Os meus natais sempre foram um pouco diferentes do comum (vejam os posts…).
Houve uma altura em que eram passados na companhia de amigos porque ninguém tinha família por perto. Lembro-me de árvores de natal tão atoladas de presentes que mal dava para ver a árvore em si. Gente por todo o lado. Camas feitas no chão… Lembro-me que cada ano se rumava para uma casa diferente onde todos se reuniam. Lembro-me que apesar de poderem estar aí uma 5 ou 6 famílias diferentes, havia sempre algo que as unia e que fazia com que o natal tomasse proporções inimagináveis. As refeições eram feitas a preceito. Nada era descurado. Nada. Era uma verdadeira festa em que o que realmente interessava era gente que se gostava estar junta e mais nada.
Lembro-me de a minha Avó, uns anos mais tarde quando se juntou a nós, fazer tudo por tudo para que o nosso natal fosse o melhor possível em todos os aspectos. Ela conseguia transformar tudo num enorme festival de alegria. Lembro-me de ela fazer uma coisa em particular e que ainda hoje me dá uma saudade enorme. Nos presentes que oferecia incluía um pequeno embrulho onde colocava uma notinha… tínhamos de estar atentos para ver onde estava esta segunda surpresa. Uma espécie de caça ao tesouro que tornava tudo muito mais divertido. No final da noite, eu e a minha irmã tínhamos os nossos presentes e um pequeno monte de notas que prometia mais presentes… normalmente guloseimas ou berlindes ou gelados ou coisas importantes assim.
A minha Avó dizia que aquilo nos ajudava a dar valor às coisas porque mesmo que houvesse algo de que não gostássemos muito, podia ser que lá pelo meio houvesse algo que, em jeito de surpresa, nos fizesse mudar de ideias. Uma lógica simples e directa que nos ajudou a perceber que, procurando, consegue-se sempre encontrar algo de bom no meio de algo menos bom, por assim dizer. Passei a dar valor a todos os presentes, nem que fosse por associar uma pequena nota àquele pijama que era feio que nem uma bota da tropa. Batota da minha Avó? Sim. Mas eficaz.
Outra coisa que aprendi naquelas alturas foi agradecer antes de abrir os presentes. Recebíamos o dito, dávamos dois beijos e um abraço a quem o tinha oferecido e depois de aberto, repetíamos o processo. Dois agradecimentos por coisas diferentes: primeiro por se terem lembrado de nós, segundo por se terem dado ao trabalho de oferecer algo a pensar em nós. Ainda hoje é assim em minha casa.
Se pudesse, oferecia pequenos embrulhos dentro de outros embrulhos a todos quanto quero bem e que fazem parte da minha vida. Oferecia presentes dentro de presentes. Oferecia surpresas dentro de surpresas. Oferecia viagens a boas recordações, idas directas a boas memórias, a bons momentos. Oferecia coisas que fizessem sorrir e rir, que fizessem brotar lágrimas de felicidade. Oferecia pequenos momentos de esquecimento de tudo quanto é mau. Oferecia pequenos abraços que assegurassem que tudo haverá de ser melhor.
E para mim bastavam-me aqueles dois beijos antes e mais nada. Mais nada.
31 comentários:
Da próxima vez que nos encontrarmos... prego-te dois... pode ser? ;) bjs
O meu natal praticamente morreu quando os meus avós se foram. Só voltou a aparecer quando começaram a aparecer os filhos e os netos.
Agora mais que nunca acho que o Natal, festa pagã, só serve para gastar dinheiro. E ainda bem porque eu se ha coisa que gosto é ver caras de surpresa. E saltos em cima das cadeiras e dos puff. E pratos de aletria caidos no chão virados ao contrário. Em cima da carpete, claro.
Emocionaste-me e deixas-me quase em pranto.
Eu dava-te dois beijos antes e milhentos depois e retribuía tudo!
Dois quê????
:)
Também eu.
O Natal pode não ser o que era, mas desde que se consigo atribuir um qualquer valor que valha a pena... então vale.
E sim, já que transformaram isto numa festa materialista, ao menos que se faça algo como deve ser.
Gosti, oh Tarado. Gostei.
Oh minha cereja amarguinha,
não me digas essas coisas que também fico sem jeito.
beijos, daqueles do antes e do depois, para ti.
beijos my precious.
Além de curiosa é despistada e não sabe do que se está a falar... :) É o que temos, senhoras e senhores... é o que temos...
BEIJOS, pá!!!!!
Então ficamos as duas sem jeito, abraçadas uma à outra a fazer figurinhas tristes!
E já estás melhor meu anjo?
Fizeste-me recuar a um tempo em que éramos imensos na casa dos meus avós paternos, em que nos reuníamos todos em torno do meu avô que sofria de Parkinson e tornávamos os Natais especiais e únicos. Depois de ele partir, as coisas não voltaram a ser as mesmas e tivemos vários tipos de Natal, sem nunca termos realmente voltar a repetir aqueles momentos, como é óbvio.
O beijinho aqui em casa é também prática instalada. Pelas mesmas razões.
Continuo a ser a criança que fui no que toca aos presentes de Natal, pois adoro recebê-los e gosto de ser surpreendida! E adoro oferecer presentes porque gosto de fazer uma pessoa sorrir porque me lembrei dela. Algo que adoro também é enviar e receber cartões de boas festas - daqueles feitos de cartão e que vêm trazidos pelo carteiro :))
Eu adorava poder oferecer a todos os que gosto, a todos os que fazem parte da minha vida a força, a determinação, a saúde e também um pouco de sorte. Era isso que daria a todos.
Um beijinho grande!
Tanto amor no ar. E vestirem-se a gajas-natal de tanga vermelha diminuta e fazerem disso um postal de Natal, para partilhar aqui com os "leidores" ? :)
Uma prenda de natal Me. É o mínimo que se pode pedir.
Bom resta embrulhar dois beijos e voltar a embrulhar para que não arrefeçam, em forma de agradecimento pelos pensamentos que partilhas com todos os que te acompanham!!!
Desejo-te um santo e feliz natal!!! e, já agora, a todos os leitores do OMQ.
AHHHHHH!!!!!
:P
K,
mais ou menos. pelo menos pior não estou...
Tarado,
já apontei o teu pedido. eu depois envio para o pai natal em teu nome. mais alguma coisinha???
Só um pouco de sorte?
caredo mulher!!!
;)
Beijos, Passaroca
Oh Desinformador... ´
Bolas. Obrigada.
Um feliz natal para ti também.
(Bolas... és um fixe, pá)
Pá se puder ser quero uma cereja em cima do bolo. Que achas? Podes por? Se custar muito não quero. Sei que mais tarde ou mais cedo vou ter de pagar.
Jà começa a cena do feliz natal e o cara..ças. Porra pá. não ha paz. As sms, os emails, os toques parvos... as mms com a cara do bebe lá da casa. Os felizes natais nos blogs. Dass. Que seca. E a Me bem que tentou acabar com essa treta toda aqui a uns tempos a desejar desde logo um feliz natal. Porque raio é que a malta não respeita os desejos das pessoas? Dass. Mau feitio.
Que merda de geração é esta que vivemos. Já agora, quando é que passa a febre do topless e começa a febre do bottoless? Topless é tão anos 80!!
Detesto o natal só por si. Filas de transito, não se consegue entrar no starbucks, temos de marcar com 3 dias de antecedência um corte de cabelo... pagamos tudo mais caro até dia 24, para depois no dia 26 virem as promoções. Fosga-se... nunca mais chega dia 26.
Já amei o natal, já gostei do natal...já me foi indeferente, já o odiei e também já me reconciliei com o Natal. afinal o problema não era do Pai Natal mas sim Meu ;)
Ultrapassei o consumismo, (não meu, mas o espirito que invade o comum dos mortais), ultrapassei o cinismo e hipocrisia dos votos de Boas Festas (dos que me lixam, tentam...whatever...o ano inteiro) e vi para além da quadra anunciada nos spot´s publicitarios. E hoje vejo-o como o culminar de um sentido de partilha que esteve activo um ano inteiro, sinto-o com gratidão pelo que vivi, vivo tenho e sou. Transformei-o: os presentes são verdade, amizade e sinceridade, são todos aqueles que me acompanharam um ano inteiro, são exactamente aquelas pessoas com quem nunca troquei presentes mas sempre tenho trocado: admiração, respeito e consideração. Acho que finalmente entrei e percebi o espirito de Natal ;)
Correcto ou não é a minha visão...Me...ainda me "deves" um café de Boas Festas...até lá "Feliz Natal" ;)
beijo
Quero as minhas prendas.. Tá tanto frio que não consigo escrever mais.
Atão, mas queres ou não queres???
Mau...
É verdade o que dizes... eu bem tentei passar um pouco ao lado desta coisa... já este post foi uma espécie de desvio ao desvio.
não haverão mais posts com temática natal, muito menos a desejar que o mesmo seja bom e repleto disto e daquilo. Já deixei esses votos em Outubro (acho eu...).
Dia 26 é fixe... nem que seja para ir logo gastar os trocos que se receberam no 24 e 25...
Acho importante que cada um de nós esteja bem com esta altura do ano (e não apenas o Natal... é toda esta altura ou época...).
O espírito Natalício pode atingir cada pessoa de forma diferente. Fico contente que a ti te tenha trazido essa tão desejada paz e tranquilidade. De certa forma, tornaste o Natal teu e só teu.
E venha o café de boas festas... acho que nunca brindei um café ao natal, mas há sempre uma primeira vez para tudo...
Até lá, boa época festiva...
;)
nem consegue escrever quais são os presentes??? como é que adivinho?!?!?
oh-oh...
Também sinto saudades do Natal que tinha quando era criança quando os meus pais colocavam as prendas na cozinha porque o Pai Natal descia pelo exaustor! Acordavamos de madrugada no dia 25 para abrir as prendas. Era uma felicidade interminável...Bateu mesmo a saudade agora! :)
Na cozinha???
:)
Porque não voltares a fazer isso este ano?
Tudo para a cozinha!!
:)
Nas palavras do grande Paulo Furtado, aka The Legendary Tiger Man: "Fuck Christmas, we've got the blues!"
Claro que quero. Sou gajo porra :D
Eu acho que é uma fase de reflexão, de ver o que se passou de bem e de mal no ano, de traçar objectivos, de deitar fora os problemas e encarar o ano com novo optimismo. Pensar que 2010 só pode ser melhor que 2009, e que só a pensar positivo é que as coisas positivas acontecem. Porque é a pensar positivo que conseguimos ter a energia para as fazer acontecer. Negativismo só trás uma coisa: frustração e mais negativismo.
E agora minha gente... VIVÓ SPORTING... vá... tentem... a sério... se tentarem mesmo mesmo vão ver que conseguem... :D
Atão pede ao Pai Natal que eu estou doente.
Padre Tarado, obrigada pela sua homilia... Amí-Amá-Amú!
Right on, Brother! Amen!!!
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