imagem: google
Ao que parece, há homens que defendem que, hoje em dia, e devido à emancipação das mulheres, existe muito mais oferta, logo, escolha, por parte dos primeiros em relação às segundas.
Ainda que, nalguns casos, haja ligeiro choramingar por de vez em quando se sentirem tipo naco de carne amassado durante uma noite para bel-prazer de amassadora (tadinhos…), noutros, o caso é diferente. Eles gostam. Adoram. Amam o poder de escolha que, de repente, lhes foi concedido. Adoram a possibilidade de bem avaliar o que mais e melhor lhes enche as medidas, para depois, sem pressas, poderem esc-o-lher. Sim, escolher. Como quem vai às compras. Ou a um leilão. Até ficam doentes de prazer só de saber que nada têm que fazer a não ser aparecer com ar minimamente decente e mostrarem-se disponíveis – elas tomam conta do resto. Ele é olhares, beijinhos no ar, apalpões por baixo da mesa e cartões de contacto com indicação de hotel e hora enfiados directamente na mão de quem se quer lá nessa noite em particular. E tudo subentendidamente sem compromisso e sem o enfado que poderá ser saber o nome de tal conviva.
E isto é tudo muito bem. Cada um escreve o nome de hotel e hora de chegada onde bem quiser. O problema, penso eu de que, é que as mulheres, mesmo que digam que não, têm este comportamento porque o acham justo em relação ao comportamento de que têm sido alvo desde sempre por parte dos homens. É uma espécie de vingança-demonstração-de-poder-toma-lá-do-teu-remédio-para-ver-se-gostas (e eles não só gostam como agradecem!). Fazem-no com a consciência de que terão de apagar a consciência e passar para outra actividade lúdico-pedagógica o mais rapidamente possível para fazer esquecer o que fizeram na semana anterior, ou na noite passada… A consciência tem limites e os recepcionistas dos hotéis têm boa memória…
E a parte gira é que os homens estão exactamente na mesma. Após tanta tentativa de lição bem dada através de seis ou sete posições diferentes em dez minutos, eles estão na mesma, com a mesma atitude de sempre. Mas talvez haja uma diferença. Pensando bem, até há. É que hoje em dia, ao que parece, poupam-se ao esforço de terem que fazer um esforço. Nós, emancipadas e donas do nosso nariz e com a mania que também somos donas das pilas deles, até os poupamos ao esforço de terem que fazer um esforço para nos terem. E a isso chama-se: cereja em cima do bolo. Nós passamos-lhes atestados de incompetência pensando que basta mostrar um cadito de peito e muita perna para os engatar e eles reagem em conformidade, deixando-nos pensar assim enquanto vão vendo muitos peitos e metem as pernas para o lado.
Parabéns ao mulherio por anos e anos de defesa de direitos, lenga-lengas de igualdade e horas de sofrimento por ele não ter ligado ou por ele não gostar de nós e só nos querer pelo sexo terem resultado em carteiras cheias de preservativos, telemóveis cheios de mensagens obscenas e noites repletas de encontros secretos com quem nem sequer se sabe o nome.
Tal como eles.
Viva a igualdade. Parabéns.
20 comentários:
:)
Para quem gosta e quer escrever:
http://escrita-online.blogspot.com
Força nisso.
BeijOooooOO
Pois é: "Tal como eles"...!
E o resto é retórica, se calhar bem intencionada, mas retórica.
E não há igualdade. Nunca houve.
Elas continuam por cima!
Parabéns!
Olá, Pérola,
Já lá fui... Não vi nada!! Explica, please!
AR,
Não te vou responder. Seria apenas mais retórica... Mas tu percebes o que eu quero dizer e o que NÃO quero dizer.
O mulherio anda perdido e vocês escondem os mapas.
Mauzinhos.
Mas quem é que se pode perder num país cheio de auto-estradas, todas hiper bem sinalizadas???
É preciso ser muito burra... E, ainda por cima, elas já trazem todas GPS de origem...
Olha, olha: mapas!
Tadinhas...! ;)
Mezinha às vezes nem é como paga, ou com "toma lá disto" eu acho mesmo que se assiste a uma mudança global de comportamento/pensamento...há um banalizar...fast food. Outro dia alguém me dizia, ah eu tenho a minha vida social super preenchida e divirto-me imenso e tenho sempre programas (pausa silêncio longo a olhar para mim à espera da resposta)
(...) (...) (...) 3 suspiros meus
Continua ela:
pois, entendo, no fim disso tudo estou na mesma a sentir-me sozinha
resposta minha (sorriso)
PS: Ando cada vez mais confusa na forma como escrevo as minhas ideias, excesso de jogo no FB :P
AR,
As burras trazem GPS de origem? Hmmmm!
E sim. Vocês bem que podiam ir orientando a malta... Já que já andam nesses terrenos há tanto tempo, bem que podiam dar uma ajudinha... Ou o mulherio andar perdido até vos dá jeito? Ou será que quem esconde a sinalização são vocês?!?!
Ah ha!
MM,
É isso mesmo. Eu percebi-te.
A tal coisa de apagar a consciência com outras coisas e depois, às tantas, já se anda a fazer tanta coisa que já nem se se lembra do que se andou a fazer nem se sabe o que se vai fazer. Qualquer coisa assim ;)
E sim, fast food. Enche no momento; deixa-nos com fome uma hora depois... Simples.
Mas, vá. Quem gostar de ser Happy Meal, que o seja!
Epá gosto mesmo dessa tua sensibilidade para perceberes a minhas trapalhices a escrever :))
MM,
;)
Acreditas que há quem me chame besta quadrada?!?!?!! OH!!!! :D
Perdeu-se a sedução, o romance, o "fazer dificil", porque não há tempo, porque as relações têm por base o facebook, porque somos demasiados egoistas para olharmos para além do nosso próprio umbigo, porque não dá jeito ter essa coisa horrorosa que dá pelo menos de sentimentos, porque não há paciência para os outros, porque sim, porque não,e porque no fundo há uma enorme solidão pelo mundo fora que acaba por ser compensada por noites passadas em hoteis entre pessoas sem nome.
Chama-se a isto o mundo moderno e é assustador.
Miau
"...porque no fundo há uma enorme solidão pelo mundo fora que acaba por ser compensada por noites passadas em hoteis entre pessoas sem nome.
Chama-se a isto o mundo moderno e é assustador."
É isso mesmo. E é mesmo assustador. Assustador pensar que as intenções não são o que eram, que o que se faz numa relação não é o que se deve fazer numa relação (se se chegar sequer a esse ponto, claro...). É assustador pensar que andamos todos acompanhados, mas sós. E o mais assustador é para quem está realmente só. A perspectiva de o deixar de estar, nestas condições, é tão assustadora que quase enjoa.
Mundo moderno. Muito moderno. Demasiado moderno. Não sei andar nisto.
Porque os gajos comem qualquer coisa e as gajas estão mais preocupadas em não ficar para tias do que em arranjar algo de jeito.
Tinha dois contributos tão, mas tão bons e não os consegui postar, acho que vou usar o meu recém descoberto "boy power!!" e arranjar umas pikenas e não tão pikenas para afogar as mágoas...
Lima,
Boy power?! What?!!?!
Bem. Adiante.
A primeira parte do que disseste...
Talvez também faça parte do problema isso dos gajos continuarem a comer qualquer coisa que apareça MESMO DEPOIS de terem salvo donzela de ser Tia para o resto da vida.
E sim... numa coisa concordamos: as mulheres continuam a achar que a melhor forma de "engatar" gajo é pelos tomates. Wrong. Daí haver as com quem vocês se casam, e depois, há as outras...
Mas há mais! As que realmente se preocupam com essa coisa do "arranjar alguma coisa de jeito" vão ficando para trás enquanto os supostamente de jeito andam a foder as outras nos hotéis, tornando-os logo em algo sem jeito nenhum.
Por isso, 'migo, e pela lógica invertida desta baralhação toda, as gajas decentes andam à espera de gajos decentes mas esses ou são casados e fiéis ou então a foder as outras. Logo: as decentes ficam sem ninguém e, às tantas, juntam-se às outras porque, se não os consegues vencer, junta-te a eles.
E como mais vale mal acompanhado que só, a coisa acaba por funcionar bem para todos.
É isto, né?
Aplica lá aí o teu Boy Power a isso.
(e já agora... se souberes onde andam os gajos decentes mesmo decentes, indica caminho, 'tá?)
Obrigada.
Antes de mais, se temos settlers, seja um ou dois, temos merda tão certa como o dia e a noite.
Depois, como bem disseste, se são de jeito não andam a foder em hoteis...a não ser que o façam com as mulheres ou namoradas pelo pico da coisa.
De resto, as decentes nunca ficam encalhadas, porque como diz o ditado ( muito recente) " ela é linda como o céu e boa como o milho...mas há de haver um desgraçado que atura as merdas dela".
E por acaso conheço, mas estão todos com gajas decentes...ou gostam de gajos...
BOY POWA!
O que eu gosto de ditados e ainda por cima, recentes.
Fantástico!
Boy Powa, my ass! 'Tás a brincar, mas olha que isso é mesmo assim! Vocês têm o poder. *arrepio*
E deixemos o termo "decente" para traz que isso é coisa que não se pode fiar muito. É como o outro ditado também ele recente: a ocasião faz o ladrão e mal te descuidas, 'tás com par de cornos que até cais de fuças ao chão.
Mais ou menos isso (é ali da zona do Alentejo...).
Continuo a defender que se a mulher valer a pena, nós não temos poder nenhum. Claramente que, à laia da chave mestra vs. fechadura avariada, uma mulher que se deixe subjugar no jogo dos géneros, em pleno sec. XXI ainda por cima...deixa de valer a pena. Mas se calhar é problema meu que sempre gostei de mulhres que me ponham na linha.
Quanto a homens decentes, é um "até que". Portanto, tal balanço de exercício, só depois de encerrado é que sabemos se era positivo ou negativo.
Mulheres que ponham os homens na linha. São poucas, de facto. A maior parte preocupa-se demasiado com o binomio Tia/Divorciada para meter o seu homem na linha... Daí haver por aí tanta rédea solta e tanto olho fechado ao que é óbvio. Mais vale acompanhado... Volta-se sempre ao mesmo. À cobardia.
Se partirmos do princípio que vocês são emocionalmente menos desenvolvidos que nós, então entendo a tua primeira premissa - se ela valer a pena, vocês caem de quatro. Justo. Mas isso seria admitir que vocês são emocionalmente menos desenvolvidos, o que eu não acho ser correcto ou verdade sequer! Que homens e mulheres vivem estas coisas de forma diferente, vivem. Mas a diferença está na forma, não não necessariamente no conteúdo. Não te faças de subjugado, pá, como se não tivesses poderes diante de fêmea meio torcida. Tens tu e têm os homens todos. Aliás, nestes casos, não descansam até a conseguirem quebrar só um cadinho.
Quanto ao "até que"... pois. Só no fim do jogo é que se podem fazer prognósticos... Aplica-se a tudo e todos. Ehhh!
Anda tudo ao mesmo... e, por vezes, anda tudo perdido... E acho, sinceramente, que por vezes o pior ainda é a malta nem sequer se querer encontrar e preferir o vazio do que o terror que podem ser duas ou três certezas.
Mais ou menos isso.
Vss mulheres têm a mania que se me aparecerem a frente de mamas ao leu e de calça em baixo que levam alguma coisa daqui não?
Não levam alguma coisa. Levam o que quiserem :)
As mulheres acho que não perceberam ainda o favor que fizeram ao homem com a defesa do direito à igualdade.
Não só desresponsabilizaram-nos de muitas coisas (afinal as mulheres normalmente votam mais que os homens) como também criaram as condições para que nós tenhamos uma vida melhor. Trabalham mais, já sustentam as casas, e até têm pouco tempo. Já podemos até ter amantes de forma muito mais fácil e sem ter medo que nos apanhem. "ó filha, é a marina lá da contabilidade, está a fazer a auditoria e tive de ficar até mais tarde a ajuda-la com o programa da contabilidade. Depois fez-se tarde e tive de pelo menos lhe pagar o jantar não achas? Fomos ao restaurante to tico. Se quiseres pergunta-lhe. Acabei de sair de lá a 10 minutos". Ahhhh como eu gosto de mulheres emancipadas :D
É tão bom ter quem concorde comigo.
Vêem? Vêem?! VÊEM?!?!?!?!
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