradas ou esposas deles, claro! Essas são uns anjos que ás vezes nem com eles fodem e depois lá têm eles de andar a mandar trancadas contra os chaparros nas "gajas" dos outros (amigos). É quase um mal geral, na quero dizer com isto, que na haja "homes" do campo (campinos) que na sejam uns gajos porreiros, mas que é dificil de os encontrar é!

Me disse...

Ai, mulher, que agora ia tendo piti quando te comecei a ler!!!!
Careeeeedo!!!

É como já disse - há as excepções (e olha que dos campinos que conheço, há alguns que são uns docinhos... são aqueles assim mais "à antiga", que vivem aquela vida como deve ser, que sabem que aquilo é um trabalho como qualquer outro e que não usam o tamanho da vara para impressionar as canitas. São poucos, mas conheço...).

Mas eu não falava apenas de campinos... Tanta gente a viver desta forma e que de campino não tem nada (a não ser inveja deles...).

Mas pronto. Tu, sendo daqui, sabes do que falo.
:)

O Tarado disse...

Não percebi uma coisa. Falas de homens a campo e de animais e não metes aí ovelhas? Não percebo. Onde estão as ovelhas? Onde é que elas entram nesta história? Isto de só falar de bois e vacas é discriminatório!

Me disse...

Tarado,
Isto aqui não é terra de ovelhas, pá...


NG,
Piti é fanico... só que mais pequeno e irrequieto...
:D

NG disse...

E em que língua Me?

NG disse...

Olha por falar em ovelhas, no outro dia vi aqui um documentário na tv, em que falava da cobrição dos ovinos e então na é que as ovelhitos depois de levarem no pito se põem a andar com o cú de rojo uma data de tempo!
Será que aquela é a parte da higiene delas!? Estarão elas a limparem-se dos pecados do penis do bode ou do borrego ou de lá quem as fode?

Oliveira da Serra disse...

Só para ser viperino:
Vocês não percebem nada da poda... Eles tratam mal as mulheres, porque não gostam de mulheres, ponto! Só gostam deles. E arriscava-me a dizer que naquelas lezírias a perder de vista, há muita tensão homoerótica no ar. Um brokeback-lezíria filmado no seio (seio?) do Ribatejo profundo, daria o primeiro Óscar a Portugal.

Me disse...

NG,
Isto não é terra de ovelhas. Sei lá eu dessas coisas!!! Oh oh!

Me disse...

Oliveirinha,
Isto é tudo gente muito macho, pá.
Mas gostei dos teus repeniques de malvadez... (e deixo espaço em aberto para que tenhas uns pinguitos de razão... mas o seio (!) da questão é... não, esquece. És capaz de ter mesmo toda a razão. Foda-se.)

Anónimo disse...

És muito dramática...
Se calhar esse é o verdadeiro homem.

Me disse...

Dramática, neste contexto, é elogio.

E se é este o verdadeiro homem, então, acho que há muitos que podem ser exportados para onde mais façam falta...

Anónimo disse...

Mas achas que poderá ser um problema regional?

Me disse...

Acho que a questão pode ter variantes, sendo a desta região os cavalos, gado e afins. Noutras regiões, hão-de haver outras...

Ou tu achas que é um problema nacional?

Anónimo disse...

Não. Claramente que não.

Provavelmente são só tendências passageiras.
De qualquer maneira, se não passarem é bom para quem não é assim.

Me disse...

E presumo que de seguida vais afirmar que não és assim, nem que seja por nunca teres visto um cavalo na vida???????

Anónimo disse...

Presumes???
Presumidora...

Eu ia afirmar o contrário. Que eu estava nessa linha.

Provavelmente não acreditarias...

Me disse...

Qual linha? Já falamos aqui de tantas...

Anónimo disse...

A linha animalesca.
Neste caso é como em quase tudo. As pessoas adaptam-se ao meio onde vivem...

Me disse...

Então, também vives num meio dito "animalesco"?