17.5.07

Imagem: www.olhares.com Aconteceu-me um acontecimento. Daqueles. Por uma qualquer conjugação de circunstâncias, aprendi, senti, vi o que é ter fé (não, Puku e outros não-crentes, não vi Deus numa fatia de pão com manteiga, não fui atingida por uma visão catastrófica do fim do mundo nem vi o menino Jesus embrulhado na roupa que todos os dias meto no cesto da roupa suja). Eu sempre consegui perceber o que é ter fé. Ter uma crença tão forte em algo que não é explicável. Que apenas se sente. Sempre entendi que as pessoas pudessem ter este sentimento e sempre admiti que o mesmo seria bem real para quem o tem, independentemente de eu o conseguir sentir ou não, em relação a seja o que for. Há coisas nas quais acredito, obviamente. Coisas palpáveis e não palpáveis. Há pessoas nas quais eu acredito piamente, acredito nelas com verdadeira crença nas suas capacidades, atitudes, pensamentos e formas de estar. São aquelas que quando se apaga uma vela de aniversário ou se vê uma estrela cadente e se faz um desejo, me passam pela cabeça, todas juntas, uma maralhal de gente a quem eu quero bem e nas quais creio verdadeiramente. São aquelas com as quais me emociono quando têm algo triste para contar; com as quais me rio quando estão felizes. São aquelas com as quais se consegue criar uma empatia tão grande que tudo parece sempre ter sido assim, natural, não forçado, simples. Existimos juntos no mundo e pronto. Apesar disto tudo, apesar de isto ser inabalável, aconteceu-me sentir fé. Um sentimento esquisito de pura crença, de não conseguir explicar porquê, de puro acreditar, de necessidade de ter que usar a palavra “fé” para se tentar descrever o que se sente. De olhar e ver. De ver e querer ver mais. De não ter medo de olhar. Todos temos aqueles amigos e amigas (e não só) em relação aos quais sentimos isto. Mas, mesmo assim, há momentos em que duvidamos, nem que seja por um “zilionésio” de segundo, dessas pessoas. Seja por não crermos que vão conseguir fazer A, por ter dúvidas de que vão conseguir ser B… seja pelo que for. E depois há aqueles seres que nos surgem e que, independentemente do que se possa adivinhar, do que possa acontecer, do que possa vir a ser, sentimos fé. Não temos dúvidas. Não temos aquela sensação moínha que nos deixa desconfortáveis e com a consciência pesada por não termos acreditado neles naquele momento. Mesmo que isso apenas nos leve a ajudar, a fazer mais para evitar que algo de mau aconteça. Fé. Segura. Pura. Firme. Serena. Inquebrável. Tranquila. Inexplicável. Agora compreendo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tenho fé, aliás ela é que me dá esperança :) embora gostasse que nalgumas coisas ela se mostrasse mais rapidamente e com mais força :)fé = acreditar, eu acredito que tudo deve ter um sentido, mesmo quando não o entendo, ou não acho justo.
Desculpa só comentar agora Me, mas tenho andado tão ocupada... e no trabalho não gosto de ir a blogs, ninguém tem de saber por onde ando ;)
Beijinhos,
Gabi

Me disse...

Não tens de pedir desculpa por nada! Ainda não implementamos neste blog um sistema de "pica o cartão"...
Estas coisas da fé... pois é. Gostei de teres dito que às vezes gostavas que ela se manifestasse mais rapidamente e com mais força. Talvez tenha sido sempre esse o meu problema. A pouco paciência para esperar. Ou então a pouca paciência para descobrir que realmente acredito em algo assim tão intangível.
Uma estranha e nova sensação. Devo admitir.
Beijinhos para ti também e bom início de semana.