Ontem – Jantar apressado com colega para voltarmos ao trabalho.
Local: McDonald’s de Santos
Eu – ‘Tá aqui um cabelo… Nas batatas fritas. Olha ali.
Ela – Eu ia reclamar.
Eu – ‘Tá ali um cabelo!
Ela – Queres que eu vá lá?
Eu – Não. Eu vou.
Peguei na caixa do Napolitano para onde tinha “entornado” as batatas e fui ao balcão.
Técnica de Hambúrguer – Diga, se faz favor.
Eu – ‘Tá aqui um cabelo.
Técnica de Hambúrguer – Onde?
Eu – Ali dentro.
Vai e olha. Pega na caixinha, fechando-a e afasta-se.
Eu – Olhe, desculpe. Onde é que vai?
Técnica de Hambúrguer – Vou mostrar à minha chefe.
Eu – Ahhh… Ela que venha cá. Deixe aqui a caixa se faz favor.
Técnica de Hambúrguer – Mas eu ia só…
Eu – Pode ir. Mas deixe aqui a caixa, se faz favor.
Foi.
Voltou a chefe. Ar aborrecido.
Chefe – Diga.
Eu – ‘Tá aqui um cabelo. Veja.
Chefe – Onde?
Eu – Ali.
Vai e pega no cabelo, afastando as batatas enquanto olhava à volta para os outros técnicos de hambúrguer.
Chefe – Este cabelo é castanho claro.
Eu – E?
Chefe – Este cabelo é castanho claro…
Esticou-o entre os dedos para me mostrar. Não era castanho claro. Era escurinho. Moreno mesmo.
Eu – Independentemente de você estar a insinuar que o cabelo seja meu, o que não é, eu…
Chefe – Não estou a dizer isso…
Eu – Está, está. Esse cabelo não é meu. Estava enrolado à volta de uma batata. No meio das outras. E de qualquer das formas, esse cabelo é encaracolado. O meu é liso.
Chefe – Estava apenas a dizer que o cabelo é castanho claro.
Eu – Ok. Mas eu não preciso que você me identifique a cor do cabelo. Dê aí início ao processo de reclamação interna. Essas coisas das regras de higiene e tal… essas coisas…
Chefe – Sim, mas…
Eu – Esse cabelo não é meu. Nem na cor, nem no caracol. Faça o que entender.
Chefe – Então e quer alguma coisa?
Eu – O quê? Mais batatas? Eu não quero mais dessas batatas. Fique com essas. Eu não quero mais nada daí.
Chefe – Ahhh. Pronto. Obrigada.
FIM
Não teria sido mais simples a Sra. Chefe dos Técnicos de Hambúrguer ter pegado, olhado, lamentado a situação e seguir com as regras que os gajos têm para estas coisas?
Que raio serviu insinuar que eu tinha colocado um cabelo nas batatas? Mas que raio teria eu a ganhar com isso? Mais um pacote vindo do mesmo sítio de onde tinha vindo o cabelo? Oh valha-me caredo pra esta gente.
Aquilo deve ter ido direitinho para o lixo, claro. Nem deve ter pensado duas vezes em fazer alguma coisa.
Eu só reportei a situação para eles tomarem conhecimento de que algo não estava bem. Estava pouco a cagar-me para as batatas e para o cabelo. Não sou do tipo que vomita caso encontre algo esquisito na comida (lembram-se do muffin de chocolate??????), mas acho que temos o dever de alertar. A sorte deles foi não ter apanhado alguém mais “assertivo” que os fizesse ir rapar as cabeças.
Ehhh. Barda shit para os técnicos de hambúrguer e respectivos chefes.
26.6.08
20.6.08
18.6.08
Bom dia, bom dia, bom dia…
imagem: google
Hoje de Manhã.
Ele – Dna. XPTOA? ‘Tá boa? ‘Tá tudo bem?
Eu – Olá… Ahhh… Diga-me você se está ou não…
Ele – Olhe, eu nem sei o que lhe diga…
Eu – Diga à vontade.
Ele – Estive agora no seu banco. Não têm o extracto pronto nem sabem quando vão ter. Por isso, talvez a escritura marcada para sexta… Pois, talvez seja preciso alterar. Mas eles vão confirmar isso hoje…
Eu – Ele disseram que demoravam quinze dias… Já passou quase uma semana e meia…
Ele – Pois, mas o Gerente diz que não pode fazer nada.
Eu – Mas então, assim, eles não vão cumprir a própria regra. Vai ultrapassar o tempo…
Ele – Pois. Disse que não sabia quando podia estar pronto.
Eu – Então, e vai saber isso hoje, não é? Ligue-me então para eu avisar o Sr. Co-Proprietário do Imóvel.
Ele – Pois, eu sei. Mas para todos os efeitos, fica marcada para esta sexta na mesma. Não vamos desmarcar. Se for preciso alterar, logo alteramos.
Eu – Olhe, já agora… Onde é que fica a conservatória?
Ele – Ahhh! É fácil… ‘Tá a ver o Jumbo de Alverca? Chega à rotunda, não vira para lado nenhum. Quando vir as bombas da Galp, vira, estaciona e procura aquilo.
Eu – E aquilo é?....
Ele – Conservatória XPTO.
Eu – Ahhh… rotunda, bombas, estacionar.
Ele – Se for pela auto-estrada é mais fácil…
Eu – Pois.
Ele – Mas eu também moro lá… para mim é fácil…
Eu – Então, assim que souber de alguma coisa, diga-me.
Ele – Ok. Desculpa lá isto tudo. Obrigada então.
Eu – Bom dia. Obrigada, eu.
Ele – Bom dia, bom dia, bom dia…
14.6.08
Go - Desafio Ministério da Soltura
Costas direitas. Não te esqueças. Costas direitas. Direita. Esquerda. Sobe. Sobe. Sobe. Direita. Esquerda. Cuidado. Não olhes para baixo. Não olhes! Não, não olhes. Respira. Mais um degrau. Vá. Depressa. Costas direitas. Cabeça erguida. Vá. Olha em frente. Respira bem. Não olhes para baixo. Sobe. Sobe. Mãos abertas. Não te agarres a nada. Vá. Sobe. Sobe. Sobe. Costas direitas. Um degrau de cada vez. Sobe. Sobe. Sobe. Mãos. Respira. Não olhes para baixo. Não olhes. Não podes voltar para trás. Em frente. Para cima. Sobe. Sobe. Sobe. Depressa. Respira. Direita. Esquerda. Direita. Costas direitas. Esquerda. Não pares. Sobe. Sobe. Sobe. Depressa. Sobe. Respira. Não olhes. Sobe. Direita. Respira. Sobe. Esquerda. Não. Olhes. Não. Direita. Pares. Não. Esquerda. Não. Olhes. Sobe. Sobe. Sobe.
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(O terceiro dos 3 desafios do Ministério - o único ao qual dou resposta bem disposta e de boa vontade. Link aqui ao lado)
12.6.08
11.6.08
Actualização
Há palavras que todos nós detestamos. Eu, por exemplo, detesto as seguintes:
“Dna XPTOA, tenho más notícias para si.”
Tenho particular ódio a estas palavras especialmente se saírem da boca do Sr. da Imobiliária Filha Bastarda do Demo.
Outras palavras que odeio:
“Sabe, é que o banco agora diz que vai demorar novamente duas semanas a fazer o novo cálculo do extracto do empréstimo, por isso, a escritura vai ter que sair de dia 13. Possivelmente dia 20.”
A língua portuguesa é uma merda, não é? Pois é.
9.6.08
6ª feira 13
imagem: google
Fui hoje informada que é capaz de haver escritura da minha casa na sexta-feira que vem. Sexta-feira 13.
Seria um belo chuto bem apontado ao centro das bimbas do universo se assim fosse.
Vai-te metendo a jeito, ‘migo. Vai-te metendo a jeito. De qualquer das formas, a tua hora está a chegar. Ai está.
Também quero
imagem: google
Eu hoje fiz parte da história do nosso país. Se tivesse passado naquela estrada três segundos mais cedo, não faria. Vejam a sortuda que sou.
Venho eu muito bem no IC2 a caminho de Lisboa quando vejo uma data de camiões a meterem-se à estrada e a… bloquearem-na. Fiquei na fila da frente do protesto, entre buzinadelas e bandeiras e tudo o mais. Uns quilómetros mais tarde, o Sr. Camionista desviou-se um cadito e deixou-me passar (a mim e a mais dois carros que ficaram logo ali na fila da frente… foi simpático).
Também quero. Eu faço em média (sem contar fins-de-semana), 600 quilómetros por semana. Também quero um subsídio qualquer. Transportes públicos? Sim… É uma hipótese. Vejamos.
Moro em Samora Correia. Podia apanhar o autocarro e demorar cerca de 1 hora a chegar a Lisboa. Depois, podia apanhar o metro em Entrecampos, Campo Pequeno ou Praça de Espanha e apanhar autocarro para Santos. Atravessava a cidade e cerca de 2 ou 3 horas depois de ter saído de casa, chegava ao escritório. Outra alternativa: comboio. Para isso, tinha de pegar no carrito e ir até Vila Franca de Xira (ou então apanhar autocarro até lá… passam mais ou menos de hora a hora…), estacioná-lo a aí um quilómetro da estação e apanhar o comboio. Depois de cerca de 15 a 20 minutos de viagem, chegava a Lisboa. Depois, podia sair na Expo e apanhar metro até à baixa e depois autocarro até Santos. Ou então, mudava de linha, saía em Sta Apolónia e apanhava autocarro ou eléctrico até Santos. 2 ou 3 horas depois chegava ao escritório. E para ir para casa? Igual. Se fizesse o caminho inverso de autocarro, teria de sair do escritório aí uma hora antes da hora do autocarro para o apanhar. O último passa às 11 da noite. Há outro antes… às 8. Se fosse de comboio, aí sim seria mais fácil. Saía na mesma uma hora antes do escritório, comboio até Vila Franca, apanhava o bólide e ia para casa. Se não tivesse o bólide, teria de coordenar a hora de chegada a Vila Franca de Xira com a chegada do autocarro que saíra antes de Lisboa para me poder levar a Samora. Definitivamente mais barato. Podia inclusivamente aproveitar melhor o tempo para dormir, ler… ver as vistas.
Pois podia.
Os meus horários não comportam esta possibilidade. A minha disponibilidade mental para andar nesse tipo de vida também não. Por isso, alternativas? Não as possuo. Pelo menos não as que sejam viáveis ou compensadoras.
Também quero um subsídio para me ajudar a pagar os cerca de 200 euros que gasto em gasóleo por mês para poder ir de e para o trabalho. É o meu ganha-pão. O meu sustento. Também quero um subsídio. Ou isso ou então um emprego mais perto de casa. Ou então uma casa em Lisboa pelo mesmo preço das de Samora. Vá. Também quero.
Ainda que consiga perceber os motivos desta coisa toda, não os aceito. Os camionistas e os taxistas não são os únicos que têm de andar nas estradas para viver. Não são. Se eles tiverem essa ajuda, então todas as pessoas que, como eu, não têm alternativas plausíveis também têm de ter. É fácil provar o que digo. O conta-quilómetros não mente. As revisões também não.
Quero um subsídio, se faz favor. Biiiiiip!!! Boooooop!!!! Biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiipppppppppp!!!!!!!!!!!!
6.6.08
Universo, Universo
Desafio proposto por Me a Me.
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Universo, Universo
Com estrelas a brilhar
És um granda cabrão
Vai-te mas é cagar.
A gaja é gorda sim
E tem peso pra perder
O t3 é num 3º andar
Tem muito pra se mexer
E se ela ficar magrinha?
Também ficas descontente?
Oxalá que emagreça
Que pare de dar ao dente!
Deves pensar que és esperto
Que mandas nisto tudo
Mete-te mas é a pau
Se não ainda de fudo
Tenho o bem do meu lado
Esse e a Dona Esperança
Não me vais quebrar
Deixa-te de tanta cagança
Pega nas estrelinhas
E mete-as no cu
Tenho mais o que fazer
Do que dar ouvidos a tu
HUMPF!
Éh pá, porra.
Uma pessoa escreve qualquer coisa assim mais “elaborada” e pimba – o pessoal estranha e nem comenta. ‘Tá mal da vossa parte.
Se eu viesse para aqui escrever sobre finalmente saber o peso da senhora… aí já tinha comentários. Mas vocês não merecem saber que ela mede 1.60 m e pesa 110 kgs. Não merecem. Não merecem saber que talvez a escritura possa ser finalmente feita no dia 11 de Junho… Não merecem!
HUMPF!
4.6.08
"Lugar" - Desafio do Ministério da Soltura
“Lugar”
Tinham-lhe dito que aquele lugar estava cheia de fantasmas. Não acreditava. Nunca tinha acreditado nessa possibilidade. Enquanto criança, achava engraçado conseguir provocar o terror nos amigos e amigas quando dizia que queria ir até lá ver os fantasmas. Nunca ninguém quis.
Anos mais tarde, numa visita rápida à família, lembrou-se do casarão. Fazia frio. Pegou num casaco e foi dar uma volta.Queria ir lá ver se continuava a não acreditar. Passeou pelo bosque à volta do casarão. Olhou. Viu. Apurou os sentidos. Olhou melhor. Não ouvia nada. Silêncio.Tinha esperança em descobrir que afinal acreditava. Não lhe parecia. Não sentia nada.
Mexeu os pés por entre as folhas. Parou junto a uma das muitas árvores em frente à entrada principal e respirou fundo. Lembrava-se daquele ar. Lembrava-se bem daquela frescura a entrar-lhe pelos pulmões. Lembrava-se.Viu as paredes escritas e riu-se. Afinal havia mais quem se atrevesse a ir até ali, sem medo. Aliás, sem medo ao ponto de provocar. Não precisava chegar a tanto. Respirou.
Foi-se embora. A esperança morrera. Sorriu perante essa noção. Não se importava. Sossegou. Apertou o casaco e foi-se embora.
Se nem mesmo quando o casarão possuía ainda toda a nobreza que janelas e paredes intactas conferem acreditava, não era agora, perante um fantasma do que aquele lugar já tinha representado, que iria dobrar-se. Não.
Foi.
3.6.08
Duo - Desafio Lançado por "Ministério da Soltura"
O Ministério da Soltura é um blog giro… Como bons Ministros que são, conseguiram criar um blog em que reúnem a participação de, bem, quem quiser!
Quem quiser, manda um mail ao Sr. Finúrias a dizer que quer ser desafiado e este prontamente envia foto ou fotos para serem “escritas” pelos desafiados. Eu enviei, fui e o resultado fica aqui para todos (hão-de vir mais a caminho… sim, porque aqui a Je recebeu três fotos, não conseguiu escolher e pimba… foi só libertar os dedos… Adorei!).
Façam uma visita ao Ministério… vão adorar a quantidade de belos mundos que por lá existem.
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“Duo”
- Onde vais?
- Onde queres ir?
- Não sei… escolhe tu.
- Está bem. Mas se escolher eu, não podes ver. Fecha os olhos.
- O quê?
- Não podes ver. Fecha os olhos.
- Mas…
- Fecha.
Fechou. Por força do cetim, fechou os olhos.
- Não confias em mim?
- Confio.
- Não confias nada.
- Confio!
- Mentes.
- Juro-te.
Ela sabia o caminho. Queria fazê-lo. Sempre quis. Conhecia-o de cor. Era dela. Não queria partilhar o caminho com ninguém. Apenas o destino. O caminho era dela.
- Já chegamos?
- Não sentes nada?
- Não. Estamos lá?
- Penso que sim. Mais um pouco e estamos.
- Então, mas não sabes se chegamos?
- Sei. Sei. Espera.
Não sabia. O caminho não era o que esperava. Demasiado acidentado. Teria chegado? Não sabia. Sentiu-se incomodada. Não devia saber se tinha chegado ou não? Não devia sentir-se? Sempre tinha confiado que assim que chegasse saberia. Olhou-o. Perdido. Ele estava perdido. À espera que o situassem.
- Estás perdida?
- Não… Não sei. Tu estás?
- Confio em ti.
- Não me mintas!
- Estou contigo. Tão perdido quanto tu. Deixa-me abrir os olhos. Ajudo-te.
- Não! Não quero. Eu sei o caminho. Eu sei o caminho.
- Deixa-me ir contigo. Não me leves; deixa-me ir. Eu vou.
- Não…
- Deixa.
- Não.
Agarrou-o. Prendeu-o. Sentia medo. Onde estava o destino? Onde? Ela devia saber quando chegasse! Prendeu-o. Não queria estar sozinha no caminho. Não queria. Queria que parasse. Queria parar. Mas não era capaz. Tinha de lhe provar que sabia o que estava a fazer.
- Deixa-me abrir os olhos. Posso ajudar. Ver-te.
- Não. Não quero.
- Podemos ir para onde quiseres. Mas deixa-me ver-te.
- Tu não aguentas.
- Estou aqui, não estou?
- Porque te prendi. Porque te tapei os olhos.
- Porque eu deixei.
- Porque eu quis!
- Porque eu deixei. Deixa-me ver-te. Quero ver.
- Chegamos.
Não tinham saído do lugar.
Destapou os olhos. Viu-a. Pequena e menina à frente dele. Abraçou-a.
Ela chorou. De olhos fechados. Chorou.
Não queria aquele caminho. Apenas o destino. O destino que a abraçava e a fazia sentir-se sem vontade de se mexer. Queria parar. Parou.
- Vejo-te. Não dói, pois não?
- Dói.
Pegou na fita. Enrolou-a e colocou-a no chão.
Pegou-lhe na mão.
- Sei um bom caminho para fazermos.
- Sabes?
- Vens?
- Para onde vai esse caminho?
- Onde tu quiseres. Escolhe tu.
- Escolho aqui.
- Então, chegamos.
- Sim. Chegamos. Sinto-o.
Tinham chegado. Sentiam-no.
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