23.9.10

As Mulheres querem...


imagem: google

A propósito de conversa sobre Homens e Mulheres, recebi um belo texto por mail. Reproduzo aqui pequena passagem, sem autorização absolutamente nenhuma do autor,  estando-me eu a cagar para esta questão porque o mail e o blog são meus e faço o que quiser.

Bem, e então, dizia ele (daqui em diante referenciado como sendo o Homem)…
“Não percebo as mulheres, sabes? Às vezes falam abertamente dos seus problemas e das coisas que as apoquentam. Por vezes fecham-se em copas e não admitem que ninguém atravesse aquela linha ténue entre o querer e o poder falar acerca de algo.
Anyway.... Ontem percebi finalmente as mulheres. Acho eu que sim. As mulheres querem uma figura protectora, mas carinhosa. Ou seja, tem de ser forte e suave. Tem de ser alguém sensível,  mas com personalidade vincada. Tem de ser amigo, mas um grande amante. Tem de ser seguro, mas que gosta de arriscar para chegar mais longe. Tem de ser compreensivo e bom ouvinte, mas não pode ser demasiado aberto e deve ter algo de misterioso. Deve ser alguém em quem confiam, mas gostam de o mostrar às amigas bem vestido e todo "grosso". Não para meter só inveja mas também para dizer que é vosso.
Enfim... vocês querem um homem totó mas que seja macho latino. Foda-se. Vão bardamerda.”

O primeiro parágrafo nem uma sobrancelha me fez levantar. Discurso normalíssimo e aplicável tanto a Homens como a Mulheres.
Os Homens têm a mania que têm de perceber as Mulheres quando, no fundo, o que mais se deviam esforçar por perceber é a Mulher que têm (ou vão tendo…). Mas vá. Penso que esta já é uma questão quase cultural. É quase obrigatório os Homens dizerem que não nos percebem. Parece que não, mas assim vão-se esquivando a uma data de coisas… “Ahhh… desculpa querida… não percebo as mulheres, e ainda que sejas um belo exemplar, lamento, mas também a ti não percebo… Queres que faça exactamente o quê com o tampo da sanita?”, e por aí fora.

O segundo parágrafo pôs-me em estado de alerta assim que acabei de ler “Ontem percebi finalmente as mulheres”. Para além de conseguir situar a coisa no tempo (Ontem),  qual epifania, Homem em questão considera que finalmente (ontem, sim, mas após longos anos de pesquisa e colocação de hipóteses e de experimentação e afins, desde pequenino, com certeza) percebeu (Priberam: Receber impressão por algum dos sentidos; Conhecer, entender, compreender;  Ver; Ouvir; Aperceber; Auferir, cobrar, embolsar-se de.) as (mais do que uma, portanto) Mulheres (na sua totalidade). Chiça!!! (Alert! Alert! The enemy has broken through security barriers! Alert! Alert!!, disparava o meu cérebro... Ou não...).
Lá esbocei sorrisinho sarcástico, inspirei e fiz o que me restava fazer: responder.
Respondi-lhe que se ele realmente nos percebia, então que nos explicasse tudo como deve ser porque nós, Mulheres, não fazíamos a mais pálida ideia. Que mesmo sabendo o que não queremos, estamos longe de sabermos o que queremos… tal como eles (haja igualdade).
Na melhor das hipóteses, quando confrontados com esta questão, lá vamos (todos) respondendo: Quando o/a conhecer, saberei (ora, pois…).

Mas também lhe respondi que a descrição que ele fez dá perfeitamente para aplicar àquilo que os Homens querem, ou seja, àquilo que seria o suposto entendimento perfeito dos Homens por parte das Mulheres. Caso Mulher qualquer algum dia decidisse começar uma frase por “Ontem percebi finalmente os Homens” (o que nunca faria pois as Mulheres, no campo das hipóteses quanto aos Homens, preferem jogar pelo seguro e deixar que cada exemplar seja pequena e maravilhosa surpresa), é provável que o seguimento fosse exactamente aquele.
Ele, vénia, descreveu a pessoa ideal para qualquer pessoa, seja Homem ou Mulher. Em poucas palavras, conseguiu caracterizar aquilo que todos procuram, que todos anseiam, que todos querem, mesmo que não o saibam (mas não vamos por aí que isto do “não saber” dava novo post só por si).
Onde mais acertou, a meu ver, foi na realização de tal rol de características ser impossível de reunir num só Homem (notório através do marcante “Foda-se. Vão bardamerda.”). Na mouche. Em resposta, disse que tais coisas são impossíveis de encontrar no devido equilíbrio, claro, em qualquer pessoa, Homem ou Mulher (sou uma gaja justa e estava a sentir o sofrimento daquela alminha).
A frustração que ele sente com esta última epifania é a mesmo que cada pessoa sente quando conhece outra e começa a verificar a check-list mental que tem com todas as características que quer no outro/a e chega a um ponto em que a coisa descamba para os defeitos que retiram prospectivo parceiro/a da corrida. Uma espécie de “Ora, bolas… ‘tavas a ir tão bem” que nos enche de derrota (sim, sentimo-nos derrotados como se tudo aquilo fosse um grande “teaser” por parte do Universo!) e outros sentimentos afins. Mas há quem ignore os alarmes e siga em diante, na firme convicção de que, com um cadito de trabalho, Espécimen Incompleto poder-se-á transformar em Exemplar Perfeito. Ou seja, com pequenas, ligeiras e menores adequações (ha!) – seja na cor da camisa, na dieta adoptada ou na quantidade de palavras que se permite proferirem por dia – existe ali todo um potencial em acção, todo um diamante em bruto (a que por vezes falta a parte do diamante) ao qual bastará puxar o lustro e limar meia-dúzia de arestas para que a coisa funcione na íntegra (tempos depois, olha-se para trás e não se reconhece mais o Exemplar Perfeito mas sim, e de novo, o Espécimen Incompleto do qual se quer um divórcio e já).

Eu penso que é positivo Homem ter passado por tal processo e ter chegado a tais conclusões.
Mas, e não querendo agora, de forma alguma, reduzir Homem a qualquer tipo de insignificância intelectual tendo por base os seus achados, especialmente porque o que disse já nós Mulheres sabemos quase desde sempre, persiste uma, e apenas uma, questão que, infelizmente, ainda se vai aplicando de forma bastante igual entre todos nós: a questão do mandar o outro, Homem ou Mulher, Bardamerda quando não preenchemos por completo a tal check-list (seja a que as Mulheres têm para os Homens, seja o inverso).
E é aqui que reside o que eu penso ser aquilo que as Mulheres querem: Alguém a quem simplesmente não conseguem dizer “Foda-se. Vai bardamerda” (note-se a implicação e profundidade desta afirmação – de fútil pouco ou nada tem, meus caros e caras).
Simples.

(Mas obrigada na mesma pelo teu contributo, Homem. Obrigada.)

29 comentários:

K disse...

Clap Clap Clap!

Eu também gostava de encontrar um homem a quem não dirija às páginas tantas um vai badarmerda. É o que dizes, preocupam-se tanto em conhecer as mulheres, que lhes escapa conhecer a mulher que têm à frente.

Me disse...

Olha que revelar este segredo não foi fácil... É que basta mesmo só isso.
Mas pronto...

O Tarado disse...

Os homens são esquisitos. As mulheres esquisitas são. Somos todos o produto de uma evolução com atropelos e com defeitos de fabrico desde tenra idade.

Somos todos orientados para certas e determinadas coisas. As mulheres são mais orientadas a estar atentas a tudo, a preocuparem-se com o pormenor, a serem mais sentimentais. Os homens são mais orientados a serem machos. Trabalhadores, defensores do lar, protectores das mulheres (coitadas delas) e a "protege-las".

A culpa de uns não entenderem os outros são de quem nos cria. É dos nossos pais, dos pais dos nossos pais, dos pais deles e dos vós dos avós. É de quem rege a enxurrada de treta chauvinista e sexista, e discriminatória, todos os dias na TV, nos filmes, na banda desenhada, e até na publicidade do Fairy.

Homens e mulheres nascem iguais. Sem preconceitos, sem ideias diferentes, na realidade até nos damos muito bem... até aos 2-3 anos de idade. Nessa altura começamos a separar as nossas mentalidades e só nos voltamos a entender, como dizia o meu avô, nos derradeiros anos da nossa vida.

Ser homem ou mulher nos dias de hoje é complicado. Muito mais complicado do que no tempo dos nossos avós em que tudo era "trigo limpo".

Talvez seja por isso que se vê cada vez mais gays. A malta fartou-se de perceber o sexo oposto então junta-se ao sexo que percebe.

Para os que acabaram de ler a frase anterior, devo dizer desde já que estou sobra a influência de cerveja Crystal. E toda a gente sabe o que essa treta faz à cabeça de um gajo.

Mais a sério... só o facto de os homens quererem perceber melhor as mulheres, e vice versa, acho que é para mim um sinal que estamos a evoluir no sentido correcto. Isso e o facto de haver mais lésbicas. Quem é que não gosta de lésbicas? os homens gostam... as mulheres tb.... e os homens gay tb porque assim elas não os chateiam. Estava-mos a falar do quê mesmo?

Patife disse...

Os homens são muito parvos. E o Patife sabe do que fala porque é o rei deles. Mas ao menos é honesto na sua enorme parvoíce. ;)

Me disse...

Tarado,
Não gosto lá muito de Crystal... mas, em tempos, tive que suportar uma semanita de minis Crystal visto não haver mais nada por aquelas bandas.
Compreendo perfeitamente o porquê do teu comentário ter saído assim.
:)

(Eu não preciso perceber os homens para entender e perceber um homem em particular, tal como não preciso que percebam as mulheres para me entenderem a mim. Nem que seja por se conseguir deitar por terra a maior parte das percepções sobre o Feminino num instante - vai de pessoa em pessoa, claro. As tais rotulagens - do tipo: és gajo, pensas com a pila - são nocivas - por exemplo: és mulher, queres é casar - e não ajudam em nada no grande esquema das coisas.
Ok. Nenhum dos sexos ajuda quando, em tempos de fraqueza, adopta comportamentos tipificados porque assim a coisa é mais fácil e até se tem uma desculpa, mas, e acima de tudo, penso que toda esta confusão entre homens e homens e homens e mulheres e mulheres e mulheres e respectivos piriquitos seria mais facilmente resolvida se olhássemos a pessoa que temos à frente enquanto pessoa e não enquanto membro de uma espécie de Seita Secreta. Sei lá. Isto sou só eu a falar... Mas eu ainda não bebi Crystal hoje, por isso, há que dar o devido desconto...)

:P

Me disse...

Olá, Patife.
Welcome!

Sim, os Homens são parvos, mas não pensaria que fosse o Rei dos Homens, o Patife portanto, que mais deste assunto percebesse. Patife não é o que passa a vida em negação, achando-se o maior e melhor em tudo o que faz, e, ainda por cima, repleto de razão e de, quiçá, inspiração divina para trilhamento dos seus desígnios?(foda-se... de vez em quando escrevo umas merdas com jeito)

Agradece-se a suposta honestidade, mas, e agora, sê lá honesto, Patife honesto é melhor que Patife desonesto?

É por estas e por outras que nós Mulheres andamos sempre à nóra com vocês - Patifes ou não. Quais culpa de pais e avós e o camandro. Culpa vossa, tomates.

Obrigada pela visita!

(gostei do berloque... vou andar atenta.... medo..........)

O Tarado disse...

Me: Compreendo o que dizes. Alias acrescento. Hoje em dia para se viver em sociedade temos de vestir um pijama, ou máscara, que nos permita de forma mais ou menos negociada ir entrando nos vários grupos e sub-grupos. Uns preferem passar mais discretamente, outros gostam de deixar a sua marca... mas todos sem excepção representam um papel, que varia de acordo com o grupo ou sub-grupo em que se insere. Digo mais... o nosso modelo de sociedade potencia os mentirosos e os hipócritas. Isto é mais notório quando chegamos as relações onde as pessoas adaptam a sua maneira de ser para ir de encontro as espectactivas da outra pessoa. Numa boa parte dos casos essa adaptação é feita com as melhores das intenções, e quem o faz acaba por se magoar quase sempre. Não é a toa que hoje as pessoas divorciam-se como quem troca de cuecas. E logo de seguida já estão juntas de facto com outra pessoa qq, no espaço de meses. Conheço tantos casos que até faz impressão. As pessoas quando se têm de adaptar, de vestir o tal pijama, mais tarde ou mais cedo acabam por ter de se libertar dessa máscara e aí as coisas acabam.


A busca de querer conhecer a outra pessoa passa por isso tb. Passa por querer saber o que fazer, o que dizer, como agir perante essa pessoa. Muitas vezes isto implica que percamos a nossa forma de estar e de fazer as coisas. Quantos casais que eu conheço que por causa do seu par deixam de conviver como conviviam. Que deixam de dizer umas caralhadas a frente dos amigos ou até que desaparecem por meses a fio?

Para muitos casais a vida social acaba quando se juntam, pelo menos com a forma como a faziam. Mudam. E a pior coisa que alguém pode fazer é mudar desta forma. Mais tarde ou mais cedo isto dá aso a rancores, a retrospectivas em que chegamos a conclusão de que deixamos de viver a nossa vida como gostávamos de viver por causa da pessoa com quem estamos. O amor rapidamente se transforma em ódio, rancor, e outros sentimentos mais.

A ironia desta merda toda? É que normalmente as pessoas sinceras, frontais e que não faltam com a sua palavra são vistas como animal raro, estranho que deve ter alguma na manga ou que então não bate bem da bola. São alias essas pessoas que demonstram muitas vezes a maior dificuldade em saber lidar com quem vive a vida no real, que as tentam mudar. Que ou por inveja ou porque têm necessidade disso, fazem tudo para as rotular de bicho do mato.

Se quem é frontal, verdadeiro, que tem valores e tem princípios... é bicho do mato... o que se pode chamar às outras bestas? Mosca varejeira que só sabe andar a cheirar a merda que nós, os bichos do mato, cagamos?

Samuel A. disse...

Me...

Como dizia o Wilde... As mulheres não foram feitas para serem compreendidas, mas sim para serem amadas.

Concordo.

O Tarado disse...

Samuel... esse comentário é sobejamente sexista pá. Parabéns.

Anónimo disse...

Mi, andas com uma sorte tramada...
Então depois dos homens das vacas, aparecem os homens que querem entender???

Parece-me ser impossível perceber uma mulher, uma vez que são, por norma, bastante diferentes umas das outras.

E continuo a achar que depois do momento que deixa de haver segredos ou coisas por descobrir, o interesse desaparece.

:)

NG disse...

Homens não se cansem a tentar perceber uma mulher! Vão perder muito tempo e não vão consegui-lo...as mulheres são umas insatisfeitas e pior ainda, temos a capacidade de negar o que mais queremos! Não é tarefa fácil quando nós proprias por vezes também não sabemos o que queremos lol!

Anónimo disse...

Ó NG, mas porquê???
Porque é que não sabem o que querem?

NG disse...

Egoiste...porque somos umas eternas insatisfeitas lol! Hoje gostamos de amarelo, amanha o amarelo ja nem e assim tao giro, depois achamos que o rosa e que e giro, mas afinal ate nem por isso! Eu tambem nao disse que nao sabemos o que queremos sempre, nao e isso, claro que temos mtas certezas, mas a verdade e que queremos sempre mais do que temos e o que tinhamos podia ser mt ou melhor, mas na era aquilo que queriamos. Na sei se me fiz entender!?lol Calculo que nao! hihihihihihihihi!

Anónimo disse...

Hehehehehe. Claro que foi muito confusa a explicação.
Basicamente é a incoerência... Já percebi.

Me disse...

Mas o que é que se passa aqui?!?!?!

Uma pessoa não se pode ausentar por uns dias que é logo isto??

Vocês têm noção que a vossa conversa mais parece uma de tonhós, certo?

Caredo.

NG disse...

Eu só queria mostrar de uma forma mais prática porque é que não é possível entender as mulheres e penso que com a confusão que escrevi fui entendida lol. Era mesmo essa a intenção lol!

Me disse...

Então, está certo.
Homens e Mulheres a conversar... conversa de tonhós!!!
:D

Anónimo disse...

Mizinha, "Patrão Fora..."

Ninguém te mandou desapareceres tanto tempo.

E quando és tu na conversa, é a mesma coisa?

Me disse...

Egoiste,
Eu consigo desconversar até tudo à minha volta ficar azul.
:)

Não, não é a mesma coisa... é pior.

Me disse...

E por falar em "patrão fora..."

Samuel,
E sabe-se amar uma mulher??
(ai!!!)

Me disse...

Tarado,
Então, o que dizes, de certa forma é que para se evitar andarmos neste mundo sozinhos, temos de nos disfarçar e aguentar à bronca. Quem não o faz, os tais bichos do mato, tendem a ficar para trás, envoltos numa espécie de névoa de incompreensão.
Quer dizer, todos são incompreendidos, mas uns mostram-no e refilam enquanto que outros se fecham em copas para que ninguém entenda?
É mais ou menos isso?

O Tarado disse...

Me... é mais ou menos isso.

A nossa sociedade está feita assim. Quem é sincero e frontal normalmente é alvo de ataques de outras pessoas que fazem uso dessas qualidades e as convertem em fraquezas... aproveitando-se delas para nos enfraquecer para nos atingir.

Muitas pessoas que são assim acabam por se refugiar num mundo de máscaras, de adaptações a nossa forma de estar e de fazer as coisas, porque achamos nós que se formos demasiado frontais e verdadeiros connosco próprios que as pessoas vão-nos conhecer bem demais e que nos vão acabar por magoar, como poderá ter acontecido no passado.

Normalmente este espírito de desconfiança acaba por criar raízes na nossa infância e com o passar dos anos os nossos anti-corpos sociais vão moldando a nossa forma de estar, de socializar, e influenciar até a forma como falamos, do que falamos e o que partilhamos de nós.

As tantas é tão natural que só conseguimos nos libertar dessas amarras quando por exemplo, falamos com as pessoas com um ecrã e um teclado a protegerem a nossa anonimidade.

À muitos anos quando andava no mIRC apercebi-me de que as pessoas abriam-se a falavam das coisas mas extraordinárias quando deixavam de ter de usar as suas máscaras. Uma liberdade que era viciante. Conheci quem passa-se um fim de semana INTEIRO em casa na conversa com seus cyber-amigos partilhando os seus anseios, os seus medos, os seus desejos mais íntimos sem qq tipo de máscara, protecção.

Alias, eu costumava dizer que era nos chat "anónimos" que as pessoas revelavam a sua verdadeira natureza. Uns eram anormais outros desciam do pedestal...

Hoje isso acontece de uma forma muito mais massificada. O interessante é que agora vemos websites como FB e HI5 e afins a serem o ponto de encontro... e vemos pessoas a partilhar os seus pensamentos e coisas da sua vida privada que à uns 5-10 anos se alguém lhes dissesse que iriam partilhar com 100 milhões de pessoas... chamavam-nos malucos.

Já estou a divagar. Isto tudo para te dizer que a melhor forma de avaliarmos até que ponto as pessoas se protegem é avaliar até que ponto as pessoas se colocam a descoberto quando se sentem suficientemente seguras.

No entanto, ainda no tempo do mIrc vi grandes amizades online serem destruidas porque as pessoas se decidiam encontrar. O problema? As pessoas instintivamente quando se apresentavam fisicamente, vestiam invariavelmente a sua máscara de conforto... e obviamente as coisas não corriam bem. É um bom exemplo para demonstrar como a nossa sociedade funciona. Ou tens uma máscara... ou vais apanhar muita porrada na vida.

Anónimo disse...

Mas assim já ficas avisada.

Se estiveres muito tempo fora, a malta estica-se um pouco nas conversas de "tonhós"...

Me disse...

T,
Ok.
Percebi.
Tens razão em relação a essa coisa do anonimato. Por mail ou outro meio parecido, não é preciso o pessoal estar preocupado com ter um bocado de alface entre os dentes... etc...
Entendo. Mas, também acho que há pessoas que levam isso ao extremo. Alguns por preguiça, outros porque são mesmo tímidos e não aguentam um par de olhos em cima deles.

A nossa sociedade... É hipócrita até dizer chega. Ninguém quer honestidade e frontalidade. Ninguém quer realmente saber a verdade sobre o que se pensa deles e ninguém quer realmente saber a opinião que alguém tem sobre certo assunto... Sentimos-nos ferido à mínima coisa... Sempre à coca e na defensiva não vá o mundo virar-se contra nós.
É, de facto, mais fácil viver dentro da tal máscara e esperar que se conheça alminha que, um dia, aceite o que se está a esconder com a mesma.
E é também como dizes... os desbocados, os que dizem e falam, os que se levantam e dizem que não concordam ou que querem mais (ou menos)... seja o que for. Esses são de facto os bichos do mato. São invejados e essa inveja faz com que sejam postos de parte... gozados, etc. Os que esmurram a mesa e não deixam que lhes pisem os calos - gente perigosa, pá.
Qualquer dia temos de fundar um Grupo de Apoio: Bichos do Mato Anónimos.

:)

Boa malha, Tarado. Boa malha.

Me disse...

Egoiste,
Sabes lá tu o que era o OMQ na altura dos "esticansos"... era um regabofe tão grande que eu nem conseguia dizer nada :)

E eu até gosto que o pessoal se estique. O Tasco aguenta!

PKB disse...

O que queremos uns dos outros senão quem seja bom para nós?... Quem é que quer uma besta quadrada que nos faça mal, nos faça sentir na merda? Ninguém. Homens e mulheres.... todos queremos quem seja bom para nós.

Me disse...

Nem mais. E quem seja bom para nós... não mandamos bardashit, né?
:)

PKB disse...

Pelo menos, tentamos, Me. Por vezes andamos aí aturar merda mais tempo do que o que seria racionalmente aconselhável e emocionalmente suportável. O que significa que por vezes o amor é masoquista (mais do que cego).

Me disse...

Amor masoquista?
Não concordo.

O medo que temos de ficar sozinhos ou de perdemos o objecto do nosso amor é que é masoquista.
O amor? Não. Não amamos o que nos faz sofrer. Sofremos porque amamos e não o queremos deixar de fazer.
Penso eu...