30.8.10

Mas há mais…


imagem: google


No seguimento de post anterior, aqui fica mais uma bela pérola da minha triste, mas animada, vidinha.

Situação: Ia eu a sair de estabelecimento de diversão nocturna aqui da terra, prestes a atravessar estrada, quando Bueno pára carro ao meu lado e, pela janela do pendura, me atira com o seguinte (sem eu o conhecer de lado nenhum):

Parvalhoso no Carro: Oh, linda! Vem comigo para eu te mostrar o céu!
Pendura ao lado do Parvalhoso no Carro: Não ligues… não ligues…
Eu: O quê?!
Parvalhoso no Carro: O quê? Não queres? Vens comigo e mostro-te o céu!
Pendura ao lado do Parvalhoso no Carro: (baixa cabeça e tapa os olhos)
Eu: ‘Migo. Tens de parar de foder com pitas de 18 anos para perceberes que não levas ninguém, nem tu, ao céu. Agora, faz-me um favor, e siga! (simulando passo de muleta)
Pendura ao lado do Parvalhoso no Carro: Hihihihihihih!! (meio nervoso)
Parvalhoso no Carro (indignado): E eu lá ando a-
Eu: Pois… nem por isso, né? Nem essas?! Sigaaaaaa! (mais um passo de muleta).

Arrancaram e quando carro me passou ao lado, fiz gesto de ferro violino (sou Ribatejana, pazinhos… estas coisas saem-me).

E depois ainda dizem que tenho mau feitio. Eu tenho mas é íman, porra!!
Mau feitio, uma merda, é que tenho. Muito boazinha sou eu!
Ehhhh. 

E?


imagem: google


Há uns tempos, um conhecido meu enfiou-me um pedaço de papel na mão durante uma noite de copos. Um guardanapo escrito.
Minutos antes, outro conhecido meu, amigo do primeiro, tinha-me feito uma proposta para, digamos, aprofundarmos o nosso conhecimento mútuo visto o mesmo ser tão reduzido…
A minha resposta foi ficar de olhos esbugalhados e balbuciar qualquer coisa do tipo “Mas tu tens namorada! Eu conheço-a! Dou-me bem com ela!” ao que ele respondeu com um fantástico e seco “E?”. Aquele “E?” deixou-me sem resposta, sem chão e sem mais um pouco da minha fé. Virei costas e, rindo-me com aquele riso do tipo “Não acre-hahehahehaheha!!!-dito nesta me-hahehahehaheha-rdaaa!!”, ainda de olhos esbugalhados, fui-me embora enquanto pensava “exactamente… é exactamente por te estares a cagar, oh cabrao, que não vales nada e que não vais sacar nada de mim”.
Como eu lhe escapei, decidiu escrever o número de telefone num guardanapo e dar instruções para que o amigo mo desse após se ir embora. Bem mandado e bom amigo, fez exactamente o que lhe pediram.

Analisemos a questão, só porque sim e porque isto é algo que me tem andado aqui a martelar a cabeça (quer dizer, de vez em quando lembro-me, pronto).
Primeiro, o rapazito colocou o busílis da questão nas minhas mãos, entregando-me todo e qualquer poder naquela situação – ele não tem o meu número, eu passei a ter o dele. A haver contacto, por muito inocente, seria sempre por iniciativa minha. A acontecer alguma coisa, teria sido sempre por eu ter aceitado (e nunca por ele ter proposto – perguntar não ofende, né?). E, ainda por cima, a haver contacto da minha parte, seria sempre em resposta à proposta dele visto ele ter deixado perfeitamente claras as suas intenções.
Ou seja, no essencial, encostou-me à parede sendo que até mesmo um simples “Então, que é feito?” seria sempre interpretado como sendo o abrir de uma porta para algo mais. Eu não responder também não faz mossa – há-de haver quem responda. Um ego daqueles repõe-se facilmente.
Segundos, a frieza com que me atirou aquele “E?”.
O meu ar de espantada nunca me deixou de espantar. Ao que parece, percebi eu, sou mesmo uma romântica incurável que ainda acredita que o facto de se ter namorado ou namorada realmente significa que existe o tal regime de exclusividade em certos e determinados assuntos, incluindo, obviamente, o respeitante a quecas e afins. O que talvez ele não tenha percebido é que aquele “E?”, com sorriso incorporado, transmitiu a sua vontade de não ficar sem a actual namorada e que para ele, eu seria uma excelente bootie-call para quando a legítima estivesse com dores de cabeça. Incrivelmente, não e bem este tipo de lisonja que aprecio para a minha pessoa… Ser quecável, pasmem-se, é algo que não coloco no CV como sendo uma das minhas competências pessoais.
Para além disto, e mesmo dando o benefício da dúvida através daquela máxima do “quem não arrisca, não petisca” (viva a coragem!), aquela palavrita tão pequena revelou mais sobre ele do que uma semana inteirinha fechados num quarto a praticar a arte de “melhor conhecer alguém”.
Terceiros, o facto de ele ter pedido ao amigo para me dar o número de telefone, como se tudo aquilo fosse uma grande família feliz em que todos sabem tudo de todos e, ainda por cima, gostam. Duvido que o amigo ainda não lhe tenha perguntado se eu alguma vez cheguei a ligar… Imaginemos que eu o teria feito e que ele respondia afirmativamente. O outro, obviamente, iria inquirindo sobre os desenvolvimentos e, sendo eles gajos e, ainda por cima, grandes amigos, não haveria pudor em falar sobre o tamanho das minhas mamas, a intensidade dos meus gemidos ou a cor dos meus cortinados (e não, não peço desculpa por esta generalização – parem de me confirmar a veracidade da mesma e eu paro de generalizar).
4ºs, (HA!) A namorada – tecnicamente a que nada tem a ver com o assunto a partir do momento em que decido não me envolver, mesmo que tenha sido por respeito a ela enquanto pessoa e enquanto mulher que o tenha feito (entre outras coisas, como já disse). Durante dias, apeteceu-me ter uma conversinha com ela de modo a assegurar-lhe que nunca seria por mim que ela teria um novo e resplandecente par de cornos. Penso que ela, neste momento, não sente essa garantia da parte de ninguém e acho que seria positivo receber este tipo de garantia por parte de pelo menos uma pessoa, mesmo que não seja a que realmente interessa.
Sarcasmos e mau feito à parte, ainda me debrucei bastante sobre a possibilidade de falar com ela, mas, como seria de esperar, ganhou aquela outra máxima que diz “aquilo que não sabemos não nos faz mal e se por acaso alguém nos contar, linche-se o mensageiro”. Sei perfeitamente que seria eu a mal vista naquela questão, por isso, por uma questão de auto-preservação, deixei-me ficar caladinha e nada disse, limpa de consciência e sabendo que à minha porta ninguém virá bater. Cobardia? Se tentarmos virar a questão e colocarmos o problema em mim, sim. Mas não fui eu quem começou tal coisa. Eu, na verdade, podia até nem saber que ele tinha namorada… Neste caso, penso que agi bem. Lamento.

No dia seguinte ao acontecimento, e após ter sido alvo de uma data de olhares, falei com o rapazito dizendo-lhe que tinha recebido um presente. Ele sorriu e disse que sim, que tinha sido ele a engendrar aquilo tudo. E depois, chamou-me “fraquinha”.
Foi a cereja.
Eu, no meio daquilo tudo, fui a fraquinha. Eu é que tinha demonstrado fraqueza. Eu, ao não acatar os seus desejos, ao não ligar, ao não dar o meu número de telefone, é que fui fraca.
Ou seja, eu, ao portar-me bem e ao obrigá-lo a ele a portar-se bem (pelo menos comigo), é que saí mal deste quadro, é que fiquei “mal vista”, é que sou criticada porque, sejamos francos, homem que se entrega assim de bandeja não é coisa para recusar.

Sou só eu ou será que anda tudo tonto? Maluco da cabeça, engasgado dos miolos, passado dos cornos?
Se calhar sou mesmo só eu.

23.8.10

Incha!



Foda-se.
Vou processar os gajos da Sagres. Cabrões.
Vou processar os gajos da Sagres e os gajos daquelas carrinhas de pão com chouriço.
Ao menos que me inchassem só as mamas, porra.
Não há justiça neste mundo.
Foda-se.

12.8.10

Já venho!


Estão todos convidados!


Já venho!

6.8.10

Barda Fuck.


imagem: google


Ahhh e tal, devemos ser felizes pelo que temos e não tristes pelo que não temos e o catano, pardais ao ninho, chispe-coiso-e-tal. Que os problemas não são problemas, são oportunidades e outras filosofias da treta afins. Que granda carrada de caca de boi, foda-se.
Esta merda da psicologia invertida ou revertida ou o raio que a parta é uma enorme treta. Aquela cena de “muda a perspectiva de ver a coisa e verás que nem tudo é tão mau como parece”. Aquela treta do “copo meio cheio ou meio vazio”. Ahhh, barda shit. Às vezes as coisas são tão más quanto parecem e a porra de um copo meio cheio será sempre também um copo meio vazio. Não interessa termos sede ou não.
Não admiro quem insiste em viver a vida procurando o tal lado positivo das coisas. Não acho que estas pessoas sejam iluminadas, e muito menos acho que sejam providas de uma força interior de ferro, capaz de ultrapassar tudo e mais alguma coisa, capaz de superar o pior e maior dos obstáculos. Pessoas assim irritam-me. As frases feitas, a utilização abusada das ideias dos outros, dos pensamentos dos outros. A imitação exacerbada do estilo de vida dos outros que, seja por que razão for, sabem o tal segredo das coisas. A incapacidade de ver as coisas pelo que são. Aquela mania condescendente de passar a mão pelo pêlo dos outros, fazendo-os parecer e sentir uns parvos e pouco conhecedores do tal verdadeiro sentido da vida.
Não gosto de Gandhi, nem de Madre Teresa de Calcutá. Não gosto de livros de auto-ajuda e muito menos de histórias de gente que, através de pensamento positivo e de um leque de princípios e crenças daqueles supostamente decentes e correctos, conseguiram tudo e mais alguma coisa pura e simplesmente porque acreditavam nisto e naquilo enquanto calmamente se sentaram e esperaram que o Universo se lembrasse deles e das suas vidinhas bem vividas a toque de paciência, lentes cor-de-rosa, chás calmantes que cuidam do colesterol e mantras que repetem vezes sem fim até as palavras perderem o seu significado. Quase como que se bastasse sentarmo-nos a uma mesa posta, todos direitinhos, para o bife e as batatas fritas caírem por milagre do céu enquanto o ovo estrelado atravessa a sala a voar para elegantemente nos aterrar no prato.
Isto do “vem a mim que eu porto-me bem” é tanga. Aquela coisa do “o que a nós pertence a nós virá” é treta. Aquela coisa de o cosmos conspirar a nosso favor retribuindo-nos com coisas boas pelas boas coisas que vamos fazendo é balela pura.
Não gosto de gente assim porque sei que tremem de pânico durante aqueles breves segundos em que se sintonizam com a realidade nua e crua e entendem que não sobreviveriam no mundo real não fosse pelos mecanismos que arranjam para melhor o poderem suportar. Tremem, falta-lhes o ar e, enquanto podem e conseguem, rapidamente voltam para aquele estado de negação ou coisa parecida em que tudo parece mais suave, mais leve, menos tumultuoso… menos irreal.
Eu, como costumo dizer, não sei andar nisto. Não tenho nem pretendo ter respostas para tudo e mais alguma coisa. Vou por aqui andando à velocidade e pelos caminhos que sei que consigo e que, por vezes, não sei que não consigo, sabendo que mais tarde ou mais cedo chegarei a algum lado. Não canto mantras pelo caminho, não procuro significados latentes ou escondidos nas folhas das árvores, não interpreto o canto dos pássaros como sinais disto ou daquilo. Vou e fico com as bolhas nos pés, os cortes nas mãos e o suor na testa para provar que lá estive, que vi, que fiz, que aconteci e que, no final, apesar da merda dos apesares, sobrevivi, ao natural e sem as droguices que são certas crenças que muita gente teima em não largar.
Não me venham com merdas e muito menos esperem que eu cubra seja o que for de açúcar para acalmar a passarinha a seja quem for.
Eu posso estar completamente errada. Posso andar a cometer os maiores erros da minha vida ao vivê-la assim. Posso andar tão desfasada da realidade geral das coisas que até dói. Posso estar em exactamente o mesmo lugar que aqui critico, apenas virada noutra direcção e olhando a tal outra perspectiva. Posso ser apenas o reverso da medalha do que aqui falo, mas, foda-se, prefiro-me de pele curtida e de calos nas mãos e pés do que sequestrada pelos meus medos e receios e refundida num qualquer canto da minha próprio existência enquanto, lá fora, o mundo continua sem mim. Isso não. Nunca.

E, já agora, bom fim-de-semana, minha gente. Bom fim-de-semana.

2.8.10

Vai haver Tourada...


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Moço Aficionadíssimo – Vai haver tourada.
Eu – Ui. Isso há tantas todos os dias.
Moço Aficionadíssimo – Aqui. Vai haver uma tourada. Andam a montar o ringue.
Eu – Ahhh! Vai haver uma corrida! Não é ringue, pá. É praça. Praça de Touros.
Moço Aficionadíssimo – A gente chama tourada. Praça? Hmmm… Aquela é pequena. Só tem um anel.
Eu – Mas é uma corrida... o touro é corrido... corre, 'tás a ver? Um anel como?
Moço Aficionadíssimo – Sim. Um anel. Andam a montar aquilo há uns dias mas não sei se vão meter mais um anel. Não é muito alta e é pequena.
Eu – É uma praça desmontável. Nunca vi nenhuma com anéis…
Moço Aficionadíssimo – Não confio muito naquilo… o touro pode saltar e ir para o anel.
Eu – Pois. Acontece! Mas até chegar à bancada tinha de saltar muito…
Moço Aficionadíssimo – Eu gosto é daqueles que se metem lá em fila. Podia ver aquilo a noite inteira.
Eu – Em fila???
Moço Aficionadíssimo – Sim! Metem-se lá em fila e depois… pimba!
Eu – Os forcados?
Moço Aficionadíssimo – Isso.
Eu – Oh, caredo…

Não há palavras. Não. Há. Palavras.
Olé.