15.5.07

Hómes e Mulhéris

Imagem: www.google.com Ontem, andava eu na minha vidinha normal do dia a dia, acompanhada pelo meu respectivo Sr. Menino, quando, de repente, e do nada, surge uma conversa com um perfeito desconhecido que me deixou, digamos, calada (o que, para quem me conhece, é digno de nota!) “Isto de dizerem que os homens e as mulheres são da mesma espécie é uma precipitação! Não é verdade!”, dizia o Sr. Não-sei-o-nome-dele. Gostei particularmente da aplicação da palavra “precipitação” ali no meio. Por essa, eu não esperava. “Isto vem tudo do tempo das cavernas! Os homens iam à caça, caladinhos, concentrados no animal, a ver se o matavam. Se fossem mulheres?! Ha! Era logo teca-teca-beca-beca-beca!!! Não apanhavam nada!”, continuou o Sr. Não-sei-o-nome-dele. Eu aqui tive de me rir. Esta perspectiva da coisa ainda nunca me tinha sido apresentada assim desta forma. “Por isso é que as mulheres ficavam na caverna... na gruta… e falavam para conseguir manter os olhos umas nas outras para proteger as crias… amor de mãe. É animal! Mas é bom falarmos destas coisas… conhecermos bem as nossas diferenças…”, rematou ele. “Pois, para podermos também conhecer bem as nossas semelhanças”, disse o meu Sr. Menino, enquanto olhava para mim com uma carinha de deslavado daquelas (para marcar pontos… esperto… ok…pronto… marcou). “Vou-vos dar um exemplo. Um homem e uma mulher vão sair. Ela está com dois colares na mão e diz Qual devo levar? Um gajo fica logo aflito! Sabe lá ele! Mas pronto. Lá escolhe um e fica todo contente! Mas depois vai ela e pergunta Porquê? Oh, pá! O que é que uma gajo faz nesta situação?!?!?!?” Tive que me rir outra vez. Tem a sua quota de razão. Mais ou menos. “É como quando o pessoal se casa. Durante os primeiros tempos, as mulheres fazem tudo. Para agradar, para mostrar que sabem fazer… não deixam um gajo fazer nada! Depois, fartam-se e param com tudo. É claro que um gajo reclama! Depois desse tempo todo, há já um conjunto de direitos adquiridos dos quais não se quer abrir mão sem mais nem menos, não é?!” Tive que me rir outra vez. Porra. Ele aqui tem razão (sim, lá vem o meu lado feminista-anti-feminista-radical outra vez). Passamos o nosso tempo a dizer que não precisamos, deixa estar, eu faço, eu sei, eu consigo e sei lá que mais para depois, num momento de atrapalhação mental, pararmos com tudo e atirarmos um bem direccionado e afiado Eu faço tudo! Tu não fazes nada! Não sabes fazer nada! Oh cá porra. É claro que não. E de quem é a culpa? Nossa. Depois ainda falou na cena dos orgasmos. Claro. Esse tendão de Aquiles que os homens carregam por todo o lado… “Diga lá se algum dia houve alguma mulher que não tivesse, PELO MENOS, exagerado um orgasmo, quanto mais fingir?! Vá diga lá! E porquê? Porque as pessoas não falam umas com as outras. É mais fácil fingir, meter um penso rápido, para não magoar o gajo, para lhe encher o ego, do que dizer exactamente o que se quer e gosta!”, exclamou ele indignado. “Depois, um dia mais tarde, ainda dizem que a culpa é nossa! Que não sabemos nada!” “Ahhh, não me venha com essa. Os homens só não fazem isso porque não podem.”, disse eu. “O quê?” perguntou o Sr. Não-sei-o-nome-dele. “Fingir orgasmos”. Riu-se. Teve que se rir. Enfim. Um final de tarde divertido e inesperado. É bom saber que existem pessoas com perspectivas assim tão saudáveis da vida, dos homens, das mulheres, de tudo. Quer se queira, quer não, viver sob esta perspectiva ajuda em tudo. Acaba com equívocos, ajuda a compreender melhor as coisas, evita a tais ditas precipitações e sempre vai dando para brincarmos um pouco com as fragilidades e forças uns dos outros (tudo no bom sentido, claro). Por isso, UGA-UGA-VECA-BECA-OGA!!! (tradução: chega pra lá meu pequeno trollzinho que tens de ir cortar a relva/mudar o óleo do carro/mudar a lâmpada/cortar lenha/carregar com aqueles 300 kgs/entre outros enquanto eu vou ver aquele arroz a cozer…) Boas experiências para todos.

4 comentários:

puku disse...

a artista no seu melhor ;)
parabéns pelo texto, pela percepção, e pelos finais de tarde reveladores
passei para te deixar um yellow :-)
bjos

Anónimo disse...

:)))))))))) é bom ouvir pontos de vista com humor, em vez daquelas opiniões radicais e cheias de argumentos muito sérios e estatísticos. É bom brincar! cá em casa de vez enquando brincasse à família normal, " hoje vou fazer jantar", "vou tratar da roupa", isso é o que me cabe a mim, porque ao meu carlinhos é aspirar, deitar lixo fora, lavar a loiça e... é o principal :) com o que não posso "brincar" é com a sofia, que não perdoa qualquer deslize, tem de ser tudo certinho, direitinho. :)
Agora, indiscutível é que as mulheres têm um sentido prático que metem os hómes a um cantinho, não é por mal, é a lei da natureza :)foi por causa dissso que a Eva deu a maçã ao Adão, é que ele começou com as teorias sobre a melhor forma de colher uma maçã, e a Eva... prontos... resolveu-lhe o problema :)senão ainda hoje estariam debaixo da macieira!
beijocas
Gabi ;)

Anónimo disse...

olha o puku!!!!!!!!!!!

Me disse...

YELLOW!!!!! Oh, pá! Tenho os meus dois leitores preferidos de volta!! Tão bom! Isto foi uma seca sem vocês!! Sozinha, sozinha, sozinha!
Isto das mulheres e dos homens só dá para brincar mesmo. Se não, de outra forma, depois de ter dado uma limpadela na selva e arrumado todas as ferramentas e bijigangas do Adão, ter-lhe-ia atirado com a maçã à tola só para ele não ser tótó.
É mesmo bom ter-vos de volta.
Beijos ao Puku (muitos!), à Gabi (muitos) e, claro, à pequena Sofia que um dia há-de também ter um blog e escrever sobre como os pais sempre foram muito à frente ;)
Beijos!