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“O daltonismo (também chamado de discromatopsia ou discromopsia) é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis pela visão, ou de lesão de origem neurológica.”
E com isto penso que esteja explicada a razão pela qual tanta gente, especialmente em Lisboa, não seja capaz de bem interpretar um semáforo. Bolas. Já estava a ficar aflita! Então não é que eu, na minha mais pura ingenuidade, já andava a pensar que seria pela falta de civismo e pela falta de respeito que algumas bestas com carta manifestam ao aventurarem-se nas estradas para provocar “quasi-acidentes” e “quasi-despistes”, quando não os chegam a provocar mesmo… Outra opção que tinha andado a considerar seria a existência de um passatempo qualquer em que o vencedor seria aquele ou aquela que fosse capaz de passar mais vermelhos, demorar mais tempo a arrancar num sinal verde e passar mais stops sem parar. Até andava a considerar a hipótese de me inscrever para participar no divertimento, mas não sabia com quem falar! PSP?? BT??? Ainda cheguei a pensar que seria pura falta de vista! Ceguetas, pensava eu. Também cheguei a pensar, oh de mim, que seria por os semáforos se encontrarem em sítios muito difíceis de ver (também acontece!), mas confrontada com tanta hipótese, já andava a ficar baralhada e confusa. Já nem dormia como deve ser!
Bolas. Assim estou muito mais descansada. Pelo menos agora já sei porque é que as pessoas ficam plantadas no meio de um cruzamento, a empatar o trânsito que quer passar nos outros dois sentidos. Agora já sei por que razão há gente que fica muito espantada por se encontrar naquelas zonas demarcadas a amarelo nos cruzamentos, impedindo que autocarros e eléctricos e outros meios de transporte afins prossigam as suas viagens. Eu a pensar que seria devido a algum tipo de manifestação mais maquiavélica de narcisismo e pura falta de respeito pelos outros. Como eu sou parva.
Peço a quem de direito que realize um estudo mais aprofundado à população portuguesa para averiguar qual a percentagem exacta de gente daltónica pois esta parece-me ser a razão mais provável para acontecerem as situações acima descritas. Penso que as estatísticas estejam perigosamente erradas! Isso ou talvez colocar legendas nos semáforos! Aliás! Colocar avisos aí uns 50 metros antes de um semáforo! Isso é que era! Avisos de semáforo e legendas nos mesmos para evitar que tanto os ceguetas, os distraídos ou os daltónicos passem por eles sem os ver. Pode até ser que com todas estas acções pedagógicas de prevenção rodoviária se consiga fazer com que as bestas encartadas (ou seja, os que não têm a desculpa do daltonismo) deste país pensem duas vezes antes de passarem um vermelho! Nunca se sabe! Pode até ser que venham a perceber que podem matar alguém que, daltónico ou não, não tem culpa nenhuma de a mulher não querer mandar quecas ou de o marido só as querer mandar com a amante! Todos nós temos os nossos problemas, claro. Mas entre tê-los e decidir, conscientemente, transgredir uma regra que poderá levar à morte ou incapacidade permanente de outra ou outras pessoas, penso que ainda vá um bom caminho, com ou sem semáforos.
Por isso, para que não hajam mais equívocos destes, para que não haja mais ofensas a pessoas que afinal não são cabrões inconscientes, penso que o melhor seria mesmo incluir testes de daltonismo no sistema nacional de saúde, testando-se as criancinhas logo na escola primária.
Que aliviada me sinto após esta epifania. Daltonismo. Coisa tão simples! Quem diria?! Eu não!