11.10.09

Texas… We have TWO Problems

imagem: google
A salvação veio sob a forma de fato de macaco amarelo, cabelo curto e ego insuflado até às nuvens que tão delicadamente descarregavam água sobre nós. Ligou-me para saber onde estava e disse-me que iria demorar aí uns 10 minutos. Trinta segundos depois, estava ao pé de nós.
Eu – Mas você disse que ainda ia demorar 10 minutos! Cromo GT – Estava mesmo ali na rotunda… demorei menos! Tendo por base que do sítio onde estava quase que dava para ver a rotunda, arrumei o assunto e pronto mas porra, pá. Mentirinhas brancas irritam-me mais que as outras.
Cromo GT – Então, o que é que ele tem? Sr. Mr. Gajo – Não tem óleo. Eu – Perdeu óleo. Cromo GT – HUH?!?!?! E já vinha a perder óleo desde onde? Eu – Sei lá! Se calhar desde que acendeu a luz… Pela auto-estrada fora provavelmente. Cromo GT – Óleo?!?! Eu – Então… mais trabalhinho para vocês. Até me deviam era agradecer… Por entre conversas sobre posse de Audi com mais 200 cavalos do que o normal que lhe teriam sido enfiados no carro à borla por um qualquer mecânico informático, sobre carros da BT que não o conseguem ultrapassar (e, pelos vistos, multar também não) e sobre amigo que tem Porche que não chega nem aos calcanhares do pequeno bólide Alemão, lá foi ajeitando a coisa para carregar o Brutus para cima do reboque (enquanto este teimosamente ia deixando pequenas poças de óleo por onde passava). Cromo GT – A Seat é uma boa marca… É Volkswagen… Eu – Audi… Cromo GT – Eles têm o Cupra. Esse é que anda nas horas. Eu – Pois… Sr. Mr. Gajo – (silêncio) Cromo GT – Mas também há o Cupra a gasóleo. Eu – Não há nada. O Cupra tem várias motorizações, mas nenhuma delas a gasóleo… Cromo GT – Têm, sim! Esse também é muita bom! Nem parece ser a gasóleo! 150 cavalos! Eu – Mas não é Cupra… Cromo GT – É! Sr. Mr. Gajo – Não, pá. É este aqui… É o FR. Gasóleo… 2 mil de cilindrada e 170 cavalos… Cromo GT – Não é nada! Eu – Vá ver. Foi ver a parte de trás do carro e deu dois passos para trás. Ainda o tive para lembrar que o banco, volante e manípulo das mudanças também estão cheios das letras FR, mas pareceu-me um exagero visto ele já ter estado dentro do carro e tal. Ainda pensava que o estava a chamar de totó. Cromo GT – E perde assim óleo?!?! Porra! Eu (em pensamento) – /#&$”!=)#/R!!!!!!!
Decidimos que era melhor terminar aí a conversa e depois de ter preenchido a papelada, lá nos fomos embora para escoltar Brutus e Cromo GT até à oficina da Seat. Demoramos aí uns 40 minutos para fazer o trajecto portagens de Alverca – Santos. 40 minutos em que Cromo GT decidiu impor o passo de caracol, não ultrapassando os 60 kms hora na auto-estrada. Antes de Cromo GT chegar, tinha ligado para o concessionário/oficina onde tinha comprado o carro para avisar que ia por lá aparecer um Brutus mortalmente ferido. Eu – Bom dia! Tudo bem Sr. Vendedor?? Sr. Vendedor – Bom dia! Eu – Você vendeu-me uma bela bosta de carro, sabia? Sr. Vendedor – Só agora é que descobriu? Hehahehaheha!!! O que é que aconteceu? Eu – Óleo e travões, mas pelos vistos é tudo devido ao óleo que ele agora não tem. Sr. Vendedor – Mas bateu com o carro? Eu – Não… Eu não fiz nada! Foi ele sozinho! Sr. Vendedor – Então traga lá o carro para cá para vermos isso. E foi o que fizemos na companhia do Cromo GT. Chegados à oficina, descarregou-se o carro e deu-se entrada do paciente. O Cromo GT, apesar dos apesares, não colocou o Brutus a trabalhar uma única vez (o que lhe deu trabalho extra com o reboque). Os gajos da oficina? Qual motor sem óleo qual carapuça. Meteram-no a trabalhar para o levar para dentro da oficina e depois novamente para o mudar de lugar. Nesse primeiro momento, Sr. Mr. Gajo mostrou um cadito os dentes ao Vendedor… Sr. Mr.Gajo – Eh, pá. O motor assim sem óleo até funciona melhor… fica com um som mais solto, não é? Ouça só. Sr. Vendedor – Ahhh… pois…. Deixou-se lá o carro (menos uns litros de óleo) e o Sr. Mr. Gajo foi-me levar ao trabalho. Eram aí umas 11:30 da manhã. Cheguei ao trabalho perto do meio-dia, toda desarrumada e com uma molha em cima, mas segura de que tudo se resolveria. Liguei para o seguro para saber se teria direito a carro de substituição. Disseram-me que sim, desde que a Oficina enviasse declaração com uma data de informações atestando a situação do carro. Liguei para a oficina, mas não para falar disso primeiro. Como a avaria era por defeito do carro, activa-se a garantia e pimba, a marca tem de fornecer carro de substituição. Pensei que caso o seguro não cobrisse aquilo, então com a marca estaria safa. Informaram-me (e agora vou dispensar os diálogos porque não foram nada bonitos e não me apetece fazer esforço para recordar a quantidade de vezes que repeti as palavras “garantia” e “direito” e “falta de honestidade” e “engano”, etc.) que eu não teria direito a viatura de substituição porque eu, oh parvinha-tontinha-idiota, em vez de ligar para o serviço de mobilidade da seat, liguei para o seguro a fim de activar um serviço incluído num seguro contra todos os riscos que custa aí uns mil euros por ano. Perguntei coisas parvas como, por exemplo, e se tivesse sido eu a levar o carro sozinha? E se por acaso o carro tivesse tido aquela avaria dentro da oficina? Ou à porta da oficina em si? Responderam-me sempre que não. Depois de discutida e mais que discutida essa “política da empresa” pedi que me enviassem fax para a seguradora para que me dessem carro. Disseram que sim e ainda acrescentaram para eu, da próxima vez, não recorrer ao seguro mas sim ao serviço da marca (que eu, na altura, nem me lembrei existir e muito menos sabia que se não o usasse, ficaria sem viatura de substituição). O dia passou e aí por volta das cinco e meia da tarde, ligaram-me da oficina dizendo que teriam já o problema meio resolvido e que queriam a minha autorização para o chefe de oficina levar o carro para casa a fim de testar a solução encontrada. Imaginei pensos rápidos e bocadinhos de lã em forma de remendo… Mais uma briga. Porque é que não podia ser eu a levar o carro? Ninguém o conhece como eu… Disseram-me que o Chefe de Oficina estava mais que nem qualificado para testar o carro… Perguntei quem iria pagar o gasóleo de tal voltinha… Disseram-me que teria de ser “o cliente a custear certas coisas”, como se fosse um favor que me estavam a fazer. Mais briga. Pedi novamente para enviarem o fax, mas informaram-me que não poderiam incluir o diagnóstico de avaria do carro porque o carro estaria ainda em fase de diagnóstico e que só no dia seguinte poderiam enviar tal fax. Pedi para enviarem fax na mesma tendo ligado de seguida para a seguradora a confirmar que a teriam recebido. Receberam, mas como a mesma estava incompleta, não me iriam dar viatura de substituição. Briga. Expliquei tudo. Tudinho. O gajo que me atendeu foi irredutível. Como o fax da oficina não dizia qual o diagnóstico nem quanto tempo previam para o seu arranjo, ainda que o mesmo estivesse com eles (e não comigo), não me iriam dar viatura. Esta conversa durou pouco tempo. Disse ao gajo que não queria falar mais com ele, para ele parar de falar e que iria desligar o telefone. Ele continuou a falar e eu informei que se assim fosse, desligava-lhe o telefone na cara. Lá me desejou um bom resto de tarde e eu efectivamente desliguei-lhe o telefone na cara. Liguei para Serviço de Clientes da Seat, dando conta do sucedido. Por entre muita conversa trapalhona de jovem imberbe que me atendeu a chamada, lá me disseram que se a oficina tivesse enviado faz para eles a dar conta da situação, e mesmo eu não tendo chamado o serviço de mobilidade, teria tido tido direito a viatura de substituição, que o concessionário estaria mal informado quanto aos direitos dos clientes, etc coiso e tal. Adorei a notícia. Valeu-me de grande merda. Nesse dia, fui para casa de metro e comboio. Sem problemas. Foram-me buscar a Vila Franca de Xira e no dia seguinte, levar a Vila Franca para nova viagem de comboio e metro. Há coisas fantásticas neste mundo. Ter dois pássaros na mão e depois virmos que com uma só fisgada nos conseguem matar os dois é uma delas. Continua. (sim, continua…).

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