28.7.10

Decisions, decisions...


imagem: google

"O grande problema de ter de escolher entre duas hipóteses é a inevitabilidade de assumir a responsabilidade pelas consequências dessa escolha. Quem nunca escolhe nada, nunca corre o risco de errar, mas também nunca decide, nunca dirige, limita-se a ser dirigido." – Jorge Maia (Jornalista de O Jogo).

Vi isto em blog alheio, e vi também, escrito de forma elegante e cheia de graça, algo que há tempos penso e venho a apregoar a quem me quer ouvir: a inevitabilidade de assumir a responsabilidade pelas consequências de uma escolha.
Isto é algo de tão elementar e básico para mim que nem tenho palavras para descrever o que sinto quando vejo gente a fugir e a fugir como se fosse possível enganar o sistema e escapar, ilesos, às tais consequências dos próprios actos.
Em conversas sobre o assunto, costumo dar dois exemplos meio parvos mas que transmitem bem o que penso (espero eu).
O primeiro tem a ver com o assunto traição (seja de que forma for e entre quem for).
Sempre disse, em especial a namorados, claro, para me traírem à vontade. Para tomarem essa decisão sempre que achassem que era necessário ou que não podiam fugir da mesma. Explicava que uma traição era, apenas e só, um grandioso leque de decisões e opções que se tomam de milissegundo em milissegundo. Uma traição é um conjunto de decisões que se tomam à medida que a nossa boca se aproxima de outra, terminando as mesmas no momento de contacto. Uma traição é um conjunto de decisões que se tomam a cada milissegundo à medida que escolhemos as palavras que ferirão ou destruirão algo em alguém. Até as mesmas serem proferidas, há sempre escolha, decisão, opção.
Sempre disse para me traírem à vontade mas para terem cuidado para eu não saber… Sempre disse para o fazerem mas para o fazerem de forma que me honre, que me faça justiça ou então que me suplante. Para, quando estivessem a decidir, decidissem por algo maior e melhor que eu, que decidissem por algo que até a mim me deixaria a bater palmas pela opção tomada porque, obviamente, se me traíssem, perdiam-me nesse instante. Por isso, ao menos que fosse a favor de algo melhor, em prol de algo grandioso e absolutamente incombatível.
Eu pura e simplesmente não traio. Se tomo a decisão de estar com alguém, estou. Não procuro mais nada, logo, não deixaria de estar com essa pessoa devido a outra ter aparecido em cena. Honro e assumo a minha opção por aquela pessoa, tomo a responsabilidade de me assumir como namorada, amiga, seja o que for. É claro que há decisões que depois se revertem, mas, para tal acontecer, seria sempre com base em novo leque de decisões, com base em novo conjunto de informação sobre a pessoa em si (ou sobre mim), fazendo não com que a decisão inicial fosse revertida, aliás, mas sim tomada uma nova decisão quanto ao assunto em questão. Nunca desonraria uma decisão e opção minha traindo alguém por um beijo dado a toque de repentinas vontades e circunstâncias mais, digamos, férteis, por exemplo. Nem a mim me traio (mas tive que aprender a não o fazer…).
O segundo exemplo que dou tem a ver com a minha casa e forma como faço a minha vida.
Perguntam-me muitas vezes se é a minha Mãe que me trata da roupa e afins. Respondo sempre que não (e não é). Que não aceito que ela o faça porque se eu assumi isto na minha vida, se eu optei e decidi por ter a minha casa e as minhas contas e a minha independência, seria parvo fazer isso para depois permitir que outros suavizassem as minhas responsabilidades, deixando-os levar-me ao colo de modo, quase, a negarem as opções e decisões por mim tomadas. Quase como se tudo isto fosse um capricho, uma vontadezeca de ter chave de um espaço que apenas contém coisas minhas e de mais ninguém. Assumo, perante quem tenho de assumir, o que decidi e sigo em frente fazendo tudo quanto isso obrigue. Comprar casa, por exemplo, é fácil quando a única coisa que se tem de fazer é pagar a prestação ao banco… Posso estar a simplificar a questão, mas vocês percebem. 
Eu penso assim e tal como não me tento escapar às consequências do que faço, também não permito que os outros o façam comigo ou que os outros o façam em relação a mim. Se tiver de dar os parabéns a alguém por algo bem feito, dou. Se tiver de dar na cabeça, dou. Não deixo que os actos dos outros não tenham efeito em mim. Se tiver de aceitar os parabéns de alguém por algo que tenha feito de bem, aceito. Se tiver de levar na cabeça, levo. Nesta questão, sou intolerante para com as tolerâncias dos outros – se faço merda, espero que mo digam e que não deixem a coisa passar só porque assim é mais fácil. Não quero gente ressentida comigo ao meu lado. Ou a coisa se resolve logo ou então… então nada. Consigo ser extremamente persistente com isto e chateio e chateio até me assumirem o que realmente pensam e acham de alguma coisa.

Quem nunca escolhe nada, nunca corre o risco de errar, mas também nunca decide, nunca dirige, limita-se a ser dirigido”. E, como corolário: ‎"Tenhamos coragem de viver. Morrer qualquer um consegue fazer" - Robert Cody.

35 comentários:

NG disse...

Bem, cá a Je gosta mt de tomar decisões, nunca deixo nada por decidir, nem tomo partido do deixa ficar como tá. Ou sim ou sopas!
E mesmo que tome a decisão errada nada melhor que voltar a tomar outra decisão para melhorar a coisa!
Quem não toma decisões, para mim, simplesmente é cobarde!
Temos que ser homenzinhos e mulherzinhas, e ter oss tomates no sitio para decidir e arcar com as consequências. Senão seríamos como passarinhos sempre debaixo das sais dos pais! Se queremos crescer, temos que assumir responsabilidades e decidir por nós mesmos!
Se fizermos merda, azar, temos de decidir novamente e resolver!
hehehehehehehe
Gandamelher, assim memo é que é, decide sim Mary, mesmo que decidas mal eu arranjo-te logo uma solução, Sabes como sou boa a simplificar as coisas hihihihih!
Beijo-te oh decidida do meu coração!

Me disse...

NG,
Tu andas cá uns nomes para me chamares... :)

E sim, tu simplificas mais. Eu sou mais de remoer. Mas, como sabes, quando deixo de remoer e finalmente decido, não há volta a dar-lhe.

Beijo-te de volta oh simplificadora do meu coração!

Anónimo disse...

O problema: Quando é que sabemos que a nossa "não decisão" tem origem no medo, ou tem origem numa verdadeira indecisão entre duas alternativas?

NG disse...

São nomes afectuosos mi cariño!!!!
E sim mim é mt descomplicada, mas tu tamem é verdade, quando decides na há volta, nem há quem te dê a volta lol!
Bejufas

Me disse...

Egoiste,
Estômago. Simples.
Segundo aqui a Je, quando estou perante duas alternativas, sei sempre qual quero - o que não significa que não permaneça indecisa.
Ora... se for realmente honesta, consigo perceber que o problema não é ter duas opções mas sim ficar sem uma delas (escolhendo uma, perdemos a outra). Escolhendo, ficamos sem as duas opções... e isso é que nos lixa.
Estômago. Farta-se de falar connosco... nós é que o enchemos com camarões e vinhaça para o sossegar.
;)

Me disse...

NG,
Casmurra também seria um nome carinhoso para mim :)

Mas é tudo por uma boa causa... a minha paz de espírito!

Beijo!

Me disse...

Chiça! A 95%? A sério??
Claro que sabemos qual queremos! A parte da indecisão nada tem a ver com o saber-se o que se quer... tem a ver com afirmar e confirmar esse querer, tem a ver com a parte da tomada de decisão sobre esse querer. São coisas diferentes!
Posso perfeitamente saber qual de duas opções quero, sentindo-o no estômago e nas unhas dos pés e, mesmo assim, andar indecisa...
Exemplo: Entre Camarão de Espinho e Camarão do Rio, sei perfeitamente qual quero e gosto mais mas isso não quer dizer que se me apresentarem dois pratos destes bichinhos que eu não fique ali a remoer. Nem que seja por saber que depois de escolher 1, não posso ter o outro!

É por estas e por outras que as pessoas preferem jogar mais pelo seguro do que arriscar certas coisas. É que se arriscarem, perdem o seguro... mesmo que queiram e gostem muito do que poderiam arriscar.
Não sei se me expliquei como deve ser...

PS: És alérgico a camarão o tanas é que és. E, se realmente fores, isso em nada interfere com o facto de eu não ser...
:P

Anónimo disse...

Discordo, e não descordo...

Finalmente discordo a 95%...
Eu tenho sérias dúvidas que saibas sempre qual é que queres.

O que me podes dizer é que decides rapidamente (o que certamente nem sempre fazes...) e assumes a decisão.

Pera lá... Se estás indecisa, não podes saber o k queres... Acho eu!


Depois, já concordo que seja preciso estômago para assumir a perda 1 uma, quando optamos pela outra.

PS: Sou alérgico ao camarão

Anónimo disse...

Isto pode ser um problema de Português. O que digo, é que todos os dias ocorrem situações em que realmente não sabes qual será a melhor escolha. O que me parece é que a partir do momento em que sabes o que queres, a tomada de decisão é bastante rápida.

Mas isso é óbvio, as pessoas deixaram de arriscar.

Me disse...

E porque deixaram de arriscar?

Anónimo disse...

Nunca perdem...

Raw disse...

helloooo :)

sinceramente isto é um topico complicado para mim neste momento pois durante uns tempos tomei decisoes e arquei com as consequencias sem olhar para tras mas nos ultimos meses tenho por alguma razao que ainda nao percebi ficado um pouco preso ao medo de tomar decisoes...
anyway, gostei mt de te ler as usual :)

e by the way, peguei nas quotes(inicio e fim do post) e meti-as no meu facebook :p

beijo

Me disse...

Egoista,
Se nunca se arrisca, perde-se sempre. Nem que seja perdermos o que se poderia ganhar. Eu, pessoalmente, prefiro arriscar e saber. Não gosto de Se's. Dou cabo deles. Se às vezes meto a pata na poça... ui! Tantas vezes. Mas faz parte. Há é que saber viver com isso.
Prefiro saber. Sempre. E, para sabermos, só há uma forma... indo atrás e arriscando.
E tu? Arriscas? Sem medos?

Me disse...

*Egoista, não. Egoiste (sorry!)

Me disse...

Irremediavelmente Inconformado,
Olá, rapaz!!
Esse medo... chama-se "crescer", pá. Tu agora tens mais informação, mais dados para equacionar... e isso, feliz ou infelizmente, torna o processo de decidirmos sempre mais complicado.
:)
Em relação às citações, só posso dizer que tens bom gosto...
:D
Beijo!

Raw disse...

palavras sabias as tuas.... :) beijinho

Anónimo disse...

Mé, para a maioria das pessoas o não ter é sempre pior do que o assumir que é impossível ter. Quando não assumes, não interiorizas a perda. Nesse sentido é que digo que as pessoas não perdem.

Eu arrisco tantas e tantas vezes, que as perdas são superiores aos ganhos. Quer dizer, arrisco nas coisas que fazem sentido. Nunca uso a "rede de malha pequena", atiro sempre alto.

Obviamente que medos há muitas vezes. A vantagem que tenho é que sei que estou nesta para viver, e para andar para a frente.

;)

Me disse...

Mé??? Mais quais Mé?!?!? Me!! (Mí!!).
Não tarda e lá me andam a chamar Mé-Mé... outra vez.
Ai!

Quem não arrisca, não petisca. Nisso, acho que estamos aí uns 95% em acordo... ;)

Anónimo disse...

Foi um erro ortográfico...
Quais são os outros 5%?

:)

Me disse...

Os outros 5% são espaço de manobra para o que der e vier... Menina precavida... vale por mil, já diz o ditado.

Em relação ao erro... 'tás desculpado.
:)

Anónimo disse...

Nunca se pode entregar as coisas de bandeja a 100%... ;)

Claro que foi provocação, e não erro...

Me disse...

Provocação, huh?
'Tá bem, oh Egoísta. No problem!

(já entreguei coisas de bandeja, mas nunca aceitei. Sou desconfiada... tipo Santa)

Anónimo disse...

Aceitaste uma coisa. Foi descuido meu.

Me disse...

Hahahahahahah!!! Mas, tecnicamente, e assim sendo, sendo por descuido, não foi de bandeja...
:D

Mas sim, aceitei. E, para compensar, não devolvi o descuido...
:D

(agora fizeste-me rir a sério! hehahehahehaheha!!!)

Anónimo disse...

Já viste o inocente que eu sou.
Aceitaste, aprendeste, procuraste, encontraste, ultrapassaste e acenaste ( e continuas a acenar).

(F)

Me disse...

Hehahehahehaheha!!! Inocente?!?!

O que é que a inocência tem a ver com o descuido?!
:)))))))))))))

(F)??

Anónimo disse...

Inocente com o nome que descobriste...

Flôr...

Me disse...

Reparo: Com o nome que deixaste a descoberto...

Anónimo disse...

Talvez tenha sido propositado... ;)

Me disse...

Ou talvez não...

Pexinho disse...

Tomar decisões, todos na vida as tomam, boas ou más, faz parte do ser humano escolher e optar por algo ou alguma coisa.
O medo de tomar certas e determinadas opções na vida, devem-se a acontecimentos que ocorrem na vida de cada um. E cada um vive com as opções que escolhe, mesmo que isso custe algo de alguém.
Ter amigos (pessoas realmente importantes nas nossas vidas), ajuda a tomar as decisões mais acertadas e ajuda igualmente a atravessar as más.

Me disse...

Olá, Pexinho!

Isso dos amigos é verdade. Podem não contribuir directamente, mas ajudam sempre.

Atão e a pescaria? Muitos pexinhos a irem ao anzol? Hmmm?
;)

Pexinho disse...

Pescarias ao rubro,

pexinhos com fartura, o anzol é fodido.

kiss

Me disse...

PIMBA!!!

Incha, Pacheco!

É assim mesmo, pá!

:D

(hehahehahehaheha!!!)

pexinho disse...

loloolol.

há pacheco és o maior.