25.5.07
Viagens
Há notícias que nos deixam felizes, mesmo quando não são em relação a nós. Recebi, ontem, à tardinha, a notícia de que um amigo meu irá, muito em breve, empreender uma bela e fantástica carreira internacional. Por sorte/acaso/coincidência/destino (chamem-lhe o que quiserem), o rapazito lá respondeu a um anúncio, sem a menor fé no resultado e pimba! Era dele o cv caído do céu. Agora vai ser vê-lo a andar de um lado para o outro, atarefado, cansado, cheio de jetlag, mas feliz e contente por ter aproveitado uma daquelas oportunidades que apenas surgem uma vez na vida.
Faz parte do grupo de gente que me passa pela cabeça quando vejo uma estrela cadente. É gente boa. Daquelas que faz falta a outras tantas gentes.
Devo admitir que há um pouco de mim que lhe tem inveja. Aquela inveja saudável do tipo “Bolas, se ele consegue, também hei-de conseguir qualquer coisa do género para mim!”. Claro que sim. Nada é impossível… apenas há coisas mais difíceis de conseguir…
Desejo, muito sinceramente, que isto seja apenas o início de algo muito grandioso na tua vida. Já estavas no bom caminho… agora é só continuar.
Vamos todos ter saudades tuas… mas é por uma boa causa.
Boa viagem!!
21.5.07
Ressacas e Afins
Imagem: www.google.com
Isto de fins-de-semana de borga tem as suas consequências. Especialmente quando o domingo é passado em “pass-out“ ou “black out”. Ou talvez as duas. Não sei. Sim, talvez as duas. Especialmente quando um domingo não chega para recuperar daquele estado de estupidez cerebral provocado por um profundo mau estar estomacal geral. Especialmente quando apenas conseguimos escapar àquele comboio pesado de 230 carruagens que nos atravessa a cabeça com a ajuda de (muitos) pequenos comprimidos vermelhos e cheios de químicos (adoro as invenções humanas na área da química).
As segundas-feiras seguintes são sempre uma merda. Como, não como. Ando, não ando. Adormeço, não adormeço. Falo, não falo. Porra.
E ainda dizem que o problema é das misturas. Uma bosta. Já agora, sabiam que o único problema das misturas é a diferença entre percentagens de álcool e não diferentes bebidas em si? Ou seja, se começamos a noite com algo de 42% vol, devemos continuar a noite com essa %, independentemente da bebida. No dia a seguir, nada de ressaca. Isso e comer um cadito de chocolate antes de nos deitarmos. Impede a ressaca (que não é mais do que a falta de açúcar no sangue devido à acção do álcool que, aliás, também é um bom retentor de líquidos, daí aquela sede no dia seguinte e daí dizer-se para se ir intervalando com copos de água). As coisas que eu sei. Caredo.
O problema, como dizia, não é das misturas. É do puro excesso e da merda das luzes das discotecas que nos impedem de nos sentir bêbados. Ahhh pois é. Já todos passaram por isso. Bem dispostos e alegres, ainda que meio tortos, no interior de uma disco; bêbados e aos trambolhões assim que saímos à rua. E quero apenas deixar aqui bem assente que aqui a Je não estava bêbada. Estava alcoolicamente bem disposta. O que não invalida em nada uma bela ressaca. Infelizmente.
Foda-se. Já não tenho idade para isto. Ou isso ou ando com a maquina destreinada. Ou avariada. Ou as duas. Sei lá eu. E, neste momento, nem quero saber. E tenho raiva de quem sabe. E também de quem não sabe. Ehhhh.
17.5.07
Fé
Imagem: www.olhares.com
Aconteceu-me um acontecimento. Daqueles.
Por uma qualquer conjugação de circunstâncias, aprendi, senti, vi o que é ter fé (não, Puku e outros não-crentes, não vi Deus numa fatia de pão com manteiga, não fui atingida por uma visão catastrófica do fim do mundo nem vi o menino Jesus embrulhado na roupa que todos os dias meto no cesto da roupa suja).
Eu sempre consegui perceber o que é ter fé. Ter uma crença tão forte em algo que não é explicável. Que apenas se sente. Sempre entendi que as pessoas pudessem ter este sentimento e sempre admiti que o mesmo seria bem real para quem o tem, independentemente de eu o conseguir sentir ou não, em relação a seja o que for.
Há coisas nas quais acredito, obviamente. Coisas palpáveis e não palpáveis. Há pessoas nas quais eu acredito piamente, acredito nelas com verdadeira crença nas suas capacidades, atitudes, pensamentos e formas de estar. São aquelas que quando se apaga uma vela de aniversário ou se vê uma estrela cadente e se faz um desejo, me passam pela cabeça, todas juntas, uma maralhal de gente a quem eu quero bem e nas quais creio verdadeiramente. São aquelas com as quais me emociono quando têm algo triste para contar; com as quais me rio quando estão felizes. São aquelas com as quais se consegue criar uma empatia tão grande que tudo parece sempre ter sido assim, natural, não forçado, simples. Existimos juntos no mundo e pronto.
Apesar disto tudo, apesar de isto ser inabalável, aconteceu-me sentir fé. Um sentimento esquisito de pura crença, de não conseguir explicar porquê, de puro acreditar, de necessidade de ter que usar a palavra “fé” para se tentar descrever o que se sente. De olhar e ver. De ver e querer ver mais. De não ter medo de olhar.
Todos temos aqueles amigos e amigas (e não só) em relação aos quais sentimos isto. Mas, mesmo assim, há momentos em que duvidamos, nem que seja por um “zilionésio” de segundo, dessas pessoas. Seja por não crermos que vão conseguir fazer A, por ter dúvidas de que vão conseguir ser B… seja pelo que for. E depois há aqueles seres que nos surgem e que, independentemente do que se possa adivinhar, do que possa acontecer, do que possa vir a ser, sentimos fé. Não temos dúvidas. Não temos aquela sensação moínha que nos deixa desconfortáveis e com a consciência pesada por não termos acreditado neles naquele momento. Mesmo que isso apenas nos leve a ajudar, a fazer mais para evitar que algo de mau aconteça.
Fé.
Segura. Pura. Firme. Serena. Inquebrável. Tranquila. Inexplicável.
Agora compreendo.
15.5.07
Hómes e Mulhéris
Imagem: www.google.com
Ontem, andava eu na minha vidinha normal do dia a dia, acompanhada pelo meu respectivo Sr. Menino, quando, de repente, e do nada, surge uma conversa com um perfeito desconhecido que me deixou, digamos, calada (o que, para quem me conhece, é digno de nota!)
“Isto de dizerem que os homens e as mulheres são da mesma espécie é uma precipitação! Não é verdade!”, dizia o Sr. Não-sei-o-nome-dele.
Gostei particularmente da aplicação da palavra “precipitação” ali no meio. Por essa, eu não esperava.
“Isto vem tudo do tempo das cavernas! Os homens iam à caça, caladinhos, concentrados no animal, a ver se o matavam. Se fossem mulheres?! Ha! Era logo teca-teca-beca-beca-beca!!! Não apanhavam nada!”, continuou o Sr. Não-sei-o-nome-dele.
Eu aqui tive de me rir. Esta perspectiva da coisa ainda nunca me tinha sido apresentada assim desta forma.
“Por isso é que as mulheres ficavam na caverna... na gruta… e falavam para conseguir manter os olhos umas nas outras para proteger as crias… amor de mãe. É animal! Mas é bom falarmos destas coisas… conhecermos bem as nossas diferenças…”, rematou ele.
“Pois, para podermos também conhecer bem as nossas semelhanças”, disse o meu Sr. Menino, enquanto olhava para mim com uma carinha de deslavado daquelas (para marcar pontos… esperto… ok…pronto… marcou).
“Vou-vos dar um exemplo. Um homem e uma mulher vão sair. Ela está com dois colares na mão e diz Qual devo levar? Um gajo fica logo aflito! Sabe lá ele! Mas pronto. Lá escolhe um e fica todo contente! Mas depois vai ela e pergunta Porquê? Oh, pá! O que é que uma gajo faz nesta situação?!?!?!?”
Tive que me rir outra vez. Tem a sua quota de razão. Mais ou menos.
“É como quando o pessoal se casa. Durante os primeiros tempos, as mulheres fazem tudo. Para agradar, para mostrar que sabem fazer… não deixam um gajo fazer nada! Depois, fartam-se e param com tudo. É claro que um gajo reclama! Depois desse tempo todo, há já um conjunto de direitos adquiridos dos quais não se quer abrir mão sem mais nem menos, não é?!”
Tive que me rir outra vez. Porra. Ele aqui tem razão (sim, lá vem o meu lado feminista-anti-feminista-radical outra vez).
Passamos o nosso tempo a dizer que não precisamos, deixa estar, eu faço, eu sei, eu consigo e sei lá que mais para depois, num momento de atrapalhação mental, pararmos com tudo e atirarmos um bem direccionado e afiado Eu faço tudo! Tu não fazes nada! Não sabes fazer nada!
Oh cá porra. É claro que não. E de quem é a culpa? Nossa.
Depois ainda falou na cena dos orgasmos. Claro. Esse tendão de Aquiles que os homens carregam por todo o lado…
“Diga lá se algum dia houve alguma mulher que não tivesse, PELO MENOS, exagerado um orgasmo, quanto mais fingir?! Vá diga lá! E porquê? Porque as pessoas não falam umas com as outras. É mais fácil fingir, meter um penso rápido, para não magoar o gajo, para lhe encher o ego, do que dizer exactamente o que se quer e gosta!”, exclamou ele indignado. “Depois, um dia mais tarde, ainda dizem que a culpa é nossa! Que não sabemos nada!”
“Ahhh, não me venha com essa. Os homens só não fazem isso porque não podem.”, disse eu.
“O quê?” perguntou o Sr. Não-sei-o-nome-dele.
“Fingir orgasmos”.
Riu-se. Teve que se rir.
Enfim. Um final de tarde divertido e inesperado. É bom saber que existem pessoas com perspectivas assim tão saudáveis da vida, dos homens, das mulheres, de tudo. Quer se queira, quer não, viver sob esta perspectiva ajuda em tudo. Acaba com equívocos, ajuda a compreender melhor as coisas, evita a tais ditas precipitações e sempre vai dando para brincarmos um pouco com as fragilidades e forças uns dos outros (tudo no bom sentido, claro).
Por isso, UGA-UGA-VECA-BECA-OGA!!!
(tradução: chega pra lá meu pequeno trollzinho que tens de ir cortar a relva/mudar o óleo do carro/mudar a lâmpada/cortar lenha/carregar com aqueles 300 kgs/entre outros enquanto eu vou ver aquele arroz a cozer…)
Boas experiências para todos.
11.5.07
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