6.4.11

Abertura de Época.

imagem: google (José María Manzanares)

Há uns tempos atrás, insistiram comigo para que eu explicasse o porquê de as mulheres gostarem (as que gostam, claro) de ir ver corridas de touros.
Eu bem que tentei não falar muito e não ter que proferir certas palavras que pudessem ferir susceptibilidades… Eu bem tentei, mas insistiam tanto e empurraram-me tantas vezes o copo para a frente que eu, imbuída de Sagres (Olé!) e de boa fé em toda a humanidade, lá tive que partilhar aquilo que poucas ou nenhumas mulheres alguma vez admitiriam sob pena de nunca mais lhes ser permitido meter vista em cima de homens que se vestem com roupas muito justas e que… Pronto. Eu lá expliquei.
- Sexo. Tem a ver com sexo, explodi, não conseguindo conter mais o segredo.
José María Manzanares

Conviva informou-me que já sabia (pois, pois…) disso e que entendia perfeitamente.
Caca de boi. Caca de boi!
Procedi com explicativo, ignorando ar sábio (armado em esperto!) de conviva que tinha colocado questão.
Expliquei que tinha a ver com atitude e que não havia mulher nenhuma que, vendo a forma como os toureiros se mexem, como olham, como se param em certos momentos, que fosse capaz de ficar indiferente e de não imaginar logo o exemplar em ambiente mais íntimo, digamos.
Aquilo é sexo. Quer-se lá saber do touro ou da faena ou se a merda do ferro ficou bem posicionado ou se a verónica ficou bem feita ou se o par de bandarilhas ficou lá ou não… Só se vê é olhares, movimentos, mãos que acariciam o capote, a muleta, as rédeas… Só se vê é caras cheias de expressão e corpos que ondulam e se mexem ao ritmo do andamento do touro ou do cavalo. Só se vêem é costas muito direitinhas e queixos muito encostados ao peito enquanto os olhos fixam, de forma quase mágica, o alvo. Não se vê touro nenhum (até o profissional levar cornada e aí rapidamente nos lembramos que existe lá bichano de quinhentos quilos que, num instante, pode acabar com visões tão prazeirosas…).

José María Manzanares

Não é, para mim, por uma questão de masculinidade, de poder, de coragem. Nem é uma de beleza física (e agora peço desculpa, mas eu juro que não fui capaz de encontrar mais fotos nenhumas de outros toureiros que não estes… cabrão do Google… estamos a ser invadidos pelos espanhóis!!). É aquela merda daquela atitude (e que, desculpem-me novamente, os espanhóis exemplificam de uma forma tecnicamente muito mais correcta que os produtos nacionais…). É o olhar. A forma como levantam os braços e mexem os dedos, como mexem as pernas e dão aqueles passos tão bem definidos e cuidados, pensados. Os jeitos que dão à boca. É toda aquela envolvência que criam numa situação com todo o potencial para ser desastrosa mas que, miraculosamente, quase que conseguimos esquecer. E isto vale tanto para os toureiros a pé como para os a cavalo.
Sergio Galan

Não há mulher nenhuma que veja um homem neste tipo de preparos e que não se imagine logo a ser ela o alvo de tais olhares, de tais movimentos, de tais fôlegos e ondulações de corpo. Não há. E pode ser a maior aficcionada do mundo e adorar touros e cavalos e ser capaz de opinar quanto a todos os pontos técnicos de uma lide (que é o que eu gosto mesmo, mesmo, mesmo nas corridas… opinar sobre estas coisas…). Pode até saber a lenga-lenga toda daquela balhana toda e envolver-se em acesas discussões quanto à bravura de uma casta ou à aptidão de determinado praticante (como eu, que consigo ver tudo ao mais ínfimo pormenor, esquecendo-me quase por completo de outros pormenores que não touro, muleta e cavalo), mas porra, as espanholas não andam lá de leque pronto a abanar por nada…
Sergio Galan

Por isso, Mulheres, aproveitem que estamos em início de época e se nunca experimentaram tais coisas… Dêem lá uma oportunidade à coisa, ‘tá?
Vá por usted! 

14 comentários:

francisco disse...

Ficou-te mal a ausência de qualquer menção á forcadagem, miúda.

Se queres ver reviengas com o corpo, posturas lascívas e quase obscenas, olhares gulosos, corpo moldado que se contorce a cada passo, é fixares os olhitos no tipo que se vai bandeando sem receios de espécie alguma desde meia praça em direcção aquele monte de carne enfeitado com um par de chifres.

Não usam é aquela fatiota rabiças toda brilhante e se calhar é mesmo isso que, afinal, te cativa....

Me disse...

Francisco,
Não é bem a mesma coisa... E não falei disso de propósito.
A forcadagem, velhadas, por muito apresentáveis que alguns sejam, não estão lá com o propósito de seduzir... Os outros, sim.
São atitudes diferentes.
Quanto às fatiotas cheias de repeniques... nopes... Prefiro até os cavaleiros...

E deixa-te de ser ciumento, oh "o meu ego 'tá na merda por não andar tantas vezes quanto gostaria de traje de luzes"...

Lima disse...

>Volta a cair por terra o meu argumento plasmado além post:

A mulher, presumida complicadinha, BABA por um home magrinho, de colants, que dança o tango perante um bicho, não raro manso, embora com a dimensão e peso de um Fiat 500.

e daí...acho que saiu reforçado. Estou confuso...tenho um cérebro muito básico, vulgo prático :P:P:P:P:P

Fria, mas doce ;)

AR disse...

Sei que vou ser básico!

Mas não o seremos todos, mesmo quando queremos assumir explicações hiper-filosóficas e rebuscadas sobre coisas hiper-simples, básicas e naturais?

Vem isto a propósito (Me) deste teu último post. Então não é que me trouxe à memória uma historieta já estafada?

Reza assim, então, a dita piadola:

Prof. - "Que sensação lhe provoca a imagem desta folha em branco, menino Joãozinho?".

Me(nino) Joãoz. - "A mim, professor? A mim, dá-me tesão!!!".

Prof. - "Tesão, tesão? O menino tá parvo, ou quê?".

Me(nino)Joãoz. - "Não, não estou, senhor professor. Mas, a mim, tudo me dá tesão!!!".

E OLÉ...

Me disse...

Lima,
Mas quais baba, pá?! Quais baba?!?!?!
Faz parte do meu elaborado esquema de conseguir angariar cada vez mais apoio para esta causa. É uma arte em fase descendente...
O argumento aqui utilizado é, talvez, o mais batoteiro possível? É.
Mas é um argumento tão bom como qualquer outro!
:P

Me disse...

AR,
Ahhh... Quer isso dizer que fui básica no explicativo do "porquê?" da coisa?

(e não... não é bem uma questão de tesão... é mais uma de beleza visual... é diferente. E podes gozar se quiseres, mas é mesmo isso. Aquilo é bonito de se ver e pronto. Nada mais, nada menos. Vês? Também consigo ser mesmo muito básica...).

AR disse...

:)))) Gosto de ti!

Me disse...

AR,
Ai caraças!!! :)))))))
Me too!

(andavas tu a fazer acordado a esta hora, hmmmm???????)

Beijo!

AR disse...

Eram 5 e 39, mas da tarde!!!
Repara lá bem, na hora e na data...

Ontem, ontem à tarde!!! Ah, pois é... ;)

Me disse...

Mantenho a pergunta... Era hora da sesta...
;)

K disse...

Não me convences nadinha nadinha nadinha

Me disse...

K,
:)

Anónimo disse...

Concordo plenamente ! Por muito aficionada que seja a mulher, a razão mais óbvia que nos atrai é definitivamente o sexo, e quem não o admite é apenas hipócrita, excepto a mãe ou irmã da esbelta figura que tenha a ousadia de enfrentar a bravura de 4 patas e um par de cornos. Sou aficionada, mas o toureio a pé é de longe o mais fascinante, qualquer mulher deseja ser desafiada e seduzida daquela forma. Homens que negam tal facto, têm apenas inveja de não serem tão atraentes, ou pelo menos de não conseguirem atrair assim uma mulher...

Me disse...

Aquilo tem uma mística qualquer difícil de explicar mas muito fácil de sentir.
Eu, por mim, andava sempre de corrida de touros em corrida de touros mas... infelizmente, ainda é coisa não muito acessível numa base semi-regular.
Resta os bares de strip!! ;)
('tou a brincar!!! não têm touros, não têm piada!!!)